Mark of Dean escrita por DeanandhisImpala


Capítulo 14
Capítulo 14 - Lean Mean Dean




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[Crowley]

Ser Rei do Inferno não estava a ser fácil. Enquanto tinha o Dean do meu lado, as minhas fileiras cresceram exponencialmente; o medo era muito para se revoltarem contra mim. Mas as notícias correm depressa e o abandono do Dean da nossa parceria, rapidamente fez com que os demónios se dividissem mais uma vez.

Com isso fui levado a tomar decisões difíceis e decidir dar um fim à minha criação: o Dean demoníaco. Criei tantas expetativas no meu esquilo e acabei por apanhar com um balde de água fria. Enfim, às vezes a Guerra é mesmo assim. Umas vezes ganhamos, outras perdemos e outras vezes temos que abdicar de alguns Generais, neste caso do último Cavaleiro do Inferno.

Para isso foi necessário entrar em território hostil e chegar até ao Sam. Eu sabia que ele nunca aceitaria trabalhar comigo, não depois do que aconteceu ao seu querido irmão, Dean. Mas as coisas correram melhor que o esperado: o Sam está em movimento e o Dean anda a “divertir-se” num buraco qualquer (pelo menos ainda não me causou problemas astronómicos).

Abrir uma brecha na jaula do Diabo é algo arriscado, pois toda a brecha sob certa pressão torna-se num buraco impossível de se fechar. E se há alguém que irá aproveitar isso é aproveitar isso é o próprio Lúcifer. Mas como as coisas andam a ficar, antes ter o Diabo na Terra que o Dean.

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[Dean]

A Lia tinha levado a minha Lâmina pois estava ciente de como isso me afectaria, como isso me deixado fora de controlo. Mas ela esqueceu-se de uma coisa: quanto mais fora do controlo mais perigoso sou. E agora que eu sei o que ela estará a fazer, nada me ia travar.

Entrei no meu carro. Já chegava de férias, estava na hora de mostrar quem manda. Andaram a cutucar o urso, agora que aguentem com ele. Estava na hora de fazer uma visita ao meu irmão.

Estava a entrar no estado do Arizona quando o Impala teve uns problemas com o motor. Decidi ficar na cidade para o poder consertar.

Eram 20:45 quando o problema ficou resolvido: foi só um problema com as velas, nada demais. Já que estava ali, resolvi ir jantar num pequeno restaurante. Surpresa a minha quando vi a Hannah a atender-me.

–E o que vai desejar, senhor? – Perguntou distraída com o bloco de notas que trazia na mão com os outros pedidos, não olhando para mim.

–O que recomendas? – Perguntei olhando para ela fixamente.

–Bem, nós – Levantou os olhos do papel. Moveu a cabeça na minha direção, reconhecendo-me. – Nós… - Calou-se, não movendo os olhos de mim. – O que fazes aqui? – Perguntou a medo.

–Podia perguntar-te o mesmo. – Respondi. – Poderia dizer que estava aqui pela comida, mas encontrei algo muito melhor!

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[Castiel]

Estava numa situação complicada. Não, complicada não é a melhor palavra para a definir. “Injusta”. Injusta não por ser a Flagstaff, mas sim por saber que quer faça ou não o que ela pretende, que isto não vai acabar bem. Mas se eu não fizer o que ela quer, ela irá contar a versão dela sobre a Hannah aos anjos, e mesmo sabendo que não fiz nada de que me culpar, eu sei como são o resto dos anjos e eu sei que não estamos nos melhores termos no que se trata à confiança. Teria que haver outra solução. Falaria de novo com a Flagstaff e tentaria chegar a um acordo que fosse justo para todos, principalmente para os meus irmãos.

Chamei o Neemias. Ele estivera a falar com outros anjos e já corria o boato que seria a Flagstaff a guiar-nos daqui em diante. Pedi-lhe que a chamasse novamente. Ela apareceu alguns momentos depois.

–Já tomaste a tua decisão? – Perguntou ficando de pé à minha frente.

–Não posso deixar que leves os nossos irmãos para uma guerra que não vamos ganhar. – Respondi. Ela começou a abandonar o escritório. – Mas… - Continuei. Ela parou voltando-se novamente para mim. – Percebo e compreendo o teu ponto de vista.

–O que queres dizer com isso, Castiel?

–Eu nunca quis ser o vosso líder; não agora. E entendo que não confies em mim devido a esta graça não me pertencer. Mas eu não a roubei. Eu estava pronto para aceitar a minha morte, Flagstaff. Uma morte que viria pelas mãos do Dean. – Fiz uma pausa. – A Hannah salvou-me, não porque eu pedi, mas sim por escolha dela. Posso não ser o melhor, mas tudo o que eu fiz no passado e faço agora foi e é uma tentativa de vos salvar. Se queres ser tu a liderar o anjos, eu dou-te o meu lugar. Mas tens que me prometer que não vais levar os poucos anjos que restam para o matadouro. – Pedi, levantando-me do cadeirão. – Promete-me isso e eu saio daqui como um anjo sob as tuas ordens.

