Blood Curse escrita por Soul Kurohime


Capítulo 18
Cachos Dourados


Notas iniciais do capítulo

Olá pandas, tudo bem com vocês? Comigo tudo ótimo! *-* Mais uma vez, muito obrigada por todos os comments, eu amo muuuito vocês! *o* Quero dar uma triste notícia a vocês... Próxima semana não vai ter capítulo. É o final de semana do enem, e eu vou estar super cansada para escrever. Se eu tiver tempo, eu escrevo e posto ao longo dessa semana, ou da próxima, não sei. Só sei que ficarei devendo um capítulo para vocês... :/
Sem mais delongas, aproveitem!!!
~Soul



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“Queridos papai e mamãe,

Usei de minha única chance de me comunicar com o mundo fora de Sweet Amoris ligando para vocês, mas mesmo com todas minhas ligações, vocês não me atenderam. Talvez estejam viajando, não sei... Então, liguei para tia Ágata, e ela aparentemente está ótima. Não falei desse lugar pois não sei o que ela sabe sobre esse mundo, então preferi evitar, para não ter problemas depois.

Mesmo assim, precisava muito me comunicar com vocês, e a diretora me deu a permissão de enviar-lhes uma carta, o que é, impressionavelmente, proibido. A diretora atendeu meu pedido pois também está procurando explicações. Tenho muitas perguntas a serem feitas a vocês, que devem saber bem quais são. Por que esconderam esse mundo de mim o tempo todo? Por que me deixaram aqui sem nenhuma prévia explicação, deixando-me descobrir tudo da pior forma possível? O que eu sou?

Aposto que sabiam sobre Kentin. Se não, saibam que ele também está aqui. Ele veio para cá, quando nós nos separamos, mas tenho certeza que sabem. Passei por muitas situações em que eu achei que estivesse realmente louca, como Alice. Ela achava que todos eram loucos, mas no fim, ela era a louca da história. Por momentos achei que não era mais Rain, que havia sido trocada na maternidade pela Alice de Lewis Carroll, mas, por mais estranho que pareça, eu finalmente aceito que essa é a minha realidade.

Em seis dias, Deus criou o mundo, e eu refiz o meu. Estou no meu primeiro final de semana nesse internato, e meu mundo virou de cabeça para baixo. Não que eu queira preocupar vocês, mas quase morri duas vezes desde que cheguei aqui, ambas nas mãos de vampiros. Mas eles são legais. Conheci pessoas fascinantes aqui: Castiel e Nathaniel – os vampiros, Rosalya, uma feiticeira, Melody, uma licantrope, que me ajudou muito com as matérias escolares. Conheci um novo Kentin, completamente oposto ao que vocês conhecem. Alexy e Armin, gêmeos, feiticeiros, e muito divertidos – estou me dando muito melhor com Alexy agora, não sei porquê, mas acho que havíamos começado com o pé esquerdo. E, finalmente, Jade, um aluno com notas ótimas em combate que se voluntariou a me dar aulas de lutas corporais.

Enfim, mesmo com todas as conturbações, acho que estou me adaptando muito bem a isso tudo. Por favor, venham até aqui. Não posso sair, e adoraria contar tudo, com todos os detalhes, a vocês. E a diretora também solicita suas presenças. Se não poderem vir o mais rápido possível, por favor liguem, ou respondam esta carta. Estou com muitas saudades.

Da filha confusa que ama muito vocês,

Rain.”

*

Rain dobrou a folha branca ao meio e a depositou em um envelope comumente branco. Umedeceu-o com a língua e o lacrou. Virou-se com a nova cadeira giratória de seu quarto para o menino sentado em sua cama.

– Então, terminou?

– Sim. – ela sentiu o coração apertar. – Pode pôr o feitiço.

O garoto de cabelos azuis levantou-se e andou até ela. Pegou o envelope das mãos da menina e recitou algumas palavras estranhas, que fizeram o envelope brilhar dourado por pouco mais de dois segundos.

– Com esse feitiço, apenas seus pais conseguirão abrir esta carta. Todo cuidado é pouco.

– Eu sei. – ela se levantou – Obrigada, Alexy. Se você não estivesse comigo, e dado essa ideia, a diretora não teria concordado em me deixar enviá-la.

