Blood Curse escrita por Soul Kurohime


Capítulo 21
Manipulação


Notas iniciais do capítulo

Oin xente! s2 Tudo bom com vocês? Comigo, tudo ótimo!
Sei que deveria estar aqui apenas domingo, mas como eu estava devendo um capítulo para vocês, vim aqui humildemente me redimir!
Acho que é só... Espero que gostem e boa leitura!
~Soul



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A garota jogou o fino pano branco que a cobria do outro lado da cama e levantou em um pulo. O chão gelado deu-lhe um choque através dos pés descalços. Praguejou, e voltou para calçar os tênis que usava nas aulas de combate.

Voltou a correr para fora da enfermaria, e esbarrou em alguém que procurava. Uma mulher imponente, de vestidos caros e joias, de cachos dourados que cobriam seus ombros e olhos cor de esmeralda.

Ambre.

– Perdão? – disse ela, pondo as mãos para frente em sinal de defesa. – Ah, Rain.

– Ambre! Nathaniel... O Nathaniel...

Ela arregalou levemente os olhos.

– Nate está bem. Preferi leva-lo ao seu quarto, para cuidar melhor dele. Aqui, na enfermaria, com os olhares de todos em cima do representante, não posso fazer o necessário.

– O... Necessário?

A loira assentiu com a cabeça.

– Não sei se essa instituição permite ou não, mas prefiro não arriscar. Vou pedir as fadas que cuidem de meu irmão.

– As fadas?

– Sim. Elas são especialistas em medicina, como julgo que deva saber. Nathaniel está em coma há uma semana! Estou bastante preocupada!

– Não acha que deva esperar mais um pouco? Talvez o efeito da droga não tenha passado e...

– Pois iremos retirá-la! Não aguento mais esperar! ...Digo, se a informação da situação de meu irmão cair no ouvido de nossos pais, sabe-se lá o que irão fazer com Nathaniel! – ela olhava fixamente nos olhos da morena – No mínimo, irão expulsá-lo de nosso clã!

– Mas ninguém iria...

– Não queria contar, acho imoral de minha parte, mas, esses dias, ouvi a diretora conversando com não sei quem de que estava planejando devolver Nathaniel a nossos pais.

– Ela não faria isso!

– Rain! Um aluno com problemas com drogas! Isso só iria manchar a reputação do Internato. Sweet Amoris... – ela desdenhou – É muito mais do que você imagina.

– A senhorita está completamente certa, sua Alteza. No entanto, usar as fadas para retirar a droga do corpo de Nathaniel a força não é a melhor das opções, se me permite dizer.

Havia aparecido uma terceira pessoa. Uma garota de cabelos albinos como diamante puro e olhos de gato.

– Escutar a conversa dos outros não é nada bonito, cara feiticeira.

Rosalya sorriu.

– O que queres fazer com seu irmão também não é nada exemplar.

– Isso, no entanto, é um assunto que diz respeito à minha família, e adoraria que não intervisse em algo que não tem a ver com você.

A de cabelos brancos cruzou os braços.

– Creio eu que, me corrija se estiver errada, Rain também não tem nada a ver com sua família.

– Mas Rain ajudou o meu irmão. Confio nela.

– Ora, que conveniente, não? Eu estou ajudando Nathaniel. Saiba que ando bastante ocupada nesta última semana pois me dispus a estar no lugar de Nathaniel e Melody quanto à presidência.

O rosto da morena se contorceu.

– Algum problema, Rain? – Rosalya indagou.

– Rain! – interrompeu a loira – Esta conversa está muito... Desagradável. Vá mais tarde ao quarto de meu irmão, por favor. Estarei esperando por você.

Ela se virou e começou a andar calmamente pelo corredor, antes mesmo que a morena pudesse responder. Mas sem sentir, havia assentido a cabeça.

– Tch. – reclamou Rosalya – Que garota estúpida! Não sabia que andava com gente desse tipinho, Rain.

– Não ando. Não a conheço direito, para falar a verdade.

– No entanto, aparentemente, faz tudo o que ela quer. Confia nela?

– Ela está preocupada com o irmão, assim como eu. E, sendo irmão dela, não a culpo de ficar estressada às vezes.

