Blood Curse escrita por Soul Kurohime


Capítulo 16
Algemas


Notas iniciais do capítulo

Oiiiin pandinhas! Tudo bom com vocês? Comigo tá tudo ótimo! *-* Estou muito feliz, de novo! *-* Obrigada por todos os comentários, amo vocês! Para agradecer, escrevi um capítulo supremo, espero que gostem! hue. Continuem comentando! O.O
"Traga suas algemas - sou seu prisioneiro."
— Edward, Crepúsculo.
Sem mais delongas, boa leituuura!!
~Soul



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Rain girou a maçaneta cinza da porta escurecida e fechou a porta. Encostou suas costas na mesma, e suspirou pesado. O silêncio assombroso que habitava o corredor possibilitava que a garota ouvisse as batidas aceleradas do próprio coração. Batia tão desinforme que a veia pulsante em seu pescoço doía.

Respirou fundo mais duas vezes e se dirigiu ao seu quarto. Ou era o que queria. Quando a garota estava quase na metade do corredor, alguém subiu as escadas para o segundo andar, onde ela estava. Ela continuou andando, mas mais lentamente, forçando sua visão ao tentar reconhecer aquela pessoa. Ao se aproximar mais, percebeu que seus fios loiros brilhavam mais que ouro naquela escuridão: Nathaniel.

Soltou o ar que não sabia que estava prendendo e... Parou. Nathaniel havia tropeçado no último degrau, tentado se segurar na parede mais próxima, tentativa falha, e caiu ao chão de joelhos. E lá ficou. Rain correu até ele e ajoelhou-se em sua frente.

– Nathaniel? Você está bem? – sua voz saiu com uma pontada aguda de preocupação.

Ele não respondeu e continuou com os olhos fixos no chão. A garota abriu a boca para falar, mas a fechou antes de se pronunciar. Nathaniel virou o rosto para o lado, e levantou-se com dificuldades, apoiando-se na parede. Rain levantou-se e continuou o observando.

Ele deu um passo para frente, e fez menção de cair, mas Rain o segurou. Ele finalmente olhou para ela.

– Rain... – e sorriu malicioso.

Rain sentiu todos os pelos de seu corpo se arrepiarem numa sensação nada boa, mas não o soltou.

– Sim. Você está bem? – sua voz saiu falha.

– Nunca estive melhor! – ele a empurrou. – Então Rain, o que faz por aqui?

– Visitando um amigo. Você estava em aula, presumo?

– Não. – ele riu, enquanto ajeitava a jaqueta de couro que usava – Estava... Por aí. – gesticulou com as mãos.

– Não deve ser bom para um representante matar aula.

Ele a encarou, sério.

– Não ligo. – e desviou o olhar.

– Não liga em perder seu cargo?

– É. Não dou a mínima. – gargalhou mais uma vez.

– Bem, acho que você deveria se preocupar. Presidente do corpo estudantil não é um cargo que qualquer um possa ocupar. Enfim, já que você está tão bem quanto diz, posso finalmente ir para meu quarto.

Ele ergueu as sobrancelhas, sorrindo, e encostou-se na parede na qual havia acabado de apoiar-se para levantar. Rain passou apressadamente por ele, e quando estava quase subindo no primeiro degrau para ir ao terceiro andar, sentiu uma mão fria segurando-a pelo pulso. Ela virou para trás, e viu Nathaniel de cabeça abaixada. Olhou-o de cima para baixo, e sorriu. Então, ele iria se abrir com ela, afinal.

Ou não. De repente, ele a puxou e a prendeu na parede que outrora estava encostado. Ele a havia jogado na parede com força digna de um vampiro, que fez todos os ossos da garota doerem. Mas a dor não era sua maior preocupação.

– Algum problema, Nathaniel? P...Posso ajudar você?

– Sim, eu tenho um problema, e acho que você pode me ajudar, se não for incomodo para você, é claro.

– Não, não seria. – ela se sentiu aliviar – Então, qual o problema?

– O problema é que...

Ele pausou. Pausou por um ou dois minutos que pareceram semanas.

– Não posso contar aqui. Pode vir comigo no meu quarto um minutinho?

Ele tirou os braços que a prendiam na parede e virou de costas para a garota.

– Não é contra as regras?

