Blood Curse escrita por Soul Kurohime


Capítulo 54
Queda-d'água


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE!
Como vão?
Sim, eu estou viva. Não morri.
Primeiramente... FELIZ NATAL! Desejo muitas felicidades para vocês e suas famílias, sucesso, amor por mim, capítulos para ler na BC, que Deus ilumine a vida de vocês e os seus passos!
Enfim, gente, tô ligada que eu sumi um mês, mas assim... não foi porque eu quis. Tive minha ultima semana de provas e, quando acabou, meu note simplesmente não estava mais funcionando. Comprei a peça pela internet, demorou chegar, teve o tempo de conserto, e estou voltando hoje apenas.
Milagres de Natal, hein gente?
Vou aproveitar essa notinha e dar um aviso a vocês: vou escrever que nem louca agora.
Minha ideia seria postar um capítulo por dia - se der tempo que eu termine -, ou postar três capítulos ou mais por semana. O que acham?
Mas para isso, eu vou precisar do total apoio de vocês, vocês sabem.
Enfim, é isso.
Voltei pra ficar pra sempre. UOU!
Beleza, é nós!
Boa leitura.
xoxo
~Soul ♥



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Ela levantou-se devagar, apoiando-se no próprio peso, e balançou a cabeça. Sentia-se confusa. No mínimo, contrariada. Conhecia Noir bem o suficiente para saber que nenhuma de suas acusações, por mais absurda que parecesse, fosse mentira.

Não foi por uma única vez que ouvira seu pai lamentar-se pelos defeitos humanos: os sentimentos. Ele sentia-se superior por não possuir nenhuma fraqueza, como ele mesmo se referia. Demônios são incapazes de sentir compaixão, dó, pena e, muito menos, amor. Então ela, como um, estava mesmo apenas vivendo uma ilusão ao pensar tão convictamente que seus sentimentos por Kentin eram mentiras? Ou até mesmo por Castiel?

Castiel.

Rain sabia que o seu amor, ou o que quer que fosse que sentia, eram todos voltados a Kentin. O mundo poderia explodir, o plano falhar, os mortos voltarem à vida que, contanto que estivesse com ele, nada mais importaria. No entanto, estaria mentindo para si mesma se negasse que rever Castiel não havia mexido com ela. Se pela surpresa de revê-lo após tantos meses, que mais pareceram anos, ou alguma outra coisa, ela não sabia, mas poder finalmente ouvir a voz dele, toca-lo, olha-lo nos olhos, havia estranhamente retirado uma incomoda angustia de seu coração.

Rain suspirou. Seu mundo havia virado de cabeça para baixo em rápidas quarenta e oito horas. Voltar para Sweet Amoris realmente a havia mudado: estava pensando demais, sentindo demais. Furioso não seria, mesmo de longe, a palavra certa para definir como seu pai ficaria caso o plano falhasse. Estava em sua responsabilidade, não poderia deixar que acontecesse.

Ela mordeu o lábio inferior: precisava agir. Uma etapa do plano ainda havia de ser concluída antes da chegada do grande dia e, ao mesmo tempo, provaria para Noir que ele estava errado. O garoto já devia estar longe, e levar Nina ou ir sozinha não eram opções.

Não que ela duvidasse da capacidade da loira: Nina era a vampira mais forte e rápida que Rain conhecera. Porém, a garota possuía algo adorável, que fazia a morena sempre querer deixá-la de fora do que quer que fosse perigoso – o que a irritava demasiadamente.

A morena também não sabia onde Kentin estava – algo bom naquela situação. Ele não a deixaria partir, ao menos não sozinha, e leva-lo ao encontro de uma situação de risco como a qual ela se encontraria também não estava em sua lista.

Andando pensativa pelo corredor do terceiro andar do dormitório, ela caminhava com os dedos pelas paredes cinzentas. Aquela não havia sido a sua melhor ideia, mas ele não recusaria. Ele devia a ela.

Rain desceu um andar e seguiu pelo corredor escuro. O salto da bota de cano curto ecoando aos seus tímpanos era o único som que ela ouvia. Parou, finalmente, à porta de um quarto onde estivera pela última vez há meses: o quarto de Nathaniel.

