Cinzas escrita por Ludi


Capítulo 4
Batalha de Hogwarts - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Olá =)

Eu não sei efetivamente se alguém acompanha essa história, mas, assim como o outro capítulo, esse também merece um esclarecimento: essa parte da história (que engloba esse capítulo e o próximo) narra os acontecimentos da Batalha de Hogwarts sob a visão da Gina. Isso me causou um pouco de problema porque muitas das cenas que envolvem Gina e Harry no mesmo 'espaço' são aquelas que vimos nos livros, então eu tentei ser sucinta em algumas partes e não repetir o que já lemos no livro, afinal de contas, se você quisesse ler HP estritamente, procuraria os livros porque é mais esperto, não é? hahaha

Bom, o resultado disso é que muitas vezes o capítulo parece ser um pouco mais descritivo. Mas eu precisava deles exatamente nesse ponto; isso não significa, claro, que eu goste muito dele, infelizmente.

Tenho esse capítulo e o próximo mais ou menos encaminhado. Depois disso, não sei o que acontece, depende da demanda. Afinal, se não tiver ninguém lendo, não preciso continuar publicando, posso só escrever para mim =P



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4 – Batalha de Hogwarts I

Início de Maio - 1998

Quando chegou ao Cabeça de Javali e se encaminhou para Hogwarts junto com seus irmãos gêmeos, sob os protestos de Abeforth - que se recusava terminantemente a concordar de boa vontade com aquele entra e sai na sua casa -, a adrenalina de Gina já atingia níveis estratosféricos. Assim que ela passou pelo buraco da parede com o retrato de Ariana Dumbledore que dava acesso, pelo que parecia, a Sala Precisa, avistou Harry ali e tremeu mentalmente diante da impossibilidade de tocá-lo ou de finalmente dizer todas as coisas que ficaram implícitas entre os dois, desde aquele último beijo trocado n'A Toca, quando ele fizera dezessete anos.

Todo encanto do momento, entretanto, foi quebrado temporariamente quando ela viu que Cho Chang seguia logo atrás dela; a garota despertava em Gina todos os sentimentos que ela mais detestava sentir: insegurança, ciúme, incerteza... Mas balançando levemente a cabeça, afirmou para si mesma que Cho Chang era o menor dos seus problemas.

Estava havendo uma discussão um pouco mais acalorada e Gina percebeu que, como já era esperado e tradicional, Harry não queria envolver mais pessoas naquilo que ele estava fazendo. Quase todos seus amigos de Hogwarts estavam lá, naquele momento, e Gina reprimiu a vontade de sair abraçando cada um deles. Entretanto, decidiu que esse não era o momento ideal: eles precisavam de ajuda, não de troca de amenidades.

Viu que, por fim, Harry havia cedido aos argumentos - muito mais lógicos, diga-se de passagem - e admitiu que estava procurando algo que poderia estar na torre da Corvinal: um diadema, que teria pertencido a Rowena Ravenclaw. Porque ele estava procurando por aquilo, estava muito longe da compreensão de Gina; ela não pôde deixar de se questionar sobre o número de coisas que Harry mantinha para ele, ou no máximo, dividia com Rony e Hermione. Deu um suspiro tímido, tentando se concentrar no problema do tal diadema. Ela não sabia o que isso significava, mas a palavra não lhe era estranha... Franziu o nariz arrebitado, focando seu pensando e, quando estava quase desenvolvendo a idéia, se raciocínio foi bruscamente interrompido.

Cho Chang, no auge da sua solicitude, se ofereceu para mostrar a Harry como era um diadema, na torre da Corvinal. O sangue de Gina ferveu; ela não queria nem imaginar o diadema de Cho Chang nas mãos de Harry, nos dormitórios da Corvinal. Sabia que aquilo era egoísta; pensar daquela forma num momento crítico como aquele, mas os hormônios de Gina não permitiram que ela fosse mais altruísta do que a maioria dos adolescentes.

Os instintos mais primitivos de Gina tiveram que entrar em ação imediatamente. Luna, que parecia ter chegado um pouco antes dela, apareceu como salvadora da pátria "Não. A Luna vai levar o Harry, não é, Luna?" ela disse, numa tentativa frustrada de parecer casual. A afirmativa da sua amiga da Corvinal funcionou para aliviar a tensão de Gina, pelo menos um pouco.

