Blood Curse escrita por Soul Kurohime


Capítulo 41
Confiança


Notas iniciais do capítulo

Hello peooooooooooples. :)
Como estão, pandinhas? Eu vou bem, obrigada. :3
Vim aqui humildemente trazer-lhes um novo capítulo e agradecer à THERU-CHAN PELA RECOMENDAÇÃO! MUITO OBRIGADA MESMO! :3 Capítulo dedicado a você. s2
Estou com sono. E cansada. Me perdoem pela pessoas morta que aqui vos fala.
Enfim, espero que gostem. s2
Boa leitura. s2
~Soul
ESPERA! Gente, vocês venceram. Só vou dizer isso.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/505788/chapter/41

Lysandre, embora já soubesse que era tarde demais, gritou por ela. O vento vindo da janela soprou boa parte das cinzas em sentidos aleatórios e ele notou, ao levantar com as pernas trêmulas e olhar através por através desta, que a floresta alaranjada murchava em uma velocidade significativamente rápida.

Ele correu até a lareira do outro lado da sala e jogou alguns pedaços de madeira que estavam previamente cortadas. Precisava acendê-la, mas onde conseguiria fogo?

Havia muito tempo que ele não usava magia. Não só por ter perdido sua Graça, mas a doença o enfraqueceu o suficiente para que ele não fosse capaz de usá-la. Não, ele não seria capaz. Lysandre levantou-se e sentiu sua cabeça girar, a nuca fervia.

Não daria tempo de procurar outro meio. Ele encarou a lareira e desviou o olhar para suas mãos. Ele teria que conseguir. O garoto fechou seus olhos e sentiu suas veias queimarem. Uma queimação aconchegante e muito familiar. Em seguida, ele abriu seus olhos heterocromáticos e viu suas veias brilharem como ouro. Ele se agachou e abriu a mão direita que até então estava fechada.

Suas veias, assim como as do braço, brilhavam dourado. Um brilho forte o suficiente para cegar olhos humanos, mas os seus novos olhos de anjo eram capazes de suportar. Ele estalou os dedos, e faíscas tão douradas quanto suas veias saltaram. Lysandre apertou os dentes, mas as faíscas foram o suficiente para começar um pequeno incêndio nas madeiras da lareira.

Ele se levantou mais uma vez e correu em direção das cinzas. Pegou o máximo que pode com as mãos e jogou no fogo dourado. Sua nuca fervia a cada segundo mais, e ele repetiu o processo. O repetiu três, quatro vezes, mas não foi o suficiente.

Já era tarde demais.

Uma enxaqueca forte o dominou, obrigando-o a cair de joelhos no chão. Ele levou as mãos manchadas ao cabelo branco e, agonizando de dor, deixou que todo o resto de seu corpo também caísse no assoalho.

Se tivesse queimado todas as cinzas a tempo, talvez pudesse ter impedido que as memórias de Lilith invadissem sua cabeça.

Como o rolo de um filme, as memórias dela ocuparam a mente do garoto. Ele sentiu o ódio, o desejo de vingança, a culpa, o amor pela filha pela qual de tudo fez para tentar salvar. Ele presenciou as guerras na visão dela, conheceu Caim e Abel através dela, sentiu o amor que ela tinha por Lúcifer morrer com o passar dos anos, e soube que, embora pensasse o contrário, todo o amor que ele sentia por ela era recíproco.

Descobriu também o único motivo pelo qual Lúcifer a havia ameaçado para que ela ajudasse com seu plano: ele mataria Lysandre, caso ela recusasse.

Lysandre sentiu-se enjoar. A enxaqueca ficou ainda mais forte, as lembranças de Lilith invadindo sua mente em um turbilhão de memórias, sua visão escurecendo. Ele fechou os olhos e, uma vez que já estava caído ao chão, deixou que a inconsciência lhe possuísse.

*

O vinho balançou na taça de cristal graças aos movimentos da mão enluvada do homem. Ele bebeu um gole e sorriu. Ele deixou a taça no altar ao lado da sua poltrona perfeitamente esculpida em rochas e levantou-se.

Ele enfiou as mãos enluvadas nos bolsos da calça de couro e seguiu pelo corredor de rochas em sua frente. Uma garota de cabelos claros correu em sua direção.

– Ele está chamando pelo senhor, meu lorde.

Ele a encarou. Aquelas roupas de aparência antiga realmente caíam bem nela.

– Obrigado, Nina. Já estava indo.

Nina sorriu, afastou-se e permitiu, de cabeça abaixada, que ele seguisse seu caminho. O homem viu as marcas subindo-lhe o pescoço e sorriu torto. Era verdade que todos deviam ter marcas pois, além de deixá-los mais fortes, era o símbolo de sua lealdade para com ele e seu mestre. Mas ele, pessoalmente, odiava ver uma garota tão bela quanto ela, com a pele ainda mais bela, com o corpo marcado.

