Série Ômega- O Herdeiro da Maldição escrita por Miyuki Shimizu


Capítulo 9
Capitulo 8- Uma Vizinha Gentil.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, acabei me viciando em um jogo (Star Project) ! Este ficou grande pelo menos. haha



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Charlie estacionou o carro sobre o gramado e assim que saiu pode sentir seu estomago roncar ignorando totalmente. Ele fechou a porta e olhou o seu reflexo no retrovisor, seus cabelos e seus olhos estavam quase ao normal e provavelmente Steve não notaria nada. Ao se virar, Charlie deparou-se com um gato preto que o observava cautelosamente.

Charlie olhou para os dois lados e só então deu alguns passos e se abaixou. Ele pegou o gato e levantou-se segurando o felino para o alto. O gato miava baixinho e o encarava com os seus grandes olhos amarelos. Charlie sorriu, segurou o gato no colo como uma criança e o aninhou na barriga com a mão que estava livre.

– Gatos são criaturas tão fascinantes... Eu não entendo o porquê desse ódio que eu estou sentindo por você. – Charlie falou em um tom baixo enquanto acariciava o bichano.

Ele colocou o gato no chão e este saiu correndo sem ao menos olhar pra trás. Charlie sabia que talvez não fosse aguentar sua fome por tanto tempo e por isso precisava fazer uma grande refeição. Se havia uma coisa que ele odiava mais que se transformar era ter que caçar outros youkais, e ele não estava nem um pouco a fim de ceder á sua fome tão facilmente. Charlie era teimoso, mas além de tudo ele era forte.

Assim que Charlie abriu a porta viu Steve passar com uma tigela cheia de pipoca.

– Charlie, que bom que chegou! Eu estou indo assistir o jogo, quer se juntar a mim rapaz? – Ele passou por um dos sofás e sentou-se na sua poltrona marrom que estava exatamente de frente á televisão.

– Mas é claro– Steve não notou nenhuma diferença e Charlie sentiu-se aliviado no mesmo instante. – Eu não tenho nada melhor pra fazer.

Os dois passaram duas horas assistindo e conversando sobre o final do jogo de basquete. Eles estavam distraídos com a conversa quando o telefone tocou ao mesmo tempo da campainha.

– Eu atendo o telefone e você a porta, certo? – Steve sugeriu primeiro.

– Certo.

Steve foi até a cozinha para poder atender ao telefone e Charlie se dirigiu até a porta. Assim que abriu, uma jovem com longos cabelos loiros escuros o olhava com brilhantes olhos verdes, tão escuros quanto os de Sara, e um belo sorriso no rosto.

– Olá, estou na casa certa? – Seu sorriso diminuiu, suas bochechas ficaram ligeiramente rosadas. Ela colocou as mãos atrás do corpo.

– Depende... Quem você esta procurando? – Charlie sorriu tentando demonstrar confiança. Ele sabia que ela estava nervosa com a presença dele.

– Steve, ele esta aí?

– Charlie, eu terei que... Olá! Você por aqui? – Steve apareceu atrás de Charlie, vindo da cozinha.

– Olá senhor Steve– Ela sorria– Eu poderia lhe pedir um favor?

– Por que não? Em que posso ajudar?

– Bem... Eu...

Charlie saiu da porta e voltou para o sofá. Sua intenção era nada mais, nada menos que deixa-la à vontade, mas isso não significava que ele deixaria de escutar a conversa entre eles.

– Mais uma vez me deixaram trancada do lado de fora, não há ninguém em casa. Eu poderia ficar aqui até que alguém chegue?

– Mas é claro, pode contar sempre com os Farrell. – Steve sorriu. – Mas tem um probleminha, bem, “problema” é só modo de dizer. – Ele parecia sem jeito.

– Então qual seria este “problema”?

– Um minuto. – Steve virou-se e olhou para onde seu sobrinho estava. – Eu acabei de receber um telefonema do laboratório onde trabalho e terei que ir até lá neste exato momento. Você se importaria de ficar aqui com meu sobrinho?

– Sobrinho? – Ela pareceu surpresa. – Imagina.

Steve pediu para que ela entrasse e subiu para os quartos. Ela reparava as coisas em sua volta até que seus olhos pararam em Charlie que estava sentado em um dos sofás. Ela caminhou até o meio da sala vagarosamente.

– Olá, eu não me apresentei ainda.

– Você poderia começar pelo seu nome. – Charlie deu um sorriso torto.

– Sim. – Ela sorriu sentando-se no mesmo sofá de frente pra ele. – Meu nome é Samantha Parker, mas você pode me chamar só de Sam.

– Meu nome é Charlie.

– Nunca te vi por aqui antes.

– É porque eu não morava aqui.

– Não “morava”? – Ela pareceu pensar. – Isso significa que agora você mora, é isso?

– Sim, não faz mais de dois dias. – Ele concordou.

– Seja bem vindo, então seremos vizinhos! Essa foi à única noticia boa que eu recebi a semana inteira.

Um certo interesse pareceu surgir em Charlie.

– Como assim? – Ele deu uma curta risada.

– Eu vou indo pessoal! – Disse Steve ao descer as escadas segurando uma maleta e terminando de vestir seu jaleco. Ao abrir a porta, olhou para os dois. – Comportem-se.

– Pode deixar. – Charlie respondeu e Samantha achou graça de Steve.

