Take My Hand escrita por AliceCriis


Capítulo 18
17 - Por ela.




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17 – Por ela.

 

Luzes. Dentro de minha cabeça. Tudo estava longe. Eu não conseguia pensar. Eu estava em minha cabeça. Eu estava tonto. Eu estava...vivo? Na verdade... eu não sabia de nada. Estava tudo tão confuso... não reconhecia mais meu próprio nome.

 - Ele vai acordar em cinco segundos... – disse uma voz fininha. Onde eu estava? O que eu estava fazendo ali?

Luzes brancas demais estavam atrás de minhas pálpebras. O medo de abrir meus olhos era grande. Mais mesmo assim enfrentei o medo e os abri.

 - 5...4...3...2..1. Imprinting. – contou uma voz fina atrás da perfeição; aqueles cabelos compridos e negros. A face era bronzeada, mais um tom de chocolate quente com excesso de leite. Quem era ela? Meu eu... desconectou-se de mim naquele segundo, e flutuou para o espaço. Mas eu não fiquei a deriva. Um fio me prendia onde eu estava. Não um fio, mais um milhão deles. Fios não, cabos de aço. Um milhão de cabos de aço me prendendo naquela única coisa – ao próprio centro do Universo. Podia perceber isso agora – como o Universo girava em torno daquele único ponto. Eu nunca tinha enxergado simetria no universo, mais agora ela era clara. A gravidade da terra não me prendia mais no lugar onde eu estava. Agora era a perfeição que estava em minha frente, com os olhos vermelhos e lágrimas escorrendo de seu rosto. mais sua expressão poderia ser o espelho da minha.

 - Como eu disse. Dois imprintig´s na mesma hora. – disse a voz fina e aguda, com um certo humor e romantismo na voz. Mas não me importava. Quem era aquela criatura que me olhava com tanta intensidade? Quem era eu? Quem era a pessoa dona daquela voz tão... agradável?

 - Quem é você? – perguntei em uma voz rouca, e doída. Minha garganta estava seca, e o som saiu desajeitado;

 - Jake... sou eu... – ela sorriu e afagou meu rosto – Leah, meu amor. – ela sorriu e minha cabeça doeu. Doeu em seu centro. A dor foi profunda. Como se buscasse em um local vazio. Como se a palavra estivesse procurando seu local me minha mente vazia. Mais doeu demais. Gemi baixo com a dor grotesca.

 - Não se esforce... – a vampira, que eu reconheci pelo seu cheiro doce e enjoativo, chegou ao meu outro lado. – Eu sabia que você perderia a memória. – ela deu leves tapinhas em meu ombro.

 - Leah. – eu disse lembrando todos os momentos que eu tive com ela. Mais antes... não assim. Ela não era minha. Ela... ela estava longe de mim.

 - Isso, Jake. Isso... – Leah deu um leve beijo no alto de minha face, e acariciou meu braço. E fiquei a fitar seu rosto. Ela não era tão pálida, ela tinha a pele cor de cappuccino. Mais agora ela estava pálida. Seu rosto estava fundo e dolorido. Ela estava frágil. Fraca como nunca eu vira antes. 

 Depois de re-procurar em minha mente a vampira de meu lado, e acima de tudo não encontrando-a ela falou.

 - Eu sou Alice, Jacob. Sei que vai se lembrar. – ela sorriu, ela me aparentava ser simpática – sinto muito ter ficado tanto tempo fora do ar... – ela suspirou e sorriu.

 - Eu? Fora do ar? – perguntei confuso. Eu mau tinha apagado, e já estava ali acordado.

 - Ficou desacordado por três semanas, amor. – Leah suspirou. – Eu sinto muito por você e... Renesmee. – ela suspirou.

 - Quem? – perguntei confuso. Quem era essa garota.

 - Ele não se lembra dela. – contou Alice.

 - Quem é ela? – perguntei perdido. Eu tinha mesmo perdido a memória. Eu só conseguia pensar em como eu e Leah estávamos próximos.

 - Acho que Carlisle tem de conversar um pouco com você. – contou Alice se retirando do quarto branco.

 - Esta mesmo confuso, não é Jake? – Leah segurou minha mão. – eu estou aqui. Sempre vou estar. Eu o amo, meu Jake. – ela se levantou e selou meus lábios imóveis e admirados por ela. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu sorri.

 - A única coisa que tenho certeza... é que você é o centro de meu universo. Você é meu imprinting. – eu sabia que eu era um lobo, e que vampiros existiram. Tudo agora estava perdido. Eu não entendia quem eu realmente era, eu não sabia onde estava, onde morava. Apenas sabia que tinha alguém que seria tudo pra mim. E o que Alice quis dizer com... “- Como eu disse. Dois imprintig´s na mesma hora”. Será que... Leah... também...?

 - Amor... – chamei numa voz sussurrante. Ela me olhou intensamente como se soubesse o que eu estava pensando. Como se soubesse... o que eu diria. – Você... e eu... imprinted? – falei as palavras desconectas.

 - Sim... eu não entendo. Alice sabia disso. Mais eu não entendo. Eu não compreendo. Eu sempre estive ali com você mais... só agora... eu... “imprintei”? – ela riu. – E você...?