A morena alcançou a maçaneta, que lhe deu um choque gelado em suas mãos nuas: estava trancada. Revirando os olhos, ela mordiscou com força a ponta do seu dedo indicador. Sangue escorreu, que se materializou em uma pequena chave. Rain sorriu ao destrancar a porta: adorava sua habilidade. Enquanto tivesse sangue, poderia fazer tudo que desejasse.

Embora o enorme mapa-múndi estivesse coberto, o quarto estava exatamente como ela se lembrava, e supreendentemente limpo. Talvez a diretora o limpasse com a esperança que o seu querido príncipe um dia voltaria. Ou o espírito da falecida Melody o limpasse como forma de demonstrar que ainda ama a ele mesmo do além. Rain riu ao último pensamento enquanto andava para mais perto do mapa.

Se havia algo que ela sentia falta dos antigos tempos, era da companhia de Nathaniel. Ele a havia ajudado muito desde sempre, e ela era grata a ele, mesmo que houvesse parecido um verdadeiro monstro nas últimas vezes que ela o vira.

Rain parou inesperadamente. Gratidão? Medo? Nostalgia?

Algo estava errado. Sentir isso estava errado. Sentir era errado.

– O que você está fazendo?

A morena virou-se subitamente à voz que lhe chamara: o garoto estava com as costas apoiadas na parede ao lado da porta.

– Procurando você.

Ele franziu o cenho e aproximou-se dela em uma velocidade surpreendente.

– Procurando a mim? Aqui?

– Sim, Castiel. Você tem o dom de sempre aparecer quando eu entro aqui.

O ruivo desviou o olhar.

– Porque você tem o dom de sempre estar em perigo ao entrar aqui.

– E você tem o dom de sempre querer me proteger, mesmo que tenha me deixado à morte na última vez que estivemos juntos.

– Eu já me desculpei! – Rain o calou com os dedos.

– E você sabe que desculpas não são suficientes para que eu te perdoe. Mas se realmente quiser meu perdão, tenho algo a te propor.

O garoto levou sua mão a dela e gentilmente a retirou de seus lábios.

– ...e o que seria?

– Não posso revelar. Pelo menos não ainda. – Ela mexeu nos cabelos.

– Como espera que eu faça algo que nem ao menos sei o que é?

– Você saberá, mas antes.... – Segurando um sorriso, ela esticou a mão direita a ele – Precisa se aliar a nós.

***

Alexy olhou de Lysandre para Nina antes de franzir o cenho.

– E então? – O garoto de roupas vitorianas insistiu.

– Sem chance! – O outro respondeu – É um portal fixo, requere muita magia.

– E, no entanto, você emprestou para Castiel e Rain quando eles precisaram.

– Era uma emergência e Rosalya ainda não era especialista em portais. Além disso, na época, nós tínhamos a magia necessária já acumulada no portal. Esperem que ela volte e peçam para que faça um portal para vocês.

– Bem, é uma emergência. – Nina finalmente argumentou.

Alexy suspirou.

– Temos outro problema: ela. – Ele se curvou para a loira – Achei que fosse uma das comparsas do mal.

– Longa história, mas ela está conosco. Realmente é uma emergência, Alexy.

Dando-se por vencido, o garoto de cabelos azuis suspirou.

– Armin vai me matar. Espero que não queiram ir para muito longe, não temos magia o suficiente para isso.

– Obrigado. – Lysandre sorriu, o que arrancou um sorriso de Nina.

Os dois que trajavam roupas vitorianas seguiram o de cabelos azuis pelo corredor, até finalmente chegarem a um quarto repleto de poções, caixas de madeira aparentemente comuns e máquinas especializadas em combate. No meio de tantas, havia uma máquina em especial que se destacava pelo seu aspecto curvilíneo e suas chamativas cores verde e azul que brilhavam por através de uma película de vidro: o portal.

