Our Strange Duet escrita por Elvish Song


Capítulo 16
O baile


Notas iniciais do capítulo

Pela primeira vez, Erik participa de uma festa como uma pessoa normal. Aos poucos, ele percebe que pode ter uma vida ao lado de sua amada.



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POV Erik

Conduzir sua amada até o salão iluminado encheu o coração de Erik, ao mesmo tempo, de orgulho, alegria e temor. A única vez em que se expusera daquele modo não terminara bem... Mas ele não estava com Christine, e sim, com Celine. As garotas Daae eram tão diferentes uma da outra quanto água e vinho. Ele confiava em sua pequena, e sabia que ela confiava nele. Por ela, ele faria daquela noite a melhor de suas vidas.

Surgiram juntos na escadaria, descendo para o meio dos dançarinos e foliões: todos os olhos se voltaram para os recém-chegados, imaginando quem seriam. Celine atraía os olhares cobiçosos dos homens, e o Fantasma, o das mulheres – muito bem, aquilo era realmente uma novidade para ele. Quando tomou sua acompanhante nos braços, ouviu-a murmurar:

– Erik, esqueci de lhe contar algo: eu não sei dançar.

– Então, deixe-me ensiná-la – Com um braço forte, ele a trouxe para bem junto de si, segurando-lhe a mão direita na sua. Começando com passos pequenos e fáceis de acompanhar, ele a guiava com firmeza, deixando que ela sentisse o ritmo da música: em poucos minutos a mulher compreendera a idéia da dança com um par, e se deixava conduzir com leveza, rodopiando e permitindo que Erik explorasse passos mais complexos.

Imerso em música e com os corações repletos de alegria, o casal mal percebia o tempo que passava; isso até serem chamados por alguém que os reconheceu:

– Olhe só quem resolveu se juntar aos mortais! – A voz alegre era de Meg, que deixara seu par momentaneamente para vir ter com a dupla. O Fantasma se alegrou ao ver a garota: nutria uma grande afeição pela menina de cabelos dourados. Com um sorriso, respondeu:

– Eu não deixaria que Celine perdesse uma festa como essa.

– Sem medo de ser descoberto?

– Que lugar melhor para um mascarado se esconder do que um baile de máscaras?

A adolescente sorriu e, após elogiar os trajes de Celine, voltou para junto de seu acompanhante: o noivo, Armand - irmão mais novo do Visconde de Chagny - um jovem gentil e bem apessoado, que parecia gostar muito dela.

– Ela é tão linda, não é? – Perguntou Erik para sua acompanhante, enquanto seus olhos se detinham em Meg Giry.

– Sim. Ela sabe que você é pai dela?

Erik levou um susto ao ouvir aquelas palavras; assombrado, perguntou a sua amada:

– Quem lhe contou isso?

– Seus olhos. São iguais aos de Meg, em cor e formato. E também as mãos dela... Madame Giry tem dedos curtos, enquanto os da filha são longos e elegantes, como os seus. Não se preocupe, eu não vou contar.

Erik se enterneceu: não conseguia mais imaginar uma vida sem Celine, sua musa e seu anjo. Ela o fitava com um olhar curioso:

– por que não deixa que ela saiba?

– Eu e Antoinette éramos apenas adolescentes... Quando ela nasceu, eu ainda não era O Fantasma da Ópera, e nós dois chegamos ao acerto de que, para a menina, seria melhor crescer sem a minha presença. Quer dizer, que criança gostaria de ter um pai como eu? Um assassino de rosto deformado. Ou pelo menos era o que eu pensava, à época.

– Eu acho que você seria um pai maravilhoso – disse a jovem, beijando-o nos lábios, sem se preocupar que os outros a vissem.

O modo como ela falou aquilo despertou uma idéia que, a princípio, ele achou absurda: talvez, um dia, pudesse formar uma família com a mulher que amava. Será que ela aceitaria? Esperava que sim.

Ao seu lado, Violette reconhecera a amiga, e a provocava;

– Então, afinal conhecemos o seu misterioso Anjo. – E para Erik – Qual o seu nome, senhor?

– Chamam-me de Erik.

– Eu sou Violette. Não me lembro de já tê-lo visto na Ópera.

– Eu não tenho o hábito de sair. – respondeu ele, lacônico. Celine se despediu da amiga, enquanto Erik a cumprimentava – Foi um prazer conhecê-la, senhorita.

A noite passou depressa e sem incidentes. O Anjo da Música tinha de concordar que caminhar entre as pessoas como alguém normal era, no mínimo, agradável. Especialmente por ter sua amada consigo.

Já era madrugada quando, discretamente, a jovem figurinista conduziu seu acompanhante para um dos tanto caminhos que levavam à Casa do Lago. Ainda rindo, conversando e dançando, eles seguiram para a casa que agora, começavam a chamar de lar, em vez de refúgio.


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Notas finais do capítulo

Erik e Celine se aproximam cada vez mais, e pensam em um futuro juntos. O que será que a noite após o baile reserva?