Blood Curse escrita por Soul Kurohime


Capítulo 34
Incapacidade de Mentir


Notas iniciais do capítulo

Oi gentes! s2
E, mais uma vez, consegui postar a tempo!
~lágrimasdeemoção
Primeiramente, gostaria de agradecer à Albina-chan pela recomendação! MUITO OBRIGADA MESMO! Fiquei muito feliz! Sério! Obrigada! Capítulo dedicada a você. s2
Em segundo, gostaria de informar que achei que esse capítulo fosse atrasar. Eu estava muito desgostosa para com os diálogos, e os refiz milhares de vezes. Ainda não estão cem por cento ao meu agrado, mas espero do fundo do meu coração que gostem.
* me refiro a primeira parte do texto.
Agora, sem mais delongas, boa leitura. s2
Ah! Maaaais uma coisinha: Meu aniversário está chegando! Uhuu! Quero presente. u_u hahaha brincadeira s2 dia 14, anotem no bloquinho de notas de vocês. u.u
Agora sim, boa leitura. s2
~Soul



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/505788/chapter/34

Ela se afastou da parede e andou alguns passos lentos. Castiel, de braços cruzados, a seguiu com os olhos. O rabo de cavalo que prendia seus fios loiros-escuros destacava suas orelhas levemente pontudas: uma fada.

O ruivo olhou novamente para a tatuagem no pulso esquerdo da garota enquanto a voz de Lysandre descrevendo-a ressoava em sua cabeça. Por que ela chamara Rain de nossa garota?

Castiel olhou mais uma vez para o palco: Nathaniel se levantava.

– Apenas vá embora. – A garota sibilou.

– Não irei. Quero aproveitar o baile.

Charlotte olhou para ele visivelmente furiosa.

– Você sempre está nos atrasando!

O ruivo retribuiu com um olhar confuso.

– Quando ela chegou em Sweet Amoris, você quase a matou. Tínhamos um roteiro minimamente detalhado para quando Rain fosse para o outro mundo, mas claro, você tinha que interferir.

Castiel desviou os olhos, mas logo a encarou novamente.

– O que vocês querem com ela? E como sabe disso tudo?

– Isso não diz respeito a você. Mas, ao menos dessa vez, acredito que tenho que agradecer em nome de nossa Dama. Se não fosse por você, a garota não conseguiria estar aqui.

O ruivo franziu o cenho.

– Isso tudo é apenas mais um plano de vocês?

– Exato. – Ela sorriu superior. – O livro, o convite... Ambre se ofereceu para nos ajudar. – Castiel ergueu as sobrancelhas – Fizemos um acordo com ela há alguns anos. Nós a ajudaríamos com Nathaniel, e ela faria qualquer coisa que nós ordenássemos. Claro que a nossa Dama achou a ideia ridícula: uma garota fútil e infantil como ela não serviria para governar um continente. Ainda assim, Ambre poderia nos ser útil algum dia...

– E vocês irão cumprir sua parte no acordo?

Charlotte olhou curiosa para ele.

– Falando assim e pelas suas ações, até parece que você se importa com mais alguém além de si mesmo, embora saibamos que é mentira.

Castiel arregalou os olhos.

– Do que... você está falando?

– Da sua maldição. Falando nisso, afaste-se de Rain de uma vez por todas. Não queremos que algo possa vir a acontecer com ela por sua culpa.

Castiel a agarrou pelos braços e a jogou contra a parede.

Minha culpa? Qual parte dessa maldição ridícula é minha culpa?

– A parte que você é o amaldiçoado. Você não pensa nos riscos que traz as pessoas a sua volta, e pouco se importa se eles morrem um a um, pelo simples fato de que você não liga para eles.

É uma fada. Ela está jogando com você. Controle-se.

– Vocês estão perdendo todo o show.

Charlotte e Castiel olharam na direção que a voz viera. Uma sombra encostada na porta enticou-se e transformou-se lentamente em um homem de cabelos negros - curtos, desfiados e bagunçados – e de olhos roxos. Ele estava todo de preto, com exceção da corrente prata da calça e da touca cor de vinho que trazia em sua cabeça. Ele sorriu para Charlotte com seus dentes perfeitos e a boca naturalmente rosada, fazendo com que os fios da franja que caíam em seus olhos balançassem.

– Ah, Noir. – A loira balbuciou – E então?

– Morta. – Ele mostrou o polegar em sinal de desaprovação e riu.

Charlotte suspirou aliviada e dirigiu seu olhar a Castiel.

– Poderia me soltar?

O ruivo desviou os olhos e obedeceu.

– Quem está morta?

O garoto de preto olhou para Castiel, para logo desviar o olhar para a garota que já se encontrava na sua frente.

– Qual show eu estou perdendo?

– Nathaniel agora é um lobo solitário. Ele decepou os pais na frente de todos e, nesse momento, está conversando com a nossa garota.

Charlotte olhou para o palco.

– Queria muito poder ouvir o que estão falando. – Ela mordeu a unha.

– Você é muito curiosa, Lottie. – Ele riu – Mas confesso que eu também.

– Quem está morta? – Castiel elevou o tom de voz.

