Blood Curse escrita por Soul Kurohime


Capítulo 32
Diamante Negro


Notas iniciais do capítulo

Geeeeeente!! Mil desculpas pela minha demora! Sério! Foram semanas super hiper mega blaster corridas para mim. ;-; Provas, provas, provas.... Estou cansada. *suspiro*
Mais um capítulo para vocês! s2 Espero que gostem! s2
Beijinhos,
~Soul.



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Ela sentiu as pálpebras pesarem e ergueu com dificuldades os olhos para o espelho em sua frente, mas não conseguiu ver seu reflexo: sua vista embaçada, decorrida da perda de sangue, impedia que visse até mesmo além de um palmo de nitidez em sua frente.

– Já chega. – O garoto que estava curvado sobre ela jogou as mãos ao alto.

– Creio que seja o suficiente. – O outro a tocou no pulso.

A menina de olhos de gato abriu a porta e entrou.

– Já acabou, Castiel? Não sujou o meu vestido, sujou?

Ele deslizou os olhos para ela impacientemente.

– Sim, acabei. E não, não sujei seu precioso vestido.

Rosalya franziu o cenho.

– E é o suficiente?

– Não me importo se é ou não o suficiente. Se eu decidisse beber mais, ela morreria.

– Ora Castiel, não faça essa cara. Não precisa agir como se não tivesse gostado. – Ele desviou os olhos – Lysandre?

– Acredito que sim. Mas tinham mesmo que fazer isso agora? Seria mais convincente se as marcas de mordidas aparentassem ser antigas.

– Nada que um pouco de maquiagem não resolva! E também, - ela suspirou – tivemos o plano ontem.

– Ainda assim... – ele ergueu uma sobrancelha e desviou o olhar para Rain – Ela conseguirá andar?

Rosalya se aproximou de Rain e mexeu em suas madeixas.

– Não se preocupe com isso. As células de Rain multiplicam-se três, quatro vezes mais rapidamente do que em humanos. Suas feridas externas, todavia, demoram o mesmo tempo levado pelos mundanos. O que eu, francamente, não entendo, mas talvez isso seja um efeito colateral da sua magia. Nós, feiticeiros, podemos viver centenas de anos, mas todos sabem que nossas recuperações são lentas, quando não aceleradas com um bom feitiço.

– Tanto externas quanto internas?

Principalmente as internas. – Rosalya suspirou – Enfim, meninos, nos deixem a sós. Rain vai estar ótima em dez minutinhos.

Lysandre levantou-se, mas Castiel não estava mais lá. Rosalya não sabia se ele havia saído pelo seu pedido ou se já fazia tempo que ele não estava mais ali.

*

Eles abriram a porta do último quarto do corredor dos feiticeiros e entraram. Alexy estalou os dedos e todas as luzes ligaram ao mesmo tempo.

– Bom, mantemos isso escondido da diretora, então, por favor, fiquem de boca fechada.

Rosalya entrou por último, de braços dados com Rain. A morena ficou boquiaberta com todas as máquinas ali presentes, separadas por seções. No lado esquerdo, haviam as máquinas especializadas em combates: armas, coletes e caixinhas com um pequeno quadrado transparente que lembravam à Rain um cubo mágico. No lado direito, encontrava-se várias caixas, com tarjetas indicativas na prateleira que se encontravam. Rain se aproximou.

– O que tem dentro das caixas? – Ela apontou e olhou para Armin.

– Fórmulas.

Ela franziu o cenho.

– Fórmulas?

Ele assentiu com a cabeça.

– Eu e Alexy estávamos intrigados com algumas doenças mundanas e as investigamos. Não demorou muito, encontramos as curas. Então, para nos prevenir de esquecermos, anotamos em pergaminhos e os trancafiamos nessas caixas.

Rain ficou ainda mais boquiaberta.

– Vocês descobriram a cura? Aids, câncer, poliomielite.... Por que não divulgaram?

– Divulgar? Por que faríamos isso?

– Vocês salvariam milhões de pessoas!

Armin e Alexy se entreolharam e, logo, desataram em gargalhadas.

– Está bem. – Respondeu Armin, ainda entre risos.

– Vocês ficariam ricos! – Insistiu.

Rosalya a deu um leve puxão.

– Rain, se liga. – Ela riu levemente – Eles são, somente, os feiticeiros mais famosos do mundo! Repito: do mundo. Se eu tivesse ao menos um centésimo do dinheiro que eles possuem, eu estaria bilionária!

Armin sorriu vitorioso à expressão perplexa da morena. Ele a puxou pelo pulso para perto de uma máquina encostada na parede do meio. Ela era de ferro, curvilínea e, no chão, havia uma película de vidro que brilhava nas cores verdes e azul. Armin a deixou ao lado de Castiel, enquanto mantinha seu braço direito em volta dos ombros da garota. Rain olhou para Castiel de soslaio, e percebeu, pela primeira vez, os piercings que ele trazia em sua olha esquerda.

