Our Strange Duet escrita por Elvish Song


Capítulo 33
Visita à casa dos Chagny


Notas iniciais do capítulo

Uma tarde agradável de conversa entre as garotas Daae. Elas falam sobre o passado e o presente, iniciando o que pode vir a ser uma boa amizade.



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POV Erik

Ele sorriu ao ver sua esposa se observando diante do espelho. Despida, acariciava a pequena protuberância que começava a surgir em seu ventre, parecendo satisfeita. Com o coração pleno de orgulho e felicidade, ele a abraçou pelas costas, pousando as mãos sobre as dela: esperava ansiosamente pelo momento em que o bebê começaria a chutar e se mover.

– Também estou ansiosa para sentir os primeiros chutes – falou a garota em seus braços, como se lendo seus pensamentos. Ele lhe beijou a curva do pescoço, fazendo-a se arrepiar ao sussurrar:

– Ah, minha bela feiticeira... Que outros encantos você conhece, além do poder de ler as mentes? – Ele começou a beijar-lhe a nuca e os ombros. Num gemido, ela pediu:

– Ah, Erik... Pare com isso... – Mas não parecia muito convencida do que dizia.

– Por quê? – Ele continuou com suas carícias, provocante.

– ainda tenho que me arrumar... – Ela protestou, mas não fez menção de se afastar das carícias - Não quero chegar atrasada para minha visita!

Enterrando o rosto nos cabelos de sua mulher, ele lhe beijou a cabeça e se afastou:

– Não pense que fugiu de mim, bela bruxa. Terminaremos isso, quando voltar.

– Uma Feiticeira e um Fantasma – ela brincou – Somos um belo par!

Aos pés de Erik, um miado alto se fez ouvir; a gatinha que haviam salvado já se tornara senhora da casa e, sentada aos pés do músico, pedia para ser pega no colo. Rindo, ele satisfez sua vontade, ouvindo o bichano ronronar em suas mãos.

– Paixão vai ficar mimada, desse jeito. Se você mima um gato desse modo, fico até com medo de como irá estragar nosso bebê, fazendo-lhe todas as vontades! – Comentou Celine, enquanto fechava o vestido.

– E não é essa a função dos pais? – provocou Erik – Compensar toda a severidade das mães?

– geralmente, é o contrário. – Ela se aproximou e o beijou, trançando os próprios cabelos – Vamos ter tempo para descobrir, quando ela, ou ele, nascer.

Ela terminou de se maquiar em um segundo: o Anjo da Música sempre se surpreendia com a velocidade das mãos de sua mulher ao mexer com pincéis e cores. Pouco depois, estava pronta, e ele a acompanhou até o teatro, onde Madame Giry aguardava para acompanhar sua protegida até a casa dos De Chagny.

Voltando para a Casa do Lago, sentou-se ao piano, tendo a gatinha Paixão sentada ao seu lado, no banco. Afagando-lhe o pescoço, comentou:

– Pois é, bola de pêlos... Parece que estamos sozinhos. Quer ouvir a música em que estou trabalhando? – a gata o fitou com seus grandes olhos azuis – Imaginei que sim. Celine não pode ouvir, antes de estar pronta.

Em outros tempos ele se sentiria estúpido, falando com um gato. Agora, era só mais uma das pequenas brincadeiras que passava o dia a fazer. Desde que Celine entrara em sua vida, nunca mais houvera tristeza ou desespero, até então seus companheiros constantes.

POV Celine

Sentando-se na elegante sala da mansão de Raoul e Christine, Celine sorria: embora não se dessem bem quando crianças, ela podia sentir sinceridade no abraço que recebeu da prima. Madame Giry cumprimentou sua antiga tutelada com um abraço apertado, antes de voltar para o teatro – por mais que quisesse, não podia ficar ali. Tinha muito que fazer na Ópera.

As duas jovens mulheres se sentaram lado a lado, enquanto a anfitriã dizia:

– Raoul pede suas desculpas por não estar aqui, mas ele teve de ir ontem para a casa de campo, resolver um problema na propriedade.

– Raoul é um homem gentil e educado, mas não vim aqui por causa dele – sinceridade era algo muito forte da artista, que segurou as mãos da cantora – Depois de um reencontro tão embaraçoso, precisávamos conversar direito. Foram onze anos sem nos vermos!

– Foi muito bom reencontrar você! Especialmente agora, quando somos tudo o que restou da família Daae. – Com um gesto delicado, Christine pediu algo à copeira, que as deixou a sós – Perdoe-me por meu comportamento histérico, naquela noite. Eu fiquei em pânico.

