When I Was Your Man escrita por Reky


Capítulo 17
Antibodies, anticorpos


Notas iniciais do capítulo

Oláa! Então, estou de volta!
E aí, pensaram muito em WIWYM durante o fim de semana?! Hahaha.
Este capítulo é outro que está bem maior do que os anteriores. Espero que vocês tenham gostado de ver que WIWYM também é capaz de ter capítulos longos (; O próximo ainda não está pronto, mas, provavelmente, será um pouquinho maior, também.
De qualquer forma, espero que gostem da leitura ((:
Até lá em baixo! hehehe



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Os dias que se seguiram depois daquele foram decisivos na relação de Scorpius e Rose. Oficialmente, tudo estava acabado. Não havia mais como voltar atrás, como retornarem ao que eram antes. Mesmo aquela amizade que tinham… Era o fim para eles.

Pela primeira vez, Scorpius se sentia livre da confusão ambulante que Rose Weasley era.

E aquilo não o incomodava mais. Era como se tivesse colocado todos os sentimentos que uma vez tivera por ela em um baú e o trancado a sete chaves, escondendo-o no lugar mais obscuro de seu coração e mente. Scorpius não tinha nem de se esforçar para esquecê-la daquela vez. Na verdade, era como se seu corpo houvesse desenvolvido uma forma de se proteger de qualquer coisa que envolvesse Rose, como um anticorpo macroscópico. Vê-la com Corin pelos corredores não lhe causava mais nenhuma reação; ouvir sua voz não lhe fazia mais ter aquela sensação estranha no estômago. Desde que acordara depois da última conversa que tiveram estava assim. Como se, em sua inconsciência, tivesse feito a decisão de que, a partir daquele momento, Rose Weasley não significaria mais nada para ele.

Porém, ele podia ver que Albus estava começando a se preocupar com seu desinteresse constante. Scorpius havia se segregado não só de Rose, mas do mundo desde então. E, infelizmente, o mundo incluía Albus. O amigo era muito para ele aguentar. Os anticorpos eram para Rose e, como Albus, de uma forma ou de outra, sempre estaria ligado a ela, ele também fora desligado de suas atenções.

Um dia, o garoto o esperava do lado de fora do Grande Salão. Já fazia mais de duas semanas que Scorpius não se sentava com ele e, à princípio, ele acreditava que Albus julgara que ele precisava de um tempo para estudar ou apenas ficar sozinho. Mas, conforme os dias passavam, ele via o incômodo do amigo aumentar. Os dois sempre foram inseparáveis mesmo quando Rose não estava presente e, de repente, estar evitando-o daquela forma deve tê-lo deixado confuso.

“O que está acontecendo com você, cara?” Perguntou Albus, parecendo chateado. “Por que tem me evitado?”

Scorpius deu de ombros.

“Deu na telha.”

Ele viu quando Albus apertou os punhos inconscientemente.

“E quanto a Rose? Tem falado com ela?”

Scorpius franziu o cenho, fazendo o que claramente era uma expressão enojada.

“Não me fale dessa vadia.”

Antes que pudesse perceber, Scorpius estava no chão, com a maçã esquerda do rosto dolorida. Algo estava errado com sua boca e Albus estava em cima dele, pronto para acertá-lo novamente. Scorpius não fechou os olhos nem se encolheu. Apenas ficou observando quando o punho do amigo descia em sua direção de novo e de novo e ele gritava palavras que Scorpius não entendia até que a confusão chegou aos ouvidos dos professores e alguém os separou.

Scorpius imediatamente foi levado à Ala Hospitalar. Albus, não surpreendentemente, levou uma suspensão.

Por precaução, a enfermeira pediu para que ele passasse a noite na enfermaria. Scorpius até tentou convencê-la do contrário, mas então começou a sentir uma dor de cabeça excruciante e acatou aos apelos dela. O resto do seu tempo naquele lugar foi repleto de tédio e sua atividade mais interessante consistia em olhar as paredes ou contar os vincos dos lençóis em cima de suas pernas já que ninguém mais sofrera um acidente naquele dia. Já passava das oito horas da noite quando, repentina e surpreendentemente, a imensa porta da enfermaria abriu e uma hesitante Rose Weasley entrou por ela.