– Você já está melhor? – Armin sussurrou, fazendo Rain voltar sua atenção a ele. Ela assentiu e abaixou a cabeça, ignorando as pontadas vindas de seu pescoço.

Foi a vez de Castiel olhá-la de soslaio. Ele a observou, e seus olhos se voltaram para Armin, fazendo com que o ruivo desviasse o olhar.

– Estão prontos? Vocês estão muito atrasados. – Alexy se aproximou, na companhia de Rosalya, que estava com o rosto fechado por ter sido deixada para trás.

– Atrasados sempre chamam atenção. – Castiel forçou um sorriso.

– Atenção é tudo o que não queremos. – Respondeu Rosalya.

– Temos que achar o quadro, lê-lo, e sair, não é isso? – Rain suspirou.

Apenas isso, Rain. Não desvie do plano. Haverá centenas de vampiros lá, qualquer deslize e você pode morrer.

A morena engoliu em seco.

– Eu sei, Rosalya. Não irei fugir do plano.

– Entrem. – Ordenou Armin, que havia começado a preparar a máquina com a chegada de Alexy e Rosa.

Castiel entrou e Rain o seguiu. A morena sentiu a pressão diminuir e o ar ficar rarefeito. A pressão foi diminuindo cada vez mais, e Rain fechou os olhos. Um segundo depois, ela sentiu um ar gelado soprar seus cabelos, fazendo a morena os abrir: estavam em frente ao castelo do rei dos vampiros.

Rain expirou pesado.

– Está nervosa? – Castiel sorriu.

– Seria louca se não estivesse.

– Vai dar tudo certo.

Rain apertou os dedos.

– Eu espero.

– Rain.

A morena virou o rosto na direção de Castiel, que estava a milímetros dela. O garoto encostou sua testa na dela.

– Até que você consegue ficar bonitinha quando quer. – Sussurrou.

Rain trajava um vestido preto tomara que caia – de Rosalya – que apertava sua cintura, exaltando as curvas do seu corpo e os seios fartos. O vestido terminava nos dedos de seus pés, com uma grande saia rodada. O corpete era coberto de renda e, atrás, era amarrado por fitilho. A cor escura do vestido destacava o azul de fim de crepúsculo de seus olhos. Os lábios carnudos de Rain estavam pigmentos de vermelho-sangue e, no pescoço, cobrindo uma parte da ferida, ela usava uma gargantilha de renda com um pequeno diamante negro preso à frente, que balançava com quaisquer movimentos seu. Seu cabelo estava solto e o salto encaixava perfeitamente em seu pé de tamanho 36.

– Você também não está mal. – Ela recuou quando sentiu suas bochechas começarem a queimar.

Castiel, por sua vez, trajava uma blusa social branca por baixo de um blazer negro, calças jeans também escuras e sapatos de couro.

– Não é o tipo de roupa que eu curto. – Ele desviou os olhos e se ergueu – Mas Rosalya não calava a boca, então...

Rain riu. Sinos tocaram dentro do grande salão, chamando a atenção de ambos.

– Acho melhor nós irmos logo. – Afirmou Castiel. Rain assentiu.

Ele andou em direção aos portões, e Rain o seguiu, de cabeça abaixada. Dois guardas de armaduras impediam a entrada com duas grandes lanças, enquanto outro, um pouco mais para a frente, recolhia os convites. Castiel se aproximou dele e, tirando o convite do bolso interno do blazer, o entregou. O ruivo prosseguiu, mas, quando Rain passou por ele, o guarda o chamou a atenção.

– O que? – Castiel se virou para ele impacientemente.

– Ela está com o senhor?

Rain sentiu os dedos tremerem, mas continuou cabisbaixa.

– Obviamente. Algum problema?

O guarda olhou para a garota, e logo, para o garoto.

– Apenas protocolos, senhor, me desculpe o inconveniente.

Castiel deu de ombros e continuou a andar, e Rain o seguiu. Passaram pelos guardas no portão e, finalmente, estavam dentro do castelo. O ruivo parou de repente e virou para ela.

– Não fique longe de mim. Vai ser um saco ter que procurar por você, caso você se perca.

Rain apenas assentiu com a cabeça. Mantenha o teatro, não o responda.

Castiel virou-se novamente e seguiu pelo tapete vermelho do amplo corredor de paredes douradas. Rain já podia ouvir a música clássica vinda do grande salão, que foi aumento gradativamente do ritmo no qual eles se aproximavam. Finalmente, depois de três minutos, eles já estavam na entrada do vasto salão.

