Blood Curse escrita por Soul Kurohime


Capítulo 55
Cohiba Robusto


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE!
Eu sei, muita cara de pau minha aparecer aqui depois de duas semanas logo depois de prometer postar mais. Mas gente, aconteceu uma coisa comigo que nunca havia acontecido. :O
Sim.
O temível.
Bloqueio.
aaaaaaaaaah
Fiquei desesperada, sério. Eu abria o capítulo e não conseguia continuar. :( Dei o melhor, mas se o capítulo estiver meio bosta, me desculpem, sério.
Mas estou animada de novo após escrever essa coisa linda aqui.
Então, me desculpem.
Vou tentar postar mais, eu juro.
E feliz ano novo atrasadão.
Ah, mais uma coisa.
Gostaria de AGRADECER À RETSE MOLES PELA RECOMENDAÇÃO! MUITO OBRIGADA, DE VERDADE! CAPÍTULO DEDICADO A VOCÊ, QUERIDA RETSE MOLES ♥ Saiba que o nome disso é amor. Beijos.
Sem mais delongas, boa leitura.
~Soul ♥



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Ele, com a boca entreaberta, recuou um passo. De todos os interesses que Rain poderia vir a querer para com ele, aliar-se à sua organização seria o último que passaria por sua mente. Ela mexeu no longo cabelo escuro com a mão que não estava estendida e deu um leve sorriso vitorioso. Os olhos cinzas dele brilharam àquela cena, ainda que ele estivesse mais surpreso do que desejava estar.

– Castiel?

Ele piscou. Ouvi-la novamente pronunciar o nome dele com sua voz doce parecia surreal depois de tantos meses de distância. O ruivo engoliu em seco.

– Não tenho certeza se aceitar seria a melhor escolha.

A morena franziu o cenho por meio segundo antes de retrair a mão estendida.

– E desde quando você pensa qual a melhor escolha antes de agir?

Castiel olhou para o chão e permitiu que seus lábios se curvassem em um sorriso. Rain sorriu sem sentir.

– Você tem razão, mas, ainda assim... – O ruivo ergueu seus olhos cinzentos aos azuis dela e os encarou – O que você quer com isso?

Rain sustentou o olhar por alguns segundos, mas logo o desviou.

– Preciso que venha a um lugar comigo, mas não posso revela-lo sem antes poder confiar em você. As marcas, no entanto, são símbolo de confiança para quem faz parte da organização.

– Certo. – Ele se aproximou – Deixe-me mudar minha pergunta: por que eu?

– Foi a primeira pessoa que pensei fora Noir e Nina. – Ela deu de ombros – Não fiz muita seleção.

– Por que não eles?

– Não quero colocar Nina em perigo e ordenei que Noir fosse embora. Sem mais explicações.

Castiel ergueu as sobrancelhas: por que ela havia mandado Noir partir? O ruivo chegou-se ainda mais para perto de Rain, o suficiente para que suas madeixas tocassem as bochechas da garota.

– Fui mesmo o primeiro em que você pensou? – Ele sussurrou e, levando a mão direita ao maxilar da morena, deslizou o seu polegar sobre a pele macia dela. Rain, por sua vez, recuou. – Kentin, não é? – O garoto ergueu o tom de voz – Você ama mesmo a ele? O que aconteceu com a gente?

– Com a gente? – Perplexa, a morena se afastou – Você está brincando, certo?

– Deveria?

– Com certeza. – Ela apertou os olhos antes de suspirar – Você está apenas me enrolando.

Rain incitou a sair, mas Castiel a segurou pelo pulso e a virou em um único movimento para a sua direção.

– Não seja impaciente! – Ele a apertou levemente – Não importa o que seja, eu vou, e você sabe disso. Faço qualquer coisa para te ter de volta.

– Você não vai me ter de volta apenas concordando com isso.

– Digamos que a esperança é a última que morre. – Ele sorriu malicioso – E eu não desisto fácil.

Foi a vez da morena sorrir maliciosamente.

– Então com certeza você vai adorar minha primeira ordem.

– Ordem? – Ele franziu o cenho.

– Sim. Desde a morte de Viktor, eu sou a líder da organização, então você me obedece. – Ela se aproximou – Você é o meu escravo agora, e nós não estamos mais fingindo.

O ruivo expirou.

– Eu não...

– E como primeira ordem – Ela o interrompeu – Tire suas roupas e vá para a cama. – Rain segurava o riso – Irei fazer as suas marcas.

