Blood Curse escrita por Soul Kurohime


Capítulo 37
Primeira Vez


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente!
Postaaaando a tempo. ~dancinhadafelicidade~
Gente! Estou com umas ideias para uma nova fanfiction ma-ra-vi-lho-sa. Quem é Soul, se não escrever sobre o sobrenatural, não é mesmo? Pois é, talvez eu poste aqui no Nyah. :3 Talvez eu escreva. D: Talvez.
Enfim, enfim.
A cada dia que passa, os capítulos estão ficando maiores. Estou com uma lei de só terminar de escrever depois de duas mil palavras, mas as vezes acaba passando demais. xD
Sem mais delongas, boa leitura. s2
~Soul



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/505788/chapter/37

Ela o olhou de cima a baixo e seus olhos azuis brilharam. Ele tentava encará-la, mas seus olhos sempre fugiam. Um silêncio desconfortável se formou na sala de experiências.

Charlotte pigarreou.

– Saiam todos. – Ordenou Debrah.

Charlotte e Noir se entreolharam e, juntos com os demais, relutantemente obedeceram. Quando a porta foi trancada, Castiel avançou sobre Debrah, apertando-a os braços enquanto a mantinha presa na parede.

– Temos pontos a resolver.

Debrah arquejou e voltou os olhos para ele.

– Adoraria dizer que é bom rever você.

Ele a apertou ainda mais, fazendo-a apertar os dentes pela dor.

– Mas não o fará. Sabe que vim atrás de vingança. – Ele sorriu.

– Vingança? – Ela desdenhou – Vingança exatamente pelo o quê?

– Você me transformou nessa... coisa. – Ele soou incrédulo.

– Você está mais bonito, tem super força, super velocidade e imortalidade! Do que está reclamando?

Ele a puxou para a frente, e a empurrou novamente contra a parede.

– Você acabou com a minha vida. Além de me obrigar a beber sangue, gastou todo o meu dinheiro com sabe-se-lá-o-que.

– Eu mudei a sua vida. Para melhor. Reconheça! – Ela tentou se soltar – Eu quis ajudar. Queria que ficássemos juntos por toda a eternidade. – Ela sorriu.

Ele a jogou em cima de uma mesa e se afastou.

– Bem, não deu muito certo.

Debrah se levantou com dificuldades, apoiando-se na estante mais próxima.

– É verdade que ser vampiro não são apenas flores, mas nada é. Seus sentimentos ficam mais à flor da pele, e incontroláveis. Sentimentos como amor, afeto, nostalgia, se confundem, assim como inveja, raiva e ciúmes. Mas é só! Claro, tem o fato de beber sangue, mas faz parte da cadeia alimentar. Por que abomina tanto a ideia de ser um vampiro?

– Eu não nasci um monstro! Queria ter continuado a minha vida, envelhecer e morrer em paz!

– Eu também não. – Ela deu de ombros. – Mas as palavras envelhecer e morrer não constam no meu dicionário.

– Você escolheu ser o que é!

Debrah olhou através dele.

– De fato. Ser uma bruxa foi uma escolha minha, mas e daí? Ambos erámos humanos, mas viemos para o lado sobrenatural. Eu o fiz por nós, e você ainda tentou me matar!

– Deveria tê-la matado. – Ele revirou os olhos e virou de costas para ela.

Ela se aproximou de Castiel e encostou sua testa nas costas dele.

– Porque me amava. Deveria compreender meu lado. – Sussurrou.

Ele procurou pela mão dela e a segurou pelo pulso quando encontrou. Castiel girou e forçou o braço dela contra a garota.

– Não. Porque eu era fraco, nunca havia matado ninguém. – Ele o forçou ainda mais. – Mas agora... é diferente!

Castiel forçou o braço ainda mais – devagar, para que ela sentisse toda a dor. Quando estava prestes a quebra-lo, foi interrompido por ela.

– Espera!

– O que você quer agora?

Ela engoliu em seco.

– Você quer ser humano, certo? Eu... posso ajudar você.

Ele franziu o cenho.

– Me ajudar? Como?

– Transformei você em vampiro por uma fórmula química, adicionada de alguns ingredientes... especiais. Posso fazer um antídoto.

Castiel a soltou, para logo empurrá-la contra a parede novamente.

– E como pensa em fazer isso?

Debrah sorriu.

