Blood Curse escrita por Soul Kurohime


Capítulo 22
Viver ou Morrer


Notas iniciais do capítulo

Boa madrugada, xente! -w- Como vão? Eu vou bem, obrigada. Estou aqui adiantando o capítulo pois amanhã é o aniversário da minha melhor amiga e sinto que não terei tempo! e.e
Já é de madrugada, duas e meia da manhã, mas estou aqui para vocês! Gente, Soul ficou de recuperação x_x Então, se eu demorar para aparecer, já sabem né? e.e
* Não tive tempo de responder nenhum comentário ainda, mas eu JURO que RESPONDEREI TODOS amanhã :3 É só que eu to caindo de sono e cansaço, mas resolvi postar logo.
Sem mais delongas, boa leitura.
~Soul



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Eles pararam, e fitaram aquela mulher. Seu vestido era tão verde quanto seus olhos, e seus cachos dourados escorriam pelos ombros dela.

Ambre? – Rain deixou escapar – Achei que estivesse cuidando de Nathaniel...

– E eu achei que tivesse pedido a você que me encontrasse lá. – ela bufou. – Francamente Rain, estou esperando você há horas!­

A morena apertou os olhos.

– Por que achou que eu iria correndo obedecer você? Tinha coisas muito importantes para resolver.

– Mais importantes que o meu irmão?! – a voz da loira soou incrédula.

– Tão importante quanto.

– Nathaniel deveria vir em primeiro lugar! – era a vez da loira apertar os olhos.

– Posso ser amiga de Nathaniel, e posso estar muito preocupada com ele, como estou, mas também tenho que me preocupar comigo. Sinceramente, as vezes acho que vou ficar louca com tanta coisa em minha cabeça!

– Mas Nate é o príncipe dos vampiros! O herdeiro do trono!

– Falou bem. Dos vampiros. E, até onde eu sei, não sou uma vampira.

– Felizmente. – Kentin interviu.

Ambre olhou para ele com frieza.

– Acho melhor ficar calado, licantrope. Detestamos vocês tão quanto nos detestam, e eu não conteria meios para me ver livre de você.

– Está ameaçando Kentin? – Rain pareceu perplexa. Com uma pontada de raiva.

– Não é como se uma garota pudesse com a gente, independente de ela ser princesa, rainha, ou não me importa o quê. – Dake intrometeu-se.

A loira gargalhou brevemente.

– Desculpe desapontá-lo, mas eu não lutaria. Tenho a minha disposição centenas de vampiros neste campus que, com certeza, não me desobedeceriam. – ela fechou os olhos – Até porque, não são loucos. – Ela os abriu novamente – Todos os sãos temem... A família real.

As íris da garota haviam se tornado vermelhas, como sangue. Olhos sedentos por sangue, morte e guerra. Rain sentiu sua respiração apertar e um frio correr por sua espinha, apenas em fitar os olhos da loira. Seus dedos tremiam pouco, mas sim, e ela suava frio. Lembrou-se imediatamente das palavras de Rosalya no começo daquele dia: “Quão forte a família real pode ser? ...Chega a me dar calafrios...”

Ambre estava certa. A morena sentia que sim. Apenas os loucos desrespeitavam a família real. E agora, ela se sentia idiota de ter desafiado a loira. Quando Rain deu por si, os olhos de Ambre já haviam voltado à sua cor original, e toda aquela pressão ruim que havia-se criado no ambiente havia desaparecido.

– Será que agora você poderia vir comigo, Rain? Estou mesmo precisando de sua ajuda.

– Ela não vai com você! – interveio Kentin mais uma vez, antes que Rain pudesse processar as palavras da garota.

– Não Kentin, eu vou. Quero mesmo ver como Nathaniel está.

Rain começou a andar na direção de Ambre, mas Kentin a segurou pelo pulso.

– Não deixarei que vá sozinha!

– Ela não estará sozinha. – afirmou Ambre – Estará comigo.

– Você está brincando, certo? – a voz do garoto saiu receosa. A loira sorriu. Um sorriso nojento e sádico.

– Me solte, Kentin.

Ele a apertou com mais força.