***

Kentin sentou-se impaciente na cadeira de couro giratória e fitou o homem em sua frente: o diretor, que aparentava estar perto da casa dos trinta e usava um terno cinza que combinava com seu cabelo castanho partido ao meio, fumava um charuto Cohiba Robusto.

– Não vou me prolongar. – Uma tragada interrompeu a voz áspera do homem – Já estou a par do que está acontecendo.

– Está? – O moreno ficou levemente boquiaberto.

– Você sabe o que acontece com membros que deixam seus protegidos morrerem, garoto?

Kentin engoliu em seco.

– São expulsos da Caninus.

– Exatamente. O que me incomoda é saber que você estava me procurando mesmo quando sua carta de expulsão já estava pronta para ser enviada.

– Há uma razão para tudo isso ter acontecido. – O moreno ajeitou-se desconfortavelmente na cadeira.

O homem tragou mais uma vez.

– Eu sei, embora eu não esteja aqui para ouvir explicações. Quando eu estava pronto para enviar a sua carta, recebi uma outra. Deveras interessante, se me permite dizer.

– Uma carta? – Kentin franziu o cenho.

– Sim, do mais novo rei dos vampiros. Claro que estranhei, uma vez que o diálogo nunca foi comum entre nossas raças, porém, nessa carta, o rei me explica todo o ocorrido.

O moreno deixou-se cair na cadeira. Aquilo havia sido realmente inesperado.

– É verdade que ele entregou o quadro pertencente aos vampiros para vocês? – O homem prosseguiu.

Kentin apenas assentiu. O diretor suspirou.

– Creio que devo entregar o nosso também. Acredito que a segurança do mundo valha muito mais que uma pintura que não nos vale mais de nada se os vampiros não possuem mais a sua.

O garoto soltou o ar que não sabia que prendia em um suspiro de alívio. O homem musculoso se levantou da sua poltrona de couro marrom escuro e andou na direção de um pequeno quadro que estava atrás de si. Ele o entregou para Kentin e voltou a sentar novamente em sua poltrona.

– Espero que façam melhor uso disso do que pendurar em uma parede. – O diretor tragou o charuto novamente – E quanto à sua expulsão... – Ele suspirou – Não se preocupe com isso. É uma situação especial que requere medidas especiais. Daremos a chance de você passar novamente pela cerimônia da escolha da sua protegida: a marca de ligação é um dos requisitos mínimos para fazer parte da Caninus, afinal de contas. Apenas salve o mundo e demostre que é bom o suficiente para receber uma segunda chance da Caninus.

O moreno ergueu seus olhos esverdeados para o homem em sua frente e sorriu.

– Obrigado. – Respondeu simplesmente.

O diretor se permitiu sorrir, e deu uma tragada pela última vez.

***

O som das botas de ambos contra o chão pedregoso umedecido que ecoava pelos corredores extensos e mal iluminados era o único que Lysandre e Nina conseguiam ouvir. Depois de muito andar, o barulho da cachoeira havia se tornado praticamente nulo, o que significava que talvez Leigh estivesse, pela primeira vez desde a queda de Lúcifer, mais perto do que longe do garoto de olhos heterocromáticos.

Ou talvez não. Lysandre realmente não conhecia aquele percurso, e tudo o que lhe restava era seguir Nina que, poucos passos mais a frente, andava de forma decidida e aparentemente um pouco incomoda. As lâmpadas falharam por meio segundo, mas não havia sido a primeira vez que aquilo acontecera.

Desde que os dois começaram a andar pelos corredores, as luzes falhavam a cada três minutos. Algo muito longe de ser normal, segundo Nina. A perca de força da luz significava grande perda de magia do local.

Lysandre mantinha seu olhar fixo em Nina. Os corredores haviam se tornado todos praticamente iguais após tanto andar, e observa-la era a sua única opção. Ela era incrivelmente pequena em relação a ele, embora extremamente poderosa. Não havia o que discutir: ela era metade anjo, metade hibrida de vampiro com licantrope. Era, no mínimo, curioso. Mesmo presa em um corpo de catorze anos, Nina era mais velha que Castiel e tinha a mesma idade que a escola Sweet Amoris.

Ouviu-se um som extremamente baixo. Nina parou bruscamente, o que levou Lysandre a despertar de seus devaneios.

– Algum problema? – Indagou o garoto.

– Não acho que seja Iris quem está aqui. – Ela apertou os dentes – Apenas prepare-se para qualquer coisa.

Lysandre franziu o cenho.