–Castiel… eu não posso prometer isso.

–Então, recuso.

–Recusas? – Perguntou admirada.- De qualquer das maneiras vais sair daqui. Esta seria a forma diplomática, Castiel. Eu só preciso de chegar lá fora e informar que estás a usar a graça da Hannah e todos os anjos presentes cá cima virão aqui remover-te da liderança. Sê bom contigo mesmo. Desiste. Eu disse que não posso prometer, mas nada me impedirá de pensar nisso. Afinal sou uma curandeira e não uma assassina. Como vai ser, irmão?

E ali eu vi o fim da minha tão breve liderança. Ali vi que ela mais que “curar”, queria mandar, ter o poder. Olhei mais uma vez o escritório.

–Se precisares de algo, sabes onde me encontrar. – Informei antes de sair pela porta.

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[Dean]

Tinha saído do Restaurante à umas horas atrás. Eram agora 23:53 e estava a chover ligeiramente. Aquele tipo de chuva em que nos apetece ficar na rua, totalmente sozinhos a pensar enquanto as gotas nos caem na face lavando todas as nossas preocupações. Era onde eu estava: na rua, sozinho, a vaguear pelos passeios enquanto via as poucas pessoas que passavam a entrar em casa, apressados para não se molharem. Cidadezinha aborrecida, esta; o único bar que havia estava fechado para obras, não havendo mais nada para se fazer. Eu poderia fazer-me à estrada, mas tinha uma coisa para fazer antes.

Ao longe vi a Hannah a subir a rua, apressada com o guarda-chuva aberto. Estávamos os dois sozinhos naquela rua. Coloquei-me no meio do passeio. Ela viu-me. Parou.

–Estava mesmo a precisar de falar contigo. – Disse. Ela começou a dar uns passos para trás, virando-se depois começando a afastar-se num passo apressado, fugindo de mim. – Oh, eu adoro quando fazem isso!

Desapareci e reapareci à frente dela.

–Dean, eu… Por favor! – Pediu quase a chorar.

–Não tenhas medo. Só quero falar, mais nada. – Aproximei-me dela, colocando-me debaixo do guarda-chuva. Podia sentir a água a escorrer-me pela cara devido ao cabelo ensopado e a respiração morna e descontrolada dela contra o meu peito gelado. – És humana, como foi isso acontecer? – Perguntei.

Ela ficou uns segundos em silêncio. Tinha as mãos a tremer.

–Tu tentaste matar o Castiel, eu salvei-o. – Explicou resumidamente.

–Então ele está vivo. – Comentei. – Tens estado com ele, então?

–Não. – Respondeu passado algum tempo. Estava receosa.

–Estás a mentir. Tens estado, não tens? E com o Sam? Tem-lo visto? – Continuei.

–Eu… A última vez que eu vi o teu… - fez uma pausa. Olhei para ela. – A última vez que eu vi o Sam, foi quando acordei humana. Foi só isso, mais nada. Juro!

–Mas não o Cas… - puxei. Ela olhou para mim. – Quando o viste?

–Porque é que isso te interessa, demónio? Que poderás querer com ele? Deixa-o em paz! – Pediu num tom de súplica. – Ele não merece sofrer por tua causa! Ele merece paz, alguém que seja bom para ele. Tu só lhe causaste dor, mesmo em humano. Ele fez tudo por ti e a primeira coisa que fizeste quando o viste foi tentar matá-lo. Tu… Tu és pior que o Diabo! – Acusou quase aos berros, choramingando.

Suspirei. Com uma mão agarrei-lhe o cabelo escuro forçando-a a olhar-me diretamente nos olhos. Ela largou o guarda-chuva, ficando os dois no meio da rua desabrigados.

–Quando o viste? – Perguntei. Ela não me respondeu. Fiz força para trás. – Sê simpática.

–Ontem. Eu vi-o ontem, está bem? Agora deixa-o em paz. Deixa-me em paz! – Suplicou. Sorri.

–Vês, não foi assim tão difícil. – Continuei a agarrá-la pelos cabelos. Olhei à volta e vi a entrada para um parque. – Vamos dar uma volta. – Disse, arrastando-a comigo.

Andámos pelo parque alguns minutos. Continuava a chover.

Ouvia alguns soluços de choro vindos do antigo anjo enquanto caminhávamos pelo trilho. Ela vinha quase de arrasto, oferecendo resistência de todas as formas que conseguia: esperneava, arranhava-me a mão com as unhas, berrava-me para a soltar, chorava.

