Our Strange Duet escrita por Elvish Song


Capítulo 37
Um entendimento, afinal


Notas iniciais do capítulo

Erik e Raoul não gostam nem um pouco um do outro; ainda assim, suas esposas são parentes, e se amam. Se não quiserem magoar suas amadas, os rivais terão de fazer um acordo de paz.



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POV Celine

Celine acompanhou o casal De Chagny ao camarote cinco: sabia que Erik estaria esperando por eles lá, com Phillip. De fato, seu marido entretinha o garoto com truques de mágica que envolviam fogo e fumaça. Os olhos da criança brilhavam, e ele parecia totalmente fascinado por seu novo professor.

– Vejo que estão se divertindo – comentou a moça, recebendo nos lábios o suave beijo de seu marido. Ele criou uma pequena cortina de fumaça vermelha, que ela rebateu com outro truque: com as mãos, “transformou” a fumaça em pedra sólida.

– Perfeita – sussurrou o Fantasma, de modo que apenas Celine ouvisse. Em seguida, voltou-se para seus convidados – Boa noite, visconde e viscondessa de Chagny. Bem vindos ao nosso camarote. Espero que gostem da apresentação desta noite.

Os dois casais se sentaram, Christine e Raoul no balcão, Erik e Celine mais para trás, onde ninguém os pudesse ver. Phillip se sentou ao lado da madrinha, contando-lhe animadamente das coisas que o Fantasma lhe mostrara. Curioso, começou a bombardear Celine com perguntas acerca do teatro. Revirando os olhos, divertida, ela lançou um olhar indagador para seu esposo, que assentiu, compreendendo o que ela queria dizer.

– o que acha de, em vez de me perguntar, ir ver por conta própria as coxias, Phillip – perguntou a maquiadora.

– Posso?

– É claro! Venha comigo! Com licença, cavalheiros. – a mulher mais jovem se levantou, acompanhada pela prima, que se voltou para os dois homens:

– Importam-se?

– De modo algum – responderam ambos.

– Comportem-se, rapazes – brincou a figurinista, brincando – quando voltar, eu quero encontrar ambos vivos. – rindo, ela e a prima deixaram o camarote, acompanhadas do pequeno Phillip.

POV Erik

Tentando ignorar a desconfortável presença do Visconde de Chagny, Erik apenas manteve os olhos fixos no palco onde, em poucos minutos, iniciar-se-ia a apresentação. Não obteve grande sucesso, pois logo a voz de Raoul se fez ouvir:

– Sabe, você me surpreendeu, Fantasma. Parece até um homem civilizado... Quem o vir agora, diria mesmo que é um cavalheiro!

Olhando para a corda que amarrava as cortinas, Erik não pôde deixar de pensar – com um sorrisinho maldoso no rosto – que em outros tempos ele a teria usado para estrangular o nobre por seu comentário. Obrigando-se a manter o controle, levantou-se e caminhou até a mesa – Celine pedira que fossem servidos vinho e frutas frescas no camarote. Enchendo duas taças com vinho – a sua com apenas dois dedos do líquido rubro – entregou a de maior conteúdo para Raoul. Sem perder o semblante impassível, falou:

– Deixemos uma coisa bem clara, Visconde: você não gosta de mim...

– fato – confirmou o nobre.

–... E eu não gosto de você.

– Sabe que eu não havia percebido isso, nas três vezes em que tentou me matar?

– E nas quais teria matado, se Christine e Antoinette não o tivessem protegido – completou o Anjo da Música, bebericando de sua taça – Mas não é esse o ponto a que quero chegar.

– E a que ponto pretende chegar, então?

O Fantasma deixou sua taça ainda cheia sobre a mesa e encarou das sombras seu interlocutor; por mais que detestasse o – a seu ver - frívolo e mimado patrocinador do teatro, ele não pretendia estragar a felicidade de Celine e Christine com uma rixa de causa antiga e já resolvida:

– Mesmo não gostando de você, tenho de reconhecer que é um bom homem, e um bom marido para Christine. Eu o respeito por isso. Além disso, nossas esposas são parentes, e gostam uma da outra: eu não pretendo estragar a felicidade delas levando essa hostilidade adiante.

Raoul parecia confuso ao perguntar:

– Devo entender como um pedido de desculpas?

– Não. Eu não me arrependo do que fiz... Não me arrependo de nada em minha vida, pois foi o que me levou a minha Celine. Deve, antes, entender como um pedido de trégua. Somos dois homens adultos: não precisamos ficar presos a ódios passados como se fôssemos crianças mimadas.

– Certo... Agora você me surpreendeu – o visconde se levantou e encarou o Fantasma – Acho que Christine estava certa: não é mais a mesma pessoa. Acabou de ganhar meu respeito com tal atitude.

– Todos mudam. Minha esposa me mostrou isso. – O Fantasma estendeu a mão direita – Podemos esquecer a hostilidade e nos tratarmos, ao menos, com consideração e respeito? Por nossas esposas.

– Por nossas esposas. – Concordou Raoul, apertando a mão do Fantasma.

Não falaram mais depois disso. Cerca de meia hora depois, as damas e Phillip retornaram. Ao ver os dois homens sentados pacificamente, Celine declarou para Christine, piscando-lhe um olho:

– Ganhou a aposta, Christine: eles não mataram um ao outro.

Eles sorriram para suas companheiras, que se sentaram ao lado dos respectivos maridos. Phillip, cansado após uma tarde e começo de noite agitados, sentou-s ao lado de seu professor, já sem ânimo para tagarelar. Poucos minutos depois, com sono, deitou a cabeça no ombro do Fantasma, que se surpreendeu – não esperara que o menino confiasse daquele modo em si, tão rapidamente. Ainda assim, simplesmente pousou a mão no pequeno ombro e murmurou:

– Pode dormir, pequenino. Está em meio à sua família.

Erik ignorou os olhares interrogativos e surpresos dos Chagny e, tomando a mão de sua esposa na sua, deixou-se simplesmente assistir ao belo espetáculo de balé, de cuja direção participara como uma voz a ecoar das sombras.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do entendimento de nosso herói com seu velho inimigo? Eu acho que Celine os deixou a sós premeditadamente, e vocês?



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