E então eles saíram, em busca de um diadema e Gina não entendia ao certo a razão. Só podia esperar, andando de um ponto ao outro da Sala Precisa, tentando ocupar a mente com coisas que não fossem tão nocivas ao seu espírito.

Os pais dela chegaram um pouco depois, para seu alívio, junto com Olívio Wood, Angelina Johnson, Gui, Fleur, Kinsgley e Lupin. Gina abriu um grande sorriso, que quase não cabia no rosto. Era tão bom fazer alguma coisa! Tão bom ver sua família finalmente reunida!

O que foi alívio de ver o resto da Ordem e da Armada de Dumbledore chegando se transformou em raiva mal contida quando Molly disse que ela não lutaria. Depois de uma troca de abraços efusiva entre todos, Gina foi 'gentilmente' informada que deveria voltar para a casa. Dessa vez, a cor vermelha que o rosto dela tomava não se devia a vergonha; tinha a ver com o sentimento de que por mais que ela fizesse, se defendesse, lutasse, eles nunca a veriam como igual.

Pela primeira vez na vida, ela sentiu vontade de azarar sua mãe. Olhou para o pai, num pedido silencioso de ajuda, que jamais viria. Arthur abaixou a cabeça, em muda concordância com Molly.

"Eu não posso ir para casa!" ela gritou, tentando fortemente segurar as lágrimas. "Vocês estão todos aqui, minha família..."

"Não está sob discussão! Você vai para casa! Isso não é lugar para crianças." Foram as palavras da sua mãe. E ela as repetiu por mais algumas dezenas de vezes; Gina, por sua vez, bateu o pé, pediu ajuda do pai, dos irmãos, tentou envolver os amigos. Nenhuma das alternativas deu muito certo e ela sentiu o desespero crescer dentro de si.

Era tudo tão injusto!

Quando ela abriu a boca pela enésima vez para argumentar, Harry retornou e realmente parecia que a batalha havia começado. A Sala Precisa estava muito cheia naquele momento, e foi com certo alívio que Gina ouviu em que as pessoas presentes deveriam ir para o Salão Principal, por algum motivo que escapou aos ouvidos dela.

E então Harry poderia ajudá-la! Sua mãe estava no meio de um sermão onde pairavam as palavras desconexas aos ouvidos de Gina, como 'menor de idade, 'não tem escolha', 'ir para casa' e ela só tinha olhos para Harry e para a esperança de que ele a ajudasse.

E a expressão resignada naqueles olhos verdes que ela tanto gostava foi um balde de água fria nas suas esperanças.

Ela abriu a boca para falar, derrotada. "Tudo bem, vou só me despedir e..."

Então, quando ela já havia declarado formalmente sua derrota, houve um barulho por dentro da passagem que levava até a Sala Precisa e, como numa ilusão, Percy surgiu, parecendo que tinha cruzado o Reino Unido em cima de uma vassoura velha. Seus óculos estavam tortos no rosto, formando um ângulo estranho; sua capa, usualmente bem alinhada, estava parecendo uma das que o Rony costumava usar.

Poucas vezes Gina tinha sentido um clima tão constrangedor na sua família. Sua mãe olhava Percy como se estivesse a beira das lágrimas, seu pai estava impassível, com uma tonalidade meio branca demais para o gosto de Gina. Os gêmeos fecharam a cara e ela quase riu do pensamento que até isso eles faziam exatamente ao mesmo tempo, exatamente do mesmo jeito.

Lupin e Fleur estavam falando alguma coisa, mas Gina estava tão absorta que só registrava que estava havendo uma conversa, mas as palavras passavam por elas como os gritos de uma mandrágora passavam pelos protetores de orelha de pelúcia que eles costumavam usar nas aulas de herbologia. Ela viu com o canto do olho que Lupin havia sacado uma foto do seu filho recém-nascido, numa tentativa desesperada de quebrar a tensão entre os Weasley. Então Percy falou, ou melhor, gritou, para alívio de todos.

"Eu fui um idiota" ele começou "um idiota pomposo, um, um..."

