Lucia.

Acordo deitada em um banco do avião, me sinto enjoada, não me lembro como fui parar aqui, só me lembro de ter pulado de algum lugar, eu estava fugindo de alguém que no momento não me veem a cabeça.

Tento levantar meu tronco, a dor é insuportável, mas preciso ser forte. Olhe para minha pernas e vejo que tem um pano enrolado em meu cornozelo que por sinal dói muito, tento me sentar com o pé para baixo, tento andar mais dói muito então começa a arrastar meu pé direito e só com o esquerdo, chego a cabine do piloto e lagrimas começam a sair instantaneamente dos meu olhos, o velho morto?

Não que eu gosta-se dele, mas ele sangrava muito junto do piloto. Como assim? Então onde eu estou? Um tipo de avião o.k, mas esta pousado em uma ilha e seu piloto esta no chão sangrando e muito. Posso não me lembrar de muita coisa, mas não sou burra e sei que este avião caiu e eles estão mortos, e que por algum motivo eu estou aqui. Começo a me 'arrastar' para fora em busca de qualquer coisa, eu não estava sozinha, alguém amarrou isso em meu tornozelo e não foi um fantasma. Tento sair do avião, mas minha tentativa falha e caiu de bruços para a areia, tudo se ativou, dores em todo lugar era como uma explosão no coração, ou campo minado e eu tivesse ativado uma bomba porque a dor era enorme, pensei ter visto um vulto, solto um grito de desespero e fecho meus olhos a espera que algum anjo me leve para o céu

Abro os olhos e não consigo me mover, doí muito, as costas, o tornozelo , e a cabeça, dessa vez avisto uma pessoa sentada no banco da frente, novamente tento me sentar, percebendo minha dificuldade essa pessoa corre para me ajudar, me sento e nos encaramos por um tempo. Reconheço esse rosto, tenho medo desse rosto, ele, ele me prendeu, ela me encarava eu lembro dele, me afasto imediatamente tento parar qualquer contato com ele, meu coração por um momento havia parado, não senti meus pés e tentei me lembrar o que tinha acontecido, eu não lembrava.

–Qual é o seu nome? - ele perguntou, percebi que ele estava sem jeito

–Lu-lu - por um momento esqueci meu nome, eu sabia, mas eu não sei o que deu em mim era como se aquelas palavras não passasem pela garganta-, me chame de Lu.

–Sou Jonh, esta melhor?

–Dói sim, mas o que me deixa pior é não saber o que aconteceu!

Jonh me olhou de modo estranho, eu estava com medo.

–Você quer uma banana? Ou água de coco?

–A água, por favor.

Porque será que ele mudou de assunto meu olhar foi de confusa para desconfiada, peguei o coco e virei o na boca, minha boca que antes estava seca agora tinha um gosto doce, observei o anoitecer de uma janela do avião enquanto Jonh fechava a porta ou tentava já que estava arrombada.

Orei para Deus e fechei os olhos.

Meu coração não batia, ele só estava se quebrando aos poucos a cada TOM, minha vida nunca vai ser como imaginei quando criança, o.k eu não quero ter a vida de dona de casa que cuida de bebes e faz o jantar todo dia, mas também não queria viver com um velho bêbado em casa.

O mundo é mais que desejos, e eu só percebi isso agora.