Blood Curse escrita por Soul Kurohime


Capítulo 4
Vampiro Dourado


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Como vão? Antes de tudo, queria pedir desculpas pela demora para com esse capítulo. Última semana de provas, acho que me entendem bem. Ainda tenho mais algumas provas essa semana, então muito provavelmente o próximo sairá quinta ou sexta. Mas depois disso, tentarei postar todos os dias, ou voltar com o de dois em dois dias. Obrigada para quem está acompanhando, amo vocês! Boa leitura,
Soul.



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Rain abriu seus olhos relutantemente e a luz atacou suas pupilas dilatadas, que logo se acostumaram para com àquela luminosidade. Ela estava novamente no único lugar claro da Sweet Amoris.

– Não vejo problema no que fiz. Ela não passa de uma mundana. - ele cuspiu a última palavra como se fosse um palavrão.

– É esse exatamente o problema! Ela não é uma mundana! - a voz feminina soou preocupada.

– Agora você vai ter que arcar com os efeitos colaterais, Castiel. - a voz saiu divertida.

– Tire esse sorrisinho idiota da cara, seu imbecil! - pausa - E o que ela é?

– É o que vamos tentar descobrir.

– Olhemos o lado bom... Se o Castiel explodir, teremos certeza que ela é uma feiticeira.

Rain ouviu o barulho de passos e de objetos se movendo.

– Sr. Castiel, ponha essa estante no lugar! Sr. Nathaniel, não é hora para brincadeiras!

A garota sentou-se na cama com dificuldades, chamando a atenção das outras três pessoas além dela que estavam em pé ali. Ela se sentia enfraquecida e bastante sonolenta.

– Você está bem, Srta. Rain?

Ela afirmou com a cabeça. Sentiu uma forte pontada vinda do pescoço e instintivamente levou os dedos até o mesmo, e sentiu que havia uma espécie de pano o cobrindo.

– Fizemos um curativo e o enfaixamos. - afirmou a diretora, percebendo a reação surpresa da garota. Rain assentiu mais uma vez com a cabeça.

A mulher aproximou-se da garota e, com o polegar direito, puxou uma das pálpebras inferiores da menina para baixo e franziu o cenho.

– Anêmica... - murmurou para si mesma e virou para Castiel - Quanto sangue você bebeu?

Ele deu de ombros e passou a olhar a garota de soslaio, bastante sério. Rain o procurou com o olhar, e, quando encontrou, Castiel o desviou e deu as costas para os três e passou a caminhar em direção à porta branca de ferro da enfermaria.

– Seja qual for a punição que você vai me dar, sejamos rápidos com isso.

A mulher suspirou e começou a andar no mesmo percurso que o garoto. Parou no meio do caminho e virou-se para Nathaniel.

– Acredito que o curativo já precise ser trocado. Pode fazer isso, Sr. Nathaniel?

Ele assentiu com a cabeça e andou até um grande armário, com três pares de portas duplas e abriu o do canto esquerdo. Havia várias prateleiras com inúmeros depósitos médios de vidro marrom, todos tampados com tampas brancas e rotulados. Na primeira prateleira, no canto, havia uma caixa branca com uma cruz vermelha em cima. Nathaniel a pegou e fechou novamente a porta. Voltou a andar até a cama onde Rain estava sentada e sentou-se em um banco de ferro que havia ao lado.

Ele sorriu e retirou com cuidado a faixa, e depois o curativo. Pegou uma pinça, em seguida um pedaço redondo de algodão e o molhou em uma vasilha que, pelo cheiro, era álcool.

– Talvez isso arda um pouco. - ele sorriu.

Rain forçou um sorriso e levantou o queixo. Ela agarrou com os dedos os panos que a cobriam no primeiro toque do álcool nos profundos furos em seu pescoço feitos pelas presas de Castiel. Ela viu pontos vermelhos no algodão quando Nathaniel recuou e observou o loiro enrijecer.

– Algum problema? - ela indagou.

– Bom... - ele falava com dificuldade - Você já deve ter suspeitado que eu também seja um vampiro. E eu sou.

Ela, por instinto, recuou alguns milímetros para trás. Ele riu.

– Eu não vou morder você, não se preocupe.

– Como posso confiar?

– Não tenho como fazer você confiar em mim, mas eu digo a você que eu não mordo humanos.

– Como não?

– Eu não me alimento de sangue humano. Mas confesso não culpar tanto o Castiel por ter mordido você. Seu cheiro é realmente bom.

– Erh... Obrigada... Eu acho. - ela se reaproximou dele - E do que você se alimenta?

– Eu chupo pastilhas de sangue. - ele sorriu e tirou uma caixinha do bolso interno do blazer. Parecia uma caixinha de Tic Tac. Nathaniel retirou uma e levou à boca - Mas quando realmente não consigo mais saciar minha sede só com isso, eu bebo sangue animal.

Ele já havia acabado de fazer o curativo.

– Todos são como você e aquele cara é exceção, ou todos são como ele, e você é a exceção?

