Take My Hand escrita por AliceCriis


Capítulo 17
16 – O ultimo adeus.




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Livro 6 – Jacob Black.

 

16 – O ultimo adeus.

 

Tudo em mim estava morto, meu peito estava destroçado. Eu estava morto. Sentir meus músculos desaparecendo de meu corpo, era realmente intrigante. Era a ultima experiência que seria a última. A única coisa que realmente me importava, estava me deixando, me abandonando. Me trocando pior Seth. Mais o que eu sabia, não era apenas aquilo. Havia algo que eu não sabia. Existia algo pior. Mais eu não conseguia definir exatamente como seria ou o que seria que me esperava... mais eu sabia que seria  pior. Muito pior. Minha garganta estava inativa. O som rouco de minha voz, estava incapaz de sair. A única coisa que me revivia, era o calor dela... Leah Clearwather. Algo mudava em mim. Algo simplesmente girava. E dentro de mim, a alegria transbordava. Eu me sentia bem com Leah. E havia me apaixonado por ela de certa forma. Mais jamais ter Renesmee para mim, em meus braços... Doía-me. Machucava-me. Matava-me aos poucos. Assim como estava acontecendo.

 - Jake? – chamou a voz de Bella. A inesquecível Bella, o começo de minha vida machucada e dolorosa. Nunca valera a pena nada do que eu fizera?

 - Posso entrar? – perguntou ela ainda do outro lado da porta.

 - Entre. – minha voz, pareceu arrancar uma pedra de minha garganta arranhada.

 - Oi... – ela disse ao entrar dentro de meu pequeno cubículo. Não me movi, os músculos se rasgando, não me liberavam me movimentar.

 - Oi. – respondi duro e seco.

 - Eu sinto muito Jake. Eu sinto mesmo. Eu... eu... eu não sei o que dizer. – ela arfou.

 - Então por que está aqui ? – perguntei triste.

 - Que queria que fosse você... o pai de meu neto. – ela disse entre soluços tementes.

 - Neto? – perguntei em uma voz rústica.

 - Alice não falou pra você? – ela se tocou que não – Ah... é verdade. Renesmee está MESMO grávida. – ela suspirou – Eu acho... que não deveria estar te falando isso. Ela devia estar se confessando com você. – sugeriu Bella. – Eu estou indo. Acho que só piorei as coisas; - ela soluçou mais algumas vezes, e saiu do recinto. Nada mais fez sentido. Apenas senti que minha morte poderia vir. Estava acabado. Jamais a teria pra mim. Continuando a olhar o céu tenebroso, de uma tempestade feroz de verão em Forks. Um trovão, tirou-me de minha posição comum; olhei... e vi o anoitecer. Ele estava ali. Junto com o fim de minha vida. Não fazia sentido existir. Não fazia mais idéia do que me prendia aqui. A gravidade já não tinha validade pra mim, e agora o que me fazia... estar vivo em pleno chão. Estava inalcançável pra mim. Com o maior esforço que pude, levantei e gemi de dor dos músculos doloridos.

 Leah... – pensei. Ela merecia mais do que um lobo “imprinted” fracassado. Então... Não iria me despedir dela. Comecei a caminhar dolorosamente pelo pequeno quarto a procura de um par de tênis. Eu não me transformaria mais. Essa era uma promessa minha, pra mim mesmo. Quando eu ficasse tempo o bastante para o lobo desaparecer de meu corpo, eu poderia morrer sem que meus companheiros de matilha sentissem tamanha dor. E não sei se três semanas era tempo o suficiente, mais eu não acabaria com isso agora. Eles não poderia sofrer por mim. Suspirei e segui para a frente de um espelho. Eu estava irreconhecível, minha pele morena estava branca como uma folha de papel; meu rosto magro, e minhas feições miseráveis. Eu não sentia fome. Nunca mais senti. Então desistindo de dar uma nota a minhas fraquezas, prossegui pelo estrito corredor que me levava e Billy avistou-me.

 - Jake? Onde vai? – perguntou preocupado.

 - Vou falar com Renesmee. – suspirei – Eu te amo, paizão. – suspirei e pude sentir meu curto sorriso em meus lábios franzidos.

 - Eu também filho. – ele sorriu. Mais não entendeu que seria minha despedida aquela. Senti muito por isso.

 Caminhei pela areia, observando o céu que seria o ultimo testemunho de minha morte.

