Our Strange Duet escrita por Elvish Song


Capítulo 10
Discussão


Notas iniciais do capítulo

Todo casal enfrenta problemas, antes e durante o relacionamento. Celine e Erik não são exceção.



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POV Celine

Já no meio do caminho para a Casa do Lago, Celine conseguira acalmar seu coração. Fora um susto, é claro, mas ela já tivera de afastar os homens de si antes. Agora, só o que importava era ver o único homem cuja companhia desejava: o encantador Fantasma da Ópera.

Ao chegar ao seu refúgio de música e arte, no entanto, não encontrou seu mentor e amigo. Foi até o quarto, mas ele não estava lá; a porta da sala de banhos estava aberta, mostrando que ele não estava lá. Tampouco estava no ateliê de pintura, ou nas salas onde ficavam guardadas as fantasias, instrumentos, maquetes e coisas já usadas em composições. Nada.

Voltando à Sala do Órgão, como Erik costumava chamar a sala principal da casa, a mulher hesitou: havia um único lugar em que ela não procurara... O Santuário. Mas Erik a proibira de entrar lá.

“Não vou entrar” – Pensou ela – “bater à porta não é crime algum”.

Descendo as escadas que conduziam ao aposento rente à água do lago, ela respirou fundo: não havia porta propriamente dita, mas um biombo de madeira maciça ricamente entrelaçado. Sem afastar a peça, Celine bateu na madeira com os nós dos dedos. Antes que o chamasse, porém, ouviu o barulho de coisas se quebrando, e um gemido alto de homem.

– Erik! – Ela exclamou, antes de entrar na sala proibida, preocupada com o Fantasma.

Parando no centro da sala, ela ficou paralisada; podia esperar por tudo, menos pela cena que se descortinou diante de seus olhos: papéis pelo chão, estátuas tombadas, algumas ainda em pé, desenhos rasgados e inteiros pelas paredes, peças de fino artesanato em madeira com a figura de personagens diversos, vestidos, trajes masculinos e máscaras... Tudo aquilo se espalhava pelo chão e pelas paredes, tendo Christine como seu tema central. No meio de tudo aquilo, Erik.

Sem máscara, os cabelos despenteados e o rosto manchado de lágrimas, o gênio da arte estava de joelhos, abraçado a uma gravura particularmente bela da atual Condessa de Chagny. Percebendo a entrada dela, ele ergueu os olhos e, naquele olhar, ela viu um misto de raiva, susto, confusão, decepção e vergonha. Erguendo-se velozmente, ele perguntou rispidamente:

– O que está fazendo aqui, Celine? – Havia nos olhos dele um fogo que ela nunca vira, mas ela não sentiu medo. Nunca seria capaz de ter medo de Erik.

– Eu procurei por você, e não o encontrei. Quando escutei coisas se quebrando... Achei que podia precisar de mim.

– Eu lhe dei ordem para jamais entrar aqui! Este é o meu santuário! Ninguém jamais poderia entrar aqui!

Ela recuou dois passos, magoada com a raiva do Fantasma:

– Erik, por que está tão bravo?

– Isto é um santuário, Celine! Entende isso? Um santuário! – Ele a segurou com firmeza pelo braço e a conduziu para fora – E você jamais deveria ter entrado!

– Eu sei que você não queria que vissem, Erik... Que era seu santuário para Christine... Mas sou eu!

– Naquele santuário, não quero ninguém além de mim. Especialmente você – o olhar dele era um misto de mágoa, decepção, culpa e vergonha. A fúria desaparecera de seu olhar.

Celine até tentou responder, mas as lágrimas estavam presas em sua garganta. Ela não as derramaria diante do Fantasma. Virando-se para ele, falou, a voz embargada:

– Foi ótimo saber disso. Fique com os farrapos de seu passado. – E saiu correndo. Só queria se afastar o máximo possível daquele olhar tão cheio de emoções que pareciam acusá-la.


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Notas finais do capítulo

Primeira briga! Como será que vai se resolver?