– Como acabara de me dizer, não a conheces direito. Não sabes se ela está estressada ou se esse jeito nojento é dela mesmo.

Rain deu de ombros.

– Não me respondeu. Confia nela?

A morena desviou os olhos.

– ...Não sei. Tudo o que faço é pelo bem de Nathaniel. Como irmã, ela deve saber o que é melhor para ele.

– Ou para o suposto bem de Nate. – ela suspirou – Olhe, Rain... No nosso mundo, devemos desconfiar até mesmo de quem nos oferece ajuda. Fadas podem até ser umas pestinhas, mas vampiros tem um poder que os faz ainda mais repugnantes.

Rain olhou para ela.

– Você não faz a mínima ideia do que eu estou falando, não é? – ela riu abafado – Um vampiro pode fazer você agir do jeito que eles querem, apenas olhando em seus olhos. Você pode até achar que está fazendo algo errado, mas continua agindo de tal forma por estar no controle deles. Claro que, isso não funciona em quem já sabe que está sendo manipulada ou tentada a ser manipulada.

Rosalya encostou-se na parede ao seu lado.

– Ambre irritou-se pois não conseguiu me manipular. Senti que ela iria tentar, e me precavi. O mais perigoso nisso tudo é que, depois de um certo tempo que alguém está manipulada, ela vira subserviente do vampiro pelo resto de sua vida. Existem inúmeras formas de se tornar um submisso de um vampiro, e esta é apenas mais uma delas.

– Isso é... – Rain estava chocada.

– Nauseante? Cada vez mais agradeço por ser uma feiticeira. Mas algo me incomodou...

– O que?

– Normalmente, vampiros são capazes de usar isto somente em mundanos... Quão forte a família real pode ser? ...Chega a me dar calafrios...

Um silêncio tenebroso se formou no corredor.

– Está mesmo cuidando das papeladas de Nathaniel?

– Sim. – ela suspirou – Nate, assim como com você, me ajudou bastante quando cheguei à Sweet Amoris. Achei que seria bom retribuir o favor. Mas, quando me candidatei, não achei que teria que cuidar do trabalho de Melody também! – ela bufou – Francamente, onde essa garota se meteu?!

Rain sentiu o coração apertar. Guardar um segredo daqueles estava sufocando-a.

– Você viu Jade em algum lugar?

– Jade? – Rosalya pareceu surpresa – Não, não o vi. Deve estar no centro de treinamento.

– Ok, vou procurar por ele. – ela virou-se e começou a andar depressa pelo corredor.

– Rain!

A morena parou, estremeceu, e virou-se novamente para a amiga.

– Hm?

–... Feitiços de teleporte são minha especialidade! – ela piscou o olho direito – Não quer uma ajudinha?

Rain abriu levemente a boca, para logo depois sorrir.

*

– Já está ficando tarde. Quer mesmo continuar com isso?

– Sim. – a garota arfava. – Adoraria chegar ao menos na metade hoje.

– Você é impressionante, Rain. – o garoto de cabelos verdes agachou-se na frente dela – Em um dia já conseguiu abrir quarenta por cento de seus pontos de magia. Normalmente, um feiticeiro levaria, no mínimo, um mês para abrir a metade.

– Digamos que... Eu sou... Esforçada. – a respiração dela vacilava.

– Rosalya também era bastante esforçada, mas só conseguiu abrir metade depois de dois meses de “meditação”.

– Rosa?

– Sim. Ela chegou em Sweet Amoris como uma feiticeira que não conseguia usar magia. Muitos feiticeiros entraram em depressão por não serem capazes de usar magia, mas ela... Ela tinha uma força, uma positividade tão grande... Ela passava dias e noites seguidos, sem comer, sem beber, apenas concentrada em abrir os pontos.

– Não sabia...

Ele levantou-se.

– Você está com dificuldades em respirar. Continuaremos depois.

– N-Não! Eu consigo ainda!

– Você vai acabar desmaiando. Você pode ser boa nisso mas esse processo destrói as suas células! Sua regeneração é boa, mas usar isso constantemente só te matará mais cedo!

Rain empalideceu.

– Eu não...

