Blood Curse escrita por Soul Kurohime


Capítulo 9
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, pessoal! Hoje é dia do escritor, então parabéns a todos vocês que curtem se aventurar no mundo das fanfictions. :3 Mas não é somente por isso que resolvi postar hoje! Hoje a Blood Curse completa dois meses de vida! A todos que estão acompanhando, favoritando e principalmente aqueles que me apoiam diretamente com comentários... Amo todos vocês! Sério. A fic não seria o que ela é hoje se não fosse por vocês. Claro, ela ainda não é grande, não é grande coisa comparada as outras maravilhosas fanfics dessa categoria, mas ela é realmente muito importante para mim, então, mais uma vez, muito MUITO OBRIGADA! Sem mais delongas, espero que curtam o capítulo! Boa leitura! :3 ~Soul



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Ela o seguia, mantendo-se a alguns metros de distância, olhando em sua direção de tempos em tempos. Ele, por sua vez, a olhava de soslaio a cada curto período de tempo para ter certeza de que ela o seguia.

Eles haviam saído do dormitório e andavam a passos lentos até a parte de trás do prédio principal da Sweet Amoris. A grama amassava-se com o pisar das botas pesadas de Rain. A garota viu várias faces pálidas no campus noturno, e engoliu em seco com a presença de tantos vampiros aglomerados em um único lugar.

Quando Rain levantou os olhos azuis para olhar mais uma vez para Castiel, ele não estava mais lá. Ela arregalou os olhos levemente, mas sua expressão de surpresa se desfez quando ela percebeu a presença dele a alguns poucos metros atrás dela.

Ela virou-se, cruzou os braços, e ergueu as sobrancelhas para ele. Ele franziu o cenho.

– O que?

– Achei que você fosse mostrar o caminho.

– Você não percebeu que eles querem morder você? – ela congelou. No outro segundo, Castiel já estava a centímetros dela. – Não se preocupe. – afagou o cabelo da morena – Não vou deixar nenhum vampiro mal machucar você. – desdenhou.

– Humph! Quem é você para dizer alguma coisa? – a garota retirou a mão dele de sua cabeça.

– Ora, eu quero guardar o seu sangue só para mim... – sorriu e apertou levemente a mão da menina. Ainda bem que estava escuro. Talvez assim ele não notasse que ela havia enrubescido.

– Falando em sangue... Não consigo parar de pensar em Lysandre. Afinal, o que há com ele?

– Isso não tem nada a ver com você. – disse, glacialmente, soltando a mão da garota.

– Mas eu estou preocupada com ele! Não custa você me explicar!

– Você mal o conhece.

– Eu também mal conheço você!

– Eu conheço você melhor do que ele a conhece.

Ela bufou.

– Duvido.

– Então ficar nua na frente de garotos é um costume, Rain? A cada vez que converso com você me odeio ainda mais por não ter insistido à diretora pra por você em nossa ala.

O queixo dela caiu.

– Co-Como você? Claro, sou modelo da Playboy, não sabia? – ironizou - Não é nada disso, seu idiota! Estou falando de personalidade!

– Mesmo no escuro eu consigo ver que você está tão vermelha quanto meus cabelos. – sorriu malicioso.

–... Morra!

– Sou imortal!

–... Odeio... Você.

Ele sorriu mais uma vez e a pegou pela mão.

– O que-

– Você está me atrasando.

Ele apertou levemente as juntas albinas da mão esguia da morena e a puxou de leve. Ela estava ocupada demais olhando para ele para reclamar de alguma coisa ou começar outra discussão. Castiel estava andando em uma velocidade normal, para não correr o risco de machuca-la de forma alguma. Tirando a palidez, ele parecia um adolescente completamente comum... Mas até isso contava como ponto positivo.

Antes dela menos perceber, eles finalmente haviam chegado à parte de trás do prédio principal. A grama era baixa, seca e feia. O ar era rarefeito. A penumbra dava um ar assombroso ao local. Não havia uma única forma de luz, fora a luz da lua-cheia que banhava os dois. Ele ficava completamente sombrio e mais lindo à luz da lua. O coração dela acelerou... E quando mais ela queria que ele continuasse apertando sua mão, ele a havia soltado.

Ela atou uma mão na outra e as levou para trás do seu corpo. Ele havia se ajoelhado e estava levantando a tampa do alçapão de madeira. Rain mal conseguia vê-lo. Não conseguia sentir que estava ali. Seus movimentos eram calmos e silenciosos, então ela também não podia contar com sua audição. Mas ela sabia que ele estava ali. De alguma forma... Sabia.

A tampa fez um enorme rangido ao abrir. Castiel ergueu a mão direita para Rain. Por mais que ela quisesse tocá-la, sentir novamente a frieza glacial inumana que ele emitia, por mais que sua mão estivesse coçando para mais uma vez tocá-lo... Ela negou com a cabeça.

– Posso fazer isso sozinha.

Ele deu de ombros e recolheu sua mão. Rain aproximou-se no alçapão e olhou para baixo. Ela não conseguia ver o fundo, e a escuridão era realmente assombrosa. Engoliu em seco e... Sentiu uma mão em suas costas.