Ainda não tinha a certeza do que ia fazer com ela, mas ela parecia estar convicta que eu a ia matar. Parámos ao pé do lago.

–Eu já gostei de pesca. – Comentei, largando-a. Ela ficou de joelhos. – Alguma vez pescaste? – Ela não respondeu. – Devias experimentar… ou não. – Tinha a t-shirt colada ao corpo devido ao tempo que já estava à chuva e o cabelo colado à testa. Sacudi-o com uma mão. Ela começou a rastejar para trás. – Não vale a pena. Sou mais rápido que tu.

–Porque estás a fazer isto? – Perguntou aos soluços. – Porquê eu, porquê agora?

–Porque posso. Porque estou aborrecido. Porque não tenho mais nada para fazer. Porque estou zangado e tenho que descarregar isto em alguma coisa.

–Deixa-me ir, por favor, Dean. Não me magoes. – Pediu em desespero. – Eu já te contei tudo… Por favor. Não sou ninguém que te possa afetar.

–Não… - Concordei. Aproximei-me dela, agarrando-a. Comecei a puxá-la até à borda do lago. – Mas eu conheço alguém que possas. – Obriguei-a a colocar a cabeça debaixo de água. Ela tentou vir à superfície. Fiz força para baixo. Ela continuou, esperneando. Fiz mais força. Vi a água turbulenta enquanto ela tentava de tudo para sobreviver. Algum tempo depois o corpo dela relaxou; larguei a cabeça. Permaneceu imóvel. Tinha morrido.

Não me dei ao trabalho de esconder o corpo dela, simplesmente deixei-o ali, deitado na relva com a cabeça a flutuar na água e afastei-me do parque, pelo caminho escuro pelo que tinha chegado ali, saboreando a chuva que me batia na cara. Ao longe ouvi o sino da Igreja bater as doze badaladas.

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[Sam]

A Charlie estava sentada na ponta de uma das mesas da sala, olhando fixamente para a madeira do tampo.

–Talvez devêssemos ir, Charlie. – Aconselhou Dorothy, pousando uma mão no seu ombro. – Ainda temos muito para fazer em Oz.

–Não vou a lado nenhum. Oz pode esperar. Não me vou embora até o Dean estiver a salvo. Eu devo-lhe isso.

–Eu tenho isto controlado. – Disse-lhe, aproximando-me.

–Controlado?! Eu não lhe chamaria isso – opinou Sebastian, regressando à sala com um saco na mão. – E sim, vou-me embora. – Disse, reparando que eu estava a olhar para o saco. – Tu lá tens os teus métodos de trabalho e eu realmente não confio neles. Ainda acabo morto. – Foi para as escadas. – Se tiveres algum problema… não me ligues. A sério. – E saiu.

–Bem, tão simpático. – Comentou a Dorothy sarcasticamente. – Charlie. – Chamou. – De certeza que não queres ir também.

–Eu já disse que não vou a lado nenhum! A Hermione nunca voltaria as costas aos seus amigos, por mais estúpidas ou erradas as escolhas deles fossem. – Afirmou.

–Sempre a falar de pessoas que eu não conheço… - Suspirou. – Então muito bem, vamos trabalhar. Terei uma oportunidade para brincar de Mulher das Letras. Bando de cromos que eles eram… Mas boa gente… Sam, que queres que façamos?

–Nem eu sei muito bem… Ahm. – Parei para pensar. – Feitiços. Procurem por livros de feitiços, livros relacionados com religião… Ahm… Lúcifer… Inferno, qualquer coisa relacionado com isso.

–Vamos lá abrir uma janela. – Disse Charlie desanimada. Agarrei-a suavemente por um braço, voltando-a para mim.

–Eu tenho que fazer isto… Pelo Dean.

–Eu sei! – Ela respondeu. – Só não quero que te magoes. Vocês dois, tu e o Dean, são como dois irmãos para mim. E um ter sempre que se sacrificar para salvar o outro é muito kamikaze para o meu gosto. É por isso que vocês estão sempre com problemas.

–Somos os Winchesters. Toda a nossa vida é uma viagem kamikaze. É assim que as coisas são. E eu agora que descobri uma forma de o trazer de volta, não a vou largar.

–E onde fica o Dean neste cenário todo? As consequências, Sam… Como achas que ele se vai sentir? – Perguntou. – Eu pelo que conheço do teu irmão, sei que ele não vai gostar do que estás prestes a fazer.

–Eu não quero saber das consequências.

Ela olhou-me preocupada. Eu sabia que as minhas respostas não eram as que ela gostaria de receber. E eu sabia que estava a brincar com o fogo ao seguir em frente com isto, mas continuaria na mesma com o plano. Não tinha mais nada a perder.


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