Give us the Wonderland escrita por Krieger


Capítulo 3
Duas irmãs, uma escolha.


Notas iniciais do capítulo

Peço milhões de perdões por parecer que havia "abandonado" a fanfic. Poderia até parecer, mas não foi exatamente isso. Bem, dessa vez não irei atrasar! E desculpe por esse título do capítulo, eu particularmente não gostei D:
Boa leitura, me avisem se tiver qualquer erro na ortografia, obrigada.
(aquele capítulo comprido de narração e enrolação, eu sei -q)



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O som das malas sendo tacadas para fora da carruagem ecoou. Os cavalos relinchavam e balançavam a cabeça, batendo seus pés com força no chão. Enquanto os mordomos subiam as escadas carregando as malas, passando pelas duas meninas, Roselle e Hermin entraram na casa logo que todos os mordomos foram indo para os quartos, colocando as malas lá mesmo. Lisbel estava em frente de Miller, mas agora seu sorriso sumira. As duas se encaravam com um olhar frio e profundo o qual parecia estar guardando várias palavras. Miller tinha sua mesma expressão de sempre, algo calmo, pacífico e parecia não se importar. A mais nova resolveu quebrar a tensão, dando um largo sorriso. Como sempre, a outra não respondeu.

– Miller, Lisbel, venham aqui! – Hermin gritou de dentro da casa, chamando-as.

A mais velha suspirou, dando de costas e indo em direção do pai, dentro da casa. Lisbel continuava com o sorriso em seu rosto enquanto seguia alegremente a nova irmã.

– Por favor, querida. – o homem colocou uma de suas mãos no ombro da filha. – Vá mostrar o novo quarto de sua irmã.

– Sim, papai. – a garota abaixou a cabeça.

– E a mamãe? – Lisbel apontou para sua mãe.

– Filha, não vamos dormir juntas, mas você terá a companhia da sua nova irmã. Eu vou dormir junto com o papai. – Roselle se aproximou da filha, colocando a mão em sua cabeça, acariciando-a.

– Sim, Roselle está certa. E lá no seu quarto eu deixei uma surpresinha para você! Digo, eu e a Miller. – Hermin sorriu, se aproximando da mulher com sua filha.

– Surpresa?! Eba, eu quero ver! – ela bateu palma várias vezes, rindo. Correu para o lado da irmã, agarrando seu braço direito. – Miller, me leve até lá!

– Ei, me largue. – Miller encarou a garota ao seu lado.

– Não seja tão insegura, Miller. Vá logo com sua irmã. – Hermin deu um sorriso de lado.

– Certo, de qualquer jeito, estamos indo. – ela suspirou, insatisfeita.

Miller saiu andando pelos corredores da mansão, sua irmã continuava segurando o seu braço, seguindo-a. Ela observava o castelo encantada, sempre soltando elogios. Perguntava algumas coisas para Miller, mas a mesma fingia não ouvir.

As duas pararam na frente de uma grande porta de madeira com maçanetas douradas. Miller girou a maçaneta e a abriu, entrando e esticando o braço como se estivesse convidando Lisbel para entrar.

– Seu quarto. Ou melhor, nosso quarto.

– Ele é... Perfeito! O quarto dos meus sonhos! – os olhos de Lisbel pareciam brilhar.

O quarto era grande e espaçoso, havia duas camas de casal perto uma da outra, sendo separadas por uma escrivaninha branca e bem limpada. Havia um armário enorme e duas prateleiras, uma era para os sapatos e outro para alguns livros. Lisbel foi para frente do grande armário e o abriu, observando-o por dentro. Havia milhares de vestidos como o da Miller, parecia que se abrisse algumas das gavetas poderia encontrar-se vários acessórios. Depois de olhar o armário a loira foi para sua cama e sentou-se, dando alguns pulinhos nela.

– Eu amei! Muito, muito mesmo! Fico feliz em estar morando com vocês! E também... Espere... – ela olhou para o lado, em sua cama. Esticado, um vestido claro com algumas partes rosas. Perto, estava um laço rosa e no chão um par de sapatilhas brancas.

– Isso é a surpresa que o papai estava falando. – Miller encarava o vestido.

– Está falando sério? Isso? Pra mim? É um sonho de qualquer garota! – ela saiu da cama em um pulo, pegando o vestido. – Eu posso colocar?