– Vou precisar de você. – Ela passou as unhas nas costas dele – Um pouco de células-tronco, um pouco de sangue, um pedaço de tecido... nada que você não possa recuperar em alguns instantes.

– Ah, claro. – Ele soou sarcástico – E além do antídoto, o que você pretende fazer?

Debrah gargalhou.

– Incrível como, depois de tantos anos, você ainda me conhece tão bem! – Seu semblante tornou-se sério – A verdade é que, depois de você, não consegui criar nenhum vampiro. – Ela suspirou – Quando criei sua vacina, fui adicionando elemento em cima de elemento, e não fiz anotações. Estava muito aprofundada na arte da mistura. No fim, na hora de criar a outra vacina, não obtive resultados... até hoje. Mas, se eu tivesse amostras suas, eu saberia a fórmula!

Ele se afastou dela.

– Qual... ah... porque quer criar novos vampiros? – Ele sentiu-se enjoar.

O sorriso de Debrah alcançou ambas as orelhas.

– Eu quero um exército de vampiros, querido.

*

As garotas se aproximaram do grupo que rodeava a cama de Kentin e sorriram para eles. Rosalya pulou no pescoço da garota de cabelos negros e a abraçou. Os olhos de fim de crepúsculo de Rain encontraram os de Kentin, e eles sorriram um para o outro ao mesmo tempo. Ela sentiu-se enrubescer e desviou o olhar.

– Acredito que Rain queira conversar com um pouco com Kentin. – Afirmou Rosalya – Depois ela nos explica o que queremos saber. Vamos saindo pessoal. – Ela bateu palmas.

– Claro... – Lysandre colocou a mão dentro do bolso da calça e tirou um pequeno punhal. – Mas antes, isso ela deve nos explicar. – Ele havia puxado a garota de cabelos lilases pelo pulso e empunhava o pequeno punhal em seu pescoço.

– O que você está fazendo? – Ela tentou libertar-se em vão.

– Lysandre, solte-a! – Rain gritou.

– Ela tem a tatuagem, como pode defende-la?

– Sim, eu sei da tatuagem. É... complicado.

– Explique. – Ele apertou os olhos.

Rain olhou atordoada para ele. Ela respirou fundo e engoliu em seco.

– Ok. Eu explico. O nome dela é Violette, e ela me salvou. Eu estava presa no castelo de Nathaniel e ela me tirou de lá.

– Eu disse. – Disse Rosalya para Armin, que revirou os olhos.

– Por que estava presa no castelo de Nathaniel? Você viu o quadro? – Indagou o moreno de olhos azuis.

– Sim, eu o vi. Parecia... uma pintura modernista, com as palavras do livro soltas. Não aconteceu nada, não senti nada. Nathaniel me levava para vê-lo várias vezes, mas nunca obtivemos resultados.

– O que Nathaniel queria com você? – Kentin indagou.

– Ele... disse algo sobre minha magia ser incomum. Fiz uma coisa horrível com um vampiro – ela olhou para Kentin e corou novamente, para logo desviar mais uma vez os olhos – e ele disse que eu era uma ameaça. Como eu não sabia controlar meus poderes, eu poderia fazer o mesmo com qualquer um. Acho que... ele estava tentando me ajudar. – Ela deu de ombros.

– Maneira estranha de ajudar. – Rosalya cruzou os braços. – Já sabemos de boa parte do que ocorreu, Rain. Os vampiros que vieram deixar Kentin nos contaram tudo.

Rain não conseguiu conter a vontade de olhar para Kentin, e este sorriu para ela. Iris franziu o cenho e cruzou os braços.

– Temo dizer que essas explicações não são os suficientes. – Lysandre encostou o punhal no pescoço de Violette.

– Lysandre, pare com isso! Violette não é como eles!

– E por que ela possui a marca? Ela é um deles.

– Não sou um deles! Eu posso explicar, mas antes, me solte.

Lysandre olhou dela para Rain, que assentiu com a cabeça. Relutantemente, ele a soltou.

– Espero que não se importem, mas prefiro explicar apenas a você, anjo. É um assunto delicado.

Anjo? Lysandre franziu o cenho. Além dos feiticeiros gêmeos, Rain era a única naquela sala que sabia de seu segredo. Ele assentiu com a cabeça e ela se retirou. Lysandre a seguiu sob o olhar de todos da sala.