Ele desviou o olhar e seguiu pelo corredor, o qual era iluminado por tochas mágicas. A caverna que tinha escolhido como base era, além de bonita, totalmente afastada de toda a sociedade. Ele escutou os pingos de água da cachoeira que escondia sua passagem e sorriu mais uma vez. Aquele barulho realmente o acalmava.

Depois de alguns metros, ele seguiu para a direita e, no fim, havia um pequeno quarto, totalmente escuro, com exceção de quatro pequenas velas nos cantos, que pouco iluminava. Ele sentou em uma poltrona menor que a que estava sentado outrora e murmurou algumas palavras em latim.

E então?

Uma voz rasgada e arrepiante ecoou pelo quarto.

– Debrah está muito desesperada em encontrar a pequena Rain. – Ele segurou o riso – A verdade é que, mandando membros atrás de membros, sem um plano, como está fazendo, ela nunca conseguirá nada.

Você me parece confiante.

– Pois estou. O meu plano não possui falhas. Debrah deveria estar mais atenta aos seus membros. – Ele deu de ombros – Ela está tão preocupada em ir atrás de Rain e cumprir os desejos de Lilith, que esquece que pode haver espiões em seu pequeno exército.

Talvez ela não tenha mais objetivos, finalmente.

– Como assim?

Lilith está morta. Não há mais nada que impeça o meu plano de prosseguir.

– Morta? – Ele arregalou os olhos – Como isso aconteceu? Há, se Debrah quiser seguir seus ensinamentos. Como havia dito antes, devemos matá-la. Agora que Lilith se foi, não há mais ninguém para protege-la. Sem Lilith, ela não tem magia o suficiente para fechar os pontos de Rain, fazê-la esquecer de tudo e, ainda assim, permanecer viva.

Com a ajuda dos feiticeiros gêmeos, isso seria possível.

Se eles ajudarem. São uma dupla difícil, em todos os aspectos. – Ele mordeu o lábio – Ainda não acredito que recusaram meu convite.

Quanto tempo até que a segunda parte de meu plano esteja finalizada?

O homem suspirou.

– Apenas o tempo que Noir levar para chegar em Sweet Amoris. Debrah escolheu logo o meu soldado, não é possível que essa mulher seja mais idiota.

Como você disse, ela deveria estar mais atenta aos seus membros.

– Exatamente. – Ele sorriu vitorioso – É tudo questão de alguns dias. E confesso estar muito ansioso para conhecer minha doce Rain.

Viktor! Mantenha-se longe da minha filha!

– Até você tem o dom protetor de um pai? Não se preocupe mestre, não faria nada a ela. Nada que esteja por fora de nossos planos e... – Ele sorriu – que ela não queira, é claro.

*

Rain abriu os olhos lentamente e espreguiçou-se. Não lembrava de ter dormido, mas aqui estava ela, acordando apoiada em Kentin. Ela o contemplou e sentiu seus lábios sorrirem.

– Você está me encarando. – Ele sussurrou. Os olhos de Rain arregalaram momentaneamente.

– Sim, eu estou.

Ele abriu os olhos, também devagar, e Rain observou seus olhos verdes brilharem. Ele olhou para ela e, com um sorriso nos lábios, a puxou pela cintura e a beijou. Rain passou sua unha na coluna dele, através da camiseta preta que ele usava, fazendo com que os cabelos da nuca dele se arrepiassem. Ela o sentiu sorrir entre os beijos e sorriu de volta.

Ouviram os sinos tocando ao longe e se separaram.

– Que horas são? – Ela alcançou o relógio e suspirou. – Seis e meia. Ainda temos uma hora até as aulas começarem.

Ele aproximou-se dela e a tocou em cima da marca de ligação.

– Sempre quis perguntar uma coisa a você.

Ela virou levemente a cabeça.

– Sabe que pode me perguntar tudo.

Ele sorriu, mas logo escondeu o sorriso com os lábios.

– Essa marca de ligação... – Ele passou o dedo sobre ela e Rain sentiu-se tremer – Eu nunca perguntei a você se havia... gostado da ideia. – Ele deu de ombros – Na época, tive medo que recusasse, então decidi dizer apenas na hora o que significava. Fui injusto e egoísta ao te forçar a aceitar, então...

Ele mordeu o lábio inferior e levantou os olhos para ela. Havia deixado a pergunta no ar, não tinha coragem de fazê-la. Rain expirou e o olhou com seus olhos azuis como o fim de um crepúsculo.

– Eu ficaria extremamente ofendida se tivesse escolhido outra pessoa.

Ela percebeu os olhos dele brilharem e soltar o ar que não sabia que estava prendendo, e não pode segurar uma leve risada que lhe escapou os lábios. Ainda segurando o pulso da morena, ele a puxou com força o suficiente para que ela voasse para cima dele. Kentin a segurou pela cintura e, encaixando seus corpos, ele a beijou com tanto amor e vontade quanto conseguiu. Ela retribuiu, apertando-o contra si.