– Você disse que estava visitando um amigo. Deveria tomar cuidado para quem diz o que faz. Se eu estivesse agindo como o presidente do corpo estudantil – desdenhou – eu já teria feito o possível para que a diretora tivesse conhecimento disso. Mas hoje, estou quebrando todas as regras. – ele a pegou gentilmente pela mão – Então, vem comigo ou não?

Ela parou para pensar nos prós e nos contras, mas não conseguiu pensar em nada, e quando deu por si, já estava assentindo lentamente com a cabeça. Ele a encarava intensamente, e sorriu malicioso ao sinal afirmativo dela. Ele a puxou lentamente para o quarto da segunda porta à direita do corredor.

Nathaniel tirou um molho de chaves prateadas de tamanhos distintos do bolso direito e destrancou a porta, sem soltar a mão da garota.

O quarto dele era extremamente organizado. A porta estava no encontro das paredes e, ao lado direito dela, havia uma escrivaninha de madeira escurecida, mas nova, com vários livros empilhados e um caderno aberto com uma caneta destampada em cima. Nathaniel acendeu o abajur de luz amarelada que iluminou uma parte do local, e Rain viu com dificuldade o resto do quarto. Havia uma outra porta na parede esquerda, que provavelmente era o banheiro. Entre ambas as portas, havia uma cama, com um pano branco, um travesseiro, também branco, e com a cabeceira de madeira clara encostada à parede.

Na parede da frente havia um guarda-roupa, igual ao de Rain, e uma janela de madeira, que estava fechada. Na parede restante, havia um quadro com uma pintura relativamente grande, de um casal com duas crianças. Rain se aproximou do quadro, e percebeu as roupas demasiadamente elegantes de todos os quatro, e as coroas do casal de adultos: eram um rei e uma rainha, afinal.

O rei, de cabelos castanhos, não sorria, e sua feição era remotamente amedrontadora. Ele usava roupas escuras e compridas, por baixo de uma capa vermelha felpuda. Na cabeça, uma coroa de ouro. A rainha, loira, trajava um vestido comprido e rodado, com muito babados, de cor nude. Na cabeça, também trazia uma coroa. Rain percebeu, sem nenhuma dificuldade, a quantidade altíssima de joias que eles usavam. As crianças por sua vez, trajavam apenas um terno azul e um vestido rosa, com bastante babados.

– São seus pais?

– Infelizmente. – desdenhou.

Rain virou-se para ele. Nathaniel estava jogando a jaqueta na cadeira da escrivaninha. Ele usava apenas uma camiseta cinza por baixo.

– Se não gosta dos seus pais por que tem um quadro deles em seu quarto?

– Não é um quadro deles. É um quadro da família real­. – desdenhou mais uma vez. – É uma ótima pergunta, Rain. Você tem muita inteligência para uma mundana. Pus esse quadro na época em que ainda era razoável a convivência familiar. Hoje percebo que me mandar para essa escola foi a melhor coisa que eles fizeram por mim: fico bem longe deles, assim.

Ele aproximou-se dela.

– Vou tirar isso daí.

Rain olhou para ele, diretamente em seus olhos, e como estava bastante próxima, finalmente percebeu um círculo em cor de bronze atrás de suas íris. Realmente, ela nunca iria as perceber na escuridão do corredor: era pouca coisa mais escura que seus olhos.

– Nath-

– Sente-se.

– O que?

– Você vai me ajudar a resolver o meu problema, não? Sente-se na minha cama, por favor. A cadeira está ocupada com essa jaqueta imunda. Vou queimá-la quando você sair. – sorriu.

– Queimá-la? Mas por que?

– Ela não é minha. Eu a achei bonita e peguei para mim do cara que eu matei. Mas vejo que ela não é tão bonita assim.

– Do cara que você... Matou? - ela tremeu.

– É! Acredita que ele quis me cobrar pelo o que ele me deu? Eu sou o Príncipe dos Vampiros! Fadas são realmente idiotas. Rain, é a última vez que peço para que se sente.

Rain engoliu em seco e fez o ordenado. Nathaniel abriu a janela atrás de si, ainda estava escuro. Um vento gelado assoprou os cabelos da garota, e ela tremeu.

– Você poderia manter a janela fechada? Estou com frio.

No outro segundo, ele estava atrás dela, inclinando-se na direção dela com o joelho direito em cima da cama.

