Troblemaker. escrita por Anjinha Herondale Uchiha


Capítulo 7
Capítulo 6 - Perdida.




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– Vai! Vai! Vai! - Berrou Sebastian com sua melhor pose de líder. - Corre! Vai! Eu te dou cobertura!

– Eu vou pegar os reféns! - Declarei, trocando a arma por uma granada smoke' e a lançando. Logo a poeira branca subiu e eu corri, enquanto Sebby atirava sem parar na direção inimiga, assim ele não se arriscaria a atirar de volta e se esconderia até o pré-fire' acabar. Recolhi os reféns com custo, porque aquele carinha de macacão laranja parecia um retardado, mas consegui direcioná-los pela rota para o campo azul.

– Anda logo com isso, Clary! Eu estou ficando sem balas... - Então um 'ploc' saiu de sua arma e ele silvou. - Puta que pariu! Eu estou sem balas! CORRE CLARY, CORRE!

– O quê? Você não comprou balas na base? - Me exaltei, pegando minha UZI' e mandando bala para o lado inimigo.

– Hã? Não. Eu gastei todo o meu dinheiro comprando esse moicano colorido para o meu personagem... - Admitiu, cabisbaixo, pegando uma granada e jogando alto. Seis segundos depois, dois inimigos foram pro "céu".

– Boa, Garoto! - Elogiei, pegando uma Cheytac' no chão. Vi o avatar de Alec passar correndo e, logo depois, uma granada ser lançada. Rolei para longe, recebendo um pouco de dano e perca na 'armadura', mas nada mortal. Encontrei uma escada e fiquei de sniper', apenas esperando Alec aparecer novamente. 3...2...1... Head Shot'.

Você eliminou um inimigo!

Ouvimos um grito da propriedade vizinha e, depois de alguns segundos, o telefone toca.

– LILITH! - Sebastian grita, atirando com sua pistola de ouro no avatar de Jordan. O telefone estava ao seu lado, mas ele estava ocupado demais... Deixa a bruxa ir buscar. - TELEFONE!

Atenda você!– A vadia gritou, do andar de cima.

O telefone continuou, já dando nos nervos. Recarreguei minha arma...

– Atende essa droga, Clary. Estou no x1' com o Jordan.

Bufei, me levantando e pegando o telefone rapidamente. Sentei-me novamente, já que era telefone sem fio, e apoiei-o no ombro enquanto voltava a jogar.

– Pois não?

Como? – Uma voz reconhecível fez-se presente.

– Hã... Não entendi. Como o quê?

Como você me matou? Está usando Hacker', só pode! Eu estava de colete! – Afirmou, possesso.

Soltei uma risada, porque era impossível não rir.

– Olha, Alec, você é muito bom, mas eu sou melhor. Agora, pare de chorar e jogue igual a um homem. Tchau. - E desliguei, tacando o telefone no outro sofá e voltando a jogar. - Era o Alec, ele mandou um "oi".

Sebastian riu, mas logo seu riso morreu quando ele foi acertado na cabeça.

– Ah, não, não, não! - Jogou o controle longe e gritou de fúria. - Não! Isso não é possível!

– Bem, se você morreu, isso é possível... - Murmurei, trocando tiros com Jordan. Bem na hora que a munição dele acabou e minha mira estava bem no olho dele... Ploft!

Sebastian puxou o fio da televisão da tomada. Hã? O que? Como...?

– Por que você fez isso, desgraça? - Me exasperei, jogando almofadas em sua direção. - Eu ia matar ele, nós íamos vencer!

Sebastian desviou de uma, mas as outras duas atingiram em cheio sua face.

– O videogame é meu e, se eu estou perdendo, eu o desligo. Cresça e supere isso. - Desdenhou. - Vou na casa do Alec, temos que ensaiar para o baile de boas-vindas.

– Ah, isso... - Resmunguei.

Alguém disse baile?– A voz da minha mãe fez-se presente.

Oh, não!

– Sim, sim, baile. - Sebastian confirmou, vestindo a camisa Polo Ralph Lauren azul. Seu abdome definido era uma tentação para as garotas do colégio - Isabelle havia me contado na aula de física - Mas, "infelizmente", ele não havia pego nenhuma nas menininhas assanhadas que o perseguiam. O fato que muitos diziam que ele era gay me atormentava. Eu já havia visto meu irmão com duas garotas em uma só noite. Acredite em mim quando eu digo que, depois de mais de quarenta minutos de gemidos altos, eu tive a certeza de que meu irmão não era gay. Aquele dia foi traumatizante...

Outra coisa também assombrou minha mente no horário da saída. Isabelle me disse que ia embora com Jonathan-Jace. A princípio, dei de ombros, mas depois a resposta para aquela situação atingiu minha cabeça feito cocô de pombo.

