When I Was Your Man escrita por Reky


Capítulo 16
Into your arms, em seus braços


Notas iniciais do capítulo

Okay, pelo tamanho discrepante deste capítulo em relação aos outros, acho que dá para perceber que COISAS VÃO ACONTECER. Coisas tensas. Coisas que VOCÊS PRECISAM LER para entender a mente deturpada da Rose! Hehehe.
O título do capítulo veio de uma música linda que eu amo de paixão do The Maine. Ela, por acaso, está naquela playlist que fiz de WIWYM (; Se quiserem dar uma olhada e se apaixonar pelo John tanto quanto eu, vão em frente. Mas se lembrem que ele é meu!
Enfim, no capítulo passado passamos dos 1.000 Hits e do marco de 60 reviews! UHUL! E estamos na reta final da fic! Depois deste capítulo, apenas mais quatro e então será o fim de WIWYM ): Alguém aí já está com saudades? o/
Enfim (tenho falado muito esta palavra ultimamente, ugh!), espero que tenham uma boa leitura e que o capítulo compense pela confusão e tamanho dos capítulos passados (;
Beijos, até lá em baixo!



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Scorpius secretamente agradecia por Rose ter escolhido uma sala maior do que um armário de vassouras daquela vez. Na verdade, ter uma sala de aula inteira para eles era um grande avanço depois das últimas semanas. Ele riu internamente enquanto puxava Rose para perto de si e colava seus lábios aos dela, aquela felicidade constante que o arrebatava sempre que pensava nela, tocava-a ou tinha apenas um vislumbre dela.

Sinceramente? Scorpius não se importava com mais nada contanto que tivesse Rose em seus braços.

Exceto, é claro, que os fatores segredo e Corin estavam tomando uma boa parte de seus pensamentos nos últimos dias, também.

Ele sabia que Rose e Corin não tinham terminado - ainda, era o que ele repetia para si em pensamentos. Porque, obviamente, ela terminaria com ele. Afinal, Rose não se demonstrava completamente feliz e entregue quando se encontrava com Scorpius? Então, não havia mais motivos para que continuasse com seu namorico com o apanhador da Grifinória.

Esse era um pensamento que fazia total sentido na cabeça dele.

Entretanto, as semanas passavam e ele continuava tento vislumbres de Rose e suas mãos nas mãos de Corin e seus lábios nos lábios dele e seus sorrisos, embora incompletos, frágeis e quebradiços, sendo dirigidos a cada palavra que ele sussurrava em seus ouvidos.

Aquilo o estava enlouquecendo - assim como a ambiguidade de seus sentimentos. Durante muito tempo, tudo o que ele mais desejara era ter Rose de volta ao lugar onde ela pertencia, de volta a seus braços. E quando ele, finalmente, conseguira, não se encontrava certo sobre isso. As reações dúbias de Rose o confundiam mais do que nunca - ela demonstrava querer ficar com ele, mas não fazia nada para acabar com Corin.

Todos os seus medos do tempo em que namoravam pareciam estar voltando. O medo de perdê-la tão facilmente quanto perdera, o medo de apenas três palavras - as palavras que dominavam seu coração praticamente desde o momento em que a conhecera - a afugentarem para longe, a confusão ambulante que Rose Weasley era o atormentando de dia e o impedindo de dormir à noite.

Mas, novamente, esses eram os riscos de quem se envolvia com ela.

E, para Scorpius, era um preço que valia a pena pagar se isso significasse tê-la junto a si.

O único problema, porém, é que ele não queria segredos, muito menos Corin Hoover, envolvidos naquela história. Scorpius queria exclusividade; ele queria poder ser o único que entrelaçaria suas mãos às dela no meio dos corredores, o que afastaria os cabelos ruivos de sua orelha e se inclinaria para sussurrar palavras mornas, aquele que a faria rir completamente.

E, para isso, ele precisaria que Rose fizesse alguma coisa a respeito de Corin.

Agora.

Assim, ele se afastou dela por um momento, segurando sua cabeça entre as mãos e observando aqueles olhos azuis que não eram os mesmos desde o retorno das férias de verão. Céus azuis não deveriam ficar nublados daquela forma por tanto tempo e, se Corin tivesse algo a ver com aquilo, Scorpius mais do que alegremente espantaria aquelas nuvens obscuras da visão de Rose.

“Termine com Corin, Rose.”

A reação dela o surpreendeu. Ao invés de parecer contente ao ouvir aquelas palavras - ou até mesmo aliviada -, Rose ficou estática. Dando alguns passos cambaleantes para trás, ela se afastou dele com os olhos arregalados.

