Take My Hand escrita por AliceCriis


Capítulo 19
18 - Reconhecidos.




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18 – Reconhecidos.

 

Leah me guiou escada a baixo, e minha desconfiança estava sumindo. Assim como eu me lembrara dos três vampiros, e tive um imprinting – ao quadrado – com Leah. Eu me lembrava daquele lugar. Uma enorme mansão. Era a casa onde eu passara meu tempo. Com Bella, Edward e...? Eu não lembrava. Uma parte de minha memória fazia questão de se manter em branco. E a dor no centro de minha cabeça voltou.

 - Lembre-se Jake: Não se esforce para lembrar. Deixe que as coisas transcorram naturalmente. – Leah tentava soar natural. Mais ela estava apreensiva.

 - Tente não se preocupar comigo. Ficarei bem. – as coisas em minha cabeça se organizavam bem, de qualquer forma, eu estava sofrendo por tentar descobrir o que eu fazia em uma casa ao invés de em um hospital, mais tentei não ligar;

 Chegamos ao hall. Minha cabeça girava ao ver tantos rostos estranhos conhecidos. Sim. é patético. Mais eu os conhecia. Eles eram parte de minha vida, eles faziam parte de minha existência. Murmúrios ansiosos ecoavam nas longas e perfeitas paredes brancas do cômodo. Mais quando entrei finalmente em seu campo de visão, um silêncio constrangedor tomou a sala. Meus instintos me mandaram fazer alguma de minhas piadas costumeiras. Mais o clima não era pra isso. Por mais que a piada aliviasse a tensão, pensariam que eu enlouqueci de vez. O primeiro rosto que olhei, foi pálido e comum para vampiros. Cabelos louros e cacheados caíam sobre seus olhos e emolduravam os olhos cor de caramelo. Lábios firmes e trêmulos. Ela tinha uma expressão – com certeza – preocupada.

 - Rosalie! – exasperei, com a minha mente mais limpa. Leah havia me soltado e dado alguns passos atrás. Mais não fiquei com medo. Me senti em casa. Me senti normal; a loira correu para meu lado e me envolveu num aperto quase mortal. E aí lembrei. Ela era sem dúvida a sanguessuga mais chata e rabugenta. Não era de se admirar que ela me apertasse até meus olhos saltarem pra fora das órbitas, ela queria me machucar, como o de costumeiro. Mais sua frase a seguir me deixou perplexo:

 - Fiquei preocupada com você, cachorro! – ela me apertou mais, e assim notou o que fez. Todos os olhos se voltaram pra ela que me soltou de imediato, e voltou ao seu lugar ao lado de seu parceiro pra sentir ao menos um pouco normal.

 Levei alguns minutos – para de certa forma – digerir o que acabara de acontecer, mais segui o próximo. Ele estava abraçando Rosalie, tinha um sorriso assustador a qualquer humano que o visse. Cabelos negros e cacheados. Um rosto maniacamente louco.

 - Prazer, sou Will Smith. – ele me ofereceu a mão aproveitando que eu já estava a sua frente; fiz o que ele esperava o cumprimentei.

 - É um grande prazer reconhecê-lo, Emmett Cullen; - sorri e sua expressão desabou;

 - Qual é a graça de você perder a memória se não dá nem pra mentir quem eu sou. – ele bufou e largou minha mão fazendo uma expressão de birra.

 Passei para o próximo rosto, em alguns passos olhei em relance para uma mulher que apresentava maturidade, mostrava carinho e tinha um rosto em formato de coração.

 - Esme... – sussurrei fitando Carlisle ao lado dela. Ambos sorriram calorosamente para mim. Senti-me feliz. Senti-me estranhamente aceito.

 - Bom acho que não sou mais necessária aqui. Serei mais útil, preparando um bom hambúrguer com algumas fritas pra Leah. Ela parece que precisa de um pouco de açúcar e gorduras. – Olhei direto para Leah. Ela não hesitou, como faria anos atrás. Ela apenas assentiu seu rosto frágil e fraco. E seguiu Esme para a cozinha. Nenhum olhar torto de Esme nem dela foram trocados ao atravessar uma porta que provavelmente seria a cozinha.

 Segundos depois de não poder mais vê-las passei por Carlisle, e fiz a curva de acordo com o sofá, vi Alice e Jasper sorrirem para mim encorajando-me a seguir. Sorri de volta para eles, e assim passei aos próximos rostos. Foi imediato. Não precisei nem pensar direito em quem estava ali.