"Não posso pensar em você. Não se quero manter algo importante e..."

"Nós não podemos ter nada, Clary."

"Meu Deus, eu não acredito! Sua vaca!"

"Você saiu para se agarrar logo com o Jace e não me falou nada? Sua... Sua... Americana!"

Para mim já estava meio obvio a situação.

Isabelle + Jonathan-Jace = s2

Isabelle + Jonathan-Jace + Clary = Clary sobrando.

Ok, Ok. Eu to bem. To de boa... Ou não? Talvez, ainda não descobri meus possíveis sentimentos para com Jonathan-Jace.

Despertei de meu topor com Sebby estalando os dedos na minha cara - praticamente.

– Hey, Clary! - Exclamou. - Se você não parar de esquisitice e responder logo eu vou ficar com sua mesada durante esse...

– Que foi, Sebby? - Perguntei, rápida. Nunca que ele ficaria com meu dinheiro.

– Ah, ufa! - Ele passou a mão na testa em sinal de alívio. - Sua mãe perguntou quem é o seu par para o baile.

Engasguei o comecei a tossir. Quando me virei para encarar minha mãe, percebi um sorriso sonhador em seu rosto. Aquele não era um bom sinal. Não mesmo.

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Com um gemido de frustração, atravessei a rua e bati na porta da casa de Isabelle.

Minha mãe estava no carro, com seu melhor sorriso vitorioso. Foram meia hora de discussão, chantagem e, por fim, eu iria ao baile de boas vindas. E, em troca, ela me liberaria da próxima festa que tivesse. Sebby me disse que o baile de primavera era muito pior que o baile de boas-vindas... Então, é.

A porta foi aberta após alguns segundo e, quem apareceu foi ele. Jonathan-Jace.

Nota mental: Sim, é exatamente aquilo que você pensou. Eles estão se pegando! Veja! Ele está na casa dela, com o cabelo bagunçado e com cara de sono! Oh, Céus! Será que ele estava dormindo ali? Com ela?

Senti meu rosto esquentar e desviei o olhar do dele.

– Veio ver o Sebastian? - Perguntou, coçando os olhinhos dourados. - Sebastiaaaaan! – Berrou.

Hã? Sebastian estava na casa de Isabelle? Ai meu Pai! Era uma orgia!

– Hã, não não. - Neguei. - E-Eu vim chamar Izzy mesmo. Sabe, mandei um torpedo e... - Droga, eu gaguejei!

– Ah, ok. - Ele disse, seu tom aparentemente normal, casual. Como se nada, de fato, houvesse ocorrido entre nós. Mas seus olhos mostravam outra coisa... - Isabelle!

O barulho do salto ecoou da escada. Logo após, Izzy apareceu. Vestia uma saia negra com estampa florida e uma blusa tomara que caia branca e simples. O sobretudo estava dobrado por sobre seu braço, a maquiagem estava marcada e os cabelos soltos. Ela era linda, sem dúvidas, e feminina... '-'

E eu? Uma pobre garota vestida com um moletom da pequena sereia e com os terríveis cabelos ruivos soltos e simples. Nada comparado aos cachos feitos por Izzy. Perto dela, eu era um menino. Ou pior, um menino feio.

Isabelle pegou as chaves penduradas em uma das paredes marfim e colocou a mesma dentro de uma Clutch' preta. Veio até a porta em passos firmes, mas mesmo assim delicados.

Céus, eu nunca quis tanto enfiar minha cabeça em algum canto feito um avestruz na vida. Ela era toda graciosa e eu... um pato atrapalhado. E para piorar, o olhar dele caía sobre mim, intenso. Como se me avaliasse - o que me deixava totalmente constrangida.

– Ah, espere aí, Clary! - Izzy pediu. - Eu esqueci meu celular. - E subiu as escadas apressadamente.

Tomei a liberdade de olhar para ele, só por um instante e... Foi a pior ideia da minha vida, porque meu olhar foi direto no dele, que permanecia imóvel. Sai de mim, olhar do satanás!

– Hmm... Belo casaco. - Murmurou, com aquele sotaque fofo... Poker face, Clary! Poker Face!

Ele estava tirando uma com minha cara? Não, não, seu tom de voz não era sarcástico. Mas, mesmo assim... fiquei rubra.

– Huh, valeu. - Falei, pondo as mãos nos bolsos da calça jeans e dando-lhe as costas. Não queria olhá-lo, não mesmo.

Ouvi um bufar e logo após um suspiro.

– Escuta, Clary, eu não queria...

– Prontinho! - A voz alegre de Isabelle fez-se presente no mesmo momento em que eu pretendia virar para ele. Pude ouvir seus passos e logo minha mão sendo puxada pela dela para fora.

