Our Strange Duet escrita por Elvish Song


Capítulo 15
Preparando-se para o Baile


Notas iniciais do capítulo

Meio longa, mas quis fazer uma cena bonitinha em que Erik e Celine têm um momento só deles, ao se arrumarem para a festa.



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POV Celine

No dia do baile, já dispensada de seus muitos afazeres, Celine foi para o alojamento; as bailarinas se preparavam para suas performances e, também, para a diversão. Ao verem sua amiga chegar, cercaram-na conversando animadamente:

– E então, Celine, o que você vai usar? – Perguntou Violette, a mais velha, uma moça ruiva de vinte e três anos.

– Com quem você vai? – Atropelou Elise, uma adolescente morena de pele cor de oliva.

– É com o seu homem misterioso? – Pressupôs Carmem, filha de espanhóis, que falava francês com um sotaque carregado.

– Calma! – Exclamou a figurinista – Uma de cada vez! – As bailarinas riram, fazendo-a se sentar em sua cama.

– E então? – Pressionou Violette.

Dando de ombros, a jovem artista começou a responder às perguntas:

– Eu não sei se vou. Não tenho roupa para ir, embora isso seja o menor problema – e para Carmem – Eu não sei se ele vai ao baile, mas, mesmo que vá, não sei se isso servirá muito... Eu não sei dançar.

– O quê?! – Exclamaram todas as bailarinas – Por que não nos disse? Teríamos ensinado!

– Não, meninas, obrigada! – Exclamou a jovem, esquivando-se das amigas – Vou resolver isso sozinha. – Assim dizendo, ela se dirigiu para a porta do alojamento. Frida, de vinte anos, filha de uma soprano alemã, comentou maliciosa:

– Ela vai ver seu romance secreto!

– Pode apostar – respondeu a maquiadora.

– Celine! – chamou Violette – Dizem por aí que seu amante é O Fantasma da Ópera. É verdade?

– Não seja tola – respondeu a moça mais nova – O Fantasma morreu no incêndio do teatro, três anos atrás. E o Anjo não é meu amante!

As bailarinas caíram na gargalhada: já haviam visto de relance o homem de máscara que vivia atrás da garota, mas ele parecia bem vivo. Onde vivia, ou quem era, não sabiam, e Celine o chamava apenas de Anjo. Elas não se importavam: desde que sua nova irmã estivesse bem, feliz e segura, que ficasse com quem quisesse, ainda que fosse um homem estranho e recluso.

Celine agradecia de coração pela nova família que ganhara: as moças do ballet eram adoráveis e gentis, e a haviam acolhido como a uma irmã. Mas havia coisas que ela não podia compartilhar com ela, pelo menos não sem a permissão de Erik, já que diziam respeito a ele. Por isso mantinha o nome de seu Anjo oculto, e nunca contara nada a respeito da localidade de seus encontros, ou sobre o que faziam nessas horas.

Encontrando a passagem sob o palco, Celine se certificou de não haver ninguém a observá-la antes de abrir a porta secreta e se enfiar pelo corredor escuro. Já conhecia bem muitas das trilhas secretas que levavam a várias partes do teatro, especialmente até a Casa do Lago.

Erik já esperava por ela. Com um sorriso, a garota se lançou em seus braços e colou os lábios aos dele. Ao se afastar, mirou seu Anjo de alto a baixo: ele deixara de lado as roupas negras para vestir uma camisa branca de gola em V, calças e colete longo vermelhos com botões dourados e máscara branca sobre toda a metade superior do rosto. Sobre uma das cadeiras da sala, uma capa negra de forro vermelho esperava para ser vestida. Ele estava absolutamente perfeito!

– Você está lindo! – Exclamou a jovem – Mas pretende ir mesmo?

– Como você disse, hoje, o Fantasma da Ópera morreu no incêndio de três anos atrás. E que ocasião melhor para o Anjo da Música passar despercebido do que um baile de máscaras?

– Você vai ser o homem mais belo dentre todos!

– E você, a mais bela das mulheres – disse ele, tomando-a pela mão e levando-a para seu quarto. Lá, sobre a cama, estava estendido o vestido mais bonito que ela já vira! De seda azul e com armação discreta, tinha um acentuado decote em V bordado com fios prateados, mangas compridas e largas, corpete branco com cordões cruzados cor de prata; a saia era composta por várias camadas de comprimentos diferentes, dando-lhe um aspecto vaporoso, e minúsculas contas prateadas adornavam as diversas barras, fazendo a vestimenta cintilar.

– Pelos Deuses, Erik! – Ela exclamou, surpresa – É maravilhoso! Onde você conseguiu isso?!

– Isso não importa – disse ele, abraçando-a pela cintura e apoiando o rosto em seu ombro – Imaginei que gostaria; é sua cor favorita.

Ela abraçou seu Anjo com força; jamais alguém havia lhe dado algo tão lindo, que significasse tanto para ela! Erik a soltou e declarou:

– Vou esperar na sala principal. Avise-me quando estiver pronta.

Celine sorriu e, depois que o Fantasma deixou o quarto, trocou suas roupas de trabalho pelo traje magnífico que ganhara. Quando foi a hora de fechar os laços do corpete, porém, seus dedos não alcançavam os cordões das costas. Algo lhe disse que Erik planejara aquilo, mas ela não se incomodou: saindo do quarto, foi até seu encantador mascarado.

– Estou com problemas com os laços de meu corpete – murmurou ela – pode me ajudar?

Com um sorriso, o homem a virou de costas para si, e a jovem sentiu os dedos quentes deslizando ao longo de suas costas enquanto amarravam cada laço. Ela quase podia ver o sorrisinho malicioso no rosto de seu mentor. Quando afinal ele terminou de lhe fechar as vestes, virou-a novamente de frente para si e elogiou:

– Maravilhosa. Venha: temos de arrumar seus cabelos e escolher uma máscara.

Celine teria protestado, mas era tão delicioso sentir as mãos de Erik em suas melenas! Ele a penteou com mãos hábeis e usou uma tiara de pedras para prender-lhe os cabelos para cima, enrolados uma volta sobre si mesmos e caindo pelos ombros e costas em ondas bem arrumadas. Em seguida, ela sentiu um pingente – que parecia ser de água-marinha – deslizar por seu colo até se acomodar pouco acima do decote. Seu amado fechou o colar e, beijando-lhe o ombro desnudo, sussurrou:

– Eu amo você, minha bela Celine.

Naquele momento, nem as duas cicatrizes em seu rosto podiam fazer a jovem não se sentir linda. Ela estava realmente deslumbrante! Faltava apenas a máscara.

Erik a conduziu até mais uma das tantas salas do refúgio no lago, onde centenas de máscaras jaziam em suportes. A garota escolheu uma que combinava com seu vestido: azul, violeta e prateada, ao ser vestida assumia o aspecto de uma borboleta. Ao ver a própria imagem refletida no espelho – Erik enchera a casa com eles, nos últimos meses – não pôde conter um sorriso. Juntos, formavam um belo par.


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Notas finais do capítulo

Estamos prontos para a festa! Que venha o Baile de Máscaras!