Troblemaker. escrita por Anjinha Herondale Uchiha


Capítulo 11
Capítulo 9.




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– E então? Alguma ideia?

– Que tal se fôssemos um pouquinho mais para o pop. Eles são quatro, poderíamos imitar aquela banda... Qual é o nome mesmo? Ér... Three Directions. - Alec falou.

Isabelle revirou os olhos. - É One direction... - Reclamou, mostrando o seu caderno cuja capa tinha a foto de cinco garotos com sorrisos brilhantes. - E eles são cinco. Cinco.

– Tanto faz. - Jace murmurou, irritado. - Pouco me importa se são três, sete ou nove. Não vamos imitar ele e ponto.

Alec ergueu os ombros em sinal de derrota. - Ok, eu só queria ajudar...

– Ei, ei, ei... - Kyle chamou, estalando os dedos. - Eu tive uma ideia!

– Não diga... - Magnus revirou os olhos. - Você quer que viremos cantores country ou até mesmo folk, como The civil wars. Não vou usar roupa de cowboy, não vou tocar, cantar ou até mesmo dançar uma música velha e desvalorizada que só serve nos almoços de famílias estadunidenses para causar a discórdia entre pais e filhos. É horrível. Agora, ah, volte a pensar em algo novo para a banda.

Jordan abriu a boca, como se fosse falar algo, mas calou-se após alguns segundos assim.

– Talvez algo com uma pegada pro rock. - Jace disse, para ninguém em especial, depois de um longo tempo em um silêncio constrangedor. - Poderíamos tentar algo mais indie ou alternativo ou até mesmo mais bruto. Eu voto a favor de Slipknot.

– Só você, pelo visto. Estamos na Inglaterra e cantamos para um público adolescente. As garotas querem ver representantes de American Next Top Model, não pseudodelinquentes cantando como o Mr. Catra com garganta inflamada. Então, vá colocar o dedo nos seus olhos* e tenha uma ideia melhor. - Sebby declarou.

(*: Sebastian se refere ao trecho da música Duality do Slipknot, cuja letra diz "Eu ponho os olhos no meu olho, é a única forma de parar a dor")

– Não dá, cara. Não estamos tendo ideias interessantes. - Jordan rosnou, bagunçando os cabelos. - Vocês viram aquelas meninas! Vocês sabem o que acontecerá conosco se não arranjarmos um jeito de derrotá-las no concurso de bandas!

– Acalme-se, Kyle, também não é para tanto... - Magnus tentou.

– Como não é para tanto? Elas são talentosas! Por Deus! Até Jaqueline se juntou àquele bando. Jaqueline!

– Que diabos tem Jaqueline a ver com isso? - Perguntei, aos sussurros, para Izzy.

– Jordan tem uma paixonite por ela desde a oitava série. Tinha que ver! Ele até perseguia a pobre menina até sua casa. Foram os piores anos de Kyle. - Isabelle respondeu, movendo as mãos para dramatizar.

– Ei, eu ouvi isso! - Ele gemeu, pegando uma almofada no sofá e jogando para tentar atingi-la.

– O fato é que... - Alec se levantou, suspirando. - Precisamos de alguma coisa. Urgentemente.

– E se vocês tentassem... sei lá... por uma menina no grupo. - Sugeri, recebendo seis olhares estranhos. Jace já havia aberto a boca para dizer uma de suas gracinhas, eu sabia, por isso prossegui. - Bem, é sério. Vocês precisam alcançar um novo público. As meninas amam vocês, porque vocês são gostosos - tirando o Jordan, porque ele parece um marginal tatuado. E se vocês apelassem para o lado masculino? Por uma representante boa o suficiente para chamar a atenção?

Eles permaneceram em silêncio por um bom tempo, refletindo, fitando a expressão do outro para ver se estavam passando pela mesma coisa. O primeiro a contestar foi Jace, como praxe.

– E como você pretende achar uma menina bonita, sexy, que cante bem e que lide com o público sem deixar as meninas adversárias ficarem sabendo, espertinha?

Revirei os olhos, batendo o pé daquela forma que fazia quando ficava nervosa. - Por que procurar alguém quando já temos a melhor opção?

Jordan soltou uma risada tão alta que parecia o grito agudo de algum animal morrendo. - Você não está referindo-se à si mesma, está? - Havia um brilho maldoso em seus olhos e isso, bem lá no fundo, teve um impacto sobre mim.

Contei até três para manter a calma e dar uma resposta polida. - Não, Kyle, não estou falando de mim mesma, se é isso que você quer saber.