Lysandre e Nina posicionaram-se na frente deste, enquanto Alexy, um pouco mais ao lado, preparava a máquina para o uso. Alguns minutos depois, após receber um sinal positivo do feiticeiro, a pequena vampira fechou os olhos e, expirando profundamente, atravessou a película que se dilatou ao contato com a pele dela. Lysandre a seguiu.

O garoto de olhos heterocromáticos sentiu o ar ficar rarefeito e a pressão ao seu redor diminuir gradativamente, o pressionando contra si cada vez mais. No entanto, ele manteve os olhos bem abertos: Nina, mais a frente, parecia flutuar na imensidão bege. Milhares de raios de luz verdes e azuis atravessam o infinito de cor nude a cada milésimo de segundo, ainda que tudo ali dentro passasse em câmera lenta. Ele olhou para as laterais em busca de algo diferente, de ver talvez através das camadas beges, mas cada centímetro era igual ao outro. Embora nebuloso, era impossível ver o que se passava através.

Lysandre voltou seus olhos para Nina que, agora, não estava mais de costas para ele. Ela, de olhos fechados, os braços cruzados em forma de x sobre os seios e a boca levemente entreaberta, parecia uma boneca de porcelana perfeitamente talhada aos olhos dele. Não, mais do que isso. Ela tinha a beleza de um anjo. Nina era perfeitamente perfeita e delicada como um anjo, apenas faltava-lhe as asas, mas ele podia imaginá-las abrindo atrás dela sem nenhuma dificuldade.

De repente, ela abriu os olhos, e ao perceber os de Lysandre em si, arregalou-os levemente logo antes de desviá-los. E então, uma luz branca que brilhava mais forte que o sol subitamente surgiu atrás da menina. No outro segundo, ambos finalmente sentiam firmeza abaixo de seus pés.

A bota de cano médio da vampira amassava a grama verde que havia se formado sob suas solas enquanto um sopro frio balançava suas mechas loiras: haviam chegado.

– Este é o lugar? – A voz dele soou suave.

– Não, mas estamos perto o suficiente.

– Quão perto?

Ela olhou para ele antes de desviar seu olhar para a frente.

– Alguns metros de distância.

Lysandre franziu o cenho.

– Você quer dizer...

– Sim. Atrás da cachoeira.

A grama dava acesso a uma lagoa profunda e oval que recebia as águas de uma imensa cachoeira alguns metros adiante. Ao redor, árvores de diversos tipos completavam a paisagem.

– Você pode encontrar de tudo nesta floresta. – Informou Nina – Viktor sempre quis conhecer o Éden, então Lúcifer o presenteou com uma cópia barata dele.

O garoto suspirou.

– Ele sempre jogou assim: ilude aos outros para lhes dar uma felicidade enganada. Não é à toa que os humanos sempre caem em suas promessas, mesmo que o preço que ele cobre seja sempre alto demais.

– Em troca desse jardim, Viktor lhe prometeu servidão eterna. Não é por menos que ele era o líder da organização. O mais forte, o mais inteligente. Muito me surpreendeu que Rain o tenha matado tão facilmente.

A garota deu um passo em direção à cachoeira, e seus pés mantiveram-se tão firmes sobre a água como estavam em terra. Lysandre a olhou com os olhos levemente arregalados: ela estava mesmo andando na superfície da água! Ele deslizou seus olhos heterocromáticos às marcas no pescoço dela, e percebeu que elas brilhavam em um azul tão vivo quanto o céu acima deles.

Nina esticou a mão para ele, que a alcançou sem relutância. Eles apertaram os dedos um do outro e andaram de mãos dadas na direção da cachoeira que, ao sentir a magia das marcas no pescoço da menina, interrompeu suas quedas de água a dois metros de altura a partir do chão. Eles atravessaram, e logo ao se encontrarem novamente em terra, as águas iniciaram a cair mais uma vez.

A caverna por detrás da queda-d’água era apenas um pequeno pátio que dava acesso a três imensos corredores, repleto de portas de ferro e estranhamente iluminados por luminárias mágicas.

– E eu que pensei que nunca mais voltaria aqui. – Nina suspirou.