– Não quero ser rude Rain, mas você deveria trabalhar o seu cérebro antes do corpo. Ou ao menos tentar intermediar os dois! Não adianta ser forte se não tiver conhecimento. Agora vá descansar, e amanhã cedo esteja aqui de novo.

Ela assentiu com a cabeça, e lentamente se retirou do local. Rain normalmente não andava no campus à noite, não sozinha, e havia esquecido completamente como aquele lugar se enchia de vampiros àquela hora do dia.

Lembrou-se de Castiel a protegendo na primeira vez que ela saiu à noite, e sentiu um sopro frio percorrer sua espinha ao lembrar também do porquê dele a estar protegendo.

Rain havia se tornado bastante próxima do ruivo na última semana. Ele, todas as noites, a levava para algum lugar diferente na Sweet Amoris, como um tour. A levou à biblioteca – mais uma vez -, a uma passagem secreta que dava acesso ao terraço do prédio principal, a uma arvore mágica que todos os dias dá um fruto diferente, independente da estação, banharam Totó mais uma vez – novamente por causa de um castigo do ruivo -, levou-a também a um pequeno cemitério, em uma parte mais isolada, onde estavam antigos diretores e pessoas que morreram em combate. Rain não havia entendido muito bem esta última parte, mas preferiu não perguntar.

A morena se divertia, mas no fundo, acreditava que ele apenas a convidada pois Lysandre havia ido embora e, consequentemente, ele deveria se sentir só. E, pelo o que ela sabia dele, ele não era próximo de mais ninguém daquele Internato além dos dois. Aquele pensamento, por mais estranho que parecesse a ela, apertava-lhe o coração.

Despertou de seus devaneios quando percebeu novamente sua complicada situação. Ainda não sabia como disfarçar o seu cheiro, e sentia os olhares de todos em cima dela. Mordeu o lábio inferior para não gritar quando alguém puxou-lhe pelo pulso. Mas aquela pessoa era estranhamente quente demais para ser um vampiro.

Kentin.

– Oi. – ele sorria.

Rain soltou o ar que não sabia que estava prendendo.

– Oi! – e sorriu de volta.

– Estava procurando por você. Escutei falar que estava novamente na enfermaria. Aconteceu alguma coisa?

– Bem, nada ruim.

– Você é a garota da enfermaria? – disse um outro garoto, que acompanhava Kentin.

– Garota da enfermaria? – Rain se surpreendeu.

Kentin riu.

– Sim, é ela sim.

– Garota da enfermaria? – ela repetiu.

– As pessoas chamam você assim. Não sabia? – o outro interveio.

Quando começaram a me chamar assim? Quem começou a me chamar assim? Por que me chamam assim?

– Bem, você quebrou o recorde de idas à enfermaria em apenas duas semanas.

Rain ficou boquiaberta.

– Não foi você quem saiu correndo no primeiro dia? – disse o outro. – Cara, eu ri muito dessa história e-

Ele foi interrompido por uma cotovelada de Kentin.

– Mudando de assunto... Esse é o meu irmão da Caninus Lupus.

– Sou Dakota, mas todos me chamam de Dake.

– Rain. Você é cruel! – ela retrucou.

– Nunca imaginei que a garota da enfermaria fosse assim tão... Linda.

Rain sentiu as bochechas queimarem.

– ...Obrigada.

– Por que você estava na enfermaria, Rain? – Kentin parecia... Irritado?

– Ah! Eu desmaiei quando fui tentar abrir os pontos de magia pela primeira vez e...

– Pontos de magia? – ele a interrompeu – Por acaso... Você é uma feiticeira mesmo, Rain?

Ela sorriu fraco. Kentin a puxou pelo pulso e a abraçou.

– Estou tão feliz que você não seja uma vampira, Rain! – ele segurou o riso. Rain gargalhou.

Caham!

Uma voz feminina os interrompeu. Kentin a soltou, e os três olharam para aquela mulher. Rain arregalou levemente os olhos...


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Notas finais do capítulo

Minha criatividade hoje para escrever notas está no chão T_T
Comentem!Comentem!Comentem!Comentem! *-*
Beijinhos e nos vemos nos comentários, né? ashuahsu õ/
~Soul



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