– O que poderia acontecer conosco?

As luzes falharam mais uma vez. Desta vez, definitivamente. Uma escuridão absoluta tomou conta dos corredores, cegando o garoto. Nina praguejou.

– Ok, não se assuste. – Avisou Nina.

– Me assustar com...

Antes mesmo que Lysandre pudesse terminar sua frase, ele interrompeu-se ao fato extraordinário que estava acontecendo com Nina: seus cabelos loiros, ao entrarem em contato com a escuridão total, despertaram a brilhar tão dourado quanto o ouro mais puro.

Sim, Nina era apenas extremamente interessante.

– Seu cabelo brilha no escuro?! – Lysandre soou abismado.

– Não. – Ela respondeu, simplesmente.

Lysandre se viu obrigado a franzir o cenho mais uma vez.

– Então...

Nina interrompeu o garoto ao avançar em cima dele em uma velocidade surpreendente e derrubá-lo ao chão. Ao momento que Lysandre caiu em si, um vento forte os soprou, fazendo-a apertar mais ainda o garoto de roupas vitorianas contra si. Não havia sido um barulho qualquer, ou muito menos era um vento qualquer: apenas o bater das asas de um anjo possuiria tamanha força. Porém, o som era minimamente diferente ao de um anjo.

– Não acho que chegamos em boa hora. – Afirmou Nina.

A garota se levantou em um único e rápido movimento e, segurando Lysandre pelo pulso, o levou consigo. O garoto estava congelado: poderia ser...?

– Precisamos sair daqui.

– Não... – O garoto piscou – ... meu irmão...

– Lysandre! – Ela o segurou nos antebraços e o apertou – Meu cabelo não brilha quando estou no escuro. – Nina respirou fundo – Ele brilha quando algo muito .... – Lysandre ouviu a voz dela falhar -, mas muito ruim está por perto.

Lysandre arfou. Nina o olhava com olhos suplicantes e soava como se implorasse para que saíssem dali. O garoto levou sua mão direita à esquerda dela e a apertou. Diferente dos outros vampiros, Nina não era fria, mas ela estava extremamente gelada e tremia sem medo de demostrar o seu pavor.

– Nina... você está com medo de alguma coisa?

– Vamos embora... – Ela respondeu – Por favor.

Lysandre a encarou com intensidade e apertou ainda mais os dedos da menina.

– Não se preocupe, Nina, eu irei protege-la, não importa o quê.

Nina permitiu que os seus olhos se arregalassem levemente. Por que ele a protegeria? Apenas Lilith havia sido tão gentil para com ela.

Os dois ouviram passos vindos do Norte em sua direção e viraram-se para inspecionar. O cabelo de Nina brilhou mais forte ao momento que uma risada bastante conhecida por ela lhe invadiu os tímpanos.

A loira ficou boquiaberta.

Viktor? ­– Sua voz soou atônita. – Você não... estava... quero dizer, o senhor...

– Morto? – O homem sorriu malevolamente, o que fez os pelos de Nina se arrepiarem – Não, minha querida, eu nunca morri. Ah, e não precisa se referir a mim como se me respeitasse, Nina. Eu sei que você nunca foi fiel a nossa organização.

A garota queria desviar o olhar, mas seus olhos a obrigavam a encará-lo.

– Então por que nunca me matou?

– Nunca soube realmente o que você queria. – Ele sorriu mais uma vez – E preciso confessar que era divertido ver você se esforçar tanto para me agradar, mesmo que odiasse o que fazia.

Os pelos de Nina se arrepiaram mais uma vez, e ela sentiu-se enjoar.

– Você está... diferente...

Lysandre a puxou pela mão que ainda segurava e a escondeu atrás de si: movimento que arrancou mais um sorriso malicioso de Viktor.

– Ah, Lysandre. Não havia o visto aí. Há quanto tempo, não é mesmo, meu amigo?

Nina enfim conseguiu desviar o olhar para Lysandre, que apertou os olhos para o homem em sua frente.

Lúcifer.


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Notas finais do capítulo

HAHAHAHAHAHA
Volto, mas volto abalando, porque Soul é abalação, e Blood Curse muito mais.
COMENTEM SEUS LINDOS! Vou esperar ansiosamente pelos comentários e começar a escrever quando ja tiver comentários lindos me aguardando porque sou má.
Brincadeira.
Mas comentem. Comentem!Comentem!Comentem!Comentem!Comentem!
Obrigada por lerem, espero que tenham gostado.
Beijinhos,
~Soul



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