– Vá em frente. – Miller deu de costas e foi em direção da porta.

– Miller, me espere! Por favor!

– Por que? Não precisa ficar grudada em mim. – virou a cabeça e fitou-a.

– Espere eu me trocar e depois vamos até o papai e a mamãe!

– Ah... – suspirou, insatisfeita e irritada. – Não demore.

– Obrigada!

Miller fechou a porta e encostou-se do lado de fora, cruzando os braços. Lisbel começou a se trocar, colocou o vestido facilmente, sem nenhum problema. Ficou bom em seu corpo e as sapatilhas serviram em seus pés. Pegando o laço, simplesmente o deixou que ficasse em sua testa, amarrando-o por trás da cabeça como se fosse uma bandana.

– Certo! Terminei, Miller! – a garota sorriu, chamando a irmã.

– Vou entrar... – a mais velha abriu a porta, levantando a cabeça e dirigindo seus olhos até a loira em sua frente. Quando viu a situação de seu laço, começou a rir. – O que é isso, afinal?

– Hm? Mas, não tá certo? – colocou uma mão no laço, sentindo-o.

– Totalmente errado! Ah, não aguento ver isso! Vem, deixa eu colocar isso do jeito certo. – parava de rir as poucos, voltando com sua expressão de sempre.

A mais nova ficou de joelhos no chão enquanto sua irmã ficava atrás, colocando o laço e posicionando-o do jeito correto em sua cabeça.

– Pensava que eu não ia te ver rir. – ela sorriu.

– Não se acostume. – deu uma resposta rápida, concentrando-se em arrumar o laço. – Pronto, terminei.

– Obrigada, irmã. – ela levantou-se e ficou de frente para a irmã. – Acho que vamos nos dar bem! Me diz, como ficou o vestido?

– Hm, ficou legal. Já enrolou bastante, sabia? Vamos indo para o jardim, eles devem estar tomando chá. – a mais velha voltou a andar, saindo do quarto.

– Ah, só isso que você me diz? Que má! – ela disse e riu enquanto corria atrás da irmã para ficar ao seu lado. – No jardim? Por que mamãe e papai estariam tomando chá lá?

– Além do belo jardim que dá uma ótima e agradável vista, tem uma mesa e um guarda-sol que está lá exatamente para isso.

– Oh, entendi.

Elas continuaram andando pela mansão até chegar no jardim. Às vezes Lisbel girava para ver seu vestido rodar junto e voltava a caminhar sorrindo. Para Miller pouco importava o quão irritante a garota podia ser para ela, apenas ignorava. As duas chegaram em uma grande porta de vidro que por sinal já estava aberta. Passando por ela chegava ao jardim e, tão incrível, era belo demais e tirava a atenção dos olhos de qualquer um. Flores rosas, amarelas, vermelhas, todo o tipo de planta. Alguns arbustos ali e árvores espalhadas mais para os fundos. O que impressionava Lisbel é que era um jardim muito grande, parecia um terreno. Talvez eles chamavam esse local de jardim por que era no fundo da casa e não era exatamente um quintal.

– Meninas! Aproveitaram o passei pela casa? – Hermin chamou-as.

Lisbel virou sua cabeça e viu uma mesa branca com um guarda-sol fincado no meio. Ela era redonda, mas havia quatro cadeiras próximas. Em duas, uma de frente para outra, estava sentados Hermin e Roselle.

– Sim, bastante! – a loira correu para perto da mesa. – A casa é enorme e linda! Meu quarto é lindo e minha irmã mostrou-me tudo! Olhem, olhem, minha roupa! Gostei bastante também, mas foi a Miller que colocou o laço azul. Eu não tenho prática nessas coisas. – sorriu.

– Ficou muito fofo em você, filha! – Roselle sorriu, dando um gole no chá em sua xicara.

– Concordo com sua mãe. E eu estou mais feliz que você que tudo isso tenha te agradado! O que importa é que você se sinta em casa! – Hermin sorriu.

– Sim, sim, acho que vou me acostumar rápido aqui!

– É bom ouvir isso, querida. Que tal sentar aqui e tomar um pouco de chá?

– Obrigada. – a garota sorriu e sentou-se em uma das cadeiras.

– Miller querida, você não quer? – o pai a chamou.

– Não papai, dessa vez não. Obrigada. – ela se virou e começou a caminhar pelo jardim.