– Oh, por favor! Poderia soltá-la logo? Vai contamina-la com seu cheiro de licantrope. E eu detesto o cheiro de cachorro molhado que vocês exalam.

Rain virou-se para ele.

– Ficarei bem Kentin - e sorriu – Não se preocupe.

E, com muita relutância, ele a soltou. Rain andou na direção de Ambre, e logo os dois garotos as viram sumindo.

– E então? – indagou Dake – Vai querer segui-las?

Kentin olhou para ele.

*

As garotas já estavam subindo as escadas do dormitório, e não haviam trocado uma única palavra por todo o percurso. Rain manteve-se distante, mas não ao ponto de Ambre perceber que ela havia se afastado.

– Sinto muito por aquilo. – disse Ambre, quando ambas se aproximaram da porta do quarto de Nathaniel. – Eu... Fico meio transtornada na presença de licantropes. Não estou acostumada com a presença deles, ao contrário de meu irmão. Apenas carrego o ódio em meu peito vindo de gerações em minha família.

– Não tem problema. – Rain não sabia o que dizer – Foi bom que não tenha passado de uma discussão. Estava mesmo disposta a mandar todos os vampiros do campus na direção dos dois?

– Licantropes não temem vampiros. Deveriam, mas não. – ela soltou uma risadinha – Eu estava blefando, Rain. Não seria capaz de tal atrocidade. A verdade é que gosto de passar meu tempo com você. – Rain surpreendeu-se – Sinto que posso confiar em você e, portanto, ao menos na sua frente, não preciso agir da forma que todos esperam que eu aja, por ser quem eu sou.

– Nathaniel é gentil com todos.

– Mas Nathaniel não se importa com o que nossos pais ou os outros pensem dele. Ele não queria ser príncipe, muito menos herdar o reino. Se se importasse, não teria tido um caso com Melody.

– Achei que eles escondessem de todos.

– Ora, por favor, Rain. Apenas pelos olhares dos dois nota-se que estavam apaixonados. Uma pena que ela tenha falecido de forma tão... Fria.

Rain olhou para ela pela primeira vez. Era a primeira vez, desde que a conhecera, que ela havia deixado escapar alguma informação sobre a morte de Melody. Ambre tirou uma pequena chave de dentro de sua luva curta, e destrancou a porta. Rain imediatamente lembrou-se de tudo que acontecera na última vez que estivera ali, e logo seus pensamentos encontraram Castiel. Por onde ele estaria agora?

Ambre atravessou a porta, e quando Rain moveu-se para atravessar também, um braço passou-lhe pelo ombro, e prendeu seu corpo junto ao daquela pessoa. Ela conhecia aquele cheiro. Seu coração acelerou. Ela ficou ofegante. Olhou para cima... E o viu.

Sabia que era ele.

Castiel.

– Está aqui procurando por mim? – ele sorria.

– Oh! Como adivinhou? Usufruo da minha vida totalmente para stalkear você.

– Sei que sim. Está na hora do nosso passeio diário, não é verdade?

– Está na hora de você ir para a aula, não é verdade?

– Não, você está mentindo. – ele riu – Agora vamos falar de assuntos realmente importantes. Onde levarei você hoje?

– A diretora não acha ruim que você falte tantas aulas?

– Bem, achar, ela acha. Mas sempre me dá o mesmo castigo de banhar aquele troço que ela mantém preso no porão. Acho que é justo.

– Justo seria se você fosse para suas aulas. – ela tentou se libertar do braço dele.

– Não há nada que eles queiram me ensinar que eu já não sei. – mas ele a apertou ainda mais.

– Como sabe se não frequenta as aulas? – ela se sentiu enrubescer.

– Só não preciso saber. Tudo o que já sei é mais do que suficiente para o que eu quero.

– Para o que você quer?

Castiel...

Ambre havia estranhado a demora da garota e voltado para o encontro da mesma. Ela estava com os olhos arregalados e a boca levemente entreaberta. Ele, por sua vez, deslizou os olhos preguiçosamente para a loira em sua frente.

Ambre... – disse, com desdém.

– Se conhecem? – a morena indagou.

– Sim... – murmurou a loira.

– Infelizmente... – ele revirou os olhos.

