Troblemaker. escrita por Anjinha Herondale Uchiha


Capítulo 6
Capítulo 5.




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POV Autora.

Segunda parte da conversa de Alec x Jace.

Os dois irmãos ficaram se encarando, em completo silêncio. Aquilo nunca havia ocorrido antes. Era algo totalmente anormal, já que - no quesito garotas - eles tinham gostos completamente distintos.

– E então? - Fora Alec que quebrou o silêncio.

– E então o quê? - Perguntou Jace, aturdido.

Alec teve um pouco de impaciência, queria a garota para ele e sabia que, quando seu irmão botava algo na cabeça, não desistia fácil.

– Quem fica com ela? - Respondeu com uma pergunta, vendo o loiro ficar pensativo. - Ah, não, não, Jace! Você tem que abrir mão, pelo menos dessa vez! Nós dois sabemos que você só quer brincar com ela, pois então brinque com Aline e me deixe com a Clary.

Jace ergueu uma sobrancelha.

– E o que te garante que eu só quero brincar com ela? E se eu estiver... como é a palavra mesmo?... apaixonado?

Alec soltou uma gargalhada ruidosa, com direito a lagrimas escorrendo por sua face alva. No fundo, bem lá no fundo, isso magoou Jace. Mas quem ligava para os possíveis sentimentos de Jace, não é mesmo?– Pensou, amargamente.

– Pelo Anjo, Jace! - Dizia Alec em meio às risadas. - Essa foi mesmo muito engraçada. De onde você tira essas pérolas?

Do seu rabo! – Pensou em falar, mas achou muito ofensivo para com seu irmão, então apenas manteve-se quieto.

– O que você quer que eu faça, Alec? - Jace perguntou, entredentes.

– Que a deixe de lado, para mim.

– E por que eu faria isso? - Murmurou Jace, voltando a dedilhar seu belo violão. A música o acalmava e, naquele instante, Jace estava com muita raiva.

– Porque você é, uh, bonzinho? - Alec tentou e, vendo Jace negar com a cabeça, se corrigiu. - Não, Não! É porque eu estou te pedindo.

Jace o encarou com certa curiosidade.

– Ah, vamos, Jace! Você tem todas as garotas que você quer, usa e abusa delas e eu não digo nenhuma palavra! Nunca se interessa por uma garota, só pelo o que ela tem a te oferecer e, logo agora, quando eu encontro uma garota bonita e simpática, quando eu finalmente estou disposto a tomar alguma iniciativa, você resolve se interessar por alguma garota? - Alex explodiu.

Jace então se deu por vencido, o que era uma pena - porque ele se via gostando mesmo da ruivinha encrenqueira. Porém, antes de garotas, vinham a família e Alec era seu irmão. Se ele estava "apaixonado" pela menina, Jace tentaria se afastar, afinal, ela nem era assim tão... Não, ela era sim. Pela primeira vez, Jace se viu gostando de alguém, além de sua família, que não fosse ele mesmo. Ele gostava mesmo dela.

– E então? - Alec refez a pergunta.

Jace suspirou e encarou o chão. Não acreditava que seria tão idiota a ponto de fazer o que iria fazer, mas o fez mesmo assim.

– Tá bem, Alec. Se você faz tanta questão... - Resmungou, dedilhando o violão novamente para acalmar os nervos.

Alec sorriu genuinamente.

– Você é o melhor irmão do mundo! - Afirmou.

Puxa saco!

– Agora, será que você pode sair do meu quarto? Sabe... Algumas pessoas precisam dormir.

– OK, Ok. - Alec disse, rumando porta afora, mas, antes de -de fato- sair, virou-se e o chamou novamente.

– O que foi? - Perguntou, sem o olhar nos olhos.

– Obrigado. - Dessa vez, havia apenas seriedade em sua voz.

E então, quando ele saiu, Jace se permitiu desabar sobre a cama. Bateu com a cabeça na cabeceira e gemeu de dor.