Steve saiu fechando a porta e foi em direção ao carro, deixando os dois sozinhos em casa.

– Então... – Charlie tentou retomar.

– Ah é... Sabe, é que ultimamente não aconteceu nada de interessante na minha vida. Meus irmãos me enchem a paciência e meus pais continuam sempre os mesmos– Ela levantou-se. – Esqueci o que era uma novidade até que... Vi você falando com a minha gata de estimação. – Ela sorriu o olhando de escanteio.

– Falando com a sua gata? – Charlie arregalou os olhos. – C-como assim? O que você ouviu? – Ele de repente ficou desajeitado e decidiu colocar um de seus braços atrás da sua cabeça usando-o como apoio.

– Não ouvi nada. – Ela olhou para o teto. – Mas vi você a pegar no colo e...

Charlie riu e ela parou de falar para olhar pra ele.

– Eu sempre gostei de gatos. – Charlie sorriu falsamente.

Ele realmente gostava de gatos, mas isso era antes de se tornar um Youkai-Lobo. Apesar do seu ódio por gatos, ele fazia de tudo para evitar qualquer besteira. Ele não gostava de odiá-los e por isso usava seu autocontrole para poder conviver com eles. Mas naquele momento, isto não vinha ao caso.

– Você não quer um copo de água? – Ele mudou de assunto.

– Sim, eu quero. Obrigada.

– Vem comigo. – Ele levantou e caminhou até a cozinha.

– Desculpa perguntar, mas... Estou entediando você?

– Claro que não! – Charlie virou-se e pode perceber que ela estava próxima dele. – Eu... Não dormi bem, desculpe se eu te causei essa impressão. – Ele falou a verdade. Ele não havia conseguido dormir bem enquanto esteve na floresta na noite passada.

– E se eu te ajudasse a relaxar?

– Relaxar?

– Sim! – Ela pegou a mão dele e o puxou de volta pra sala. – Tem muitas coisas sobre mim que você precisa saber, e uma dessas coisas... – Ela o fez se sentar no sofá e foi por trás para poder massagear seus ombros. – É que eu sou uma ótima massagista.

Charlie tinha que admitir. Sam realmente era uma boa massagista e apesar dele saber que deveria interrompê-la, ele não o fez. Seu cansaço pedia àquela sensação que era proporcionada á ele e, além disso, era apenas uma massagem.

Sam apertava seus ombros e descia para os braços dele. Charlie fechou os olhos e deitou sua cabeça. Ainda por trás do sofá, Sam aproximou seu rosto ao dele.

– Vai dormir agora?

– O que?! – Charlie abriu os olhos e rapidamente levantou-se do sofá. – O que esta fazendo?

– Fazendo você relaxar– Ela sorriu mais uma vez–... Fiz algo errado?

– Não, não... Você não fez nada errado, aliás... Obrigado pela massagem.

– De nada, eu... Acho que vou pra casa, alguém já deve ter chegado e... Saiba que você esta convidado para ir lá quando quiser!

– Obrigado mais uma vez, quem sabe eu acabo indo lá– Ele sorriu. – Alias, quer que eu te leve pra casa?

– Não– Ela riu. – Agradeço, mas somos vizinhos e minha casa é essa logo ao lado.

– Ahh... Certo. Droga! – Charlie bateu sua mão na testa. –Lembrei que tenho que buscar Sara na escola!

– Ah! Sara Farrell... Sua prima?

– Sim, minha... prima. – Ele sorriu.

– Bom, então já vou indo antes que fique mais tarde. Diga um oi á Sara por mim.

– Pode deixar e... Valeu pela companhia.

Sam e Charlie caminharam até a porta, ele abriu e permitiu que ela saísse primeiro.

– Que cavalheiro você é. – Ela sorriu virando-se pra ele e o olhando nos olhos.

– Não foi nada.

Eles puderam notar uma movimentação na casa ao lado. Um rapaz com aparentemente dezoito ou dezenove anos, saiu da casa batendo a porta, com certeza algo o incomodava. O rapaz vestia roupas pretas e um cinto com tarraxas metálicas se destacava em suas calças.

– Carl, é meu irmão mais velho. Suponho que ele tenha brigado com os meus pais outra vez.

– Sinto muito.

– Não sinta.

Ela pareceu fria por um momento e Charlie estranhou. Se outra coisa não tivesse chamado a atenção dele naquele momento, ele teria a questionado, mas Charlie pode sentir a presença de Sara que não estava muito longe dali. Ele olhou para o relógio em seu pulso e murmurou baixinho.

Droga...

– Como?

– Não é nada. – Ele sorriu. – Nos vemos outro dia?

– Amanhã mesmo, quem sabe? – Ela sorriu e rapidamente ficou nas pontas dos pés para poder beija-lo na bochecha.

Ela saiu sorrindo sem dizer mais nada deixando Charlie surpreso mais uma vez. Logo, ele lembrou que tinha se esquecido de Sara, sua vontade era de correr, mas ele esperou Sam entrar em casa com seu irmão. Ele caminhava devagar disfarçadamente esperando o momento certo. Ele pode ouvir a porta se fechar e então saiu disparado pela calçada.


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Notas finais do capítulo

Quem é essa biscate loira atrás do nosso Charlie??? hahahaha Este e o capitulo 9 foram os últimos que já estavam prontos, portanto vou levar um tempo pra escrever os próximos! As férias estão acabando T.T