– No entanto, você não parece estar muito animada.

– Engano seu, eu estou sim. Mas também estou muito preocupada. Com Nathaniel, você sabe.

– Sim, eu sei. – ele devolveu a carta para a garota – Já faz dois dias que ele está inconsciente.

– Pois é. De acordo com o que a diretora havia dito para nós, a irmã dele já deveria ter chegado. – ela franziu o cenho – Mas não é apenas Nathaniel que me preocupa. Sei que estão todos com a atenção voltada para ele, mas também não vejo Melody há dois dias. Pela situação dos dois, ela deveria ter, pelo menos, tê-lo ido visitado na enfermaria, não acha?

– Não deixa de ter razão. – ele se apoiou da escrivaninha – E quanto ao Kentin? Você teve notícias dele? – o garoto havia ficado levemente enrubescido.

– Depois que o ritual acabou, ele foi até o Covil da Caninus Lupus, você sabe. Desde então, não recebi notícias dele, mas ele já deve estar voltando.

– Talvez. – ele olhou para ela. Rain havia posto a carta em cima da escrivaninha.

– Preferi não falar sobre Lysandre. – disse, finalmente. – Não acho que ele gostaria que eu contasse.

– Lysandre? Você sabe a verdade sobre ele? Estou surpreso. Você é uma das poucas pessoas que sabem. Eu e meu irmão soubemos simplesmente porque viemos para esta escola exclusivamente para curá-lo. – ele sentou-se novamente na cama da garota – Não conseguimos, então resolvemos ficar aqui para procurar a cura. Tudo o que você quiser saber têm em algum livro da biblioteca daqui, é incrível. Passamos anos, mas não encontramos, e Lysandre finalmente desistiu por nós. No fim, estávamos tão acostumados com essa escola que não quisemos ir embora, e nos matriculamos aqui.

– Não acho que vocês deveriam ter parado de procurar a cura. – ela franziu o cenho.

Ele suspirou pesado.

– Rain, nós lemos e relemos mais de três vezes todos os cinco milhões de livros da escola, e não encontramos nada. Estávamos prestes a partir em uma viagem em rumo da Biblioteca Celestial, mas ele nos impediu. Não quero que ache que aceitamos a decisão dele de livre e espontânea vontade. Nós relutamos muito, mas no fim, não houve nada mais que eu e Armin pudéssemos fazer.

– O pior é que eu entendo. Não o conheço muito bem, mas pelo o que sei, posso afirmar com certeza que ele não é do tipo de pessoa que gosta de ver os outros preocupados com ele.

Batidas na porta do quarto foram ouvidas. Rain e Alexy se entreolharam, e ele recitou rapidamente uma espécie de feitiço de invisibilidade. Rain o viu fascinada desaparecer na frente dos seus olhos, embora ainda sentisse sua presença. Ela respirou e andou até a porta, abrindo-a.

Era Castiel.

– Ah, é só você. – Rain soltou o ar que não sabia que estava prendendo.

– Como assim, sou só eu? Esse cheiro... Quem mais está aí com você?

– Eu. – disse uma voz, que logo seu dono, que estava lentamente reaparecendo, havia sido identificado.

Castiel franziu o cenho.

– O que vocês estão fazendo?

– Conversando. – ela respondeu. - Aconteceu alguma coisa?

– Não. Por que?

– São duas da tarde. Como um ser noturno, você não deveria estar dormindo?

O garoto enrijeceu.

– Rosalya me pediu para avisá-la que a irmã de seu querido Nathaniel chegou, e que ela quer conversar com você.

Os olhos de Rain se arregalaram, e ela saiu correndo corredor afora, sem responder. Castiel a ficou observando, surpreso. Alexy suspirou, andou até a escrivaninha, pegou a carta, e saiu do quarto. Parou em frente o ruivo, trancou a porta, e o observou.

– O que? – indagou, com raiva, o ruivo.

–... Rosalya... Não é?

O ruivo desviou os olhos, e no outro segundo, não estava mais lá.

*

Rain chegou na enfermaria sem fôlego, mas não suava. Procurou com os olhos a cama de Nathaniel, e as viu paradas ao lado da mesma, a diretora e uma mulher de longos cachos loiros.