– Então o que você está sugerindo? Que fantasiemos o Alec de garota? Oh, talvez ele passe um pouco de maquiagem também ou até mesmo faça uma torta. - Jace disse,

– Eu não vou fazer uma torta! - Ele praticamente berrou, insatisfeito, fazendo todos os presentes naquela sala olhá-lo.

– Ainda bem que não. Você queima até água na cozinha. - O murmúrio de Jace foi mais um praguejar do que outra coisa.

– Gente, gente! Querem parar de ladainha e me deixar falar?! Obrigada! Bom, eu não estava falando de Alec... - E suspirei, olhando para a linda espécime feminina ao meu lado. - Estava falando de Izzy.

*******************************************

Depois da longa discussão de banda, fomos enfim liberados do caos. Eu estava saindo da casa de Jordan, mancando do jeito mais vergonhoso que conseguia, quando sinto uma mão suave agarrando meu braço. Era Alec, com um sorriso corado em sua face.

– Hum, Claire... - Ele murmurou, meu nome saindo de seus lábios com uma dose de sotaque escorrendo por mim. - Você quer ir almoçar comigo?

– Eu... - Pensei um pouco, duvidosa. O que eu deveria estar fazendo? Ele ainda queria me ver depois da noite anterior, quando o deixei sozinho no baile para ir para casa com seu irmão - para depois beijá-lo. Ele provavelmente não sabia o que havia ocorrido entre mim e Jace e a possibilidade dele descobrir assim e parar de falar comigo me assustada. Alec era tão doce e tão tímido que, eu sabia, se ele me beijasse, não me ignoraria no dia seguinte como Jace estava fazendo. Eu não podia negar um pedido desses, não quando tinha a possibilidade dele ficar triste comigo. - É claro. Eu não queria voltar para casa, de qualquer jeito.

– Uh, isso é ótimo. - Ele ofereceu o braço para me ajudar a me apoiar e fomos caminhando por longos minutos até chegarmos a um restaurante pequeno e quase vazio chamado Pete's. - Quase ninguém vem aqui. - Ele disse, assim que sentamos em nossa mesa. - As pessoas tendem a achar que um lugar é ruim só porque é antigo. Mas assim é melhor, de qualquer jeito. Um lugar não-conhecido não pode ser estragado por pessoas desagradáveis.

Me peguei sorrindo com aquele comentário. - E o que devemos pedir, senhor filósofo? Não entendo nada da culinária inglesa.

Ele abriu o cardápio e ergueu uma sobrancelha. - Deixe-me ver, lady. Vamos comer... - E então começou a falar meia dúzia de nomes estranhos enquanto indicava as especiarias. Optei por algo que ele disse ser bolo de carne e chips, que não era nada mais nada menos que batata frita - e não, essa não tinha peixe.

Nós tivemos uma conversa boa, não pude negar. Descobri que ele era quase dois anos mais velho que eu, que sua cor favorita era cinza-claro, que seu número da sorte era 7 e que seu animal de estimação preferido era o cavalo. Alec era tão mais simples, tão mais natural que eu não precisava me esforçar para ficar sã quando ele estava por perto.

Mas, mesmo assim, não pude deixar de me sentir uma covarde suja quando, assim que ele me deixou em casa, tocou da forma mais suave e terna possível seus lábios nos meus. Foi um beijo tão doce e tão cordial que eu até me perdi na razão.

A palavra ENCRENQUEIRA brilhava em minha mente, ardendo como as chamas do satã. Eu sabia, oh sabia, o que eu estava fazendo era tão errado... Mas me fazia sentir tão bem...

Continua no próximo capítulo.

Em um futuro próximo de Troublemaker:

Clary tremeu quando a mão de Jace, febriu e elétrica, apertou de uma forma dolorosa seu braço. Ele estava desesperado - ela podia perceber. Por baixo do vestido encharcado ela conseguia sentir o frio na barriga que o olhar dele causava.

– Então você me quer? Ou você quer ele? - Ele praguejou, soltando um palavrão enquanto ela enxugava um pouco da água que caía em seu rosto. - Porque assim não dá, não dá mesmo. Você está acabando com a minha sanidade!

– Jace... - Ela conseguiu soltar, a voz esticada como uma corda de violão. Estava confusa - e envergonhada. - Me desculpe, eu não queria...

– Não quero suas desculpas. Eu quero que decida. Se quer ficar com ele, fale logo e pronto. Você não pode me querer e estar com ele ao mesmo tempo. Você não pode ter os dois, sua encrenqueira.


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Notas finais do capítulo

E então? Mereço reviews?

Kissus.
Psicoticamente, A.



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