– Pelo visto, - murmurou - o dia não pode mesmo melhorar.

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POV Clary.

Naquele ambiente de merda chamado de Colégio, haviam três tipos de detenção. A primeira era durante o horário dos intervalos. Entre as aulas, haviam intervalos de meia hora, onde era-se permitido "socializar" com os colegas do outro prédio. Haviam três, antes do horário do almoço, e um após. O segundo tipo de detenção era quando você fica detento naquela sala infernal no horário do almoço, tendo de comer algum dos lanches que a própria detenção oferecia. O terceiro era a detenção "americana", onde você fica de castigo após a aula.

Lembra quando eu disse que ia me comportar?... Ah é, eu não falei nada mesmo.

Mesmo com notas excelentes, eu já estava familiarizada com a detenção. Era minha segunda casa, nos EUA.

Durante minha primeira aula, com Mary-Ann De Hallevard, a professora de francês, eu preferia ir para a detenção... E foi isso que aconteceu. Pela primeira vez, eu não havia falado de modo irônico, não havia sido uma babaca, não havia feito nada além de falar o meu nome.

Flashback on:

A professora adentrou a sala com uma típica pose arrogante. Isabelle me olhou e revirou os olhos, murmurando algo sobre detenção. Eu não levei muita fé no que ela disse.

Quando os olhos da minha nova professora encontraram os meus, um sorriso brilhou em sua face (?).

Ela caminhou até a mim e fez um cumprimento, perguntado eu nome.

Quando eu respondi, seu sorriso morreu.

– Mongestern? - Perguntou, com desdém. - Filha de Valentim?

Assenti.

– Então, filha de Valentim, ligue para ele e avise que você está de detenção. - Deu-me as costas. O nome de meu pai estalou em sua boca, como se ela tivesse certa raiva do mesmo.

Embasbaquei e explodi.

– Mas como? Eu não te fiz nada, como assim estou de detenção? - Me exaltei. - Olha, minha senhora, eu estou tentando passar uma boa impressão, pelo menos no primeiro dia de aula. Meu irmão está no outro prédio e ele vai vir aqui me ver durante o intervalo. Ora, vamos! Eu não fiz nada contigo, ainda.

Mary-Ann me avaliou com o olhar, como se para encontrar alguma razão para seu castigo... Até que encontrou meus tênis.

– Pois veja, Filha de Valentim, na próxima vez que você quiser procurar causar boa impressão, venha com o uniforme completo.

Flashback off.

Aquela bruxa do capeta!

Isabelle murmurou algo como ela ter problemas com o meu pai.

Ai, meu São José! Meu Pai vai me matar!

Assim que aquela merda de aula acabou, a Marry-Ann 'Capetinha' até a sala de detenção. Ela me entregou um bilhete e mandou que eu entrasse. E assim eu fiz.

Adentrei o local quase vazio, falei com a moça responsável por aquele lugar - Dorotha, uma moça gordinha e com a face corada. Era uma moça legal e, assim que me viu, começou a tagarelar sobre como a escola funcionava. E então eu tagarelei sobre como era os EUA. Acabou que aquela fora a melhor detenção do meu histórico escolar.

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POV Autora.

Sebastian, Jace e Alec foram a caminho do prédio feminino. Sebby estava ocioso para ver sua garotinha, Alec e Jace... bem, só queriam vê-la mesmo.

Quando o trio ternura chegou ao local, encontrou apenas Isabelle. Ela sorria um tanto quanto encabulada - o que deixou Sebastian com um sorriso igual na cara, afinal, o bobalhão estava caidinho por ela.

– Onde está minha irmã? - Sebs perguntou, ainda com aquele sorrisinho bobo.

Isabelle coçou a nuca e suspirou. Sebastian a mataria por não ter "protegido" sua preciosa irmã.

– Ér... Sabe que é uma história bem interessante? - Disfarçou. - Eu estava falando com a Clary sobre...

– Pare de enrolar, Isabelle. - Jace disse, desinteressado.