Ela caminhava pelas flores e andava em direção as grandes árvores e pequenos arbustos espalhados. Com todo esse seu comportamento, parecia não gostar da nova irmã. Miller ainda estava insegura com essa mudança de vida, a nova mãe e a nova irmã. Estavam agora criando outra família. Não é que exatamente ela não tenha gostado de Lisbel, mas ainda estava perdida. Se esforçava o máximo para não começar a pegar raiva da mais nova, queria que antes de tudo desse uma chance para a nova irmã, talvez elas poderiam se dar bem. Apesar de tudo, as duas tinham estilo e personalidade diferente, o que para Miller seria um pequeno problema lidar com o comportamento extrovertido e um pouco imaturo de Lisbel.

Andou mais até parar perto de uma árvore, ao seu lado tinha dois arbustos um ao lado do outro. Suas folhas começaram a se mexer e, em pequenos pulos, de lá saiu um coelho branco.

– Ora, ora, veja só. Você de novo, então? Não vai nunca sair daqui mesmo? – a garota olhava o coelho e não se aproximou, garantindo que ele não iria fugir. – Tenho visita, coelho. Ou melhor, elas vão ficam aqui para sempre, então não são visitas.

– Bunny.

Uma voz feminina surgiu atrás de Miller fazendo-a se virar para trás na hora, se assustando. Era Lisbel. A garota estava sorrindo e trocava várias vezes seu olhar para o coelho branco.

– Que susto! Não faça mais isso! – a mais velha suspirou. – O que você tinha dito?

– Bunny. É o coelho. – ela apontou para o animal. – Tinha um coelho branco que me visitava todo dia quando eu ia para fora de casa. Acho que é o mesmo. Ele me seguiu! Que gracinha!

– O mesmo... Coelho? Que piada, um coelho nunca iria te seguir até aqui só porque você se mudou. É apenas um animal. Deve ser outro, por que esse sempre me visitou e nunca saiu daqui.

– Isso é sério? Então não deve ser o Bunny. Mas, isso é tão legal! Nós duas temos um coelho branco que gosta da gente! – ela riu.

– Isso não é legal, é esquisito. Um simples animal, vindo todo dia para nós... – Miller voltou a encarar o coelho.

– Mas, eles são fofos!

Lisbel esticou os braços e tentou se aproximar do coelho, mas o animal deu um pulo para trás e saiu correndo, sumindo entre os arbustos. A loira fez uma cara emburrada. Ela apenas tinha ignorado o fato dessa coincidência entre as duas irmãs, mas Miller percebeu e pensava nisso. Não por muito tempo, ela acabou chegando a uma conclusão que poderia ser apenas os vários coelhos que essa região poderia abrigar. Seria inútil ficar pensando em algo tão insignificante.

As duas irmãs saíram de lá e andaram pelo jardim até chegar novamente para perto de seus pais, na mesa branca. O sol já se escondia, era o fim da tarde e logo a noite subira, porém, resolveram ficar no jardim por mais um tempo. Toda a família estava conversando bastante, mas Miller preferiu não se manifestar tanto. Às sete da noite todos foram para a sala de jantar. O jantar foi bem chique naquela noite e de sobremesa foi servido um creme, o qual a simples família nunca havia provado. Todos comeram bem e estavam saciados.

– Gostaram da comida? – Hermin perguntou enquanto limpava sua boca com um pano de seda branco.

– Estava perfeita, querido! – Roselle sorriu.

– Sim, eu gostei bastante! – Lisbel também sorriu.

– Ah, que bom que gostaram! Bem, que tal um bom banho agora? Depois posso até dar alguns minutinhos para vocês fazerem o que quiserem, mas não vão dormir tarde!

– Certo, entendi! – a mais nova parecia animada.

– Certo... – a outra suspirou.

Miller levantou-se e pediu licença, saindo da sala de jantar. Ela não havia chamado sua irmã, então Lisbel apenas ficou olhando-a. Hermin fez um gesto para que Lisbel saísse da mesa e fosse até a irmã, que não haveria problemas. A garota afirmou com a cabeça, levantando-se e correndo até conseguir ficar ao lado de Miller.

– Ei, ei, me mostre onde eu posso tomar banho! Ou você quer ir primeiro? – ela parou ao lado da irmã que andava pelos corredores.