 - Bella. Edward. – fiz um sinal de aceitação com a cabeça e me abraçaram num estilo “sanduíche”. Ouvi alguns soluços de Bella. Ela devia chorar. Mais de emoção, deduzi. Eles me soltaram, e voltaram a se sentar sem dizer nada. E de repente não havia mais murmúrios. Tudo se aquietou, e eu voltei a olhar a todos com aquele olhar perdido e medroso. Eles se calaram rápido demais. Mais eu continuei seguindo ao canto mais afastado da sala. E aquele silêncio todo estava me assustando. Mais eu passei os olhos para as duas figuras jovens naquele canto. A garota estava sentada e a mão do jovem moreno, era estrangulada por ela. Olhei para a menina. Ela devia ter mais ou menos uns... 19 anos. Seus olhos estavam assustados e cheios de lágrimas, ouvi seu coração martelando impaciente dentro de seu peito. Olhei para seu rosto. ela tinha cabelos ondulados co perfeição e com uma cor de ouro. Como eu não me lembrava dela? Subitamente, um cheiro estranhamente insuportável me atingiu. Era artificial demais. O cheiro de vampiros era um odor excelente comparado àquele. Floral demais. Concentrado demais. Parei de respirar. Mais antes disso. Olhei para o garoto, seus olhos era escuros como sua pele morena e cabelos levemente bagunçados. Sua face estava tomada pelo descontentamento e pura culpa; ele era um lobo. Essa foi apenas uma intuição. Mais era verdadeira. Eu tinha que me lembrar dele. Era impossível de me esquecer de uma pessoa assim, não era? Os dois jovens não soltaram palavra alguma. Eu tinha que me lembrar deles, forcei minha mente. E a dor de cabeça me atingiu. Ela era funda e incurável demais. Era profundamente ruim. Nada havia se comparado a ela. Era uma dor que sentia vontade de morte. Ao soltar um gemido de dor, e ver a expressão de todos se unido a meus lados, a visão dos dois jovens fugiam. Iam para longe. Para outro local. Eles estavam com medo. Eu não entendi. Mais Bella os seguiu. Quem eram eles?

 - JACOB BLACK, ME OUÇA! – berrou Leah desesperada em meu ouvido.

 - Ei... estou bem... – disse quase caindo de puro  mau ajuste de meu controle pessoal.

 - Não se esforce. Mais uma vez disse Leah. – e os rostos nervosos a minha volta voltaram de onde surgiram.

- Quem são eles? – perguntei apontando na direção que Rosalie e Bella seguiram os dois garotos.

O silêncio se tornou desconfortável. Tudo  ficou quieto demais. Leah e os outros se sentaram e olharam apara cantos distintos da sala não era pra mim saber algo. Decidi que eles sabiam o que era melhor pra mim. Tratei de deletar aquelas imagens que se gravaram em minha mente recentemente. Eu me sentia em casa com eles. Eu me sentia normal, fazendo parte disso tudo. Leah se levantou e olhei para sua expressão fechada e vi que tinha muito temor misturado a ela. Ela agarrou minha mão.

 - Acho que está tudo bem, não é Jake? – ela perguntou tentando soar normal. Porém foi totalmente inútil.

 - Hm...ah...eh...está. – eu disse tentando soar normal assim como ela. Porém mina voz saiu realmente estranha.

 - Acho que seria bom você ir pra casa Jacob. Billy está mordido de curiosidade. – sorriu Edward.

 - Vamos, Jake. – Leah me puxou e acenou educadamente para os demais da sala. Mais ela ainda estava desconfortável. Sua expressão fraca e amável tinha sido substituída por tensão e apreensão.

 - Bom, foi um prazer reconhecê-los... – acenei á família fedorenta e sorridente. Que mandaram de volta e acenaram assim como eu fiz, sendo arrastado por Leah porta a fora. Ela respirava mais do que precisava. Parecia incrivelmente nervosa. Sua mão que agarrava a minha estava tremendo muito. Eu a apertei e ela soltou um silvo de alívio. Olhei para o quintal, que acomodava uma “Hilux” do ano. E bom... eles estavam realmente motivados a me enlouquecer. A cor da caminhonete era branca.

 - De quem é aquele carro? – perguntei lembrando meu velho “rabbit”.

 - Sei, é obvio. – ela me enfiou nos bancos de couro do carona e se dirigiu para o banco de motoristas. A menção que me deixou terminantemente estressado.

 - Não quero ficar aqui. Quero dirigir. Mesmo que esse carro não seja meu. – exasperei, fazendo bico e cruzando os braços.

 - Ei amor... – ela olhou pra mim colocando o cinto de segurança em mim, o que eu achei hilário mais não comentei. – Eu não quero que você se desgaste dirigindo. E não sei se vai lembrar o caminho pra sua casa... – ela fez piada, e não evitei de rir – e sim... esse é seu carro.  – ela disse bufando.

 - Não. Meu carro é um Rabbit, 1986. – completei parando de rir.

 - Sei Rabbit, morreu a 7 anos Jake. Acho que é bom se acostumar com esse fato, querido. – ela falou enquanto clicava a tramela de seu cinto de segurança.

 - Este fato não me é estranho. – fechei a porta e ela deu a partida.

 - Claro que não é. Essa caminhonete é sua dez de o começo do ano. – ela sorriu.

 - E qual era o anterior... ? – perguntei meio que “voando” sobre os comentários de minha própria vida.

