Tetra escrita por Mari Darko
Notas iniciais do capítulo
"Nunca existiu uma grande inteligência sem uma veia de loucura."
Aristóteles
Eu já estava ficando ansiosa. Nunca tinha participado de coisas assim. Depois das aulas, esperamos a galera sair e fui para a frente da escola, junto com a Carol e o Rodrigo. A presença dele já me deixava um pouco desconfortável, pois não o conhecia direito, quando o Gabriel chegou então... Mas ele demorou. Chegamos a pensar que ele nem ia aparecer, mas ele veio, com o capuz escondendo seu cabelo, e com aquela típica cara amarrada. Ele começou:
–Por que mesmo você chamou a gente aqui?
–Então, quero saber se todos aqui têm certeza de que vão participar mesmo.
–Claro! – Carol respondeu por todos, mas mesmo assim ele esperou a minha resposta e a do Gabriel.
–Sim. –Respondi, afinal não tinha nada a perder.
Gabriel fez que sim com a cabeça.
–Desculpe chamar todos aqui para isso, mas precisava ter certeza.
–E você? – Disse Gabriel – Não vai nos deixar na mão também?
Rodrigo o olhou meio injuriado, mas respondeu seco:
–Não.
Nós todos fomos para casa, Carol até me chamou para ir a casa dela, mas não aceitei, queria ficar sozinha e pensar um pouco. Nem me preocupei em andar rápido. Não sabia direito no que estava me metendo, mas como me comprometi a participar, não iria voltar atrás.
No dia seguinte tivemos mais um dia comum de aulas. Tirando eu e a Carol, nós quatro nem nos falamos direito. Dessa vez não fui direto para casa depois das aulas, decidi ir a um parque perto da escola. Comprei algo para comer e como costumava fazer quando ia lá, sentei no banco para observar as pessoas passando, correndo. Até tentei estudar um pouco, mas estava muito distraída. Quando percebi, o sol já estava se pondo e eu já ia embora, mas vi alguém vindo na minha direção. Era Rodrigo, ele estava suado, provavelmente estava correndo. Engraçado, eu quando estou suando fico horrível, mas isso não o deixava menos bonito. Ele sentou do meu lado.
–E aí Júlia? Tá fazendo o quê?
–Vim aqui correr – Falei brincando.
Ele começou a rir.
–Desculpa não me contive. Você tá falando sério?
–Claro que não né. Tô aqui pensando no evento e observando as pessoas.
–Observando pessoas? Psicopatas fazem isso também.
–É mesmo? Isso não deve ser só coincidência. –Disse rindo – Mas e você? Veio correr?
–Não, vim admirar a paisagem.
–Palhaço.
–Sim, vim correr. Queria me distrair um pouco e me preparar pra amanhã. Bom, vou ter que ir indo, tenho que passar num lugar depois. Até amanhã na inscrição psicopata. – Falou sorrindo.
–Até, isto é, se você estiver vivo até lá!
–Ui.
Nós rimos, e ele voltou a correr. Minha timidez tinha sumido naquela hora, o que foi bom, acho que como um grupo devíamos mesmo falar uns com os outros. Afinal, Rodrigo não era tão besta como eu pensava. E minha opinião sobre Gabriel podia mudar também. Mesmo que eu tivesse reclamado dele, tinha gostado de nós como um grupo.
Acabei voltando para casa, e decidir ter uma boa noite de sono.
Depois disso, o jeito era esperar pela inscrição e ver no que dava.
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E aí?