Mesmo com o leve empurrão do garoto, Rain surpreendentemente conseguiu aterrissar em pé. O chão não era tão longe assim, afinal. Era bastante alto, mas não do tanto que a garota achava que seria. O ar era ainda mais rarefeito e a menina logo teve dificuldades para respirar. Ela escutou o estalar de um interruptor, e se viu em um pátio que dava acesso a um corredor de luzes de paredes amarelas que ligavam continuamente.

As paredes estavam manchadas de fungo, e o piso e o teto levemente molhados. O que a garota havia pensando serem lâmpadas amarelas na verdade eram lampiões de ferro com design antigo, com velas mágicas acesas.

– Vamos? – Castiel apareceu detrás dela.

A luminosidade amarelada das velas também o deixavam incrivelmente lindo.

– Você está louco?

– Hã? – ele aparentava uma expressão confusa no rosto.

– Você me empurrou! Eu poderia ter quebrado alguma coisa se não tivesse caído em pé, sabia?

– Eu tinha noventa por cento de certeza que você cairia em pé.

Ela se aproximou dele e o deu um forte tapa que ecoou pelo corredor. Ele deu um passo para trás, mais por surpresa do que por qualquer outra coisa. Castiel virou-se para ela com os olhos cinzentos cintilando de fúria.

– Pelos outros dez por cento! E pelas outras coisas também! – sua mão estava verdadeiramente ardida. Ela tinha certeza que havia doído mais nele do que nele e bufou internamente.

– Você tem sorte de eu não bater em garotas... Mas estou prestes a abrir uma exceção para você.

Ela sorriu com desdém.

– Preciso descontar minha raiva em alguma coisa. – continuou.

Ele andou até uma das paredes do pátio oval e a socou com força. Ela rachou, e uma extensa rachadura se formou até o fim do corredor, de ambos os lados. A mão dele estava sangrando... Um sangue mais vermelho e mais aguado que o dela. Em três segundos, não estava mais. Rain percebeu que os ombros do garoto não se movimentavam, ele estava completamente parado. Talvez vampiros não precisassem respirar, finalmente.

– Vamos? Ou você vai me dar outro tapa? Se o fizer, terei certeza de me certificar de descontar minha raiva em você, dessa vez.

Rain engoliu em seco. Não sabia se ele estava falando sério ou não, mas já estava começando a se arrepender pelo bendito tapa! Desviou os olhos dos dele e passou a andar em direção do corredor.

– Boa escolha. – prosseguiu ele.

Ela revirou os olhos.

Ele a acompanhou sem nenhuma dificuldade. No fim do corredor havia uma escada de cimento que descia em espiral. Quando Rain pôs o pé no primeiro degrau, Castiel a puxou pelo pulso em sua direção.

Os corpos dos dois ficaram levemente colados. Ela sentiu o coração que não batia. Ou o que deveria ser. O coração dele pulsava de tempos em tempos, muito demoradamente, diferente do dela, que estava a mil. Com tanta demora entre as pulsações, uma pessoa normal estaria morta há muito tempo.

Rain teve uma lembrança. Sua avó, sentada em uma cadeira de balanço, com um xale roxo por cima do vestido branco com rosas coloridas. Ela contava histórias de terror infantis para ela nas sextas a noite. Sua avó disse uma vez que vampiros eram uma espécie de mortos-vivos. Não como zumbis, mas sim como uma alma que não veio ser coletada por um Deus da Morte. Não estavam vivos. Nem mortos. Eram... Amaldiçoados...

A garota despertou do seu devaneio quando o garoto de cabelos escarlates abaixou-se e a levantou em seus braços.

– O que está fazendo?!

– Você está me atrasando. Assim vai ser mais rápido.

– Ponha-me no chão! – gritou.

– Como se você pudesse escolher... – sorriu.

Rain estava com os olhos nele, mas quando deu por si estava caindo naquele abismo. Ela gritou e sentiu o garoto rindo. Ele pousou levemente no chão e a pôs em pé suavemente. Ela havia enrubescido mais uma vez e não sentia suas pernas.

– Assim era mais rápido. – ele deu de ombros e desviou os olhos.

Rain se perguntou se ele fosse capaz de corar, se estaria como ela.

– Tem uma escada! – deu ênfase na última palavra – Se tiveram o trabalho de construir a porcaria de uma escada, com certeza era para as pessoas não saírem pulando por aí.

– Olhe para trás Rain. Conheça o Totó.

– Não mude de assunto. – ela cruzou os braços.

Ele revirou os olhos, a pegou pelos ombros e a girou.

– Rain, esse é o Totó. – ele havia se abaixado e estava sussurrando no ouvido da morena. – Totó, adivinha quem vai dar banho em você hoje!

O queixo dela caiu.

– O... Que é... Isso?

Ele sorriu.

– É só o bichinho de estimação da diretora, Rain... É só... Um dragão.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Queria fazer uma pergunta a vocês... Já decidi o par amoroso da Rain, então gostaria de saber se haveria algum problema por os outros paqueras com outras pessoas. Não serão todos, nem acho que verdadeiramente teria algum problema, mas não custa perguntar né? :3
Obrigada por lerem! #BC2meses ~Soul