Blood Curse escrita por Soul Kurohime


Capítulo 13
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Notas iniciais do capítulo

Oie pandinhas! Como vão vocês? Eu vou bem, obrigada!
Bem, esse capítulo eu deveria tê-lo postado ontem, - ou antes de ontem, contando que já é mais de meia-noite e eu to extrapolando minha hora limite no pc para postar para vocês e.e -, mas eu não tive tempo de escrevê-lo. T.T Mas escrevi hoje! :) Sem mais delongas, boa leitura.
~Soul



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Seus passos ecoavam nos longos corredores do dormitório. Estavam completamente abandonados e sombrios. Os sopros gelados do vento faziam com que os longos fios negros da morena balançassem. Ela bocejou. Que horas deveriam ser? Nove, dez? Não sabia.

Não sabia, mas talvez, a essa hora, em sua antiga casa, em sua antiga cidade, em sua antiga vida, ela estaria na janela de seu quarto, ouvindo o badalar dos sinos da Igreja na esquina de sua casa. Ela amava aquela igreja. Não sabia bem porque, mas amava. A decoração gótica, o padre, sua tia que a levava sempre nas missas no domingo de manhã.

O coração mudou de ritmo. Culpa da nostalgia. Estava longe de completar sua primeira semana no internato Sweet Amoris, mas parecia que aquelas lembranças estavam a décadas de distância. Agora sua realidade era outra, por mais que parecesse tudo um sonho. E a cada segundo que se passava, sua antiga vida estava cada vez mais a quilômetros de distância...

E as dores musculares finalmente chegaram, atacando todo o corpo da morena. Havia tido sua primeira aula de combate corpo-a-corpo naquela tarde com um garoto chamado Jade. Ele era bom com combate e gentil com os novatos, pelo o que parecia. Mas antes disso, ele era uma fada, e depois do que havia escutado sobre elas de Rosalya, Rain não sabia o que era sincero ou um possível fingimento por parte dele.

Parou no segundo andar e olhou para o final do corredor. Lembrou-se da canção. Lembrou-se de tê-la ouvido em seu sonho. Lembrou-se da conversa com Lysandre. Da tosse. Do sangue. Lembrou-se de Castiel. A marca em sua mão pulsou. Estava doloridamente pulsando a cada segundo desde que o ritual de Kentin havia acabado.

Vou te proteger até o meu último suspiro.

A voz do licantrope ressoava em sua mente em um eco. Aquilo não saía de sua cabeça. Ela havia sido escolhida por ele para ter sua proteção de corpo e alma. Não que ela estivesse surpresa, mas ainda se encantava com as diferenças que o novo Ken tinha para com o antigo.

Rain não havia realmente prestado muita atenção no final do ritual. Lembrava-se do homem encapuzado alternando a espada – feita com o que parecia ser ouro e escrituras estranhas pintadas com sangue – nos ombros do garoto, como se fazem os reis em filmes medievais. O homem disse que o parceiro-irmão de Kentin ficaria em Sweet Amoris até que o garoto completasse os estudos, e que deveria chegar até o final da semana.

Logo após, eles voltaram para perto dos outros licantropes, os quais ovacionaram Kentin. Rain não viu Melody. A garota descobriu também que os feiticeiros gêmeos, tão famosos no mundo todo por seu trabalho excepcional e inigualável com magia eram Alexy e Armin. Eles também eram bem íntimos e amigos de Kentin. Para a menina, era estranho vê-lo se dando tão bem com outras pessoas fora ela, mas estava realmente feliz por ele.

Subiu para o quarto, tomou uma ducha gelada, e adormeceu segundos depois de deitar-se na cama.

Rain abriu os olhos, e o sol ainda não havia surgido. Pegou o relógio em cima da penteadeira: ele tick-tackeava às três horas da manhã. Suspirou e esfregou os olhos. Não estava com sono. Ouviu batidas na porta, seu coração pulou. Levantou devagar da cama e destrancou a fechadura.

Era ele.

– Uma pena que você finalmente tenha descoberto como trancar sua porta. Não haveria necessidade de eu esperar você acordar do lado de fora.

– Às vezes é necessário que tranquemos nossas portas para que maníacos tarados não invadam nossos quartos.

Ele sorriu malicioso.

– Isso é alguma indireta?

Ela deu de ombros. Ele riu.

– Por que simplesmente não bateu na porta? – ela indagou.

Ele desviou os olhos.

– Você estava dormindo, não queria te acordar. Posso entrar?

