Tetra escrita por Mari Darko


Capítulo 6
Capítulo 6 - Júlia


Notas iniciais do capítulo

"Nunca existiu uma grande inteligência sem uma veia de loucura."

Aristóteles



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Eu já estava ficando ansiosa. Nunca tinha participado de coisas assim. Depois das aulas, esperamos a galera sair e fui para a frente da escola, junto com a Carol e o Rodrigo. A presença dele já me deixava um pouco desconfortável, pois não o conhecia direito, quando o Gabriel chegou então... Mas ele demorou. Chegamos a pensar que ele nem ia aparecer, mas ele veio, com o capuz escondendo seu cabelo, e com aquela típica cara amarrada. Ele começou:

–Por que mesmo você chamou a gente aqui?

–Então, quero saber se todos aqui têm certeza de que vão participar mesmo.

–Claro! – Carol respondeu por todos, mas mesmo assim ele esperou a minha resposta e a do Gabriel.

–Sim. –Respondi, afinal não tinha nada a perder.

Gabriel fez que sim com a cabeça.

–Desculpe chamar todos aqui para isso, mas precisava ter certeza.

–E você? – Disse Gabriel – Não vai nos deixar na mão também?

Rodrigo o olhou meio injuriado, mas respondeu seco:

–Não.

Nós todos fomos para casa, Carol até me chamou para ir a casa dela, mas não aceitei, queria ficar sozinha e pensar um pouco. Nem me preocupei em andar rápido. Não sabia direito no que estava me metendo, mas como me comprometi a participar, não iria voltar atrás.

No dia seguinte tivemos mais um dia comum de aulas. Tirando eu e a Carol, nós quatro nem nos falamos direito. Dessa vez não fui direto para casa depois das aulas, decidi ir a um parque perto da escola. Comprei algo para comer e como costumava fazer quando ia lá, sentei no banco para observar as pessoas passando, correndo. Até tentei estudar um pouco, mas estava muito distraída. Quando percebi, o sol já estava se pondo e eu já ia embora, mas vi alguém vindo na minha direção. Era Rodrigo, ele estava suado, provavelmente estava correndo. Engraçado, eu quando estou suando fico horrível, mas isso não o deixava menos bonito. Ele sentou do meu lado.

–E aí Júlia? Tá fazendo o quê?

–Vim aqui correr – Falei brincando.

Ele começou a rir.

–Desculpa não me contive. Você tá falando sério?

–Claro que não né. Tô aqui pensando no evento e observando as pessoas.

–Observando pessoas? Psicopatas fazem isso também.

–É mesmo? Isso não deve ser só coincidência. –Disse rindo – Mas e você? Veio correr?

–Não, vim admirar a paisagem.

–Palhaço.

–Sim, vim correr. Queria me distrair um pouco e me preparar pra amanhã. Bom, vou ter que ir indo, tenho que passar num lugar depois. Até amanhã na inscrição psicopata. – Falou sorrindo.

–Até, isto é, se você estiver vivo até lá!

–Ui.

Nós rimos, e ele voltou a correr. Minha timidez tinha sumido naquela hora, o que foi bom, acho que como um grupo devíamos mesmo falar uns com os outros. Afinal, Rodrigo não era tão besta como eu pensava. E minha opinião sobre Gabriel podia mudar também. Mesmo que eu tivesse reclamado dele, tinha gostado de nós como um grupo.

Acabei voltando para casa, e decidir ter uma boa noite de sono.

Depois disso, o jeito era esperar pela inscrição e ver no que dava.


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Notas finais do capítulo

E aí?



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