Ela me perguntou esperançosa. Ela desejava que Alice tivera razão. E ela estava mordendo o lábio. Mais... mais... algo era diferente. Eu sentia que eu não “imprintava” pela primeira vez. Eu recordava de algo... algo como os fios que se uniram... eu tive uma vaga lembrança de como eles se arrebentaram.  Relembrando de meu real momento de agora, assenti. Eu “imprintei” com ela. Sorri. E ela limpou uma lágrima que cresceu e desceu por seu rosto perfeito.

 - Jacob! Que bela surpresa! – disse o vampiro loiro, muito loiro, por sinal. Entrou na sala e a baixinha de cabelos espetados: Alice, saltitou atrás dele. Mais não estava sozinha, sendo rebocado por ela, vinha um vampiro louro com cabelos um pouco mais compridos que o normal, e uma escuridão em suas raízes chamaram-me atenção. Eu fiquei com medo. Eu não conhecia dois daqueles dois vampiros. Minha mão apertou mais a de Leah, e meu corpo cercado de sondas, se contraiu em sua direção. Meu gesto me lembrou o de uma criança assustada.

 - Esta tudo bem, meu amor. Eles estão cuidando de você, querido. – Leah, com a voz fraca ainda com um tom choroso e obcecado nela.

 - Carlisle... – eu tentei usar o “Google” de minha cabeça pra encontrar o tal nome.

 - Sim... sou eu Jake. – o vampiro vestido de médico se aproximou de mim e sentou ao lado contrário de Leah. – E ele é Jasper. O marido de Alice. – contou ele apontando para o vampiro de pé ao seu lado, em pé.

 - Jasper... – pronunciei o nome com calma. Tentando encontrar a pessoa me minha mente. E logo, o nervosismo que cismava em continuar ali, se transferiu para a calma, a paz interior. E isso me fez lembrar. Ele era o que controlava meus sentimentos.

 - Eu lembro-me de você. – tentei apontar para ele com minha mão, mais os fios nela ligados me impediram.

 - Que bom Jake. É um ótimo sinal; - exclamou Alice; a vidente.

 - Bom Jacob. Eu estou aqui como médico. – o tal Carlisle suspirou.

 - E...? – perguntei no intuito de descobrir o que ele iria perguntar. A mão de Leah na minha, estava se contraindo ainda mais.

 - E infelizmente... Alice tem razão. Está sem a memória. – ele buscou calma – Bom... mais seus machucados estão curados... numa velocidade mais lenta, mais estão. Minha sugestão é que não se transforme nos próximos dias e... que não se esforce para lembrar de coisas que parecem inacessíveis pra você. – ele se levantou e aumentou um pouco a voz. – Bom... então, os olhos ávidos e atentos de Leah ficaram em você 24 horas por dia. Está liberado a sair do hospital. – ele sorriu.

 - Então posso me levantar? – pergunte entusiasmado na tentativa de tirar as sondas e fios que se ligavam á mim.

 - Pode... mais antes... Leah? Poderia falar comigo um minuto antes? – ela assentiu e se levantou. Meu coração ficou em frangalhos.  Minha respiração aumentou, e o aparelho, que compassava minhas batidas - acompanhado pelos tinidos irritantes – foi acelerado em um ritmo frenético.

 - Está tudo bem, meu bem. Não vou demorar. Está entre amigos. – Leah afagou meu rosto. e apenas aí que vi como ela estava vestida. Um leve vestido branco, que enfatizava a claridade fraca de sua pele. O quarto continha apenas pessoas vestidas de branco. Era assustador. Tudo muito branco. O quarto não tinha nenhuma janela, mais o branco dele... era horripilante. Meus olhos não se acostumavam com a falta de coloração das paredes e do ambiente. Eu estava me cegando.

 Leah soltou minha mão, interrompendo minha linha de raciocínio.

 - Volto em um instante. – ela respirou fundo e se retirou de meu lado para ficar ao lado de Carlisle e saírem pela soleira da porta.

 - Eu sinto muito, Jacob. Teria sido muito interessante tê-lo como cunhado... – começou Jasper. Mais uma cotovelada de Alice, o fez parar.

 - Qual é a parte, da amnésia que você não entendeu Jazz? – perguntou Alice furiosa.

 - Tudo bem Alice. Não compreendo nada... mais tudo bem. – tentei soltar a voz que se prendia em minha garganta.

 - Acho que podemos começar a tirar as sondas, não é? – perguntou Alice se aproximando mais de mim. Eu tinha mais lembranças deles cada vez mais. Eu tinha uma visão completa de cada momento com eles antes de minha perca repentina de memória.

 - É uma boa idéia de fato. – respirei fundo, e o loiro ativou algo para que a cama se reclinasse e eu finalmente me sentei. Alice retirou todos tubos de ar, e o soro de meu braço. Depois apareceu com uma seringa cujo líquido, era horripilantemente prateado.

  -Não vai doer... é só um tipo de sedativo... é como se estivesse bebido. Melhor que isso. – ela sorriu e se aproximou de meu braço.