– Não. Há quanto tempo está aí fora?

– Não sei. Eu vim para cá umas onze horas, meia-noite...

Ela ficou boquiaberta.

– Ok, entra.

– Obrigado. – ele sorriu, passou devagar pela porta, e sentou-se na cama da garota.

Ela se sentou ao lado dele.

– Por que esperou por mais de três horas para falar comigo? Você podia ter me acordado... Ou simplesmente deixado para falar comigo depois.

– Já disse, não queria te acordar. – ele desviou novamente os olhos – Não pareceu que foram três horas... Precisava confirmar uma coisa.

Ele pegou levemente a mão esquerda da garota, que estava repousada em sua perna, e passou a deslizar delicadamente o indicador direito por sobre a marca pulsante no pulso esquerdo da morena. Rain sentiu seu coração acelerar. Droga. Ele estava segurando seu pulso, saberia que o coração dela havia acelerado. Castiel sorriu com desdém.

– Então ele escolheu mesmo você. – ele virou o rosto alguns centímetros e passou a encarar a morena. – Por que?

– Ele disse que queria me proteger. – as palavras saíram atabalhoadas.

– Isso eu sei, Rain. – havia irritação na sua voz. – Mas porquê?

O coração dela acelerou ainda mais, e já estava difícil não demostrar que sua respiração também estava acelerada.

– Eu não sei! – sua voz saiu trêmula. Rain puxou seu pulso.

– Engraçado como você tem tempo de conhecer caras o suficiente para ser a escolhida deles, quando deveria estar se acostumando com nosso mundo. Se alguém te atacasse, o que você faria? Ah é, você o tem para te proteger. – desdenhou.

Rain se levantou.

– Qual é a sua? – estava realmente irritada – Quem me atacaria dentro da escola? Você? – cruzou os braços – Bem, eu não duvido nada. Eu devia mesmo estar me esforçando bem mais para manter você bem longe de mim. E eu não perdi tempo com cara nenhum. Já o conhecia bem antes de vir para cá.

Ela passou a andar a passos pesados em direção à porta. No outro segundo, Castiel a havia agarrado pelo braço e a girado em sua direção. Os corpos dos dois ficaram levemente colados...

– Como assim já o conhecia?

Ela perdeu o fôlego. Há um segundo estava tremendamente irritada com ele, mas agora...

– Eu cresci com o Kentin. Ele morava praticamente em frente à minha casa. Nossos pais são muito amigos. Ele é como um irmão para mim.

– Um irmão, hem? – ele a soltou. – Bem, agora faz sentido.

– Você esperou três horas no corredor apenas para perguntar isso?

Ele desviou os olhos.

– Quero mostrar uma coisa para você.

– Mostrar o que?

– Tem que vir comigo para saber.

Ela bufou.

– Onde?

– Na biblioteca.

– Ok, vou me trocar.

– Não. Eu gostei desse conjunto.

– É um baby doll! E eu vou me trocar sim, sai daqui.

– Não posso ficar?

– Não!

Ele riu. A risada dele tinha um som maravilhoso... Rain sorriu sem sentir.

– Tá, eu vou esperar lá fora.

Ele fechou a porta atrás de si. Rain andou até seu guarda-roupa e vestiu uma calça jeans escura e uma regata preta. Pôs um casaco de algodão cinza, all star, e saiu.

Castiel a estava esperando no fim do corredor. Rain se aproximou dele e eles desceram as escadas juntos. A garota se perguntou o motivo de ter regras no dormitório, pois não havia câmeras nem monitores para assegurar aos superiores que as mesmas estavam sendo seguidas.

Eles andaram lado a lado no campus, uma hora em um silêncio profundo, e na outra conversando coisas um pouco nada a ver. As portas do prédio principal estavam abertas. Entraram, subiram a escada direita, seguiram até o fim do corredor, e entraram através de uma porta de madeira velha.

Assim que passavam pela porta, uma escada descia para um chão de assoalho brilhante, repleto de estantes, e mais estantes, com milhares de livros, de todas as cores, línguas, assuntos. Mesas para os estudantes estavam enfileiradas no meio.

Castiel levou o dedo a boca em sinal de silêncio, e Rain assentiu com a cabeça. Ele a pegou pela mão, e a levou para o segundo andar, através de uma escada robusta que havia ao lado daquela que eles haviam acabado de descer.

O segundo andar possibilitava uma vista ampla das mesas enfileiradas.

– E então? – ela indagou.

– Senta e espera. Eles devem chegar logo.