– É, pare de enrolar, Iz! - Alec remendou, encarando Sebastian.

– Bom... A Clary... Ela está... Na detenção.

Sebastian a encarou, exasperado, antes de cair na risada. Dois dos três Lightwood o olharam de uma maneira assustada, menos Jace - esse apenas suspirou e seguiu adiante em seu caminho, em direção à detenção. Precisava vê-la.

Sebastian ainda ria, atraindo olhares de meninas no corredor. Querendo ou não, Isabelle sentia uma pontadinha de ciúme.

– Seu maluco! - Alec murmurou, enfiando as mãos nos bolsos da calça. - Por que você está rindo feito um desesperado?

– É-É q-que... - E voltou a rir. Isabelle esperou algum tempo até ele parar com o "show". - Ela é tão previsível! Foi com Mary-Ann?

Isabelle assentiu e então Alec entendeu.

– Ah, sim. Mary-Ann, ela tem uma paixão mal resolvida pelo seu pai, não tem?

Sebastian afirmou, caindo na risada novamente.

– Sua irmã é uma marrenta, tinha que ver! Explodiu com a Capetinha! - Disse Izzy. - Ela tem um gênio do cão.

Sebby parou de rir e suspirou.

Nem me fale, Izzy. Nem me fale...

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Assim que se encontrou em frente à sala de detenção, bateu na porta três vezes. Precisava ser bem claro, mas não sabia como fazer isso.

Quem o recebeu foi Dorotha e Jace estava suficientemente familiarizado com a detenção para conhecer muito bem àquela senhora.

– Jace, querido, como vai? - Perguntou a mesma, simpática.

Jace fez um charme, sorrindo de um modo fofo para derreter o coração da jovem senhora. E funcionou.

– Hmm... Senhorita Dorotha, será que eu posso falar com a Clarissa por alguns minutos?

Dorotha sorriu e piscou para ele.

– Se você não demorar muito e se Mary-Ann não aparecer por aqui... Não vejo por que não. - Respondeu, entrando então na sala novamente. Segundos depois, a ruiva aparece - com cara de sono de quem tinha sido acordada aos berros.

– Jonathan-Jace! - Murmurou, bocejando. - O que veio fa...

– Olha, Clary, - Começou, soando pelas mãos. Não queria fazer o que iria fazer, mas havia prometido para Alec... - Eu não sei o que diabos está acontecendo entre nós, mas isso tem que acabar. Eu... Não posso pensar em você. Não se quero manter algo importante e...

Ela sorriu de um jeito nervoso.

– Espere, deixe-me ver se eu entendi bem... - Olhou para as próprias mãos antes de voltar a encará-lo. - Você está - faz aspas com os dedos- "terminando" comigo? Mas nós nem... Nós não temos nada, Jonathan-Jace. Então, como você pode estar terminando comigo?

– Nã... - Se interrompe. - Ér... Não é bem isso. É que... Só... Nós não podemos ter nada, Clary. Até.

E saiu andando apressado pelo corredor, deixando a menina com uma expressão confusa.

Dorotha chegou perto da mesma e perguntou o que havia acontecido.

Clary revirou os olhos, mas respondeu.

– Jonathan-Jace terminou comigo, Dory. - Disse, adentrando a sala quase vazia e indo recolher seu material. Já estava quase na hora do fim do intervalo, o que significava o fim de sua detenção.

– Uou, Uou, Uou! Espera aí, você e Jace estavam namorando? - Perguntou, aturdida. Nunca se quer vira o Lightwood namorando.

– Não, Dory. Nós não estávamos namorando. - Afirmou, sentindo uma pontada no peito. Não sabia a razão, afinal, eles não tinham nada. Mas entre não ter nada com um garoto e saber que ele não quer ter nada com você existe um abismo.

– Então, como...?

– Eu não sei. - Suspirou, andando até a porta. - Até logo, Dorotha.


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Notas finais do capítulo

E então? Mereço reviews?

Beijos
Psicoticamente, A.



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