 - Ei! Eu não disse que ia concordar que me aplicasse isso! – falei ríspido.

 - Jazz... uma dose de calma não iria mau agora. – ela sorriu com seu próprio humor negro.

E de repente... a calma me tomou. Eu quis ficar “pê” da vida, mais não deu; a calma era muita. Eu até poderia dormir. E ela finalmente aplicou. Não doeu. Apenas comecei a ver tudo meio... Engraçado. Eu vi o lustre e comecei a rir.

 - O efeito começou... – riu Jazz.

 - Com certeza... – comentou Alice, maldosa.

 - Ei... isso é hilário! – eu gargalhava. Eu era mesmo estúpido. Onde estava Leah? Quem eram meus pais? E minha família? Eu estava em um hospital, e achava um lustre hilário.

 - Logo passa... – disse Jasper suspirando admirado com minha estupidez.

 - EU NÃO ESTOU SENTINDO MINHA BUNDA! – eu gritei gargalhando alto, e acho qualquer pessoa que estivesse passando num raio de 10 km, poderia ouvir.

 - 5... – suspirou Jasper, sentindo que sua graça estivesse a acabar.

 - 4... – continuou Alice.

 - 3...

 - 2...

 - 1 – disseram os dois juntos. E assim meu ataque histérico de riso acabou. Foi sinistro. Eu me senti bêbado. Quase “alto”.

 - Jake? – perguntou Leah assustada entrando porta a dentro – Por que não está sentindo sua bunda? – ela perguntou com medo.

 - Sedativo, Leah. Nada demais. Ele só ficou “animadinho” demais. – contou Jasper.

 - Podemos ir, deduzo. – respirou fundo, Leah.

 - É; Ele está bem agora, não sentirá mais nada de dor. – Alice garantiu e terminou de retirar as sondas de meu corpo.

 - Acho que ele não pode sair daqui, vestido assim... – disse Jasper apontando meu roupão hospitalar.

 - É... como eu sou... Alice. Vim prevenida. – a vampira baixinha me entregou mais um maço de roupas brancas. Qual era o motivo disso? Me enlouquecer?

 - Branco? – perguntei desanimado.

 - Entenderá mais tarde. – sorriu Jasper – Vamos indo. Vemos-nos no Hall. – e assim ele puxou a baixinha pra fora do quarto, e a porta se fechou.

 - Acho que vou ter que te ajudar... – murmurou Leah, com sua voz e rosto fracos.

 - Não se preocupe, acho que ainda me recordo de como se coloca roupa; - disse me pondo de pé. Meus pés tocaram o chão e as pernas fraquearam. Segurei-me na cama para não cair, e me acostumei ao meu peso.

 - Acho que precisa mesmo de minha ajuda, Jake. – ela respirou fundo.

 - Vá comer alguma coisa... está fraca demais. Estarei pronto logo. Estou apenas um pouco enferrujado. – sorri como consegui.

 - Não vou deixá-lo sozinho, meu bem. Não quero que se machuque; - ela me empurrou para uma porta (branca) e me deu uma cueca antes de tudo. Aquele roupão de hospital deixava meu traseiro de fora. Que foi completamente e totalmente desconfortável, assim que entrou no campo de visão de Leah. O rosto pálido dela, passou de branco a roxo. Ela deu um certo tempo para que eu colocasse a cueca, e logo depois entrou com a expressão tomada pelo preocupação. Que mesmo desmemoriado, fui capaz de lembra-me de algumas piadas patéticas de dia a dia. Ela ria. Mais pra tentar fazer sua tensão evaporar.

 Ela me ajudou a colocar uma camisa branca pólo. A camisa era de gola. Não muito grande. Se encaixava perfeitamente em mim. E uma calça jeans “skinny” brancas e com um cinto preto. Ficou bom... e confortável. Mais eu não me lembrava do que eu gostava de vestir. Calcei um tênis “all star” também branco e Leah passou gel em meu cabelo.  

 Não poderia me sentir melhor, do que estava me sentindo. Ela ali comigo, preocupada e cuidando de mim. Um cara desmemoriado e completamente enlouquecido por ela.

 - Leah... eu estou bem. Por que está nervosa dessa forma? – perguntei ao terminar de colocar todas as roupas e ela terminar meu penteado.

 - Ah Jake... – ela levantou os olhos e pois suas mãos ao lado de meu rosto. – Se você soubesse qual é meu medo... se você... – ela não conseguiu terminar. Sua voz desapareceu.

 Meus braços passaram em sua cintura e a trouxeram mais para mim.

 - Não há nada a temer. Pertencemos um ao outro agora. Eu sou o centro de seu universo, e você é o meu. Nada pode mudar isso. – minha voz saiu como um sussurro. E nossos olhos eram o ponto único de toda a existência humana e imortal.

 - Temos que descer... prepare-se para uma dor de cabeça enorme... – disse Leah afastando seu rosto do meu.

 - Não estou entendendo... – arqueei a sobrancelha enquanto ela me arrastava pelo banheiro e depois pelo quarto absurdamente branco.

 - Vai entender... – ela me guiou para fora do quarto e meus sentidos se voltaram a ficarem apreensivos.


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