– Não prefere que eu esquente você? – sussurrou no ouvido dela. Rain sentiu seus pelos arrepiarem.

Nathaniel segurou os pulsos da morena, e com movimentos precisos e lentos, percorreu a área das mãos até o cotovelo, subindo e descendo. Rain tentou se soltar, e ele apertou seus braços.

– Para onde pensa que vai?

– Você não está são, Nathaniel. É melhor ir à enfermaria.

– Estou bem sensato, Rain. – sussurrou.

Ele a beijou castamente no canto da orelha, e mordeu levemente seu lóbulo.

– Não quer que eu te esquente? – soou malicioso.

– Você não tem temperatura corporal. Não vai conseguir me esquentar.

– Se você diz... Mas posso afirmar com toda certeza que tenho meus métodos para te deixar bem quente... - e sorriu.

Não sabia o que havia acontecido: sentiu a visão turvar, algo como um leve aumento de pressão em volta de si e, quando se deu conta, estava com os pulsos amarrados por algemas na cabeceira da cama do garoto.

– O que está fazendo? – gritou.

– Comprei essas algemas hoje, quando fugi da escola. Não sabia que a usaria tão rápido, mas obrigado por me dar a oportunidade de testá-las.

Rain começou a se debater.

– Você está praticamente me implorando para que eu prenda suas pernas também. É isso o que você quer?

– Você está louco! – sibilou.

– Não. – ele subiu em cima dela, e a encarou - Estou com um problema, que você disse que me ajudaria a resolvê-lo. Sabe, Rain? Você realmente tem um cheiro maravilhoso. Quem me dera ter tido a honra de ter mordido você primeiro. Mas, felizmente, e muito surpreendentemente, o imbecil do Castiel finalmente fez uma coisa certa, e deixou você sobreviver. Ele normalmente sempre mata aqueles de quem se alimenta, mas deixou você viver. Intrigante, não?

Rain engoliu em seco.

– E estou faminto. Sangue animal mata minha fome mas, tem uma coisa no sangue humano que o animal não supre. Um desejo de matança... Que nós, vampiros, temos. E que bom que você resolveu me ajudar. Se você se recusasse, eu teria que força-la, e a ideia me desagradou na hora.

– Por que você me prendeu então? – tentou manter a voz mais estável possível.

– Você foi uma má menina, Rain. Tentou fugir, quando eu estava fazendo algo bom para você.

– Você não está são, por isso tentei fugir!

– Como pode ter tanta certeza disso, Rain?

– Você não é... Assim. Está parecendo muito com o Castiel.

– Não me compare a ele...

– Além disso...

– hm?

– Acho que não deveria falar, mas vi você com Melody na biblioteca. Está apaixonado por ela, Nathaniel. Por que iria me querer?

– Você... me viu? Foi você quem tirou a foto, então? – os olhos dele brilharam de ódio.

– Não! Não fui eu! Eu estava no segundo andar... Lendo um livro.

– Sangue de licantropes trariam efeitos colaterais para mim. Não posso beber o sangue dela.

– Não se trata disso! Se quisesse um pouco do meu sangue, eu o daria para você. Sei que não me mataria, então, sim, eu o daria um pouco para você. Ninguém precisaria saber. Mas está sendo mais do que isso! – sentiu as maças do rosto queimarem.

– Se aquela foto chegar aos meus pais, Melody vai estar morta até o final da semana. – ele suspirou. Rain sentiu pela primeira vez que aquele era o Nathaniel que ela conhecia.

– Por que?

– Sou eu quem irei herdar o trono. Sou o primogênito, e bem mais forte e responsável que a minha irmã. Terei que casar com uma vampira, para manter o império, e a que meus pais escolherem, que no mínimo, será da nobreza. Eu a amo, mas meus pais não aceitam, e Melody não aguenta mais esperar por uma decisão minha. Eu não a culpo, ela foi bem paciente. Está comigo há três anos, e licantropes envelhecem, diferente de nós.

– ...Uma rainha vampira no trono duraria muito mais que uma licantrope, levando em conta que, por envelhecer, morreria depois de algumas décadas por causas naturais. – pensou alto.

– Não é apenas isso. Há um ódio e um preconceito extremo entre nossas raças.

– E os pais dela?