– Bem, acho que essa é a nossa deixa. – Rosalya deu de ombros. Iris foi a primeira a se retirar. – Vamos crianças. – Ela puxou os feiticeiros gêmeos pelos braços.

A porta da enfermaria bateu e Rain deslizou os olhos para Kentin. Ele esticou a mão para ela, fazendo-a ir até ele. Ela segurou a mão que ele a oferecia e sentou-se ao lado dele na cama. Kentin entrelaçou seus dedos com os dela. Rain sentiu sua veia pulsante palpitar.

– Oi. – Ela olhou para ele.

– Oi. – Ele respondeu.

– Estou feliz em saber que está bem. Fiquei preocupada.

Eu fiquei preocupado. – Ele franziu o cenho – O que deu em você?

Ela ergueu as sobrancelhas.

– Como assim, o que deu em mim?

– Fugir do plano e ficar exposta a centenas de vampiros.

Ela tentou se levantar, mas ele a puxou de volta com a mão que ainda estava entrelaçada com a dela.

– Você estava em perigo! Achou mesmo que eu ia ficar parada apenas observando?

– Passou pela sua cabeça que poderia ter morrido?

Ela virou-se para ele e o encarou.

– Eu não me importaria de morrer tentando salvar você.

Kentin sentiu as bochechas queimarem e desviou o olhar.

– Não diga isso. Sua vida é muito... importante.

– Para quem? Eu o faria de novo, quantas vezes fossem necessárias.

Ele olhou para ela.

– Para mim, droga! – Ele a puxou e a abraçou – Quando eu descobri que era um licantropo, eu jurei ficar mais forte para proteger você. – Rain encaixou sua cabeça no ombro dele e o apertou de volta – Eu não conseguiria seguir minha vida sabendo que você estaria... morta... por minha culpa.

– Não pode me proteger de tudo, Kentin. – Ela sussurrou, sorrindo.

– Eu posso tentar.

– Teria que estar ao meu lado todo o tempo. – Rain riu de leve.

Ele a apertou um pouco mais.

– É essa a minha ideia. – O moreno sussurrou.

Rain arregalou levemente os olhos e se soltou para encará-lo.

– Ken...

– ...tin. – Ele completou, franzindo o cenho.

Ela sentou-se por cima dos joelhos, à frente dele.

– Desculpe, não faço por mal.

Ele sorriu.

– Tudo bem. Gosto como soa à sua voz.

Ele esticou mais uma vez o braço para ela, e Rain entrelaçou seus dedos com os dele. Kentin a puxou, fazendo a garota ficar ajoelhada em cima dele. Ela sorriu para ele, e ele sorriu de volta. O moreno levou uma mecha solta para detrás da orelha dela e acarinhou com os dedos suas maças do rosto e o maxilar da garota.

– Rain. – Ele sussurrou.

– Kentin. – Ela retribuiu.

Ele ergueu o pescoço para se aproximar da garota, e ela se abaixou para ele. Rain saltou com o barulho da porta de ferro da enfermaria sendo aberta.

Era Lysandre.

– Desculpe interrompê-los, mas aquela nossa conversa, Rain, não pode mais ser adiada.

*

Violette entrou na sala de aula mais próxima – e vazia – e fechou a porta quando Lysandre passou por ela. A garota pulou em cima da mesa de ferro branca e olhou para ele.

– E então?

– Não sei se vai acreditar em mim, mas espero que sim. É um dos poucos que eu sei que posso confiar. Bom, desta vez eu não sei. Por favor, não me faça me enganar.

Ele franziu o cenho.

– Do que está falando?

– Você quer saber onde consegui esta tatuagem. – Ela a mostrou para ele. – Pois bem. A consegui há mais ou menos um ano.

Ele continuou em silêncio.

– Lysandre, eu sou uma feiticeira. Uma feiticeira temporal. Eu... viajo pelo tempo. – Ele ergueu as sobrancelhas – Essa deve ser a trigésima vez que volto no tempo. Consegui esta tatuagem da última vez, tirando essa, que voltei.

– Por que faz isso? Digo, voltar no tempo.

– Eu fiz uma promessa. – Ela o encarou – Vejo que não tem mais a sua Graça.

Ele franziu o cenho.

– Não se preocupe, eu explicarei tudo. Minha promessa foi... com a Rain. A primeira Rain, se assim posso dizer. Prometi a ela que não a deixaria morrer, não importa o que fosse preciso. Mas sempre falho. Sempre que Rain morre, eu retorno.