E Gina poderia dizer de olhos fechados, naqueles mínimos segundos que antecedem alguma ação, o que iria acontecer na sequência. Sua mãe choraria, seu pai ficaria extremamente orgulhoso, Fred e Jorge descarregariam toda a frustração com as ações que Percy cometera no passado através de piadas; Gui sorriria condescendente, do jeito que só ele sabia fazer. E Gina teria a chance de escapar.

Quando todos os eventos que ela havia previsto - graças ao sexto sentido concedido por anos de convivência com sua família - se desencadearam, um após outro, Gina viu sua chance crescer. Eles estavam distraídos demais com Percy para reparar nela. Talvez se ela se esgueirasse pelas paredes, tentando chegar até a porta...

"Gina Weasley!"

E a voz da sua mãe pareceu ecoar através da Sala Precisa. Não funcionaria melhor se ela tivesse apontado a varinha e dito: Impedimenta. Nesse momento Gina sabia que não tinha escolha e teria que ir para a casa. Sentiu como se o teto e as paredes de Hogwarts estivesse prestes a engoli-la, separá-la para sempre da família.

Felizmente, para sua sorte, Lupin foi o único que intercedeu ao seu favor, propondo que ela ficasse na Sala Precisa ao invés de ir para casa; até Fred e Jorge pareciam um pouco constrangidos de terem levado a irmã até ali. E para ela, isso era uma tremenda injustiça, dado que fora ela que recebera a mensagem de Neville. Ela tinha o direito de estar ali.

Ainda que fosse uma melhor opção do que ir para casa, era inconcebível ficar, sendo tratada como uma maldita princesa. A mão dela se apertou contra a varinha imaginando toda a sorte de feitiços que ela poderia usar para sair dali. Por mais habilidosa que ela fosse, no auge dos seus dezesseis anos, percebeu que não conseguiria nem passar por Gui, que era quem estava mais próxima dela. Se insistisse em alguma coisa, talvez ela conseguisse chegar perto da porta. Estuporada ou cuspindo lesmas, ela completou mentalmente com amargura.

Decidiu que a melhor estratégia era se sentar na cadeira mais próxima, cruzar os braços belicosamente e fazer o maior bico que pudesse. Infantil? Talvez. Gesto desesperado? Com certeza.

E foi realmente com um desespero mórbido que ela viu toda a sua família, a Ordem da Fênix, Harry, todos saírem pela porta que se abria na Sala Precisa. E ela ficou sozinha ali, entre redes penduradas embaixo dos símbolos da Grifinória, Lufa-Lufa e Corvinal e quinquilharias de todo tipo, enquanto a guerra começava lá fora.

Depois de um tempo, ela ouvira a voz de Voldemort ecoar através das paredes do castelo, exigindo que Harry Potter fosse entregue para ele e o coração dela se apertou diante da perspectiva. Será que alguém teria a coragem de entregá-lo?

Ela gastou os minutos que tinha de sobra andando pela sala, chutando o que via pela frente, resmungando para si, temperando cada palavra com um novo chute em algum objeto do chão.

"Grande..." chute "...porcaria..." chute "...de guerra!" Quando tentou dar um novo chute para pontuar o final da frase numa caixa parada no chão, ela sentiu o baque contra algo muito duro. Algum idiota havia lançado um feitiço reducto num malão. O tornozelo dolorido e o mau humor latente foram o suficiente para liberar o mau gênio de Gina:

"MAS QUE GRANDE MERD..." Ela começou num rompante furioso.

Sua explosão mal contida foi interrompida com a chegada de uma velha senhora e de uma jovem de cabelos roxos que imediatamente Gina reconheceu como Ninfadora Tonks.

"Então é essa educação que estão dando às moças de Hogwarts?" A velha falou sem rodeios. "Devíamos aproveitar esse veneno da sua boca para usar contra Você-Sabe-Quem." Não foi preciso muito esforço intelectual para que Gina reconhecesse Augusta Longbottom, a avó de Neville. A pele de raposa no pescoço e o excêntrico chapéu com um pássaro empalhado como adorno falaram por si só.

Ela não teve tempo para abrir a boca e pedir desculpas - por mais inverossímeis que elas fossem soar - e Harry adentrou novamente a Sala Precisa, junto com Rony e Hermione.