“Precisa de algo, querida?” Perguntou a enfermeira encarregada, sua cabeça aparecendo pela porta de seus próprios aposentos do outro lado do cômodo.

Rose balançou a cabeça.

“Não, senhora Humphrey. Muito obrigada, mas só estou aqui para visitar.” Disse, meneando a cabeça na direção de Scorpius. Antes que pudesse perceber, sentiu seu corpo gelar. O que diabos ela queria com ele?!

Por favor, mande-a embora. Diga que já passou do horário das visitas, mas faça-a ir embora! Ele pensou, olhando fixamente para a enfermeira. Ela, por sua vez, relanceou seu olhar entre Scorpius e Rose, sorriu e acenou uma última vez antes de se enfiar novamente em seu quarto.

Ele não evitou um gemido enquanto Rose se aproximava de sua cama e puxava um banco para perto.

“Está doendo tanto assim?”

Scorpius revirou os olhos.

“Como o inferno.”

A garota ficou em silêncio por alguns instantes, mordendo o lábio inferior e apertando a barra de sua saia com força. Ele suspirou, impaciente com aquela enrolação. Se ela queria falar alguma coisa, que dissesse logo, raios! Não queria mais engolir toda a besteira daquela garota. Estava farto como já deveria estar há muito tempo.

“O que diabos você quer?”

“Então, eu sou uma vadia?” Ela perguntou ao mesmo tempo que ele.

Scorpius ficou quieto, segurando sua vontade repentina de se mexer em sua maca.

“Foi Albus quem te disse isso?”

Rose suspirou, parecendo exausta.

“Não. Eu estava lá. Pude ouvir claramente.”

O garoto engoliu em seco e enfiou as mãos dentro dos lençóis, apertando sua própria calça. Droga, pensou, estreitando os olhos. Parece que ela ainda me afeta de alguma maneira. Malditos anticorpos.

Mais alguns minutos de silêncio se passaram entre eles. Se Rose achava que Scorpius iria se desculpar, estava muito enganada. Ela havia feito pior com ele em todos aqueles anos e tudo o que ela havia feito fora sussurrar um sinto muito que não parecera tão verdadeiro assim no final das contas.

Veja só o estado em que estamos hoje, ele balançou a cabeça mentalmente. Em frangalhos.

A voz de Rose o surpreendeu.

“Lembra-se daquele dia em que disse que acreditava que em alguma outra vida nós fomos casados?”

Scorpius assentiu, não entendendo a que ponto ela queria chegar. De onde ela desenterrara aquela memória?! Céus, aquilo fora no segundo ano! Sua indignação foi interrompida pelo sorriso carinhoso que Rose lhe lançava.

“Eu tenho que ser sincera com você, Scorpius. É o que eu te devo depois de tudo o que aconteceu. Venho tentando encontrar um meio de te falar isso desde então, mas fui covarde demais para me aproximar e…” Ela suspirou, abanando a cabeça. “Veja só a que ponto chegamos. Enfim...”

Scorpius levantou um dedo, interrompendo-a em sua fala. Em seu peito, sentia seu coração pular fortemente, como se quisesse alçar voo e ir ao encontro daquela linda menina ao seu lado. Droga, Scorpius pensou e fechou os olhos com força. Droga, droga, droga, droga. Ele não estava preparado para aquilo. Não agora, quando todas as proteções que ele achara ter construído a sua volta pareceram ruir no instante em que Rose dissera que, enfim, seria sincera com ele. Droga, por que só agora você me dá tudo o que eu sempre quis, sua idiota?

Ele não estava preparado para aquilo.

Mas a curiosidade sempre mata o gato.

Scorpius respirou fundo, sentindo que não aguentaria mais uma dose de revelações de Rose. Aquilo não estava certo. Por que seu coração insistia em acordar sempre que ela estava por perto? Será que eu sou masoquista?

“O que…” Ele dizia com dificuldade, sentindo o peito pesado. “O que você quis dizer com aquilo de reencarnação agora? Por que você desenterrou isso tão de repente?”

