Blood Curse escrita por Soul Kurohime


Capítulo 20
Cartas e Pontos de Magia


Notas iniciais do capítulo

Hey pandas! Tudo bem com vocês? Comigo, tudo ótimo. Sim, eu sei que demorei para com este capítulo, e confesso que tive algumas dificuldades em escrevê-lo. Não tinha certeza na quantidade de informações que eu deveria colocar nele, mas acabou que, se assim não fosse feito, ficaria um pouco incompleto.
#Tia Soul quer saber: Vocês acreditam em alguma lenda?
É apenas curiosidade por parte desta curiosa que vos fala. Eu, por exemplo, acredito, e muito, na linha vermelha do destino. Acho que todos conhecem. "Uma corda vermelha invisível conecta aqueles que estão destinados a se encontrar, independentemente de tempo, lugar ou circunstâncias. A corda pode ser esticada ou emaranhada, mas nunca irá se romper.”
E vocês? Acreditam em alguma lenda?
Queria agradecer do fundo do coração à Xayne-chan e Zena-chan pelas recomendações! MUITO OBRIGADA! Vocês são umas fofas! -w- Capítulo dedicado inteiramente a vocês duas! *-*
Acho que só... Boa leitura! ÒwÓ
~Soul



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O garoto olhou para o envelope branco em sua mão direita e desviou os olhos para a casa alaranjada em sua frente. O gramado crescia de forma desorganizada e o canteiro de rosas estava murcho. Ele franziu o cenho e atravessou o portão de ferro pintado de tinta branca que estava levemente torto.

Sentiu, ao se aproximar da porta, uma essência levemente mágica por trás da mesma. Talvez seu novo corpo mundano impedisse que sentisse algo mais forte... Não sabia. Bateu na porta, tocou a campainha, esperou por quase uma hora sentado no pequeno batente em frente à porta, quando uma garota se aproximou dele.

– Não há ninguém aí.

Ele olhou para ela. Não era uma garota, mas sim uma mulher já adulta.

– Esperarei. – respondeu.

Ela franziu o cenho.

– Volte depois. Não sabe quanto tempo demorarão.

– Não tenho tempo para voltar depois.

A mulher suspirou.

– O que seria tão importante ao ponto de fazer você espera-los no sol? – ela limpou as mãos sujas de chocolate no avental rosa.

Ele ergueu uma sobrancelha.

– Tenho algo para entregar a eles.

– Posso entregar por você.

Ele se levantou.

– Desculpe senhorita, mas a filha deles me pediu que eu entregasse isso somente na mão de seus pais.

O queixo dela caiu.

– A filha... Deles? Espera... Você veio da Sweet Amoris?

– Como?

– Você está falando da Rain, não?

– Você a conhece?

– Somos vizinhas há anos. Meu filho também estuda no internato. Muito me impressiona que um mundano o conheça.

– Vivi anos em Sweet Amoris. Fui embora duas semanas atrás, pelo simples fato de ter-me tornado um mundano. Uma história comprida e, aliás, inexplicável, que eu não tenho qualquer intenção de conta-la a você.

– Bem, nunca pedi que me contasse. Por favor, me acompanhe até minha casa.

Ele franziu o cenho.

– Se Rain confia você, acredito que também posso confiar, em nome dos McKee.

*

– E então, o que a diretora queria com você?

O garoto de cabelos esverdeados alongava seus músculos. Ele usava uma camiseta preta com um casaco de algodão por cima cinza, e uma calça de exercício cinza. O piso do prédio gêmeo direcionado às aulas de combate corporal brilhava com um assoalho relativamente novo. Podia-se encontrar bastões e espadas de diversos tamanhos nas paredes pintadas de bege.

A garota mantinha uma expressão incrédula ao olhar para as próprias mãos.

– Ela disse que... – engoliu em seco – Bem... – sorriu sem graça -, no meu primeiro dia aqui eu meio que tentei fugir, sabe? Ela pediu a Boris que checasse o sistema de segurança mágica daquele dia e... Enfim, aparentemente, o portão estava mesmo protegido como magia, e eu consegui abri-lo mesmo assim.

– Magia de acesso? – ele se aproximou dela. Matinha facas de combate penduradas em um cinto de couro.

Ela assentiu com a cabeça.

– Eu sou capaz de usar magia. – ela olhou para ele – Mas não sei como.

Jade sorriu.

– Confesso que já vi casos assim antes. Bem, o seu é um pouco diferente, mas acho que o processo é o mesmo.

Um pouco? O que houve com os outros?

– Eram feiticeiros que simplesmente não conseguiam usar magias. Um feiticeiro que não usa magia é como um boneco de cera: apenas não envelhece. Nesses casos, os pontos de magia deles estão fechados. Uns conseguem abri-los, outros não. – ele a tocou levemente acima do estômago. – Precisaremos abrir os seus.

Rain engoliu em seco.

– Isso parece... Doloroso.

Ele sorriu.

– Vamos começar?

– Você podia ter negado... – murmurou – Mas já?!

– Quanto antes melhor não? Sente-se e cruze as pernas. – ela obedeceu – Você vai meditar. – ele voltou a sorrir.

Ela suspirou.

