Blood Curse escrita por Soul Kurohime


Capítulo 24
Faca de Dois Gumes - Parte 2 - Sangria


Notas iniciais do capítulo

Feliz ano novo à toda a família Blood Curse! *-* Obrigada por esse ano maravilhoso, eu amo muito vocês! E que a Blood Curse cresça cada vez mais em 2015!! *-* Vocês são maravilhosos, amo imensamente cada um de vocês! s2
Voltando ao capítulo, sei que eu deveria tê-lo postado domingo, mas eu meio que... Não escrevi a tempo, devem ter percebido! -,- Desculpa! Vamos desculpar porque é ano novo! ashaushau
Sem mais delongas, aproveitem o capítulo e boa leitura! :*
~Soul



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Você só precisa dizer sim.

Rain olhou por cima do ombro. Uma mulher de cabelo comprido e negro, assim como os dela, e de olhos vermelhos como os da menina da floresta. Era extremamente pálida, até mais que os vampiros, e usava um vestido antigo, comprido e preto, rasgado em certos pontos. Os olhos vermelhos davam uma vida a imagem preto e branco da mulher. A morena voltou a olhar para a imagem de Melody enforcada em sua frente.

– Acabar com o meu sofrimento?

Sim. – a mulher afastou levemente uma mecha de cabelo da garota. Rain sentiu os seus pelos arrepiarem.

– E o que você quer dizer com... – engoliu em seco – Comer minha alma? – Rain lembrou-se de outra dica de Armin: nada naquele lugar era real. Mas, não importava aonde a morena olhasse, não tinha como não ser real. Era matéria, de carne e osso, assim como ela.

Significa que levarei seus poderes de você. É um preço justo, não acha?

­– O que tem de justo nisso?

É o meu preço. Mas por você, e somente por você, posso acrescentar algumas coisas... Eu sei o que você quer. Eu escutei seus pensamentos. Voltar para casa... Viver com seus pais como antes... Esquecer de tudo... Você acha que essa vida não é para você. Você nasceu para ser uma adolescente comum e não entende porque tudo está acontecendo com você. Dentre sete bilhões de pessoas no mundo, porque justo com você? Eu posso realizar seu desejo. Você nem ao menos saberá que um dia o desejou. E agora, acha justo?

Silêncio.

– Sim, agora acho justo.

E então, qual sua resposta?

Rain olhou novamente para a mulher. Ela sorriu um sorriso sádico, e mexeu no seu próprio cabelo.

Não preciso que responda. Eu sei o que você quer. Os seus olhos dizem por você.

De repente, um barulho. Um barulho alto o bastante para fazer os ouvidos de Rain zumbirem. Parecia um tiro. Não, não parecia. Era um tiro. A mulher de preto começou a desaparecer na frente da morena, e Rain logo olhou para a porta do banheiro.

Era Castiel, segurando, na mão direita, uma colt manhunter. Rain ficou boquiaberta e assim permaneceu, enquanto observava o ruivo andar em sua direção e... Lhe dar um tapa.

– Qual o seu problema? – a voz da garota saiu banhada em fúria.

– Qual o seu problema? Estava mesmo disposta a entregar tudo àquela coisa de mãos beijadas?

– Talvez. – desdenhou. – Você não sabe nada sobre mim! Aliás, o que está fazendo aqui? – ela se levantou.

– Estou vendo que não conheço mesmo você. Nunca passou pela minha cabeça que você fosse uma covarde.

– Covarde? – a voz dela soou incrédula.

– Você está desistindo de tudo na primeira dificuldade que encontrou. Isso é o que um covarde faria. Então sim, você é covarde. Confesso estar desapontado. – ele olhou em volta.

– Me desculpe, mas não tenho culpa se você pôs tantas expectativas em mim! – ele ergueu as sobrancelhas – Pelo amor de Deus, o que você está fazendo aqui?

Ajudando você, se ainda não percebeu.

– Achei que eu tivesse que passar por isso sozinha.

– Não. Como eu disse antes, eu não posso tomar suas decisões por você, mas atirar em espíritos malignos, eu posso.

– Espíritos malignos?

– Exato. Eles farão de tudo para que você abdique dos seus poderes. Como aquela mulher.

– E como você conseguiu essa arma?

– Longa história. – ele a pegou pelo pulso. – Sangue?

– Não é meu. – ela sentiu sua voz fraquejar.

– Eu sei. É diferente do seu cheiro. Esse tem cheiro de enxofre, enquanto o seu é... Bem, mas eu sinto o cheiro do seu sangue aqui também.

– Minhas mãos estão cortadas... Apenas arranhões...