– Eu entendo. Meg me contou a história de vocês... Foi por isso que não o apresentei de imediato, mas, depois que você perguntou...

– Eu sei que ele é seu marido, mas ainda tenho pesadelos com aquele homem. – Christine serviu a ambas uma xícara de chá de jasmim – Como foi que você acabou casada com ele? Se não me engano, mo apresentou como Erik, estou certa?

– Sim. Embora Fantasma da Ópera seja o nome que usa, fora de nossa casa. – A moça bebericou o chá de flores – Ele não é mais a mesma pessoa, Christine. Não é o mesmo homem.

– Eu gostaria de crer nisso, mas temo por você, prima. Quando o conheci, era ciumento, violento, possessivo e obcecado... Matava sem pensar duas vezes! O amor que eu sentia por ele foi, aos poucos, sufocado pelo medo.

– comigo, ele é sempre compreensivo, doce e gentil... Consegue imaginar que ele chega, mesmo, a se mostrar na Ópera, apenas me ver? Desde o dia em que nos conhecemos, ele foi sempre tão atencioso e cuidadoso! – Celine sacudiu a cabeça, tentando não parecer uma tola apaixonada (embora fosse como se sentia) – Mas você não me chamou para falar de Erik, imagino.

– Não, mas agora estou curiosa! – Exclamou a condessa – Como foi que se conheceram?

Revirando os olhos, divertida, a mais moça das mulheres Daae começou a contar o que lhe acontecera desde que deixara a Ópera Populaire, aos oito anos. Procurou amenizar os pontos mais fortes da história, para não chocar a outra, mas contou-lhe o suficiente para que compreendesse como ela terminara casada com o Fantasma da Ópera. Mesmo com a atenuação da narrativa, a figurinista viu o rosto da condessa se encher de horror, ao ouvir sobre o que seu padrasto, e depois os ciganos, lhe haviam feito. Terminou a história contando de seu casamento em Notre Dame.

– e agora – encerrou Celine – Nós vamos ter um bebê.

– Um bebê! – Christine exultou – Você também está grávida!

– Como assim, também? – a mais moça perguntou – Você está esperando uma criança?

Ante a feliz anuência da outra, as jovens se levantaram de um salto, abraçando-se e rindo como se ainda fossem crianças. Estavam felizes uma pela outra, e mais ainda ao descobrir que, tendo retomado o contato, poderiam desfrutar juntas da maternidade.

– Quantos meses? – Perguntou Christine, se sentando outra vez, sorridente.

– Três e alguma coisa. Não tenho muita certeza... E você?

– Dois. O seu bebê nascerá primeiro!

As moças se perderam em conversas ora sérias, ora fúteis, compartilhando piadas e rindo-se do que lhes acontecera. A mais velha contou de sua felicidade ao lado de Raoul, um homem apaixonado e atencioso, que a tratava com todos os carinhos e mimos que podia; depois, contou sobre seu primeiro filho, Gustave, de um ano e meio, e pediu à ama que o trouxesse à sala.

Nos braços da senhora de meia idade, veio para a sala um encantador bebê de dezoito meses, com os cabelos louros do pai e olhos escuros da mãe. O rostinho era rechonchudo e corado, e a criança era realmente alta para a idade.

– Ele será alto como Raoul – comentou a condessa, pegando o filho nos braços com um olhar de profundo amor. O bebê brincou com seus cabelos, antes de se voltar curioso para a visita. Com um sorriso, Celine acariciou a bochecha de Gustave e falou:

– Você é uma gracinha, pequenino! – O bebê riu, pedindo para ir para o chão. Quando Christine o soltou, saiu correndo, seguido de perto pela ama.

As mulheres voltaram à conversa – onze anos de separação faziam com que houvesse muito que dizer. De repente, uma segunda criança, de sete ou oito anos, entrou correndo na sala: tinha cabelos cacheados, louro-acinzentados, olhos grandes e curiosos de um cinza profundo, rosto bonito e ar travesso. A dama estendeu os braços para ele, chamando:

– Venha cá, Phillip! Temos visitas. – o menino a obedeceu, sentando-se ao lado da mulher – Celine, este é meu afilhado, Phillip.

Quando o menino lhe beijou a mão, a mulher mais moça percebeu algo em seu jovem rosto: apesar da aparência travessa, havia ali grande tristeza.


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Notas finais do capítulo

Quem será esse Phillip? Qual será sua história, e por que a tristeza em seu olhar? Descubra no próximo capítulo.