“O… O quê? Por que está dizendo isso, Scorpius...?”

Ele franziu o cenho. Ora, aquilo não era óbvio?

“Porque Corin obviamente não faz bem a você e eu estou preocupado com isso.” Scorpius fechou os punhos ao lado do corpo, sentindo a angústia que sempre se apossava de si quando pensava no estado em que Corin deixara Rose. “Porque eu faria bem a você.”

A resposta dela foi categórica e tirou o chão de seus pés.

“E o que te faz pensar isso? Que absurdo!”

Scorpius teve que engolir em seco e se apoiar na parede mais próxima depois disso. Precisou de alguns segundos antes de, com o semblante ferido, restabelecer-se. Surpreendeu-se ao ver Rose dar mais alguns pequenos passos para trás. Ela estava com medo? De quê, raios?!

“Rose,” ele começou, preparando-se para fazer a pergunta que vinha martelando em sua cabeça há tempos. “Por que diabos você namora Corin Hoover?”

Ela balançou a cabeça de um lado para o outro, parecendo assustada com o rumo que a conversa estava tomando.

“Não estrague tudo, Scorpius.”

Ele não se abalou. Pelo contrário, a hesitação de Rose em responder sua pergunta apenas o impulsionou. Dando passos seguros na direção dela, ele a observou se afastar até bater com as costas na parede oposta. Scorpius estava cego pela ira, pela confusão e, acima de tudo, estava ferido. Ele não se importava mais.

“Por que diabos você namora Corin Hoover?!” Ele sibilou entre os dentes, pegando os pulsos de Rose em suas mãos e trazendo seu rosto a centímetros de distância do dela.

Naquele instante, viu o pequeno fogo que sempre tomava conta dos olhos de Rose quando ela se sentia ameaçada ou desafiada. Ele sabia o que aconteceria a seguir - os anos de convivência, apesar de tudo, em alguns momentos mostravam que Rose tinha, sim, um padrão. E, quando se encontrava acuada como estava, ela estufava o peito e se fazia de indiferente.

“Os pais de Corin descobriram sobre o comportamento desprezível dele - você sabe, a forma como ele saía com várias garotas ao mesmo tempo - e o obrigaram a tomar um jeito.” Rose deu de ombros, como se estivesse comentando sobre o tempo. “Ele precisava mostrar que tinha mudado. Eu estava ali, obviamente mostrando que estava impressionada com ele. Sou filha de Hermione Granger e Ronald Weasley. Unimos o útil ao agradável.”

Scorpius se afastou um pouco, confuso.

“Então, vocês não estão namorando?”

“Ah, estamos sim. Eu só sou a oficial.”

“O que quer dizer com isso?” Ele disse, franzindo o cenho uma vez mais.

“Bom, estamos namorando… Mas você também tem que considerar as outras nove garotas com quem Corin tem se encontrado nesses últimos tempos.”

“O QUÊ?!”

Rose suspirou, parecendo não se importar muito com isso. O problema é que Scorpius ainda conseguia ver as pequenas nuvens naqueles olhos que tentavam desviar dos seus a todo custo.

“Não precisa gritar, Scorpius. Não é realmente grande coisa. Todo mundo algum dia faz isso, você sabe.”

Scorpius se retesou, um arrepio percorrendo cada célula de seu corpo.

“O que você quer dizer com isso…?”

Rose rapidamente levantou seus olhos para ele, parecendo finalmente notar o que havia dito.

“Scorpius… Não… Eu não quis dizer isso da forma como soou…!”

Ele balançou a cabeça, desviando-se dos dedos que tentavam pegar seus braços, puxar seu uniforme, trazê-lo para perto. Ele não queria que Rose o tocasse. Ele não queria olhá-la. Não sabia se conseguiria aguentar o que isso faria consigo mesmo.

Mordeu o lábio inferior, as articulações de seus dedos mais doloridas do que jamais estiveram.

“Eu sou apenas a sua forma de se vingar de Corin…?”

“Não!” Rose gritou, finalmente conseguindo alcançá-lo e pegar seu rosto entre suas mãos. “Scorpius, por favor, não pense nisso nem por um segundo…!”

“Então, o que eu sou para você, Rose?! O que Corin Hoover é para você?!”

Lentamente, ela deixou suas mãos caírem ao lado de seu corpo. Tensa, suspirou. Scorpius cruzou os braços em seu peito, tentando manter-se o mais distante possível dela. Sentia seu peito pegar fogo e seu estômago revirar. Queria sair dali, mas não podia. Não agora.