A avó de Neville aparentemente se esqueceu da má educação de Gina e perguntou pelo neto e saiu assim que recebeu a resposta de que ele estava lutando, num assomo de orgulho. Gina e Tonks perguntaram ao mesmo tempo como as coisas estavam do lado de fora, mas como havia se tornado típico de Harry, as respostas acabavam não esclarecendo nada das perguntas.

"Gina, sinto muito, mas vou precisar que você saia também." ele disse, assim que Tonks saiu apressada pela porta, em busca do marido.

A alegria que irrompeu dela foi tão grande que ela não ouviu mais nada do que ele tinha a dizer. Ela ia lutar! Gina não perdeu tempo em tentar descobrir o que Harry, seu irmão e Hermione iriam fazer de tão especial lá dentro e saiu correndo da sala, ignorando as recomendações de Harry.

Se não fosse tão ridículo fazer isso no meio de uma grande batalha, ela teria rodopiado. Teria sua chance de pelo menos tentar ajudar!

Assim saiu da Sala Precisa, ela se concentrou em azarar da janela qualquer inimigo que estivesse ao seu alcance. Harry, Hermione e Rony haviam saído da Sala Precisa também e Gina deduziu que eles precisavam que ela se transformasse numa outra coisa para que eles pudessem entrar. Sua mente apenas registrou a informação; estava mais preocupada em lançar feitiços em gigantes e comensais, que invadiam os terrenos de Hogwarts.

Abeforth Dumbledore passou por ela, dizendo alguma palavra de incentivo, mas ela estava concentrada demais estuporando um comensal cuja face ela não via, apenas os cabelos castanhos desgrenhados. Ela registrou vagamente que Tonks estava fazendo perguntas sobre o paradeiro de Lupin e Gina procurou Harry com olhos em busca de conforto para a situação de Tonks.

"Ele vai ficar bem, Tonks." Ele disse tentando apaziguá-la. Tonks, no entanto, não pareceu ouvir. Saiu quase correndo em direção as escadas que conduziam aos andares inferiores.

Gina nem sequer ouviu quando Rony, Hermione e Harry entraram novamente na Sala Precisa. Ela tinha sua chance agora, não voltaria para lá por nada nesse mundo. Iria defender sua família. Ela estava livre. Resistiu ao impulso quase avassalador de sair correndo como uma louca até achar sua família e decidiu espiar para ver se estava sozinha mesmo, com o coração batendo descompassado no peito. Olhou para a direita e não viu nada além das portas de algumas salas fechadas; decidiu seguir o caminho pelo qual Tonks tinha saído em disparada atrás do marido.

Quando ela estava quase dobrando o fim do corredor, o canto do seu olho capturou um movimento estranho na frente da parede onde, poucos instantes antes, havia estado a porta que dava acesso a Sala Precisa. Ela se posicionou ao lado de uma armadura que poderia ocultar sua presença.

Draco Malfoy e seus dois capangas favoritos apareceram do nada, como se estivessem saído debaixo de uma capa da invisibilidade. Parecia que eles tinham usado uma espécie de feitiço da desilusão, mas Gina não teve muito tempo para analisar mais: precisava decidir se tentava impedi-los de entrar - e obviamente importunar o que quer que Harry estivesse fazendo na Sala Precisa - ou correr para ajudar sua família.

Por um segundo, enquanto Draco Malfoy olhava fixo para a parede, tentando, Gina imaginou, fazer com que a porta aparecesse, ela o observou. Parecia ligeiramente mais magro, mais pálido; ela se perguntou se ele havia voltado para a escola depois do feriado de Páscoa em que ela fugira. Tinha um pressentimento de que a resposta era não. A porta da Sala Precisa voltou a aparecer e Crabbe e Goyle sorriram grotescamente, tentando entrar o mais silenciosamente que o tamanho deles permitia. Malfoy ficou parado ali uns instantes e pareceu notar a presença de Gina, a metros de distância, meio encoberta por uma armadura perto do fim do corredor. Ele olhou na direção dela e seus olhares se cruzaram momentaneamente. Ela viu aqueles mesmos olhos que tinham despertado tantos sentimentos contraditórios nela, dois meses atrás. E viu também que eles não tinham mudado. Continuavam com aquele pedido de ajuda lá e ela não pôde deixar de pensar o que iria acontecer com ele se as pessoas em volta dele continuassem a ignorar que aquele garoto estava a beira de um precipício emocional.

