Our Strange Duet escrita por Elvish Song


Capítulo 23
Perigo!!!


Notas iniciais do capítulo

As coisas ficam complicadas para Celine.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/513405/chapter/23

POV Erik

Erik se aborreceu por Celine não haver ido se arrumar na Casa do Lago, mas compreendia: uma vez que ela substituía a maquiadora de Bruna – a qual torcera o pulso numa queda – seu trabalho só se encerraria ao iniciar-se o último ato. Ficara acertado, então, que a moça o encontraria no camarote cinco quando já não fosse necessária

Insatisfeito, mas conformado, ele seguiu para o camarote sem ser visto, qual o Fantasma que fingia ser, nessas horas. Adorava as óperas, mas assisti-las sem a companhia de sua amada não era a mesma coisa. E havia ainda a preocupação em relação ao tal Louis de Toulouse, embora ela lhe houvesse garantido que estaria perfeitamente segura nos bastidores.

Já no camarote, sempre oculto nas sombras, ele deixou o buquê de rosas vermelhas sobre a cadeira em que Celine se sentaria. Uma pequena homenagem ao primeiro trabalho solo de seu pequeno gênio das artes. Ouvindo os sons dos últimos preparos, ele se sentou oculto pela cortina. Agora, só precisava esperar.

POV Celine

Depois de tanto trabalho, Celine mal podia esperar para se reunir a seu amor. Verdade fosse dita: estava feliz, orgulhosa do próprio trabalho – as maquiagens de bruna haviam ficado perfeitas – e cercada por elogios dos colegas e amigos, mas estava, também, bastante cansada. Felizmente, restava apenas uma maquiagem para terminar.

Quando afinal largou o pincel, após transformar a soprano na perfeita figura do fantasma de Eurídice – esposa do semideus Orfeu – percebeu que uma gota de tinta havia caído no decote de seu vestido branco. Despedindo-se da amiga, correu para o alojamento do balé onde, mais cedo, esquecera seu xale de seda: não havia tempo para limpar o vestido, então, esconderia a tinta – que não era muita – com a peça.

Demorou alguns minutos para encontrar o xale em meio à bagunça que as bailarinas haviam feito com as roupas de cama – toda estréia resultava em alvoroço naquele alojamento. Quando afinal conseguiu achar o que procurava, sentiu uma presença atrás de si, e o cheiro de álcool lhe dizia que não era seu esposo. Pegando o prendedor de madeira polida, ela aguardou que o recém-chegado se aproximasse.

Uma mão áspera se fechou em seu braço, seguida de uma voz que ela conhecia bem:

– O que fez aqui, tão só? O seu Fantasma desapareceu?

A resposta da jovem foi virar-se com rapidez, atacando num golpe veloz; a ponta de madeira se cravou no ombro de Louis de Toulouse, que gritou de dor. Soltando a arma de madeira, ela agarrou o cordão sikh e, num movimento tão veloz quanto o de uma serpente, enrolou-o no pescoço do barão e se colocou às suas costas num giro, puxando as pontas com ambas as mãos. Apesar da luta, ele não conseguia se libertar, e ela chegou a pensar que poderia mesmo matá-lo.

Sua alegria, porém, não durou: uma mão rude agarrou-a pelos cabelos – que se haviam soltado com a retirada do prendedor – puxando com tanta força que ela perdeu o equilíbrio. Suas mãos soltaram o cordão de estrangulamento e buscaram o punhal guardado no seio. Ela desferiu um golpe contra quem a segurava – um homem alto e forte, de barba escura e cerrada, cabelos cor de terra amarrados num rabo-de-cavalo oleoso – mas a lâmina não chegou a penetrar a carne: Louis se recuperara e segurava seu pulso. Ele apertou com tanta força que os dedos da mulher se abriram involuntariamente, deixando o objeto cair.

Desarmada e agarrada por dois homens, ela desferiu tapas, chutes, mordidas e socos, mas não conseguiu nada além de deixá-los mais enfurecidos – ou, pior ainda, excitados. Um par de mãos torceu-lhe os braços para trás, e um punho forte golpeou-a no ventre. O grito da moça, entretanto, foi abafado pela mordaça que enfiaram em sua boca. Em meio à luta, o decote de seu vestido foi rasgado, expondo-lhe o corpo; ela se debateu e gritou, chutando e se contorcendo, mas foi inútil.

– Não achou que eu a enfrentaria sozinho, achou, vadia? – o barão de Toulouse a esbofeteou enquanto o segundo homem torcia-lhe os pulsos às costas. Ela se curvou, mas seus cabelos foram puxados novamente, obrigando-a a erguer o rosto.

– Nem o seu Fantasma da Ópera pode salvá-la agora, mulher.

Mesmo sem desistir de lutar, Celine compreendeu que não teria escapatória; quando foi derrubada no chão pela dupla, compreendeu que Louis tinha razão: nem Erik poderia impedir aquilo, agora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Erik não vai gostar nada, quando descobrir o que fizeram a sua esposa. Será que O Fantasma da Ópera voltará a matar?