Our Strange Duet escrita por Elvish Song


Capítulo 13
Amor


Notas iniciais do capítulo

Celine e Erik têm assuntos a acertar antes de se decidirem por ficar juntos (ou não). Agora é hora de uma conversa franca.



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POV Erik

Para a felicidade do Fantasma, Celine não caiu em armadilha alguma; por outro lado, isso significava que ela tinha uma boa vantagem em relação a ele: a garota era rápida na corrida.

Ao sair para o frio da noite, ele pôde ver os rastros da jovem nos resquícios de neve daquela noite de primavera, e os seguiu o mais depressa que podia. Viu os homens que perseguiam sua protegida, e aumentou a velocidade. Não podia deixar que a machucassem!

Chegou ao beco a tempo de ver a jovem usar algo de metal como faca para assassinar um dos atacantes. O tempo que levou para alcançá-los, entretanto, foi o bastante para que ela fosse, afinal, imobilizada. A pequena artista lutava bem, mas quatro homens adultos eram fortes demais até para o Fantasma! Pegando no cinto seu cordão de seda trançada – o tipo usado pelos sikh indianos – Erik alcançou o trio que tentava ferir sua Celine. Com a velocidade de um raio, passou o cordão pela garganta daquele que estrangulava a adolescente; surpresos e atemorizados pelo tamanho do recém-chegado, os outros dois se puseram a correr. O Fantasma, porém, só afrouxou o aperto no cordão quando sua vítima relaxou na imobilidade da morte.

Deixando o cadáver cair, ele abriu os braços para envolver sua amada – sim, amada: agora percebia isso com clareza. Ouvi-la exclamar seu nome com aquela nota de alegria acalmou seu coração, até então apertado com o receio de que ela passasse a odiá-lo.

– Ah, minha querida – Ele começou – Perdoe-me. – E fitando-a nos olhos, para que ela visse a sinceridade de suas palavras – Aquilo que eu lhe disse, foi porque estava envergonhado demais que você me houvesse visto naquele estado tão deplorável. Estava envergonhado de mim mesmo, por me apresentar de forma tão patética ante seus olhos. Tive medo que, depois de ver como eu perdera o controle, sentisse medo, ou desprezo.

Tocando a fronte dele com a própria – uma vez que era apenas uns dez centímetros mais baixa que Erik – Celine respondeu:

– Erik, eu não sou Christine. Eu sei que você não é algum ser místico! Por mais que eu goste de chamá-lo Anjo da Música, isso é apenas um nome! Eu sei que você é humano, com sentimentos, defeitos e conflitos – Ela acariciou a face mascarada – Dizem que gostamos das pessoas por suas qualidades, mas que aprendemos a amá-las com seus defeitos. Eu sei que você não é perfeito, e nem gostaria que fosse; para mim, você é Erik: um artista brilhante, um homem sofrido e misterioso, um enigma a ser desvendado, uma personalidade apaixonada e intensa, às vezes irascível, que teme a si mesma. E é apenas isso que eu espero de você: que seja você mesmo.

Duas lágrimas brilhantes escorreram pela face do Fantasma, e outras duas pela da garota. Ele a abraçou com força, sentindo algo estranho: uma dor no coração que, por mais intensa que fosse, não era de todo desagradável. Parecia que seu coração se partira para, de uma só vez, banir toda a raiva e amargura guardadas. Ninguém jamais lhe havia dirigido palavras tão puras, sinceras e cheias de amor, e ouvi-las de Celine despertara algo dentro de si. Não posse. Não paixão. Não ciúme ou vontade de proteger. Despertou algo que ele só podia definir como amor puro: vontade de vê-la feliz, e a certeza de que, se ela o estivesse, ele também estaria.

– Eu amo você, Celine – sussurrou ele ao seu ouvido, antes de beijá-la intensamente, trazendo-lhe o corpo bem feito para junto do seu.

– Eu amo você, Erik – respondeu ela, antes de voltar a beijá-lo.

Na noite fria de Paris, o casal vestido de negro parecia ter se esquecido do restante do mundo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do arranjo entre ambos? Às vezes acho Celine sensata até demais para sua idade; e vocês?