Our Strange Duet escrita por Elvish Song


Capítulo 35
Re Apresentações


Notas iniciais do capítulo

O casal De Chagny vai à Ópera Populaire a convite de Celine. A tensão do encontro com o Fantasma da Ópera é dissipado pela presença de Phillip.



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POV Erik

Ele estava pronto: vestido, penteado e já de máscara, esperava por sua mulher, que se arrumava no quarto branco. Com um sorriso nos lábios, foi até ela – vaidosa como era a sua pequena, devia ainda estar escolhendo o que vestir.

De fato, ela ainda vestia apenas combinação, embora estivesse penteada, calçada e perfeitamente maquiada; diante do espelho, segurava diante do corpo um vestido branco, enquanto um vermelho jazia estendido sobre a cama. Envolvendo-a nos braços, ele lhe beijou a face e declarou:

– Você fica ainda mais linda de vermelho.

– Obrigada, querido. Estava em dúvida.

Em um segundo ela colocou o vestido, mas Erik não deixou que fechasse o espartilho: ele mesmo fez isso, cuidando para não apertar demais, com medo de machucar Celine ou o bebê. Ela sorriu e puxou sua mão por sobre a barriga que começava a crescer – como ele amava a delicadeza daquele toque!

– Está crescendo rápido. Mais cinco ou seis meses, e o teremos nos braços, afinal. Creio que será um menino, tão maravilhoso quanto o pai.

– Talvez seja uma menina, extraordinária como a mãe – ponderou o Fantasma, conduzindo Celine em direção à gôndola e ajudando-a a se acomodar na embarcação, antes de entrar e usar o remo para impulsionar o barco. Embora apreensivo com o encontro que tinham pela frente, estava confiante: tinha sua estrela consigo, e sua presença era o bastante para dar-lhe calma e autoconfiança. Tudo ficaria bem.

POV Celine

Celine cumprimentou o Visconde de Chgany, que lhe beijou a mão respeitosamente. Em seguida, abraçou a prima com um enorme sorriso, e depois o fez às duas crianças: Phillip e Gustave. Dando um passo para trás, aceitou o braço que Erik lhe oferecia, e falou:

– Vocês conheceram meu marido numa época em que adotava outro nome... Agora, conheçam-no apenas como Erik. – O Fantasma cumprimentou o casal com um curvar da cabeça, apertando a mão de Raoul e beijando a da condessa.

– Circunstâncias bastante diferentes das de nosso último encontro, senhor Erik – falou o conde; a hostilidade entre ambos podia ser sentida no ar, embora nenhum dos dois houvesse feito menos do que a polidez exigia. Tentando aliviar a tensão, Christine apresentou as crianças:

– Estes são meu afilhado, Phillip – o menino fez uma elegante reverência – e meu filho, Gustave. – Celine pôde ver a apreensão no olhar da prima quando seu Anjo acariciou o rosto do bebê. Mas ele logo desviou a atenção da criança pequena, e se virou para o garotinho Phillip que, tendo dado um passo à frente, perguntou:

– Por que o senhor usa essa máscara? – Christine ia repreendê-lo, mas não o fez ao ver seu antigo mentor sorrir, divertido como nunca o vira. Erik dobrou um joelho para ficar à mesma altura do menino, e respondeu:

– Nem todos têm a sorte de nascer com um rosto bonito como o seu, Phillip. A máscara o assusta?

– Não. É interessante! – o garoto parecia fascinado pelo homem à sua frente – Minha madrinha disse que o senhor é músico.

– Entre outras coisas – respondeu o homem moreno, tirando de dentro da capa uma caixa e cobrindo-a com um lenço vermelho. Com um puxão rápido, o lenço caiu para revelar não uma caixa, mas uma pomba branca que alçou vôo e saiu por uma janela. Os olhos do garoto brilharam de curiosidade e excitação, enquanto um sorriso discreto surgia nos lábios de Christine e Raoul.

– Uau! Como fez isso?!

– Um mágico não revela seus truques... – começou Erik, completando ante o olhar frustrado do menino – A não ser para um futuro mágico.

– Eu quero aprender! – O pequeno parecia totalmente fascinado pelo homem de máscara – Ensine-me mágica! Ensine-me música! Por favor!

A gargalhada do Fantasma soou leve e alegre, antes que dissesse:

– Antes, eu preciso saber quem é você.

– Eu sou Phillip! – respondeu a criança, beirando o desespero, tamanha a ansiedade que a acometia.

– Boa resposta, rapaz – Erik já começava a gostar muito daquele garotinho, e desarrumou-lhe os cabelos – Mas quem é Phillip? É isso o que eu quero saber, até para saber como devo ensiná-lo. Preciso conversar com você – lançou um olhar para o casal De Chagny – se seus tutores mo permitirem.

Raoul e Christine se entreolharam preocupados, mas, afinal, a moça declarou:

– Pode ir, Phillip.

– Com sua licença, Visconde, senhoras – ele se levantou, fez uma elegante mesura, beijou sua mulher com carinho e tomou a mão de Phillip na sua. – Vamos, meu jovem amigo? Quero lhe mostrar uma coisa.

Ao sentir a mãozinha pequena segurar a sua com tanta confiança, o Anjo da Música sorriu internamente: não conseguia acreditar que, há pouco mais de um ano, ainda se encontrava naquela morte em vida na qual mergulhara após ser deixado por Christine. Hoje, era um homem totalmente diferente! Sua música e sua arte haviam voltado a criar asas, agora muito maiores e poderosas do que jamais haviam sido.

POV Celine

Após ver seu marido e o pequeno Phillip saírem por uma porta lateral, a jovem se voltou para os De Chagny, e perguntou:

– Gostariam de ver os preparativos para a estréia desta noite, senhor e senhora De Chagny?

– Para você, Celine, somos apenas Raoul e Christine – respondeu o Visconde de Chagny, oferecendo o braço à esposa, que se voltou para a ama de Gustave:

– A carruagem está lá fora, esperando por vocês. Volte para casa, por favor. Devemos voltar tarde hoje, então não nos espere para fazê-lo dormir.

Enquanto a ama obedecia, a jovem artista não pôde deixar de pensar que, no lugar de Christine, jamais permitiria que uma ama cuidasse de seu bebê, mas guardou sua opinião para si mesma. Com um sorriso, guiou os amigos em direção aos bastidores.

Por toda a tarde, Christine e Raoul reviram velhos amigos e fizeram novas. Bruna – a atual Prima Donna – não pôde resistir a ensaiar ao lado de Christine, e ouvir suas vozes em conjunto foi um privilégio. Entusiasmada, Celine também ergueu a própria voz para acompanhá-las, o que fez ambas silenciarem, surpresas:

– Como você fez isso, Celine? Que voz incrível! – exclamou Bruna – por que não está entre os cantores? Você poderia ser a Prima Donna!

– Eu gosto de cantar – respondeu a maquiadora, com simplicidade – mas gosto de muitas outras coisas, também.

O assunto se encerrou enquanto prosseguia a visita do casal às instalações da ópera. Pelo olhar da prima, Celine viu que, para ela, estar ali era voltar ao lar. Por mais que amasse o marido, a ex-cantora amava a música com a mesma intensidade; e a artista podia compreender perfeitamente bem aquele sentimento. Era muito bom poder compartilhar com ela aquele mundo que fazia parte de ambas, um elo ainda mais forte do que qualquer laço de sangue.

Naquela tarde, estava tudo em paz.


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Notas finais do capítulo

O que será que Erik e Phillip vão conversar? O que acham?
Gostaram do capítulo? Outro vindo logo, logo.