Ele só tinha medo de não aguentar o enjoo que sentia no momento.

“Minha relação com Corin é complicada demais para você entender, Scorpius.”

Ah, ela não se livraria dele tão facilmente assim.

“Explique.”

“É só que…" Ela suspirou, visivelmente incomodada. Não parecia muito orgulhosa do que diria a seguir. "Okay, não quero parecer amargurada ao dizer isso, mas lá vai: as pessoas esperam coisas de mim, Scorpius. Elas esperam que eu aja de certa forma, esperam que eu fale de outra, esperam, esperam e esperam. Eu não suporto isso. Às vezes, sinto como se minha vida estivesse toda planejada desde o nascimento.”

Scorpius revirou os olhos, impaciente com aquela ladainha.

“E você odeia coisas previsíveis.”

“É isso mesmo, eu odeio…” Ela fez uma pausa, como se contemplasse sua próxima frase. Parecia estar com medo, raiva e confusa, tudo ao mesmo tempo. “Até você espera coisas de mim, Scorpius. Que eu te assuma, que voltemos a namorar, que eu te dê meu coração inteiramente. Corin não espera nada de mim, a não ser que eu continue sendo o exemplo de namorada para seus pais. Fazendo isso, ele ficará feliz e não questionará nenhuma das minhas decisões. Ficando com ele, eu ainda posso ser livre e, sempre que possível, tentar fugir desse destino premeditado. Eu gosto disso. De, quando possível, fugir às regras e construir minhas próprias regras, minha própria vida. Eu apenas quero ser eu mesma, sem toda essa pressão em cima de mim.”

Ele ficou em silêncio por um momento, pesando as palavras que ela lhe jogara. De alguma forma, aquilo só deixara tudo ainda mais confuso.

“Eu fui uma dessas fugas? Fui apenas um meio de você dizer ao mundo que você não seria aquilo que eles querem? Quando você estendeu sua mão para mim, no primeiro ano, perguntando se poderia ser minha amiga… Era nisso que você pensava?”

Rose negou com a cabeça.

“Não, Scorpius. Você foi tão mais do que apenas isso.” Ela sorriu, como se estivesse guardando um segredo. “Você foi minha única exceção.”

Scorpius não sabia como se sentir a respeito disso. Ele se virou, andando pela sala sem rumo, levando as mãos ao cabelo e bagunçando-os mais do que já estavam. Rose Weasley, Rose Weasley… O que você quer de mim?! E então, a confusão transformou-se em raiva. Subitamente, Scorpius virou-se e se lançou na direção de Rose. Pegou-a pelos ombros e firmou seus olhos nos dela, tentando, pela milésima vez, entrever o que eles escondiam, quais eram as intenções por trás deles, o que raios ela esperava que ele fizesse!

Por que diabos ela simplesmente não abria a boca e lhe falava?!

E então veio a ele que Rose Weasley era simplesmente a garota mais egoísta que já conhecera em sua vida. E, embora quisesse distância dela - agora, por Merlin! –, também percebeu que não adiantaria. Que já era tarde demais para isso. Rose Weasley conseguira, desde aquele primeiro instante há tantos anos, capturá-lo em sua rede de confusões, egoísmo e drama, onde tudo o que importava era ela ela ela ela.

Scorpius tinha que brindar a isso. Mas, como isso era impossível no momento, ele apenas riu. Levantou a cabeça e soltou a gargalhada mais alta de sua vida. Continuou gargalhando mesmo quando as lágrimas começaram a saltar de seus olhos e escorrer de suas bochechas para o pescoço. Na verdade, ele mal percebeu que estava chorando até começar a soluçar e sentir os braços de Rose o rodearem pela cintura. Pela forma como suas costas arqueavam vez ou outra, ela estava chorando também.

Provavelmente, percebera que Scorpius já estava farto de toda aquela merda.

Não havia como a situação piorar, então ele apenas decidiu vomitar tudo o que lhe engasgava.

“Eu gostaria de saber como deveria me sentir sabendo que pertenço a você, você me pertence, mas que não devemos - não podemos – ficar juntos. E tudo por causa desse seu egoísmo estúpido!”

Rose suspirou, exausta, e se sentou ao seu lado quando ele se jogou em uma das carteiras, acariciando levemente os ombros de Scorpius. Seus dedos estavam gelados por cima da camiseta dele.