– Já devia ter sarado, não?

– Bem... – ela olhou para suas mãos. Realmente, Castiel estava certo. Só era necessários segundos para que qualquer ferimento sarasse.

– Vamos sair daqui antes que aquela coisa volte.

– Não! Melody... – ela olhou para a direção onde a amiga estava, mas ela não estava mais lá. Nem mesmo os pingos de sangue no chão que escorreram de seus braços. - ...Mas...

– Vamos. – ele a arrastou.

– Espera. – ela puxou sua mão contra si. Castiel revirou os olhos.

– O que foi agora?

– Como vou saber que é você mesmo?

– O que? – sua voz soou incrédula.

– Disse-me que os espíritos fariam qualquer coisa para que eu abdique de minha magia. Como vou saber que você não é um deles e que não está me conduzindo a uma armadilha?

O ruivo suspirou e sorriu.

– Olha, eu não posso provar que sou eu mas, aqui. – ele a entregou a arma – Se ainda tem dúvidas... Atire.

– Não vou atirar em você!

– Eu não morro assim tão fácil.

– Eu só... Não posso... Atirar em você.

– Não vou desaparecer... – ele se aproximou da garota e a encarou – Eu juro.

– Por que você não entende que eu simplesmente não consigo fazer isso? – ela sussurrou. Logo a morena sentiu seu coração acelerar e desviou os olhos. O ruivo sorriu e afagou gentilmente o cabelo de Rain.

Ela se afastou e saiu, ele a seguiu.

– Aonde nós estamos indo?

– Biblioteca. – ela respondeu enquanto andava rapidamente pelo corredor.

Ele franziu o cenho.

– Por...

Ela parou bruscamente.

– Achei isso. – a garota mostrou o papel que havia em seu bolso.

– Isso é...

– Latim. Não sei o que está escrito então, qual lugar melhor para encontrar um livro para me ajudar a traduzir isso?

*

Eles passaram em frente à entrada da escola e seguiram o caminho oposto que Rain havia seguido primeiramente. O corredor, assim como o outro, estava repleto de salas abertas, desorganizadas e com seus quadros negros arranhados.

O corredor seguia para uma escada, que levava a um plano inferior. A biblioteca! As paredes eram repletas de livros de línguas, cores e tamanhos distintos. No centro, havia uma pequena mesa de madeira redonda com três cadeiras – também de madeira – envolta da mesma. Rain apressou-se para pegar o primeiro livro de latim que seus olhos viram: Aprenda latim em quatro etapas, enquanto Castiel sentou-se em uma das cadeiras e jogou a arma que segurava em cima da mesa.

O conteúdo do livro, entretanto, também estava em latim, fazendo a morena bufar e jogar o livro no chão. Uma fumaça de poeira subiu, fazendo a menina tossir. De repente, as luzes piscaram, e a cadeira em frente a de Castiel se mexeu. Ela fora arrastada para trás, e para a frente novamente.

– Pare com isso. – disse Rain, ainda com os olhos presos em um outro livro.

– Eu não fiz nada. – respondeu Castiel.

– Você está procurando no lugar errado, moça.

Rain olhou para a cadeira que se mexera. Era a menina que havia encontrado na floresta, sentada na mesma. A morena deixou o livro cair no chão.

– Você... Você! – ela ergueu o tom de voz – Você me mandou para este lugar!

– Por favor, não grite. – a menina respondeu calmamente – Ou você quer que ela descubra que estão aqui?

– Está se referindo a mulher de vestido preto? – interveio Castiel.

– Sim. Havia pedido para mamãe não interferir nesta anormalidade, mas, observando o seu estado, sei que ela está agindo também. – ela suspirou – Ela nunca me escuta. – a garota deu de ombros.

– Mamãe? – a voz de Rain saiu incrédula.

– Sim, ela é minha mãe. E quanto a você garoto, - ela olhou para Castiel – eu deveria mata-lo por ter atirado nela.

Castiel deu de ombros.

– E Rain, está procurando no lugar errado, já avisei. Não me faça dizer uma terceira vez.

– Como sabe meu nome?

– Todos nós sabemos tudo sobre você a partir do momento que pisou em nossa dimensão. Vocês feiticeiros deveriam parar de brincar com fogo. – ela apertou os olhos.

Rain engoliu em seco.

– E onde eu deveria procurar?

– Você deixou isso cair. – ela jogou a bolinha de papel na direção de Rain. A morena abaixou-se, pegou, e abriu.

– Achei que estivesse em branco... Por isso joguei fora.