– Me desculpe. – Lysandre soltou a mão que segurava e a tocou no ombro. Nina o olhou de soslaio e sorriu.

– Esse lugar deveria estar abandonado. – A loira se afastou gentilmente do outro.

– Está estranhando as luminárias acesas?

– Exato. Talvez Iris esteja aqui, é incrível como na mesma proporção que eu odeio este lugar, ela ama. Vamos encontrar logo o seu irmão e sair daqui, por favor.

– Apenas me guie.

****

A porta se abriu ao sentir a presença do garoto, e Kentin a atravessou a passos rápidos. O dormitório estava idêntico a quando estivera pela primeira vez na sede da Caninus: camas feitas de aços, uma do lado esquerdo, e outra do lado direito, além de prateleiras de aço na parede do meio, entre duas portas, que davam acesso ao closet e ao banheiro.

– Kentin? – O garoto que estava deitado na cama do lado esquerdo recolheu as pernas.

– Olá, Dake. Há quanto tempo, não é, irmão? – Ironizou.

O moreno avançou sobre o loiro, puxando-lhe pelo colarinho da camisa.

– Não aconteceu como você pensa.

– Sério? E como eu penso que aconteceu?

– Você acha que eu te entreguei para servir de sacrifício na cerimônia de coroação do rei Nathaniel. Não foi isso que aconteceu.

– Então me conte como aconteceu.

– Nós estávamos caçando vampiros como ordenava a missão que nos foi passada. Resolvemos acampar quando a madrugada chegou. Eles também me doparam. Quando acordei, você não estava mais lá. Cheguei a acreditar que os vampiros o haviam capturado, mas quando invadi o covil, você não estava lá. Debrah me recrutou e explicou tudo.

Kentin o empurrou de leve contra a cama dele e se sentou na sua, ao mesmo tempo que a porta abria e uma garota de cabelos trançados e castanhos entrou no quarto de braços cruzados.

– Era tudo um plano de Viktor para despertar os poderes de Rain, Kentin. Ela amava você, a dor seria o ápice para desbloquear o poder reprimido nela. Noir era o agente duplo perfeito, me enganou direitinho. – Debrah suspirou – Charlotte havia descoberto que o coração necessário para o ritual de Rain seria o de um vampiro nobre, e que Viktor estava interessado no de Ambre pois, devido à força e à inteligência do novo rei, seria quase impossível conseguir o dele. Então, ordenei que Noir e Charlotte invadissem a festa e a matassem, uma vez que eram meus agentes mais fortes, mas Noir não a matou: ao se responsabilizar em assassiná-la, manteve Charlotte distante, sequestrou Ambre e a levou para Viktor.

– E como eles sabiam que Rain estaria na festa?

– Iris. Como amiga de Castiel, e depois sua também, ela estava constantemente a par de tudo o que acontecia em Sweet Amoris. Além disso, ela sempre foi apaixonada por Noir, fazia tudo o que ele queria, sem pestanejar.

Kentin e Dake suspiraram ao mesmo tempo.

– Eu entrei na organização horas antes de Noir e Charlotte chegarem com Castiel na antiga sede. – Informou Dake – Quando Debrah me contou que a função da organização era proteger a sua garota, não pensei duas vezes antes de entrar. Somos irmãos, cara, ligados pelas ligações da Caninus. Não te entregaria.

Kentin o olhou com seus olhos verdes como esmeraldas antes de os desviar para a porta que mais uma vez se abria. Desta vez, era Lety.

– Kentin, não sei o que você fez, mas funcionou: o diretor quer vê-lo. Agora!


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Notas finais do capítulo

HELLO GENTE.
De novo.
Desculpa, to muito animada por estar voltando.
hauheuhuwhuweuhs
mas é isso aí.
uhuuu
é nós.
gente
quero presente de natal
beijo
vou esperar o presente de vocês
Não esqueçam de comentar, seus lindos. Mesmo esquema do capítulo passado, preciso saber do apoio de vocês. Enfim, é isso.
Obrigada por lerem, espero vê-los em breve.
Beijos,
~Soul



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