Ela deu de ombros e virou as costas, antes de ver se ele também entraria na sala ou não. Harry, Rony e Hermione já haviam enfrentado aqueles três idiotas milhares de vezes antes. Nesse exato momento, era mais urgente encontrar seus pais e o resto dos seus irmãos. Entretanto, teve que resistir a um impulso estranho de ir até a doninha saltitante, arrastá-lo pelos cabelos até o Salão Principal e colocá-lo sob os cuidados da Ordem.

Draco Malfoy não era um problema dela. Uma voz na sua mente perguntou de quem o problema Draco Malfoy seria, com aquela expressão tão... solitária. Sacudiu a cabeça espantando o pensamento.

Enquanto passava pelos corredores, desviando de jatos verdes, vermelhos e estátuas destroçadas, Gina pôde contemplar direito a destruição da escola em que vivera nos últimos anos. Uma nuvem de poeira se intensificava toda vez que o castelo tremia devido a algum feitiço longe do seu entendimento.

Trombou com Luna no primeiro degrau da escada que dava acesso ao quarto andar e, junto com ela, um comensal a tira colo. Sem tempo para trocar sequer um olhar cúmplice com a amiga, Gina ergueu sua varinha e lançou feitiço levicorpus enquanto Luna conjurava cordas que amarraram o comensal, de um jeito absolutamente cadenciado que só Luna podia fazer. Um feitiço estuporante passou a centímetros das duas quando deixaram o comensal amarrado no chão, mas Gina não pôde ver de onde ele tinha surgido.

"Luna, precisamos achar um lugar menos exposto!" Ela gritou para se sobrepor aos barulhos da batalha, puxando a amiga.

"Talvez fosse melhor tentarmos chegar na entrada do castelo. Lá teremos mais cobertura." Luna respondeu, o mais próximo do tom de Gina que ela conseguiu.

Elas seguiram a frente, tão juntas quanto poderiam estar. A poeira no ar, a iluminação fraca que entrava pelas paredes destruídas, o tumulto, tudo isso dificultava a passagem delas. Gina levantou a varinha para azarar um comensal que duelava com dois estudantes um pouco mais a frente delas e só teve tempo de ouvir Luna gritando "Protego!" fazendo chicotear um feitiço que vinha na direção delas. Devido ao impacto, perdeu o equilíbrio se projetando por cima por cima da amiga.

Elas se chocaram contra a parede oposta do corredor que estava semidestruída permitindo uma visão dos terrenos da escola; Gina tentou apoiar seu peso na parede, mas o que restava da estrutura cedeu e ela sentiu seu corpo sendo atirado pela abertura. Ela experimentou a sensação de frio no estômago característica de quem está em queda livre, sentindo o vento bater no rosto.

Belo jeito de morrer.

Repentinamente, ela sentiu um baque como se seu corpo tivesse sido bruscamente freado e olhou para cima, no lugar onde ela havia estado há alguns segundos; Luna fazia cara de concentração enquanto acenava com a varinha.

"Luna, obrigada, obrigada!" Ela falou, flutuando com o feitiço da Corvinal. Gina reparou melhor na situação do castelo na região em que elas estavam, a parede do terceiro andar, onde Luna se posicionava agora, estava quase totalmente destruída; a situação do andar de baixo não era muito diferente. Gina se encontrava exatamente entre os dois andares e não estava gostando nada da sensação de ser um alvo fácil, parada no ar do lado de fora do castelo.

"Gina, vou te aproximar da parede, depois te levantar até aqui e..." Luna não terminou a frase que narrava seus movimentos; algum feitiço tinha jogado a amiga no chão. O feitiço de levitação se quebrou no mesmo instante que Gina se impulsionou em direção ao beirada das paredes destruídas do andar inferior. Ela se jogou no andar de baixo, caindo entre os entulhos da parte destruída; não viu mais nada quando sua cabeça bateu contra uma grande pedra no meio dos escombros presentes naquele corredor.

E então tudo foi escuridão.


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