– Mamãe adora fazer joguinhos. Você nunca descobriria se eu não dissesse, não é culpa sua. Essa é a forma preferida dela de testar vocês feiticeiros. E confesso que a maioria perde seus poderes por não conseguirem decifrá-lo. É por isso que é o preferido dela. – ela deu de ombros.

– E por que está me ajudando? – Rain foi até a garota.

A menina olhou para ela e, em seguida, desviou o olhar.

– Estou apenas cansada disso tudo.

Castiel olhou para a garota e franziu o cenho.

– Bote os papéis um do lado do outro, assim. – ela estendeu os papeis sob a mesa – Um está em latim...

De mortalitate mortalibus qui amisit ...

Poor maledicent Quiescence ....

Et omne maledictum non sangria qui machas anima tua ...

Benedictus eris potestate fluidum aeternam.”

O outro – ela prosseguiu – aparentemente está em branco, mas se você fizer isso... – ela puxou o braço esquerdo de Rain e passou uma lâmina por toda a extensão do mesmo, fazendo com que Rain grunhisse e uma grande quantidade de sangue colorisse o papel branco de escarlate. Castiel enrijeceu e usou sua mão direita para tampar as narinas. – Oh, você é um vampiro, certo? Sinto muito por isso.

Uma vez que o papel estava totalmente vermelho, a menina tocou no ferimento de Rain e ele rapidamente cicatrizou-se.

– Prontinho.

– Eu agradeceria se você tivesse avisado. – Rain arfava.

– Pare de reclamar, eu estou ajudando você. Olhe.

Ela apontou para o papel, e algumas letras e números brilhavam dourados.

D, 3, 27, 643.

– O que isso significa?

– Sessão, fileira, livro e página.

– Sessão D, fileira 3 e livro 27? – Rain levantou-se e correu em procura do livro.

Depois de alguns momentos de silêncio, Castiel o interrompeu, sussurrando:

Você está cansada de tudo isso? – ele desdenhou – Por que não conta para ela?

A menina arregalou os olhos momentaneamente.

– Oh, certo, você é um vampiro. Ainda assim, é incrível que consiga sentir o cheiro de alguém que nem viva está.

– Você não respondeu minha pergunta.

– Nem tenho que responder. Isso não tem nada a ver com você.

– Rain ficaria feliz em saber.

– E por que está preocupado com a felicidade dela? – ela apoiou os cotovelos na mesa – Você gosta dela. – a menina sorriu.

Castiel ficou levemente boquiaberto.

– Não.

– Sim, você gosta. Nós mortos conseguimos sentir explicitamente no ar coisas que vocês, vivos, não conseguem... E é por estar morta que contar para ela não mudaria nada...

– Mudaria mais do que você imagina. – ele fechou os olhos e encostou suas costas na cadeira. – E sei que você não está morta.

A menina abriu a boca para falar, mas calou-se ao ver Rain se aproximando de ambos com um livro de capa vermelhas nas mãos. A morena pôs o livro em cima da mesa e o abriu na página correta. O texto do primeiro papel estava escrito debaixo da imagem de um homem com um cálice na mão esquerda com sangue transbordando, em cima de uma pilha de corpos. Seus olhos estavam negros e havia desenhos estranhos por todo o corpo do homem.

– Esta - começou a menina - é a sua especialidade mágica! - bateu breves palmas - Parabéns!

– Está tudo em latim. – Rain olhou para ela.

– Deixe-me traduzir.

– Você sabe latim? – a voz da morena pareceu incrédula.

A menina deu de ombros.

O mortal que perdeu sua mortalidade; Pobre amaldiçoado pela Physis; A maldição de sangria que machas tua alma; Abençoado serás pelo controle do fluido eterno.

– O que isso quer dizer? – Rain sentou-se na cadeira vazia.

– Já ouvi esse texto antes... – interveio Castiel. – Não, não ouvi. Eu vi. Está escrito em uma das paredes do castelo do Rei dos Vampiros.

– No castelo do pai de Nathaniel?

– A maldição de sangria... – repetiu a menina, murmurando.

– Estou perdida.

Blood Curse... A maldição de sangria.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu troquei a capa da fic! Me digam, vocês gostaram mais dessa ou da antiga? Dependendo do julgamento de vocês, será a que ficará. Na foto, ninguém mais, ninguém menos, que a diva da Fernanda Brussi, a mesma modelo das capas de Fallen. Como não amar essa mulher? Sou super fã dela. *-*
Enfim, gostaram do capítulo? Comentem! ÊÊÊ.
Soul está normal hoje! u_u
Beijinhos e até mais! :*
~Soul