Caminhamos até o carro que minha mãe havia alugado. Fui para o banco de trás e Isabelle para o banco da frente. Nunca gostei de andar no banco do carona. Não sei o motivo, mas nunca gostei...

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Minha mãe entortou a boca. Virou a cabeça para ver se o ângulo ajudava e...

– Não, troca.

Bufei em protesto e segui para o vestiário. Vesti mais um vestido, dessa vez rosa-claro e com um decote em forma de coração. As mangas caiam nos braços, deixando o colo desnudo. Pus um sapato rosa/lilás e segui para o lugar onde minha mãe e Isabelle estavam.

– E então? - Perguntei, rodopiando em meu próprio eixo.

– Não é o vestido para um baile, mas vamos levá-lo mesmo assim! - Minha mãe declarou. - Esse vestido pode te dar a oportunidade de perder a...

– Shhh! Não seja inconveniente, mãe. - Pedi, batendo com a mão em minha testa.

– Veste outro! - Isabelle mandou, correndo os olhos pelas araras de vestidos que ali haviam.

Assenti e segui pelo caminho do vestiário. Troquei o vestido rosa-claro por um tomara que caia mais escuro e com detalhe em branco na borda da saia. Havia uma fita rosa marcando-o na cintura. Ajeitei os sapatos de salto e fui cambaleante até elas.

Minha mãe fez uma careta e Isabelle à acompanhou.

– Ugh! Não! Isso está... Ridículo! - Isabelle chiou.

– Tem razão, Iz! Está muito off pro nosso on. - Minha mãe concordou. Isabelle deveria ser sua filha, porque eu não sabia nada daquelas merdas de moda. Meu lance era tênis com calça, casaco com camiseta e bolsa carteiro.

É amarelo com azul, cinza com preto e roxo com tudo. Essas eram as minhas noções de moda. Eu sei, eu sei. Trágico.

– Hmm... Não sei, Jojo, acho que azul vai ficar melhor nela. - Disse Isabelle, mostrando um vestido turquesa em frente ao meu corpo magricela.

– Ah, eu acho que rosa é tudo. - Minha mãe declarou, mostrando um rosa escuro. - Talvez um verde-claro ou um lilás faça mais o estilo de hoje em dia, mas eu queria vê-la com um tradicional chique ou um vintage fashion.

– Oh, Jojo! - Isabelle exclamou, admirada, enquanto mexia em uma das araras. - Eu acho que temos um campeão!

*******************

– Ora, vamos, Clary! Você está linda! - Minha mãe insistiu.

– É muito curto! - Reclamei.

– Não é não! - Izzy retrucou. - É moderno.

– Podia ser de 1810, mesmo assim é curto! - Resmunguei. - Eu tenho canetas em forma de perna! Não posso usar coisas assim... curtas!

Isabelle resmungou algo e me tirou do provador a força.

– Você tem pernas lindas, Clary! - Murmurou. Ok, isso soou meio gay. - Elas são longas o suficiente para contrastar com sua altura. Isso quer dizer que: Você. Pode. Usar. Roupas. Curtas. Agora dê uma voltinha, sorria e troque de roupa para podermos levar esse pedaço de pano até o balcão e comprá-lo.

Bufei, mas obedeci. Não estava feliz, mas estava disposta a facilitar o trabalho delas.

No final, Isabelle escolheu um vestido preto com decote de coração bem cavado. Enquanto minha mãe foi pagar meu vestido - e o dela por insistência - resolvi puxar assunto. Sabe... esclarecer alguns pontos a mim mesma.

– Hmm... Iz, você se importa se eu te fizer uma pergunta... pessoal?

Ela ponderou, mas por fim deu de ombros.

– Meu shampoo é head & shoulders. - Disse.

Soltei uma risada.

– Haha, não é isso, Izzy! - Murmurei, ainda rindo.

– Pois fale então. - Brandou.

Tomei coragem e respirei fundo.

– V-Você... E Jace... Sabe... você gosta do Jace? - Perguntei, em um surto de coragem.

Ela parou para pensar por alguns segundos e respondeu com determinação.

– É claro! Eu o amo! - Disse. - Ok, ele é irritante. E idiota. E irônico. Mas eu ainda o amo e sempre vou amar. É a mesma coisa de eu te perguntar se você ama o Sebastian e...

Algo no meu interior murchou enquanto ela falava. Não entendi muito bem a analogia de comparação a Sebby, afinal, ele era meu irmão e Jace era um... sei lá o que dela.

To Be Continued >>>>


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Notas finais do capítulo

E então? Mereço reviews?

Beijos
Psicoticamente, A.