Lysandre não pode evitar ficar surpreso.

– Por que simplesmente não evita os passos que a levem a morte?

– É... impossível. – Ela jogou as mãos ao alto. – Sempre que eu volto está diferente. Por exemplo, essa é a primeira vez em todas as minhas voltas que Kentin está vivo. Seguia a seguinte cronologia: Rain chega ao castelo, e encontra Kentin refém. Nathaniel mata os pais, deixando a todos surpresos. Ele percebe que Kentin pertence a Caninus Lupus, e o deixa viver. Castiel afasta Rain do palco, levando-a para o quadro. Mas, antes de se afastarem o suficiente, o vampiro que, dessa vez, Rain o matou, mata Kentin. Rain presencia tudo e desmaia. Castiel é derrotado por Noir, e ele e Charlotte levam-na para a base dessas pessoas. – Ela mostrou a tatuagem – Lá, eles usariam a graça que retiraram de você para fazer os poderes de Rain acordarem. Ela acorda, movida pelo ódio, e segue até o castelo de Nathaniel, onde mata todo mundo.

Lysandre, no entanto, mantinha a calma.

– Rain, dessa vez, já estava com os pontos abertos, então conseguiu salvar Kentin. Lysandre, quando você perdeu sua Graça, Rain estava com você?

Ele assentiu.

– De alguma forma, Rain roubou sua Graça sozinha. – Especulou. – E ela já sabe a verdade sobre os pais?

– Não. – Ele respondeu.

– Por favor, conte o mais depressa possível.

– Qual o seu plano para esta vez?

Ela deu de ombros.

– Estou mudando todas as minhas ações. Não sei o que me espera desta vez. Está tudo muito diferente. Não posso deixar Rain morrer dessa vez! Sempre que eu volto, minha expectativa de vida diminui. Temo que não terei energia o suficiente para voltar outra vez.

– Está disposta a jogar sua vida fora por uma promessa?

– Por uma promessa com Rain, sim. Ela... me mudou. Eu era tímida, mal balbuciava poucas palavras, não tinha confiança em mim mesma, tinha medo de tudo. Mas Rain me ajudou. Ela me mudou. Devo muito a ela.

Lysandre sorriu para ela.

– Desculpe ter duvidado de você.

– Estou grata por acreditar em mim, Lysandre. Mas não duvidei de você. Sempre acreditou em mim, sempre me ajudou. Isso não poderia ser diferente. – Ela sorriu.

– Irei até Rain agora. O que vai fazer?

Ela olhou para o alto.

– Vou andar por aí. – Ela deu de ombros – Procurar alguma coisa, aproveitar minha última vida.

*

Exército de vampiros? – Castiel arquejou – Para que você quer um exército?

Debrah levou o dedo indicador à boca, como quem pede silêncio.

– Segredos de estado, Castiel. Se aceitar me ajudar, eu ajudo você. Mas terá que entrar para nossa organização para ficar aqui.

A porta da sala de experimentos foi aberta, e uma garota entrou.

– Dama!

Debrah deslizou os olhos impacientemente para ela.

– O quê?

A garota sentiu os pelos arrepiarem.

– Rain... não está mais no castelo do rei dos vampiros.

– O quê? – Debrah gritou. – Não acredito nisso! Onde ela está?

– Ah... ah...

– Fale de uma vez, antes que eu arranque suas cordas vocais fora!

A garota engoliu em seco.

– Nossas fontes... disseram que a viram chegando com uma garota em Sweet Amoris.

Debrah fechou a mão – que tremia – e todos os vidros quebraram.

– Mande Noir ir busca-la. Não importa os meios que ele use, contato que ele a traga. Viva.

– C-certo.

– Mande-o ir agora!

A garota, que tremia de cima a baixo, se retirou.

– O que você quer com Rain? – Castiel se aproximou de Debrah, que, esticando o braço na direção que ele vinha, o lançou para o outro lado da sala.

– Não estou disposta para joguetes, Castiel. Rain é a minha mais perfeita criação. E só estou pegando-a de volta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

uuuuuh!
Estou preferindo os capítulos assim, acontecendo bastante coisa. :3
Espero que vocês também, e que estejam gostando do rumo da estória.
Enfim, enfim
Comeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeentem! :3
Obrigada por lerem, Soul ama vocês. s2
~Soul