– Bom começo. – ele gargalhou – Concentre-se na sua respiração. Assim seu cérebro vai focar-se apenas no seu organismo. Você não vai sentir a magia fluindo no seu corpo logo, não se preocupe com isso ainda.

Rain inspirou e expirou. Inspirou e expirou. Inspirou e expirou.

– Esvazie completamente sua mente.

Ela encontrou-se em uma completa escuridão. Continuou inspirando e expirando até se distanciar totalmente do mundo material. Estava indo extremamente bem, até que alguém indesejável invadiu os pensamentos da garota.

Ela abriu os olhos.

Castiel.

Sentiu o coração acelerar de uma maneira desconfortável e a respiração fugir de seu controle.

– Algum problema? – Jade indagou.

– Não... Nenhum...

– Tudo bem. – ele se sentou na frente dela – Recomece.

Ela fechou os olhos e inspirou profundamente mais uma vez. Esvazie a mente. Rain deixou-se cair no assoalho.

– Jade... Sabe essa segunda etapa?

– É crucial.

– ...

Ela fechou os olhos.

– E impossível para mim.

– Nada é impossível. Você só precisa de prática. Acredito que Iris possa ter algo para ajudar você.

– Iris?

Ele deu de ombros.

– Uma fada. Fadas são especialistas em medicina. Com certeza ela teria alguma droga medicinal para ajudar.

– Droga? – Rain lembrou-se de Nathaniel, que estava há uma semana em estado de coma na enfermaria. Um frio gelado assoprou em sua espinha.

– Eu disse... Medicinal, Rain.

Ela sentou-se novamente.

– Eu vou continuar tentando assim mesmo. – forçou um sorriso.

– Apenas não se apague a nenhum pensamento.

Ela fechou os olhos, e recomeçou o processo. Assim como as outras vezes, a imagem de Castiel veio em sua mente. Em seguida a de Nathaniel, parecendo morto na enfermaria do internato. Forçou que a imagem se afastasse até encontrar-se novamente em uma escuridão completa.

– Imagine pequenos e milhares de pontos fechados espalhados em seu corpo. Eles podem ser alaranjados, azulados, esverdeados, rosados... Depende da sua personalidade...

– São vermelhos.

– Vermelhos? Primeira vez que ouço falar dessa cor... Imagine-os explodindo.

Rain obedeceu, e sentiu seu corpo entrar em combustão. Cada célula do seu corpo queimava, e a garota já suava com o passar dos primeiros segundos. Logo a respiração foi-lhe cortada, e ela caiu para trás sem pestanejar.

– Esse é o seu limite? – ela escutou a voz de Jade ao longe. – Tente respirar devagar.

Ela tentou controlar sua respiração em uma tentativa falha. Sua cabeça doía e sua visão estava turva. Ela viu tudo escurecer, antes de finalmente desmaiar no assoalho gelado do prédio de treinamento.

*

Lysandre estava sentando em um sofá de couro escuro, em uma sala de estar relativamente comum, enquanto olhava para a foto de duas crianças em um porta-retrato em cima de uma mesinha de centro.

– São Rain e meu filho, Kentin.

A mulher vinha da cozinha, trazendo consigo uma bandeja de biscoitos de chocolate recém tirados do forno. Ela afastou a foto e pôs a bandeja ao lado, em cima da mesinha.

Ela suspirou.

– Confesso que fiquei surpresa quando vi alguém visitando os McKee. Faz muito tempo que eles não recebem visitas. Acho que nunca vi alguém visita-los, com exceção de minha família.

– Há quanto tempo vocês são vizinhos?

– Um pouco mais de dez anos. E em todo esse tempo nunca soube que Rain também é um ser mágico. Ela sempre cheirou e agiu como uma mundana. Tanto ela quanto seus pais.

– Isso é... Impossível. Uma filha de mundanos seria simplesmente uma mundana. Nada mais que isso.

– É exatamente por isso que não acreditei quando Kentin me disse que ela estava lá também. Se soubéssemos que ela iria para lá assim como ele, não teríamos escondido sua ida para Sweet Amoris. Além disso, se os pais dela fossem simples mundanos, não saberiam que ela deveria ir para o internato pouco antes de completar dezesseis anos. Mas eles sabiam. Tanto que ela está lá.

– Isso tudo é extremamente confuso, admito. Mas porque você quis me impedir de entregar-lhes esta carta?

A mulher desviou os olhos.

– Bem... Eu não quis... Impedi-lo... – ela mordeu o lábio inferior - A verdade é que, desde que eles foram deixar Rain em Sweet Amoris... – a mulher ajeitou os óculos – Não voltaram desde então.

*

Rain abriu os olhos com relutância. Sua cabeça ainda doía bastante e sentia moleza no corpo inteiro. Reconhecia aquele lugar muito bem.

– Enfermaria, de novo? – murmurou.

Olhou na direção da cama de Nathaniel.

Ele não estava lá.


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Notas finais do capítulo

Oe de novo! Sentiram saudades? huehue.
Gente, em relação ao concurso, se alguém ainda quiser participar, pode mandar. Vai até domingo, ok?
Comentem!Comentem!Comentem!Comentem!Comentem!Comentem!Comentem! :3
Beijos e até mais.
~Soul



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