Noir olhou impaciente para o ruivo.

– Ambre.

Castiel ficou levemente boquiaberto.

– Achei que tivessem um acordo com ela!

Charlotte virou-se para ele.

– Estamos apenas seguindo ordens. Tudo o que nossa Dama deseja será realizado sem que meçamos esforços.

Noir puxou Charlotte pelo pulso: ele também possuía a mesma tatuagem no pulso esquerdo, observou Castiel.

– Não acha que está revelando informações demais para o inimigo?

O ruivo percebeu a garota tremer. Noir possuía uma energia visivelmente sombria.

– Ele não é-

Ela foi interrompida por um grito. Os três olharam para o palco a tempo de presenciarem o homem explodir e os olhos de Rain sangrarem.

– Achei... achei que ela não pudesse usar magia! – Noir gaguejou.

– Ela não deveria saber. Como... como isso é possível? – Charlotte sussurrava, claramente perturbada – Debrah vai ficar furiosa.

– Vamos embora. – O garoto de preto decidiu.

– E a garota? A Dama ordenou que nós a levássemos!

De... brah?

– O novo rei parece ter alguma simpatia por ela. Ele não vai nos deixar leva-la assim tão fácil.

Noir seguiu o caminho do corredor sem esperar a resposta de Charlotte. A garota praguejou e o seguiu, mas foi interceptada por Castiel, que a segurou pelo pulso e, mais uma vez, a jogou contra a parede.

– Qual o seu problema? – Ela grunhiu.

– Onde ela está?

Charlotte virou levemente a cabeça, e sentiu as mãos que a apertavam os pulsos tremerem.

– Ah. – Ela sorriu sadicamente – Cutuquei a ferida, foi? É realmente irritante essa audição aguçada dos vampiros, não acha?

– Ah, claro. – Castiel não olhava para ela – Até porque saber de todos os sentimentos das pessoas apenas em olhá-las e usar isso contra elas, não é nem um pouco inoportuno.

– Bingo. – Ela sorriu novamente. – Descobriu minha magia apenas conversando um pouco comigo? Parabéns... – ela procurou, em vão, os olhos dele – Nós, fadas, usamos magia da natureza. Tudo, e qualquer coisa, relacionada à natureza, nos pertence. Fui abençoada com a magia das emoções. É uma magia ancestral bem rara, embora tudo o que eu faça é ler os sentimentos dos outros.

Onde ela está? – Castiel a apertou ainda mais.

– Como você consegue ser tão idiota, Castiel? Mesmo depois de tudo o que nossa Dama fez a você, continua amando-a.

Ele a soltou e olhou para ela, surpreso.

– Eu não a amo.

– Você pode mentir para si, mas não para mim. Sei que acabara de pensar em Rain, então deixe-me contar um pequeno segredinho: nossa Dama ordenou que a pessoa que fosse executada na frente dos olhos de Rain fosse aquela que ela mais ama. Assim, os sentimentos negativos liberariam uma quantidade de magia o suficiente para que ela desmaiasse, e, quando acordasse, em nossa base, seus poderes desabrochariam com a ajuda de um pequeno elemento. Obviamente, ele não morreu; ainda sim, ela desmaiou. – A garota suspirou – Ela já abriu os pontos de magia, não é? Enfim, voltando ao assunto, foi por isso que fui escolhida para esta missão. Me infiltrei em Sweet Amoris, a observei, com a ajuda da magia de Noir, e a li. Então, com a ajuda de Ambre e Li, sua escrava, trocamos o licantrope escolhido pelos antigos reis por aquele que Rain mais amasse. Tivemos muita sorte dele ser um licantrope também, mas nada que um pouco de magia não resolvesse. É verdade que ela se sente atraída por você, mas ela nunca conseguiria amar você da forma como o ama. Você pode se forçar a não acreditar em mim, mas lembre-se – ela tocou-se nas suas orelhas – Sou uma fada. Não importa quão cruel uma fada seja, elas são completamente incapazes de mentir, você sabe. Eu posso tentar mentir, mas a verdade simplesmente jorra da minha boca. – Ela suspirou.

A sombra de Charlotte esticou-se e transformou-se em Noir.

– Por que insiste em passar informações a ele? Você quer que eu a mate?

– Noir, ele é o Castiel. O elementar.

O ruivo franziu o cenho.

– Ah. – Noir passou o braço nos ombros de Charlotte, visivelmente surpreso – Está perdoada então. Sinto muito por isso. – Ele se dirigiu a Castiel – Você vem conosco, então?

Charlotte, enrubescida, olhou para ele.

– Você acha que é uma boa ideia?

– Claro. – Ele a segurou pelo maxilar e sorriu. – Debrah vai adorar revê-lo.

*

Ela esticou os braços e praguejou quando eles encontraram a parede. Não sabia há quanto tempo estava ali. Poderiam ter passado dias, ou semanas; ela não sabia. Tudo o que ela se lembrava era do sangue em suas mãos, de desmaiar e, enfim, acordar presa ali. A garota mal podia esticar os braços e pernas naquele cubículo totalmente escuro no qual a trancafiaram.