– Os pais dela não aceitam, mas também não a proíbem, eles só querem ver a filha feliz, que é o total oposto dos meus pais, que são totalmente conservadores, e não mudam de opinião.

– Não posso dizer que entendo, porque eu realmente não sei o que você está passando. No entanto, apenas por me colocar no seu lugar eu sinto que é horrível. Mas me algemar não vai mudar nada, Nathaniel, não posso tentar te ajudar assim, por favor, me solte.

– Solto, claro. Quando eu terminar o que comecei. – os olhos dele brilharam – E, não se preocupe, não esperava mesmo que você fosse entender problemas de verdade. Você não pode me ajudar.

Problemas de verdade? Isso é sério? Você não tem noção do que eu tenho passado nos últimos dias!

– Por que isso seria um problema? Agora você vê o mundo como ele realmente é, e pode ganhar uns poderes legais. Muitos humanos quereriam estar no seu lugar, sabia? Agora, faça silêncio, e não se mexa, que dói menos.

Rain olhou para Nathaniel para responder, mas calou-se quando viu as presas descendo e rasgando o lábio inferior do garoto. Um temor já conhecido por ela passou por sua espinha, e suas mãos suaram frio.

Ele aproximou-se dela, e com o dedo indicador direito tocou na veia pulsante no pescoço dela.

– Já sarou da mordida de Castiel. – sussurrava – Isso é ótimo. Ah, está pulsando, há quanto tempo não faço isso?

Ele mordeu-a levemente no lóbulo da orelha, e desceu com beijos castos até o ombro da morena. Afastou os fios para trás, e lambeu levemente, de baixo, para cima, a tão desejada veia.

– Consigo sentir seu gosto por cima da veia... Você é incrível, Rain.

Rain mordeu o lábio inferior e segurou um gemido. Suas pernas tremiam e ela as arrastou pela cama. A garota segurava com força a colcha branca, quando ele enfiou as presas alcalinas no pescoço dela, sujando-as de escarlate.

Ela esperou ansiosa pela sensação maravilhosa que teve quando Castiel a mordeu. A sensação de querê-lo mais e mais, de praticamente suplicar a ele que tomasse cada vez mais seu sangue, até que a deixasse completamente vazia e satisfeita.

Mas não aconteceu. A dor tornava-se pior e mais intensa a cada segundo. Doía, doía, e doía. Não era excitante, era desesperador. Forçava-se muito para não gritar enquanto seu sangue tingia de vermelho os panos da cama. Por mais que doesse e ela quisesse se ver livre dali, Nathaniel era seu amigo, e havia prometido que o ajudaria. Se a fome era seu problema, ela iria ajuda-lo com isso, por mais que aquele não fosse o Nathaniel que ela conhecia. Mas a verdade é que ela não o conhecia bem, então se aquele fosse seu verdadeiro eu, ela não saberia dizer. No entanto, ela conversou o suficiente para saber que aqueles círculos em cor de cobre atrás das íris não estavam ali.

Também sabia pouco daquele mundo novo para saber se aquilo era algo dos vampiros. Mas Castiel não tinha, ele...

Castiel.

O que havia acontecido?

Ele estava ali, em pé, ao lado dela, olhando-a com uma surpresa desgostosa. Rain levou a mão ao pescoço, que doía, e a mesma voltou vermelha. Ela procurou por Nathaniel, que estava se levantando dentre os escombros de o que era um guarda-roupa. O garoto de cabelos avermelhados abaixou-se e quebrou as algemas com as próprias mãos, que estavam trêmulas. A garota percebeu que ele respirava mais rápido que normalmente o fazia.

Ele voltou-se para Nathaniel, e disse, com muito ódio explicito:

É hoje que eu finalmente mato você!


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Notas finais do capítulo

#Rainsensata #Rainamiga #Rainidiota #Rainquenãoaproveitaasoportunidades #RainaprovaoBolsaSangue
Vocês gostaram? Comentem! Comentem! Comentem! Mané bolsa família, agora é bolsa sangue para os vampirinhos! o/ #euaprovoestacausa
Comeeeentem! Wheeeeeeeeeee! Estou animadíssima! hueheueu ok, parei '-'
Comentem u,u Espero que tenham gostado, beijinhos da Soul e até mais! õ/
~Soul