Castiel retirou o braço do ombro da menina, e deu um passo para trás. Deu outro para o lado esquerdo, e ficou exatamente atrás de Rain. Segurou-a pela cintura, e a puxou contra si. Apertava a cintura da garota com os dois braços, mantendo-a totalmente presa em seu corpo. Ele se abaixou, e sussurrou em seu ouvido:

Rain... Nós nos vemos depois... Se me permite dizer, está em péssima companhia agora.

Ele se levantou, e a soltou devagar, e no outro segundo, não estava mais ali. Rain estava completamente desconsertada, com as mãos tremendo, e a respiração falhando. Odiava o efeito que ele tinha sobre ela. Não, não odiava. Apenas...

– Vocês parecem tão... Íntimos. – Ambre quebrou o silêncio. Ela parecia estranha aos olhos da morena.

– Não, nada disso. Ele é só... Um idiota.

– Hum. Achei que namorasse o carinha licantrope. Por isso me desculpei com você.

– Qual deles?

– O que estava abraçando você.

– Não, está errada. Ele é como um irmão para mim, apenas isso.

– Então... Castiel... – Ambre parecia sem reação.

– Meu amigo, apenas.

– Sei. Enfim, quero sua ajuda para levar meus irmãos até as fadas. Não posso pedir para elas. Usarão isso contra meu reino.

– Você quer que eu peça?

– Sim, é exatamente isso o que quero que você faça.

– Mas, não! Se Rosalya disse que era errado, então, é errado! Se precisa de mim para fazer isso, saiba que não o fará.

– Acho que não está tão preocupada com meu irmão quanto disse que estava...

– Sim, eu estou! – ela finalmente ergueu o tom de voz - Mas você está fazendo tudo errado! Li que o único remédio confiável é esperar o próprio organismo se livrar das toxinas. Você não quis minha ajuda, você quis me usar! Me manipulou! Agora que eu sei, não vai mais conseguir me controlar! Ameaçou Kentin! Discutiu com Rosalya! Chega! Não irei mais ajudar você.

Ambre estava perplexa.

– Agora, com licença, que eu preciso descansar para continuar meu treinamento.

Rain se virou, e saiu sem olhar para trás. Subiu as escadas, chegou ao terceiro andar, entrou em seu quarto, trancou a porta, e se jogou na cama. Dormiu quase que imediatamente, exausta do longo dia.

*

– Os últimos dez pontos são os pontos do cérebro e do coração. O processo é o mesmo, mas é mais exaustivo.

– Eu aguento.

– Vejo que sim. – ele sorriu – Vamos, comece. Sabe como é. Feche os olhos... Regule a respiração... Faça sua mente distanciar a minha voz...

Ela fechou os olhos, e viu os pontos vermelhos, enrolados por veias. Ela os imaginou explodindo, e sentiu uma enorme dor de cabeça. Sua pressão estava baixando, precisava finalizar aquilo logo. Uma, duas, três. Já não conseguia mais respirar. Caiu ao chão, ofegante, mas logo controlou a respiração.

– Vou continuar!

Jade não quis impedir. Sentou-se na frente da garota, e a contemplou. Ela respirou fundo, e iniciou o processo mais uma vez. Quatro, cinco, seis, sete, oito. Suas narinas tamparam. Mas ela continuou. Nove... Não conseguia respirar, sentia que tudo a sua volta girava. Estava enjoada. Dez. O último pontinho vermelho havia-se dilatado. Eram quatro horas da tarde, e ela estava sentada ali desde as oito da manhã. Deixou-se cair no chão, sentindo-se completamente aliviada. Finalmente, havia acabado.

– Uma semana exata, hein? Isso é incrível. Está pronta para a parte dois?

Parte dois?

– Bem, agora você consegue usar magia. Mas não sabe nenhuma, nem qual é a sua especialidade. Ainda tem um longo caminho pela frente, pequena feiticeira.

– Li que feiticeiros obrigatoriamente têm marcas de feiticeiros. Alguma coisa externa, na aparência, que os caracterize como tais. Mas... Eu não tenho nenhuma. Isso é normal?