 Eu não estava planejando me matar. Nada disso. Eu morreria assim que ela recitasse aquelas palavras.

 Apenas caminhei toando tocas as coisas ao meu redor. Eu queria sentir as coisas vivas por mais um momento em si. Antes de chegar ao penhasco... eu queria viver um pouco. Ter vida em minhas mãos. Sentir o vento tocando minha face morta, sentir os pequenos espinhos das “gripas”que caíam dos velhos pinheiros, sentir o chão íngreme e pedregoso sobre meus pés e as pequenas folhas verdes variadas que se penduravam nas árvores... e como sempre apreciar como cada coisa se encaixava em seu devido local. Mais eu agora... não pertencia a nada. E ela... ela que devia me fazer sentir correto... me deixava apenas mais triste e sozinho. Ela estava grávida. A criança... acabara com minha vida de vez. Eu não me precipitaria. Eu morreria de qualquer forma. Eu seria paciente. E esperaria a dor maior me tomar. 

 Andando e vagando em meio á floresta, vi o que eu esperei por tanto tempo. Finalmente cheguei até a clareira do penhasco. Estava entre as árvores e os trovões se intensificaram trazendo vento, cujo trazia a terra e me fazia comê-la. Olhei para o céu – que parecia chorar enfurecido... mais era apenas minha cabeça. Eu olhei para o céu. Pela ultima vez, esperando que um milagre acontecesse. Mais era mais que óbvio que jamais haveria alegria pra mim.

 - Jake. – disse a figura pequena e magra demais. Renesmee. Meus músculos travaram a dor em meu peito e em minha alma se intensificaram gemi de dor.

 - Nessie. – disse no mesmo tom.

 - Acho... que estou aqui só pra... oficializar o que está em nossa cara. Que não deu certo... nos envolvemos. Jake. Você e Leah, eu e Seth. Tudo ficou sombroso. E agora. Acho que eu tenho que... – ela pegou o pequeno colar com a mão entalhada nele, e o puxou tento o fora de seu pescoço. - ... soltar a sua mão. – ela jogou o colar nos espaço vazio, entre eu e ela.

 

E foi exatamente aí. Que eu senti. Achei que a morte me abocanharia. Achei que de uma vez, a dor cessaria, mais ela aumentou. Os fios, os balões, os cabos de aço, que me firmavam naquele único ponto de meu universo, estavam sendo rasgados. Arrebentando-se. Meu corpo se tornava mais uma vez governado pela gravidade. A importância que aquela pequena criatura ruiva tinha pra mim, agora desaparecia. Igualmente quando seu corpo sumia novamente, de onde apareceu. Ela não me olhou novamente. Apenas deixou o colar jogado no chão. Foi rápido. Tão rápido quando tudo estava acontecendo por dentro. Eu não sentia NADA por ela. Simplesmente... nada. A gravidade me regia, e o que importava pra mim... era EU. Nada mais que minha velha e sóbria vida.

 

Isso não fazia sentido. Isso... Poderia ser possível? Ela tinha sumido? Ela deixara de ser meu universo? O medo me empurrava para trás. Como uma reação involuntária de meus músculos.

Eu era o velho Jacob, sem amor extraordinariamente grande por Bella Swan, nem por sua filha Renesmee. Mais eu não estava conseguindo parar. Era como se meu corpo recusasse a mudança. Minhas pernas arqueadas, caminhavam para trás. Em rumo a nada. E em seguida, foi tudo tão rápido... mais eu via em câmera lenta. Eu podia demorar uma eternidade a sentir o que estava a acontecer. Meus pés perderam o chão, o som da água sondando meus ouvidos na queda, eu sentindo meu corpo flácido, perdido na imensidão do vazio do penhasco. Senti-me calmo. A ponto de meu destino. Finalmente estaria sendo minha hora de partir.  Pisquei demoradamente, quando ouvi um grito mais que de desespero.

 - Jacob! – era a voz atordoada e ainda assim linda que soou de Leah apenas me despedi de sua voz. Com um sussurro. “Eu te amo”.

 E aí a dor em meu espírito, a dor em minha alma desapareceu. Minha cabeça atingiu o ápice da dor. Senti a pior dor física. Ela perfurou minha cabeça. Senti a pedra debaixo do meu corpo. Estraçalhando-me. E assim. Meu corpo parou de reagir e minha visão desapareceu.


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