Ela virou-se de costas e apoiou o cotovelo na bancada. Aguardou, aguardou, bocejou.

– Chegaram.

Rain se virou para ver as mesas. Não havia escutado nada, mas eles estavam mesmo ali. Eles eram...

– Nathaniel e Melody?

– O presidente de turma também infringe regras. Se fossem regras banais como as que eu quebro, eu não julgaria. Mas eu realmente acho que ele passa dos limites.

– Que tipo de regra?

Ele fez sinal com a cabeça para que a garota prestasse atenção no que ocorria abaixo.

– Incrível que ele não nos tenha notado aqui. – Castiel comentou – Acho que ele mesmo está um pouco assombrado com a ideia de quebrar essa regra.

Que regra?

Ele suspirou. Rain voltou-se aos dois.

– Eu... Eu não posso Melody! Já disse que não!

– Mas Nathaniel-

– Assim como eu achei te evitar não vai adiantar! Nós sempre acabamos nos vendo.

– Nathaniel, eu não aguento mais! Você sabe o que eu sinto por você, e sei que você sente o mesmo por mim! Por que você não pode simplesmente me dar uma chance?

– Eu quero, Melody. Você sabe disso. Mas você é uma licantrope!

– E por que isso faz tanta diferença?!

– Meus pais não aceitariam.

Ela suspirou.

– Então tá. Ficamos por aqui. Eu não aguento mais insistir em algo que não vai para frente.

– ...Melody...

– Foi bom ter conhecido você, Nathaniel. E eu não me arrependo de ter me apaixonado por você...

Ela se virou. Ele apareceu na frente dela, a pegou pelos braços e a empurrou contra uma das mesas. Ele aproximou o lábio dos dela em um beijo tímido, que logo foi se tornando mais intenso e possessivo, mergulhado em desejo e paixão.

– Ele finalmente quebrou a regra... – sussurrou Castiel por detrás da morena, sufocando um riso.

– É proibido que alunos se relacionem?

– Hein? Não, não é uma regra escolar. É uma regra dos vampiros. Você não sabe, mas Nathaniel é o príncipe dos vampiros. É ele quem vai herdar o trono e liderar toda a nossa raça anos mais tarde. Por isso é bem mais difícil para ele quebrar qualquer regra. Ele simplesmente não pode. E tem outra coisa também...

– O que?

– Não é algo que você deva saber. Para o seu próprio bem.

Um flash.

Um flash vindo do meio das prateleiras.

Um flash de um flagra dos dois.

Um flagra do Príncipe dos Vampiros com uma licantrope.

– Droga. – sussurrou Castiel.

Ele abaixou-se e levantou a menina nos braços. Rain não entendeu muito bem o que aconteceu, mais em menos de dois minutos ela já estava em frente ao dormitório. Quão rápido ele podia ser?

– Não conte a ninguém o que houve.

– Castiel...

– Alguém flagrou os dois. Não quero nem pensar no que pode acontecer se o pai de Nathaniel ficar sabendo dessa história.

– Quem você acha que –

– Não sei, droga! – ele se exaltou – Vou ver se descubro. Vá dormir. E não conte a ninguém o que aconteceu.

No outro segundo ele não estava mais lá. Rain não entendia muito bem a gravidade daquela situação, mas estava preocupada com Nathaniel. E Melody. A reação de Castiel havia sido uma das piores.

Ela subiu e mais uma vez parou no segundo andar. Ouviu a canção e andou até o quarto de Lysandre. Bateu na porta e foi convidada para entrar.

Ela o cumprimentou, sentou-se ao lado da cama que ele estava deitado: não parecia nada bem.

– Como você está?

– Irei melhorar. Você está com um semblante péssimo, Rain.

– Bem, estou cansada. – mentiu – Lysandre, andei preocupada com você. Sabe, da outra vez que estive aqui você começou a tossir e, bem, você sabe.

– Desculpe-me ter-te preocupado, Rain. Mas melhorarei. Sempre fico melhor.

– Mas... O que você tem? O que você é?

– Você é realmente curiosa. – sorriu.

– E você, misterioso. – forçou um sorriso.

– Pois bem. Lhe contarei. Mas para isso, preciso contar toda a minha história para que você possa entender. Está disposta a ouvir?

– Com certeza. – sorriu.

– Certo. Rain... Eu sou um anjo.


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Notas finais do capítulo

MUAHAHA! Sim, um anjo! :3 ansiosos pelo próximo? Comeeeeeeeentem! :3 :3
Kissus e até mais.
~Soul



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