Centenas de vampiros? Rain sentiu seu coração acelerar e as pernas bambearem. Se ela tivesse que chutar, diria que haviam, mais ou menos, cinco mil vampiros naquele lugar. Eles estavam espalhados, uns encostados nas paredes, conversando, e outros no centro, dançando uma típica valsa. Todos pálidos, como se estivessem mortos. Viu, dentre eles, uns cinquenta escravos de sangue. Eles se destacavam pela cor viva que possuíam. Homens de fraque deslizavam graciosamente entre os convidados, servindo-os, com suas bandejas de prata, taças de cristal com um líquido vermelho dentro. Rain julgou ser sangue, mas poderia também ser vinho. Não. Com certeza era sangue.

Rain sentia os olhares de todos em cima dela, mas continuava cabisbaixa, mesmo nervosa. As pessoas a olhavam estranha e indiferentemente. Arriscou uma rápida olhada para Castiel, que continuava parado, sem que tivesse olhado ao menos uma vez para ela desde que chegaram ali. Ele estava com as mãos dentro dos bolsos externos do blazer, olhando para o lustre enorme no meio do salão.

– Rain, olhe aquilo.

Ela levantou a cabeça devagar e olhou na direção que ele comandara. Não, não era para o lustre que Castiel olhava, mesmo que fosse realmente deslumbrante. Era para o palco, no fundo do salão.

– Não consigo ver. – ela respondeu.

Castiel olhou para ela e revirou os olhos. Começou a andar mais uma vez com o intuito de se aproximarem o suficiente para que Rain pudesse enxergar. A morena o seguiu.

– Consegue ver agora?

Ela levantou a cabeça mais uma vez e olhou na direção em que Castiel se referira. Agora ela podia ver nitidamente. Os reis estavam sentados em cadeiras de veludo vermelho, com as coroas brilhando em suas cabeças. Mas não estavam sozinhos.

Ao lado esquerdo do rei, mas um pouco mais atrás, sentado em uma poltrona parecida com a do rei, porém menor, estava Nathaniel, observando o baile e os vampiros com olhos entediados. Do lado direito da rainha, da mesma forma que o loiro, estava sentada uma garota de cabelos negros que Rain nunca havia visto antes. Ela trajava um lindo vestido vermelho, e tinha uma beleza estupenda.

O Rei levantou-se e começou um discurso.

– Venci guerras e conquistei territórios. Nossos escravos estão dez vezes mais populosos. Dez, não. Vinte, trinta, vezes. Vocês, lordes feudais, não têm do que reclamar! A educação foi priorizada, e os treinos de combate iniciaram-se somente após o decimo quinto aniversário. Vocês, mães, não têm do que reclamar! Somos o melhor exército e temos as melhores estratégias de combate. Vocês, pais, não têm do que reclamar! Temos os melhores produtos de todo o mundo e cobramos preços exorbitantes por eles, porém, justos. Vocês, comerciantes, não têm do que reclamar! Ainda assim, sinto que, pelas minhas honradas contribuições, mereço um descanso ao lado da mulher que amo, sua rainha. E é por isso que hoje dou meu último baile. Hoje, passarei meu poder e minha coroa para meu filho e sua esposa que, prometo-lhes, farão jus a quem nós somos hoje. Não se preocupem! Meu filho foi educado com a melhor das educações que um bom rei deveria receber, assim como Sora. Juro que serão melhores reis que eu e minha esposa. – Nathaniel e Sora se entreolharam e seguram o riso – Estou ciente da situação horrenda a que meu filho se prezou, mas para provar-lhes que não há mais nenhuma ligação entre ele e os licantropes, peço que prestem atenção ao que se segue.

Nathaniel suspirou e se levantou. Alguns guardas se aproximaram, trazendo uma espada de prata, enquanto outros dois seguravam um licantrope, que estava desacordado, pelos braços. Nathaniel pegou a espada, e o guarda responsável por ela caminhou até atrás do licantrope e puxou-lhe os cabelos, obrigando-o a levantar a cabeça e deixar seu pescoço a mostra.

Nathaniel arregalou levemente os olhos.

– Acho que já o vi em algum lugar.

Rain sentiu-se enjoar, a cabeça girar, seu mundo cair. Ela não conseguia respirar, seu coração batia disformemente, seus dedos tremiam, seus olhos ardiam.

Ken... Tin...? – Sussurrou.

– Decapite-o! – Ordenou o Rei, através de um sussurro.

Nathaniel revirou os olhos, empunhou a espada em posição de combate e girou.

– E com isso... Eu sou o Rei!

Nathaniel sorria. Rain quis gritar, mas nada saiu de sua garganta. A plateia estava boquiaberta observando o sangue jorrar e a cabeça de fios castanhos rolar pelas escadas.


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Notas finais do capítulo

Gente, sério, acho que minhas drogas estão vencidas. Eu to muito louca escrevendo os últimos capítulos, acho que perceberam. Preciso me tratar.
Um minuto de silêncio pelas mortes e por mim.
Ok.
Não.
Me.
Matem.
Saindo aqui antes que joguem fogo em mim.
Comentem. Comentem. Comentem. Comentem. Comentem.
Beijinhos,
~Soul.
s2
Me.
Amem.
heueue