Our Strange Duet escrita por Elvish Song


Capítulo 34
Phillip


Notas iniciais do capítulo

Quem é o garoto Phillip? Leia e descubra.



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POV Celine

O garoto deixou a sala pouco depois, e Celine pôde perceber um olhar triste na prima.

– O que foi, Christine?

– É Phillip... Sua mãe era nossa governanta, até morrer de tuberculose. Ele não tinha mais ninguém, então, eu Raoul o tomamos sob nossa guarda. Mas não é fácil: ele se tornou arredio e indisciplinado, e meu marido tem perdido a paciência com o menino. Ainda outro dia, queria mandá-lo para um internato: eu consegui fazê-lo esperar até o pequeno ter onze anos.

– Já pensou que isso pode ser devido à perda da mãe?

– Já! Mas Phillip não aceita falar sobre isso. Pensei em adotá-lo, mas Raoul se opõe... Questão de herança e título, essas coisas tolas com que os homens se preocupam tanto. Damos a ele a melhor educação possível, incluindo professores de música, esgrima e equitação, mas nada parece interessá-lo. Adora piano, e ainda assim não parava de discutir com o professor. Ele simplesmente não aceita qualquer tipo de disciplina!

Celine olhou para a passagem pela qual o garoto sumira: podia ouvir a respiração dele, acelerada, enquanto o menino as observava por trás da porta – Erik treinara bem os ouvidos de sua esposa. Virando-se para Christine, murmurou:

– Eu tenho uma idéia. Importa-se se eu tocar algo ao piano?

– Nem um pouco. Seria maravilhoso – Christine podia bem imaginar quão bem treinadas deviam estar as mãos da prima, após um ano de convivência com o Fantasma da Ópera.

Sentando-se no banco do piano de cauda, a artista ergueu a tampa e posicionou os dedos nas teclas. Fechando os olhos, deixou transparecer todo o seu amor pela música enquanto tocava a primeira música que seu Anjo lhe ensinara. Christine devia conhecer aquela música, pois começou a cantar, acompanhando-a. Após longos minutos, percebeu a presença de Phillip ao seu lado, e parou de tocar.

– Gosta de piano? – perguntou para a criança.

– Gosto. Mas o professor batia em meus dedos com uma vara, quando eu errava, então, parei de estudar depois de um ano. – ele deslizou a mãozinha nas teclas – seu professor batia em você, para fazê-la tocar tão bem?

– Ninguém precisa apanhar para aprender; meu professor foi paciente e gentil, ao me ensinar – ela chegou para o lado, deixando o garoto se sentar ao seu lado – Vamos ver: tente repetir isso – a jovem começou a ensinar o menino, do mesmo modo como seu Erik um dia a ensinara, e como ela própria um dia fizera, ele foi perfeito.

Mas o garoto não parou no que lhe havia sido ensinado: com as duas mãos dançando sobre as teclas brancas e pretas, começou a desenvolver a melodia ao seu próprio modo, alterando-a sem tirar-lhe a identidade. Quando parou, Christine perguntou, assombrada:

– Onde você ouviu isso, Phillip?

– Aqui – ele pousou a mão sobre o coração – e aqui – disse o menino, tocando a própria testa.

– Acho que encontramos um verdadeiro talento – comentou a mais moça – Por que não nos mostra o que sabe, meu querido? – levantando-se do piano para deixar o garoto tocar livremente, ela se juntou à prima ao lado do instrumento. Com um olhar espantado, esta lhe murmurou:

– Isso é incrível! Ele nunca nos mostrou isso!

– Você sabe no que estou pensando, não é?

– Tem certeza de que seria seguro deixar Erik ensiná-lo? Ou melhor... Existe alguma chance de ele querer fazê-lo?

– Podemos falar sobre isso com Erik. Venham assistir a La Silphyde conosco, no camarote cinco. – E ante a apreensão de Christine – Eu juro que ele não é o homem a quem você conheceu. Você, Phillip, Gustave e Raoul estarão perfeitamente seguros. Eu prometo.

– Está bem. Nós iremos à estréia do balé. Eu vou gostar de voltar ao teatro, de qualquer modo.

– Venham mais cedo, para que você possa ir às coxias comigo, enquanto preparo a maquiagem as bailarinas.

– Não perderei isso por nada! - Christine parecia apreensiva, mas feliz. Confiava em Celine, o que muito alegrou a garota.

Com um sorriso, Celine abraçou a prima e nova amiga, deixando-se apenas ouvir os sons produzidos pelas mãozinhas hábeis daquele precoce músico.


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Notas finais do capítulo

O que será que vai acontecer na estréia de La Silphyde? Façam suas apostas!