“Isso está além do meu alcance por enquanto, Scorpius.” Ela levantou os olhos vermelhos para ele e afastou seus cabelos se sua fronte para conseguir uma visão melhor dos orbes cinzentos dele. “Mas acho que você já sabe como me sinto em relação a você. Isso não é mais segredo depois de tudo pelo que passamos. Porém, ainda não me sinto preparada para ser sua namorada. Não agora.” Ela balançou a cabeça.

Ele suspirou, quase sem forças para retrucá-la àquela altura do campeonato.

“Você já foi minha namorada.”

“Aquilo foi um namorico de pré-adolescentes, Scorpius! Não era sério!”

“Foi sério para mim.”

Ela ficou calada. Alguns instantes depois, suspirou pesadamente, massageando suas têmporas.

“Eu sei. Desculpe… Não quis dizer isso dessa forma. De novo.” Rose voltou a observá-lo, cautelosa. Depois de alguns minutos de silêncio em que ele estivera absorvendo a última meia hora de acontecimentos, ela perguntou. “Tudo bem?”

Foi como um copo de cristal se quebrando em uma parede de pedra. Foi como se os estilhaços estivessem voando para encontrar aquele ponto dolorido que o estava matando por dentro. Foi como despejar uma cachoeira inteira das mais controversas emoções naquele mesmo copo.

É impossível preencher um copo que já foi quebrado, assim como também é impossível reconstituí-lo completamente de forma perfeita. Nem com magia, nada que se quebrava poderia alguma vez ser inteiramente como novo uma outra vez.

“Não, não está bom para mim, Rose Weasley, porque eu amo você, por mais que você não queira isso. Eu amo você desde os doze anos, te amei quando namoramos, te amei mesmo quando terminamos e desde então continuo te amando.”

Ela o olhou como se ele estivesse ficando louco.

Bem, talvez estivesse mesmo.

“Não,” Rose acenou. “Impossível.”

Scorpius explodiu. Ele não acreditava que tinha mais forças para isso, mas algo naquele impossível o compelia.

“Por que é tão difícil assim para você acreditar que alguém poderia te amar de verdade?!”

“Você não entende, Scorpius! Isso não tem nada a ver com alguém me amar! Será que não vê?! Eu não acredito que você possa sentir… isso por mim!” Ele se retraiu.

Isso?!”

Rose balançou a cabeça.

Isso não é justo,” ela soluçou. “Por quê?” Sua voz não era mais do que um sussurro, Scorpius teve de apurar a audição para ouvi-la melhor. “Só… Não estrague tudo, Scorpius Malfoy.” Rose suspirou uma última vez, levantou-se e se foi.

Naquele dia, Scorpius percebeu que Rose não voltaria "ao lugar onde pertencia", muito menos aos braços dele. Por mais que não quisesse admitir, entendia ao que ela se referira anteriormente. Rose Weasley não pertencia a lugar algum, a não ser a si mesma.

Para Scorpius, não havia nada mais solitário do que aquilo.

Talvez, sentir-se solitária quando há tantas pessoas ao seu redor seja o mais solitário ponto que uma pessoa jamais possa chegar. Esse foi seu último pensamento antes de tudo escurecer.


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Notas finais do capítulo

Acho que só pelo tamanho o capítulo merece MUITAS reviews *-* Hehehe. Brincadeiras à parte, o pessoal sumiu de novo no capítulo passado ): Sério, só 7 visualizações, galera? Ele não era tão inútil assim, não!
De qualquer forma ( * procurando incessantemente sinônimos para "enfim" * ), o que acharam do capítulo? Vocês esperavam isso da Rose? Neste capítulo, entrei bastante em um assunto que tento abordar em uma outra fanfic minha e acho que ficou bem melhor explicado aqui do que lá, hahaha. Hã... O que mais? Sim, o Scorpius é um pobre coitado. Mas como eu disse para algumas pessoas aqui, o Scorpius ama demais e a Rose é livre demais. Os dois tem personalidades muito discrepantes e querem coisas muito diferentes para conseguirem ficar juntos no momento. E é sobre isso que este capítulo fala.
Não acreditem que tenho prazer em fazer isso com meu pobre Scorpius, porque não tenho. Mas só queria deixar as intenções da Rose bem claras e espero que vocês tenham-na compreendido melhor depois disso. Qualquer coisa, estarei disposta a responder perguntas em seus reviews (:
Até segunda! (wow, deixei um bom cliffhanger para vocês pensarem nesse fim de semana, hein? hahaha). Beijos!
PS: O próximo capítulo já está pronto e tem mais de 1.000 palavras e seis páginas no total! Quem mais quer celebrar?!



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