– Não tem nenhuma? – ele pareceu perplexo - Talvez ela apareça com o tempo, com o uso da magia, ou talvez você seja uma mutação. Não sei. Normalmente, nos casos de mutação, os pontos de magia dos feiticeiros não existem. Mas eles sabem e veem tudo, e vivem uns duzentos anos. Demoram a envelhecer. – ele deu de ombros.

– Humm... Mas então, eu não sou uma mutação. Eu consigo usar magia!

– Exatamente.

– E qual a minha especialidade? – Rain parecia verdadeiramente animada.

– Isso não é comigo. Irei te encaminhar para outra pessoa. Ou melhor, pessoas.

Ela virou a cabeça.

– Quem?

– Nós!

Rain olhou para cima. Um sorriso formou-se nos rostos dos três. Armin e Alexy.

*

Faltavam quinze minutos para o badalar da meia-noite quando Rain bateu na porta do quarto dos feiticeiros gêmeos. Havia tomado banho, descansado e trocado de roupa. Se sentia completamente renovada.

Ao entrar, Rain pareceu surpresa com o círculo feito de carvão no chão, e as velas de vários tamanhos – pretas -, o contornando. As chamas eram azuis, e brilhavam tão vivas que fizeram os olhos da morena arderem.

– Você está pronta? – indagou Armin, com um sorriso no rosto.

– Bem... Não. O que vai acontecer?

– É diferente para cada pessoa. – interveio Rosalya, que também estava no local. – Dependendo do que acontecer com você que saberá seu tipo de magia.

Rain sentiu o coração acelerar.

– ...Certo.

– Não se preocupe. – Sentiu alguém bater em suas costas. Alexy. – Vai dar tudo certo!

– Isso é mesmo seguro? – indagou Kentin.

– Na verdade, não. – respondeu Armin, que levou uma cotovelada de Alexy.

– O que ele quis dizer é que vai depender das ações de Rain. Ela pode perder seus poderes para sempre, ou despertá-los de uma vez. É uma faca de dois gumes.

– Estou ficando nervosa...

– Não posso ir com ela? – indagou novamente o moreno.

– Não! – interveio Armin – Ela precisa fazer isso sozinha.

– Ela apenas precisa tomar suas decisões sozinha, não? Não existe nada que afirme que ela não pode ir com alguém. – afirmou o ruivo, que estava com as costas apoiadas na parede, com os braços cruzados, e olhos fechados.

– Silêncio, Castiel! É perigoso! – intrometeu-se Alexy.

O ruivo deu de ombros.

– Se é perigoso, por que deixa-la ir sozinha?

– Todos nós passamos por isso sozinhos. – afirmou Rosalya.

– Mas ela não conhecia nada desse mundo. Vocês sim.

– Discutir com você não nos levará a lugar algum, não é? – reafirmou a garota de olhos de gato.

O ruivo novamente deu de ombros e sorriu.

Alexy fez menção que Rain se dirigisse ao círculo, e foi o que ela fez. Assim que a morena se centralizou no meio do círculo, os fogos azuis das velas aumentaram, e ficaram continuamente oscilando. Os gêmeos se dirigiram aos polos norte e sul do círculo, e começaram a recitar uma língua estranha, fazendo Rain ficar zonza.

– Rain! – Armin gritava – Não importa o que você veja do outro lado, nada é real.

Nada é real.

Nada é real.

Nada é real.

Aquela frase ecoava em sua mente, que se encontrava em um breu. Quando Rain deu por si, estava acordando, sozinha, em um lugar completamente desconhecido. Uma floresta. O sol começava a se pôr no horizonte.

Ela estava completamente sozinha.

Completamente sozinha...

Para viver ou morrer.


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Notas finais do capítulo

Achei que o capítulo ficou grande, mas creio eu que vocês gostam de capítulos grandes, não? e.e
Então repetindo, prometo responder os comments o mais urgente possível, até amanhã mesmo. O unico problema é que estou com muito, muito sono. I'm so sorry. ;-;
maaas.... Continuem comentando, pessoas! Comentários enchem a Soul de alegria, ideias, e vontade de escrever!! êêê! Me contem o que acharam do capítulo e o que acham que vai acontecer! Beijinhos e até mais! õ/
~Soul



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