 - Você teve uma moto... uma moto por vários anos. – ela disse. Mais seu tom não foi como o anterior. Ela estava me escondendo algo. Algo que estava me poupando de saber.

 - Conte. – eu disse mostrando que vi o stress em sua face.

 - Sobre sua moto? – ela engoliu seco e acelerou o carro, que passou perfeitamente pelas árvores. Ela tinha reflexos ótimos.

 - Não... sobre o que está escondendo. – disse firme. Sem hesitar em nenhum momento. Olhando para a estrada.

 - Você não precisava saber de quem a ganhou... nem por qual motivo. Mais tudo bem; - ela respirou fundo. – Já que quer saber: Você ganhou de Edward todos esses carros e motos. Por... por... – ela apertou a mão no volante da caminhonete. Pareceu que ia explodir em loba. Mais ela a domou. E controlou sua respiração; - Por cuidar da filha dele. Por ser o guarda costas dela. – Leah engoliu seco.

 - Isso não pode ser verdade. Bella e Edward não têm filhos. Não que eu me lembre; não é possível eles são vampiros! – Leah estava dizendo uma grande mentira. Mais ela olhou pra mim. Abrindo sua alma através de seus olhos. Ela falava a verdade. Mais eu não me lembrei dela. Da filha de Edward e Bella. Nem de conhecê-la tão bem.

 - Quem era a garota fedida e o lobo estranho? – perguntei e vi a expressão dela voltada á estrada se suavizar e rir.

 - Bom... Seth é o garoto. O lobo rejeitado. – ela riu com humor negro – meu irmão. – ela completou totalmente sem graça. – E a garota... bem... você deveria prever quem é... – ela ficou séria e seu rosto era desgostoso. Doeu vê-la assim.

 - Você tem um irmão? – perguntei estupefato.

 - Por muito azar e um momento de insanidade de minha mãe... ela botou aquela desgraça no mundo. – Leah respirou fundo, parecendo cansada do assunto.

 - Suponho que ele esteja com a ruivinha... – e o impulso pelo sentido me levou – A filha de Edward e de Bella. – pensei em minha conclusão.

 - Ding, Ding, Ding! E Jacob é o grande vencedor. – disse Leah sem humor aparente.

 - Não me lembro dela. Nada. Ela e ele... nada. É impossível... – olhei para o nada e revirei em minha mente o menos sinal da existência deles. Mais nada. Nada mesmo. Eles não existiam pra mim.

 - Não se lembra nada deles? Nadinha? Nadica de nada? – perguntou Leah intrigada. Mais no fundo de sua face observei o alívio. Mais não fez nenhum sentido pra mim.

 - Nada. Não existem. Apenas isso. Mais tenho arrepios e calafrios de chegar perto daquela garota. Ela me assusta. – contei o que minha cabeça disse.

 - Não creio... – disse Leah olhando para mim  e arregalando os olhos de maneira obcecada.

 - Bom... não quero mais comentar nada sobre isso...podemos por favor mudar de assunto? – ela assentiu, mas não conseguiu esconder o quanto o assunto a deixava surpresa.

 - Se vocês estão querendo me enlouquecer com esse negócio de branco em todo o lugar, estão conseguindo. – perguntei mau humorado. Ela soltou uma gargalhada, doce e desajeitada. Apreciei a cada segundo que durou. Afinal... era sonoro e doce.

 - É a noite da virada Jake. Você mais do que ninguém precisa de sorte. Então borá se vestir de branco; - ela sorriu e percebi que senti tranqüilo. Tão de repente. 

 Eu sem dúvida poria a culpa em Jasper se ele estivesse ali. Mais não. Era só a presença e beleza de Leah que me embebedavam cada vez mais. E olhando para ela me perdi em meus pensamentos e sonhos em pura insônia.

 - Aloou? – Chamou Leah – Ainda vivo? – ela riu. O mesmo som que me enfeitiçou.

 - Hã? – perguntei sacudindo minha cabeça para acordar. – De que estava falando? – perguntei como um idiota.

 - Desse seu colar quebrado aí... – ela apontou para um colar com uma mão pequena e entalhada perfeitamente. Mais parecia que faltava algo. Parecia quebrado.

 - Não sei... parece que está quebrado. – ao falar aquelas palavras senti um calafrio percorrendo meu pescoço e descendo até o final de minha coluna.

 - Que tal jogar fora? – disse ela fitando a estrada e a mandíbula cerrada.

 - Como quiser... – arranquei com um puxão e joguei janela a fora. – melhor? – sorri.

 - Com certeza. – ela respirou fundo e sorriu pra mim. Sorriu como Leah sorri. Amolecendo minha resistência a sua beleza. Assim, ela segurou minha mão. E ao sentir seu toque, me lembrei de tudo...

 Tudo mesmo.

Meus pais, minhas irmãs, minha família. Os lobos da matilha, meu conhecidos, tios primos, histórias, parentes, segredos, mentiras, lugares, amores passado e magoado, dor e lembranças demais. Apenas lembranças.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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