Nathaniel aparecia pela manhã, a levava para olhar o quadro – sempre rodeado de guardas – e depois a trancava ali novamente. Sora a alimentava. Ela fizera isso tantas vezes, que finalmente passou a acreditar que o quadro, embora mágico – palavras de Nathaniel – era inútil para ela.

Com certeza, havia alguma coisa no livro de importância crucial que fora deixada para trás.

Essa, no entanto, não era a pior parte de estar ali. Castiel havia sumido e Kentin estava desacordado na última vez que ela o vira. Ele estava bem? Nathaniel havia assegurado que sim, que havia ordenado que alguns guardas o levassem de volta para Sweet Amoris, mas ela simplesmente não conseguia mais confiar em Nate.

Nathaniel disse que não poderia mata-lo pois ele era membro da Caninus Lupus; mata-lo seria o mesmo que comprar guerra com todos os licantropes puros do mundo, e guerra, no início de seu governo, era tudo o que ele menos desejava.

Kentin, Kentin, Kentin.

Ele sempre esteve com ela. Sempre. Até quando seus pais a jogaram em um internato e sumiram, e ela acreditou que estava sozinha, ele estava lá. Até mesmo quando ela explodiu com ele – coisa que nunca fazia –, ele a procurou.

Ele havia ido para Sweet Amoris três meses antes dela e, da mesma forma, ela se sentia completamente perdida longe dele. Sua maior angústia naquilo era, no entanto, estar longe dele sem estar segura que ele estava bem.

Kentin, Kentin, Kentin.

A única coisa que podia fazer enquanto presa naquele lugar, era pensar. E seus pensamentos sempre o encontravam. Rain sentia seu coração acelerar e as maças do rosto queimarem ao lembrar de sua reação para com Kentin perante todos aqueles vampiros. E seus pensamentos a arrastavam de volta às aulas em Sweet Amoris – ela sempre sentava na mesma mesa que ele -, às vezes em que ele a levara ao quarto de paredes de jornais que, mesmo exclusivo dos licantropes, ele a levava.

Às vezes que eles, longe daquele mundo de magia, deitavam-se na cama dela e assistiam filmes até dormirem. Ou às vezes que ela o defendia das garotas estúpidas da escola que insistiam em implicar com ele, e então, no outro dia, todos estavam comentando que eles namoravam. Não que isso a afetasse. Ela sempre preferiu a companhia dele a de qualquer um naquele lugar.

Ou a vez mais que inesquecível que Ken simplesmente explodiu e surrou o valentão da escola. Rain sentiu-se enrubescer ao lembrar do motivo: o garoto havia pedido para namorar com ela e, quando a morena recusou, ele tentou beija-la a força. Kentin estava, como sempre, ao lado dela naquele momento, e estourou. Foi naquele dia que Ken, horas mais tarde, teve sua primeira transformação e, depois de passar dias sem vê-la, ele a procurou para dizer que ia embora para uma escola militar, por ordens de seu pai, que desaprovara sua agressão para com o garoto.

Ela soube mais tarde que ele mentira, e que, na verdade, estava em Sweet Amoris para aprender a controlar seus poderes e instruir-se, assim como ela, sobre o novo mundo de magia que ele agora fazia parte.

Ela despertou de seus devaneios quando a porta do cubículo foi aberta. Já é de manhã?, a morena pensou. Mas não era Nathaniel. Rain não podia identificar quem era: a pessoa usava um manto negro encapuzado.

A pessoa fez sinal para que Rain saísse, e ela obedeceu. O encapuzado fez sinal de silêncio para ela, e a morena, mesmo receosa, assentiu. Ele a conduziu por um caminho que Rain nunca havia passado antes, cheio de corredores malcuidados e estreitos, até que finalmente chegaram em uma porta grande de madeira que estava encostada. Ele a soltou, passou, esperou que ela passasse, e trancou a porta.

O céu estava estrelado e escuro. A lua banhava os dois, e dava àquela pessoa um ar misterioso. Ele adentrou na floresta, e Rain o seguiu. Havia algo naquela pessoa, mesmo que Rain não o pudesse reconhecer, que a fazia confiar nele.

Eles pararam em um penhasco de chão branco, que dava vista para um mar de árvores embaixo e à lua – enorme e brilhante, tão maravilhosa que fez Rain duvidar de sua submissão perante o sol.

– Quem é você?

O frio de madrugada fazia a morena tremer. A pessoa em sua frente retirou o capuz e olhou para ela.

Rain sentiu um déjà vu.

– Você me... reconhece?

O vento da madrugada soprou as tranças lilases da garota de capa negra, enquanto as corujas piavam ao fundo da floresta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como perceberam, fiz Noir humano. :3
Gente, sério, teve altas revelações nesse capítulo.
Sério.
Comentem.
Quero saber as opiniões e teorias de vocês.
Soul irá ficar chateada ;-;
Ah, gostaria de saber também se estão achando a fic muito violenta, ou se assim está bom. Coloquei a classificação +16, e espero não estar traumatizando nenhum pandinha por aí. ;-;
Espero que tenham gostado e obrigada por lerem. s2
Beijinhos,
~Soul.