Rain alcançou a corrente do pescoço dele e a puxou, fazendo com que a pele dele entrasse em maior contato com ela. Ele gemeu de dor, e Rain se afastou.

– O que houve? – Ela soou atônita.

– Bem... é prata. – Ele sorriu sem graça.

– Por que traz prata no pescoço? – Ela jogou as mãos ao alto. Prata era extremamente mortífera para os licantropes.

– É uma metáfora da Caninus. Todos usam algo de prata. Mantenha sua fraqueza próxima de ti, e prove que ela não te mata.

– Mas machuca!

Ele deu de ombros.

– Apenas não estou acostumado.

– Vocês são loucos! – Ela se levantou – Você deveria parar de usar isso! Eu digo isso porque-

Eles escutaram batidas na porta, o que chamou a atenção de ambos. Rain suspirou e andou até a mesma, destrancando-a.

Era Violette.

– Sei que é cedo, Rain, mas preciso propor algo importante a você.

O olhar da garota de cabelos lilases desviou de Rain para Kentin, que estava de pé atrás dela. Ele se despediu da morena e passou pela porta.

– Vou tomar banho para ir para as aulas. – Ele sorriu. – Além disso, Violette quer falar com você.

Rain franziu o cenho e, dando-se por vencida, convidou Violette para entrar.

– Esse quarto não está nada diferente. – Comentou ela.

Rain cruzou os braços.

– Confesso que estranho você falando de uma eu que nunca conheci. É como se fosse outra pessoa.

Violette arregalou levemente os olhos.

– Ah, me desculpe.

– Não, nada disso. – Ela deu de ombros – O mistério disso tudo me atrai.

– Falando em atração, você está namorando o Kentin?

Rain sentiu o rosto queimar.

– O que?

– Desculpe a intromissão, sei que para você não somos tão próximas, mas como já disse a você, essa é a primeira vez em todas que Kentin está vivo. Isso tudo me intriga.

Rain mordeu o lábio inferior.

– Não consigo imaginar uma vida para mim em que Kentin não esteja nela.

– Não é por menos que você enlouqueceu quando a tragédia aconteceu. Mas, em muitas delas, você conseguiu superar, e, no fim, acabou namorando Castiel.

Rain engasgou e arregalou os olhos.

– Castiel?

– Sim. - Violette mexeu em uma de suas tranças – Falando nele, não o vi desde que voltei.

– Nathaniel me disse que um de seus guardas o viram saindo com algumas pessoas... suspeitas. – Ela deu de ombros – Não sei onde ele está, mas é o Castiel, ele sabe se cuidar.

– De fato. O viram saindo? Ele a deixou para trás, sozinha, no meio de centenas de vampiros?

Rain abriu a boca para falar, mas a fechou. Seus olhos percorreram a face perplexa de Violette.

– O Castiel que conheci teria se jogado no meio daqueles vampiros apenas para salvar você.

– Acho que eu mereci. – Ela deu de ombros – Eu não deveria ter saído do plano. Estou bem, está tudo bem. Castiel deve ter tido seus motivos. – Rain cruzou os braços - E então, o que você queria comigo?

Violette inspirou profundamente.

– Ontem à noite, depois que Lysandre saiu, fiquei a sós com Rosalya. O nosso assunto foi você e concordamos que, uma vez que seus pontos foram abertos e que sua magia já foi usada, mesmo que involuntariamente, o melhor para você seria que soubesse controlar seus poderes.

Rain assentiu.

– Eu concordo. Mas não há livro algum que me ensine o que fazer.

– Já vivi muito com você, Rain. Sei tudo sobre a sua magia, e posso ajudar você.

*

– Então, é isso. Não estou querendo machucá-la Castiel, nunca foi minha intenção.

Debrah apoiou-se na mesa e se ergueu.

– Com Lilith morta, não há mais nada que eu possa fazer. – Ela deu de ombros – Ela era minha fonte de poder.

Ele aproximou-se dela.

– Lilith deu seu poder a você. Ela confiou em você para que pudesse proteger a Rain. Você tem uma dívida com ela, não acha?

– Sim, eu acho. – Ela bateu na mesa com força – Mas o que você quer que eu faça? Nem transformar você em humano novamente, com a magia que possuo, eu posso.

– Deixe isso para lá. – Ele a segurou pelo pulso – Rain é mais importante, e não vou ficar com meus braços cruzados sabendo que ela está em perigo. Estou voltando para a Sweet Amoris, você vem comigo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vocês. Venceram.
Não que esteja reclamando. :3 Muito longe disso. :3
Apenas aguardem. :3
Notas curtas mesmo porque eu estou caindo de sono aqui no meu teclado. *boceja*
Comeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeentem! :3
Beijinhos, obrigada por lerem, amo vocês. s2
~Soul