Our Strange Duet escrita por Elvish Song


Capítulo 18
O Dia Seguinte


Notas iniciais do capítulo

Depois de se renderem ao desejo, Erik e Celine decidem que não há mais como viverem separados. No dia seguinte ao baile, dedicam-se um ao outro, apenas desfrutando da companhia.



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POV Celine

Celine acordou explodindo de felicidade: as lembranças da noite anterior traziam nova energia para seu corpo e sua mente. De fato, estava tão feliz que não tinha vontade de falar, apenas cantar!

Deitada de lado, sentia Erik abraçá-la pelas costas, a respiração tranqüila dele fazendo-lhe cócegas na nuca, a mão grande repousando sobre seu ventre. Ela se virou devagar, sentou-se na cama cuidando para não acordá-lo e observou seu amado: tranqüilo no sono como raramente ficava quando desperto, ele parecia totalmente relaxado e feliz, o peito subindo e descendo lenta e regularmente. Ela não pôde deixar de mirar longamente o corpo bem modelado, mal acreditando que aquele era o seu homem.

– Olhe o quanto quiser – a voz de Erik a pegou de surpresa, sobressaltando-a. O Fantasma sorriu, os olhos ainda fechados e a cabeça apoiada no braço: para Celine, ele era o homem mais lindo que já conhecera, a despeito da deformação no lado direito – que ela não achava nem um pouco desagradável.

– Como sabia que eu o observava?

– Você se sentou na cama – respondeu ele, abrindo os olhos e espreguiçando-se como um gato antes de puxá-la para si pelo braço – e depois ficou imóvel. Conheço-a o suficiente para saber que estava me observando.

Com um sorriso, a mulher deitou a cabeça no ombro de seu companheiro – queria que aquele momento nunca terminasse! Ele entrelaçou os dedos nos dela, enquanto estendia a mão livre para pegar a meia-máscara na mesa de cabeceira.

– Vai mesmo usar isso? – Perguntou a moça ao vê-lo colocar o objeto sobre o rosto.

– entenda, minha querida – ele começou – eu uso essa máscara há muito tempo. Para mim, esta é a minha face, do lado direito. A pele sob a máscara é como os ossos sob a carne... Sei que existe, mas não precisa ser mostrada. Não é o que eu sou.

– Use o que quiser, meu amor – ela o beijou, brincando com a penugem escura e espessa do peito dele – Aos meus olhos, você sempre parece lindo. – Celine acariciava o abdome firme – Sabe o que eu acabei de lembrar?

– O quê? – Ele a virou de costas na cama e deitou-se sobre o corpo esbelto.

– Hoje, todos estarão se recuperando dos efeitos do álcool e da noite em claro. Ninguém irá procurar por mim. Temos este dia inteiro só para nós.

– Fico feliz por isso – murmurou o Fantasma, antes de colar os lábios aos dela.

Foi apenas algumas horas depois que, afinal, decidiram se levantar. Vestiram-se juntos: Celine, um vestido cor-de-rosa claro amarrado na cintura por fitas da mesma cor, e Erik, uma calça negra, justa, botas e uma camisa de botões, aberta na frente. A moça penteou com carinho os cabelos de seu amor e, em seguida, foi a vez dele de fazê-lo por ela. Os dedos hábeis do artista fizeram uma trança perfeita nos longos cabelos cor de madeira, prendendo-a com uma fita branca. Prontos, seguiram juntos para as cozinhas do teatro: haveria muito que furtar! Bem mais divertido, com certeza, do que preparar a refeição por conta própria!

Voltaram para a Casa do Lago com uma cesta de tortas, frutas e vinho; seu desjejum foi tomado enquanto compartilhavam, interessados, um trecho de Ilíada. A escolha fora de Celine: ela sempre fascinava e encantava o Fantasma com seu gosto para livros, tão similar ao dele. Para a moça, a obra escrita em versos tinha uma sonoridade deliciosa – aumentada pela sonoridade da própria língua francesa – e era um ótimo modo de continuar um dia que começara muito bem.

Enquanto liam e se deliciavam com uma torta de morangos com creme, a mulher olhou para seu companheiro e mentor: ele tinha a leveza de semblante e o brilho nos olhos de um adolescente apaixonado, embora tivesse – como dissera a ela – entre trinta e dois e trinta e quatro anos. Era absolutamente maravilhoso ver como aquele homem se transformara de uma sombra soturna e deprimida em alguém cheio de vida e gênio criativo. Melhor ainda era saber que ela fora a responsável por tal mudança.

Já com a fome saciada, trocaram gracejos e carícias delicadas antes que o Anjo da Música se sentasse ao Órgão para tocar sua mais recente composição – uma obra dedicada à sua amada. Esta, por sua vez, sentou-se sobre uma grande arca em que Erik guardava os desenhos de trajes, cenários e objetos que já haviam sido construídos, e começou ela mesma a desenhar com um lápis de carvão.

Passaram quase uma hora em silêncio, ele tocando, ela desenhando ao seu lado, trocando olhares apaixonados a cada poucos minutos. Quando afinal terminaram as respectivas obras, a designer aplaudiu:

– Sua música parece composta por alguma divindade. Nem Apolo poderia realizar algo tão belo!

POV Erik

Com um sorriso, ele estendeu a mão para o desenho que ela fizera: ali viu o próprio rosto retratado, com uma meia-máscara translúcida que, embora se fizesse notar, deixava ver as feições através de si. E naquele retrato, tão perfeito que parecia ter vida própria, Erik viu a si mesmo pelos olhos de sua amante: o modo como ela o retratara – destacando os penetrantes olhos amendoados, que no papel brilhavam como uma centena de estrelas – fazia de sua imperfeição uma obra de arte, em nada parecida com a imagem que, até conhecê-la, tivera de si mesmo – a “gárgula repugnante”. Naquele papel, a sua imperfeição o tornava não apenas especial, mas belo como nenhum outro homem poderia ser.

POV Celine

Com uma lágrima de pura emoção – ou assim pareceu a Celine – escorrendo pela face, ele elogiou:

– Apenas você poderia ver tanta beleza em mim e, mais ainda, fazer-me ver esta beleza através de seus olhos. Não me atrevo a chamá-la de meu Anjo, mas sim, minha Estrela.

– Estrela? – Perguntou ela, confusa.

– Sim: a mais bela e intensa das luzes, que brilha na mais profunda escuridão.

Com um sorriso, ela escorregou para o colo de seu amante: nunca mais estaria sozinha. Ela tinha seu Erik, uma alma a cantar a mesma melodia que a sua. Na mais profunda paz, ela o fez olhar para si, e cantou uma melodia que vinha há tempos ecoando em sua mente:

Sing once again with me

Our strange duet!

My power over you

Grows stronger yet.

And if you turn from me

To glance behind,

Your Angel of the Music

Is there:

Inside your mind…

POV Erik

Erik envolveu sua amada nos braços: não sabia como ela conhecia aquela canção, mas já desistira de entender a ligação que desenvolvera com aquela mulher. A única coisa que lhe importava era que, agora que a encontrara, jamais permitiria que sofresse ou se magoasse, pois não podia mais conceber uma vida sem ela.


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Notas finais do capítulo

Que fofo! Erik apaixonado fica ainda mais maravilhoso (pelo menos nesta fic); acho que estou me apaixonando por ele! Celine que se cuide! Hahaha!