Our Strange Duet escrita por Elvish Song


Capítulo 30
Surpresa!


Notas iniciais do capítulo

Uma notícia inesperada vai mudar a vida de Erik e Celine.



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POV Celine

Seis meses se haviam passado desde que cometera os dois assassinatos. Neste período, a vida se havia tornado cada vez melhor para a artista: melhorando continuamente em seu trabalho, aos poucos ia conquistando espaço na montagem das peças, a ponto de já não saber exatamente qual era sua função – cenografia, figurino, maquiagem, direção... Acabava por fazer um pouco de tudo. Também fora convidada a participar da orquestra, tamanha a habilidade que desenvolvera com a flauta – dessa proposta ela declinara, não por falta de vontade, mas de tempo.

Com o tempo, ela fora totalmente incorporada à família do teatro: homens e mulheres de todas as idades e funções a tratavam com carinho e cuidado, preocupados com seu desaparecimento noturno. Por mais que ela fizesse para desencorajar e afastar os comentários, corriam de boca em boca rumores acerca de ela haver sido escolhida como companheira pelo Fantasma da Ópera. Era tão óbvio assim?!

Quanto a sua vida ao lado de Erik, bem... Como definir algo tão maravilhoso? Ela se sentia simplesmente fascinada por seu marido e pelo mundo de arte que ele lhe dera! Ao longo dos meses, tornara-se uma boa flautista, e dominara razoavelmente bem o piano; agora, começava a prender também a arte do violino, que nas mãos de seu Anjo parecia ter vida própria. Cada dia era uma nova descoberta, uma nova beleza que se revelava a seus olhos, um novo modo de ver – e se apaixonar por – aquele homem maravilhoso.

E havia mais uma pessoa a cuidar para que a vida da moça fosse perfeita: dois meses atrás, Meg deixara o teatro para se casar com Armand de Chagny, e agora aparecia esporadicamente para visitar a mãe e os amigos que a haviam visto crescer. Madame Giry compensara as saudades da filha voltando seus olhares cuidadosos para a artista, que acabara de completar dezenove anos; às vezes ela podia ser mesmo irritante em seus desvelos, mas Celine simplesmente sorria e dava de ombros, procurando sempre manter a gentileza com a mulher mais velha, adotando-a, aos poucos, como segunda mãe.

Naquela manhã, a figurinista se sentara com Madame Giry nos aposentos da coordenadora; enquanto aquela terminava o desenho do que deveria ser a próxima vestimenta de Andres – o principal tenor da Ópera – esta verificava o livro-caixa do teatro, num favor pessoal ao diretor Firmin. Estavam ali há pouco menos de uma hora quando, de repente, a mais moça se levantou abruptamente e foi até a janela: seu rosto empalidecera.

Preocupada, Antoinette se levantou e foi até sua protegida:

– Está tudo bem, Celine?

– Não tenho me sentido muito bem, ultimamente, Madame. – respirou fundo para controlar o mal-estar – Faz mais de uma semana que tenho tido esses malditos enjôos! Ontem não consegui manter o almoço no estômago.

– Sei... Como isso começou?

– De repente, e sem razão; no primeiro dia, achei que fosse apenas falta de sono, mas isso já faz dez dias! E as náuseas só pioram. – Aos poucos ela sentiu o sangue voltar a seu rosto, e seu estômago parou de se revirar – Tudo bem, já me sinto melhor.

Celine se virou para voltar à cadeira, e viu que Antoinette a fitava com um olhar de suspeita.

– O que foi, Madame Giry?

– Quando foi seu último ciclo?

– Perdão? – Ela não compreendeu a pergunta. Como assim, último ciclo?

– Por Deus, garota, às vezes me pergunto se estou falando com uma mulher! – Antoinette baixou a voz – Quando foi a última vez que lhe vieram suas regras?

Corando ao entender a pergunta, afinal, ela contou mentalmente: com tanto trabalho, não havia prestado muita atenção naquilo! Foi só então que, sentindo um choque percorrer seu corpo, deu-se conta de que seu ciclo estava quase um mês atrasado! O olhar que lançou para Madame Giry a fez rir:

– Celine, sua menina distraída! Você está grávida! – Giry abraçou sua protegida – Como não percebeu isso?

– Eu tenho trabalhado tanto! Acho que nem percebi que havia algo fora do normal! – Seu coração estava acelerado, e ela tentava assimilar a informação... Grávida?! Ela nunca havia considerado a hipótese, até agora.

Passado o primeiro momento de surpresa, ela acabou percebendo que gostava da idéia: grávida... Ela teria um filho com seu amado Fantasma! Ao seu lado, a mulher mais velha ria, genuinamente feliz:

– Espere só até Erik saber disso! Ah, eu daria tudo para estar presente quando ele souber que... – batidas na porta interromperam sua fala, e a voz do Fantasma se fez ouvir:

– Antoinette! Posso entrar?

Ignorando a expressão de choque no rosto da garota, Giry se levantou e abriu a porta para o amigo; ao ver seu marido entrar, Celine imaginou como iria contar aquilo a ele. Entretanto, Erik devia ter visto que sua expressão estava alterada, pois perguntou:

– O que houve, meu amor? Você está bem?

– Acho que... Acho que estou um pouco surpresa com algo que acabei de descobrir.

– E o que você acabou de descobrir? – ele lhe estendeu uma rosa vermelha, fazendo-a sorrir. Madame Giry interrompeu:

– Certo, isso é conversa de casal. Eu vou descer e levar este livro para Firmin.

Quando a porta se fechou atrás da senhora, Erik tornou a perguntar:

– e então? O que foi que você descobriu?

Só havia um jeito de contar aquilo para seu marido sem gaguejar: dizê-lo de uma vez!

– Eu estou grávida. Nós vamos ter um filho.


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Notas finais do capítulo

Lamento torturar vocês, mas a reação de Erik só vai vir no próximo capítulo!
HAHAHAHA! (risada malvada)