A mulher estava de costas para Rain, sentada na cadeira ao lado do enfermo. Antes de Rain aproximar-se, ela já havia se virado para observá-la. Ela era linda, e muito parecida com Nathaniel. Seus olhos eram verdes como esmeraldas e seus cachos brilhavam como ouro. Ela se levantou. Usava um vestido longo, mas sem babados, de seda pura, na cor de seus olhos, com detalhes dourados no colo e na cintura. O vestido cobria seus pés. Usava uma gargantilha e uma pulseira de ouro puro, e anéis e brincos de esmeraldas. Ela era extremamente pálida, como vampiros tinham que ser, mas sua boca tinha um leve tom rosado, graças a um batom.

– Essa é Rain, sua Alteza.

A mulher a observava fixamente.

– Pode nos deixar a sós? – disse, depois de uma longa pausa.

A diretora curvou-se relutante e saiu.

– Então... Você é a Rain? A Rain que salvou meu irmão?

– Sim, sua Alteza, eu...

A mulher levantou a mão, e Rain rapidamente se calou.

– Não precisa se referir a mim assim. Pode me chamar de Ambre, aliás, você salvou meu precioso irmão. O que posso fazer por você?

– Me conte o que há com Nathaniel!

Ambre suspirou.

– Você o salvou, acho que não tenho escolha.

– Não quero que ache que usarei isso contra vocês. A diretora não quis me contar por isso, suponho. Estou apenas preocupada com ele. Nathaniel me ajudou muito desde que fui transferida.

– Meu irmão tem um coração bom, gosta de ajudar as pessoas. É bom ver que finalmente está sendo retribuído. – ela sorriu – Tudo bem. Não sei se você percebeu os círculos por trás das íris de meu irmão...

– Sim, percebi.

– Você conhece os duendes, não? Já deve saber do que eu estou falando...

– Desculpe, mas não. Não conhecia nada deste mundo até semana passada.

– Isso é sério? – ela parecia surpresa – Estou interessada pela sua história, mas devo contar a minha primeiramente. – a loira suspirou - Os duendes são conhecidos pelo cultivo de drogas. – sua feição se contorceu. – Todos os tipos de drogas mundanas, até as especiais de nosso mundo.

Os olhos de Rain se arregalaram.

– Creio que você já entendeu. – continuou ela – Há alguns anos, meus pais flagraram Nathaniel se drogando com ópio dos duendes. Depois de... – a feição dela se fechou – Enfim, no fim, meus pais concordaram em manda-lo para cá, para ele se afastar... disso.

– Então... Quer dizer que agora ele voltou a usar?

Ambre negou com a cabeça.

– Os círculos e a mudança de personalidade são consequência de um longo tempo de uso da droga. Primeiro aparecem os círculos, e, de uma hora para a outra, a pessoa vira o inverso do que ela realmente é. Me diga Rain, ele estava... Diferente?

Rain suspirou.

Muito!

– Então por isso ele ficou inconsciente. Depois de algumas horas de mudança de personalidade, o ópio dos duendes nocauteia o usuário. A droga também está impedindo que ele cure seus ferimentos, que, aliás, eu não sei porque meu irmão está ferido.

– Ahm... Nathaniel estava em uma briga... Quando apagou.

– Uma briga? – ela se deixou cair na cadeira. – Ouça Rain, irei contar algo para você, mas deverá jurar que não contará a ninguém.

– Sim?

– O motivo de Nathaniel ter começado a se drogar foi porque meus pais não aceitaram e não aceitam seu romance com Melody, uma garota plebeia e licantrope. Eu adorava a Melody, sempre fiz de tudo para que Nathaniel pudesse se encontrar com ela. Se ele está neste estado por conta da proibição de nossos pais, então... – ela estava visivelmente aflita.

– O que foi?

– Por favor, me ajude, Rain. Estou temendo por Nathaniel. Tenho muito medo do que possa acontecer com meu irmão.

– Me conte logo, estou ficando nervosa.

– Rain... Melody está morta.


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Notas finais do capítulo

Sim! Ela morreu! Porque eu que mando nessa bodega, aqui! Muahahaha! :3
Comentem! Comentem! Comeeeeeeeeeeeentem! *-*
Ansiosos pela continuação?
Kissus!
~Soul