Ele fez uma pausa, como se estivesse pensando.

– Acho que meio a meio. Depende muito do clã que você pertence, entende? Mas, às vezes, nem todos do clã são adeptos a ideia.

– E o seu clã é?

– Poucos. Eu diria que é uma novidade que ainda está percorrendo o mundo... Como uma música que acaba de ser lançada.

– E por que você resolveu aderir a essa ideia?

– Você é bastante curiosa, sabia?

– É tudo bem novo para mim. Ontem, há essa hora, minha maior preocupação era saber qual programa eu ia assistir...

Nathaniel havia se levantado e andando até o armário para guardar a caixinha de primeiros-socorros, e já estava voltando ao banquinho branco ao lado da cama onde a garota estava sentada.

– Então você já acredita em tudo isso?

– Digamos que tenho um ferimento bem profundo e dolorido no meu pescoço que não me deixa negar. - ele sorriu - Mas não consigo me ver como uma de vocês. Ser uma telespectadora seria bem melhor.

– Não é assim tão ruim pertencer a nós. Você vai ser capaz de fazer coisas fantásticas.

– Me vejo como um completo fracasso.

– Você só não poderá contar nada para ninguém. - a voz dele saiu séria - Alguém que não faça parte do nosso mundo.

– Como se fossem acreditar que eu estudo numa escola cheia de vampiros, lobisomens e feiticeiros. Eles me olhariam como se eu fosse uma louca! Eu mesma me acho completamente louca falando isso em voz alta...

– Mas você não é. - continuou ele, sereno. Nathaniel estava sentado com as costas arqueadas para frente, apoiando os cotovelos nas coxas e cruzando os dedos no espaço entre os joelhos. Olhava-a com a cabeça levemente virada para o lado, sorrindo. Seus olhos eram como ouro puro...

Completamente lindo.

– Mais cedo ou mais tarde eu me acostumo. - gaguejou.

– Acredito que todos preferiam que fosse mais cedo. - ele mexeu um pouco a cabeça e os fios dourados acompanharam o movimento.

– C- Certo. Eu também.

– Você já esta se sentindo melhor?

Surpreendentemente, ela não sentia mais nada. Não se sentia mais fraca, nem tonta, nem com sono. Apenas as velhas pontadas no pescoço. Rain assentiu com a cabeça.

– Existe alguém lá fora que você gostaria de manter contato?

– Como? - ela piscou.

– Para aqueles que já tiveram contato com mundanos, a diretora permite uma ligação por semana para eles. - ele estava corando?

– Uma ligação por semana? É tão pouco! - ela começou a contar quase sem se pronunciar nos dedos - Meus pais, minha avó, o Ken...

– Quem é Ken?

– Como você-

– Vampiros têm ouvidos muito bons. Ken é um mundano, certo? Você não pode contar nada para ele.

– Ken é meu melhor amigo. O conheço desde... Desde sempre. Não se preocupe, não vou contar. Até porque eu não quero que ele pense que Sweet Amoris é um hospício.

– Sinto muito se estou sendo muito rígido, mas regra são regras. - ele se levantou e esticou a mão para ela - Já está se sentindo melhor certo? Pronta para conhecer seu novo quarto?

Rain sorriu e estendeu sua mão a ele. O portão rangeu quando Nathaniel o fechou por trás dos dois.

– Nathaniel. - eles estavam andando pelo corredor em direção à porta de madeira que dava acesso ao campus - Se não sabem o que eu sou, onde eu vou ficar?

– Feiticeiros pertencem à raça mais parecida com mundanos que existe. A única diferença, entre aspas, é que podem usar magia. Você vai ficar na ala deles.

– Entre aspas?

– Você vai entender do que eu estou falando quando encontrar um. - ele sorriu.

Eles chegaram à frente da porta e Nathaniel parou.

– Vamos nos separar aqui. - afirmou ele.

– O que? Por quê?

Ele sinalizou para a janela coberta pela espessa cortina vermelha.

– Sol. - e ergueu as sobrancelhas.

– Achei que vampiros serem fracos à luz do sol fosse... Sei lá, lenda?

– Assim como a existência dos vampiros? - ele sorriu - Toda lenda tem um fundo de verdade.

– Então eu vou ter que me virar sozinha a partir de agora?

– E correr o risco de você fugir de novo? Não mesmo. Ela já está chegando.

– Ei! Eu estava apavorada! Não sei como estou conseguindo já ficar calma, mas enfim... Ela quem?

Nathaniel sinalizou com a cabeça para a porta, que abriu quase imediatamente. Uma garota entrou e fechou a porta atrás de si. Todo o cuidado com o Sol era pouco, claro.

– Deixo-a em suas mãos. - ele disse, e no outro segundo não estava mais lá.

Rain virou-se novamente para a garota em sua frente.

– Você é a Rain, correto? Vou te levar por um tour pela Sweet Amoris! - ela piscou - Está pronta?


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Mereço reviews? Obrigada por lerem, beijos e até mais! :*
~Soul