Rose o olhava com cautela.

“Tem certeza de que quer ouvir isso? Você não parece muito bem agora… Na verdade, está bem pálido. Quer que eu chame a Madame Humphrey?”

“Não!” Scorpius pegou a mão dela no instante em que ela se levantava para chamar a enfermeira. As palavras que lutava para não sair de sua boca finalmente ganharam a briga. “Fique. Fique e me conte tudo o que você veio me dizer.”

Rose sentou-se novamente, agora parecendo um pouco desconfortável. Pelo jeito, ela também queria evitar aquele momento. Lançou um olhar para a mão de Scorpius que ainda a segurava e ele prontamente fez menção de afastá-la, mas Rose agarrou-a, surpreendendo-o uma vez mais. Ela fez uma concha com suas mãos, envolvendo a dele delicadamente, e então começou a acariá-la, olhando somente naquela direção no momento em que começou a falar.

“Eu apenas me lembrei disso em uma noite dessas e isso me fez perceber algo.” Scorpius assentiu, preparando-se para o que viria a seguir. Rose levantou os olhos para ele novamente. “Eu percebi que, se existir mesmo esse negócio de reencarnação, se não nesta vida, na próxima, tenho certeza de que algum dia ficaremos juntos.” Ela apertou suas mãos juntas, observando cada reação no rosto dele. Scorpius tentou se manter o mais inexpressivo possível, apesar de seu coração estar batendo sonoramente em seu peito. Rose continuou. “Mas, por enquanto, eu simplesmente acho que não estamos prontos. E estou me referindo tanto a mim quanto a você.”

Scorpius podia sentir como seus olhos deveriam estar parecendo naquele momento - surpresos como nunca, emocionados até. Ele não acreditava no que estava ouvindo. Parecia demais para ser verdade. Lentamente, levou a mão que ainda estava escondida debaixo de lençol para perto da coxa e se beliscou.

Aquilo não era um sonho. Como assim aquilo não era um sonho?

Rose sorriu ao vê-lo levantar a mão para tocá-la na bocheca e fechou os olhos com aquele tenro carinho. Quando os abriu, pela primeira vez Scorpius percebeu que as nuvens que anteriormente se faziam tão presentes ali começaram a esvanecer. Aos poucos, Rose voltava a ser aquela mesma menina de antes. Aquela por quem ele se apaixonara. Aquela por quem, apesar de tudo, ainda encontrava-se apaixonado.

Ele já era um caso perdido, afinal.

“Por isso,” Rose prosseguiu. “Vamos apenas continuar com nossas vidas medíocres até o dia em que saberei, ao olhar para você, que aquele será o dia em que tudo mudou.

Scorpius não conteve o pequeno sorriso que se apossava de sua face. Sem dúvidas, não era nada do que ele pedira, mas era o máximo que poderia esperar dela. Pelo menos por enquanto teria de se contentar com aquilo. Por enquanto, era o bastante.

E, bom, ele realmente acreditava naquilo. Rose sempre voltaria para ele, de uma forma ou de outra.

Se não fosse destino, o que mais seria?

Scorpius sorriu.

“Mal posso esperar por esse dia.”


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Notas finais do capítulo

Okay, acho que vocês devem estar querendo me matar (ainda mais) depois dessa, né?
A Rose é confusa e o Scorpius já está bem farto de tudo isso, como deu para notar. Só que a diferença é que ela FINALMENTE notou que ela perderia o Scorpius de vez caso continuasse sendo a egoísta que era. Então, é. Este capítulo marca a "trégua" dos dois. Os sentimentos deles são muito intensos, mas a relação deles está muito fragilizada para que eles continuem juntos, então é como se eles estivessem decretando "um tempo", embora os dois saibam que, algum dia, no fim, tudo ficará bem (:
Espero que tenha deixado isso claro! hahaha.
Quarta-feira tem mais! E, aimeudeus, WIWYM já está acabando! D: Segunda-feira que vem o último capítulo será postado... Estão todas preparando os corações para os próximos capítulos? Hahaha.
Beijos, até quarta! (;



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