– O banheiro fica em nosso quarto. E não, você pode ir primeiro.

– Obrigada, irmã!

Miller lançou um olhar rápido para Lisbel, ainda se sentia um pouco insegura quando essa palavra era dirigida para ela. Andaram mais um pouco até chegarem no quarto. Lisbel saiu correndo para o banheiro e foi surpreendida pela aparência da cômoda. Era limpo e os azulejos pareciam brilhar. Havia uma grande banheira e a garota não via nenhuma ducha, teria que tomar banho lá. Isso a alegrou, nunca havia experimentado tomar banho em uma banheira. Depois que Miller abriu as torneiras, e explicou onde estavam as coisas para a mais nova, ela saiu e Lisbel tirou o vestido e seu laço. Entrou dentro da água, parecendo estar mais relaxada agora.

– Só não demore tanto. – Miller deu algumas batidas de leve na porta.

Lisbel estava gostando muito de estar lá, era a primeira vez que entrara em uma banheira. Mesmo que não parecesse, ela ainda não havia se acostumado com toda essa mordomia. É claro que estava se divertindo muito e aproveitando tudo, mas parecia que algo a incomodava. Havia gostado da nova irmã, sempre quis ter companhia, mas continuava insegura sobre essa ideia. Sua mãe, mais cedo ou mais tarde, iria se casar de novo, mas não estava preparada para se mudar de um dia para outro para uma mansão, receber a noticia que teria uma nova família, um pai e uma irmã. Talvez para a garota isso seria apenas questão de tempo até se acostumar por completo para sua insegurança sumir. Mesmo Miller sendo uma garota um pouco fechada e fria, deveria dar uma chance para ela e tentar se relacionar.

Mas, aquela sua pequena casa naquele belo lugar, relaxante...

– Ah, certo, certo. Melhor eu já terminar esse banho antes que eu me distraia mais. Quanto tempo será que eu fiquei aqui? –ela disse para si mesma. Sua voz ecoou naquele grande banheiro.

Terminou de se ensaboar e tirou a tampa do ralo da banheira para que a água pudesse passar por lá. Em cima da pia havia duas toalhas, uma era maior e a outra menor. Primeiro se secou e enrolou a toalha maior em seu corpo, depois colocou a toalha menor em sua cabeça, tendo que segura-la com uma mão enquanto segurava a outra em seu corpo.

– Que estranho, pessoas ricas fazem isso? O que isso deveria ser? – ela riu sozinha.

Ela tirou sua mão da toalha que estava em sua cabeça para poder abrir a porta, voltando novamente como estava. Enquanto andava pelo quarto viu Miller sentada em sua cama, lendo um livro. Quando a mais velha percebeu sua presença levantou a cabeça e a olhou com uma expressão confusa.

– O que você está fazendo com essa toalha na cabeça?

– Bem, você colocou duas toalhas para mim... Não era para isso que a menor servia?

– Sim, mas não desse jeito. Você devia enrolar em seu cabelo para não pingar gotas d’água. E, olhe a toalha em seu corpo, você também não precisava ficar segurando-a, apenas enrolasse-a melhor.

– E-Eu não entendo...

– Você já está molhando o chão!

– A-Ah... Desculpe! – Lisbel parecia um pouco nervosa com a situação, não queria estressar a irmã.

Miller suspirou, indo até a mais nova e segurou seu pulso, a levando até o banheiro novamente. Colocou-a de frente para o espelho enquanto ficava atrás dela, pegando aquela toalha que estava em sua cabeça e secando seu cabelo.

– Já que seu cabelo é curto assim será mais fácil.

– Obrigada! – Lisbel sorriu. Estava feliz, gostava de ver sua nova irmã a ajudando.

Miller não disse nada, apenas tirou a toalha de sua cabeça e tacou em qualquer canto, tirando um secador de uma gaveta.

– Agora vou usar isso para ir mais rápido porque preciso tomar banho. – ela ligou o objeto na tomada e voltou para perto da irmã.

Ligou o aparelho e, em um vento quente, começou a secar o cabelo da loira. Ela parecia sorrir ao sentir o vento em seus cabelos e os dedos da irmã passando por eles, era confortável. Miller não entendia toda essa alegria da garotinha.

– Você gosta disso? – Miller perguntou em um tom alto por causa do barulho do aparelho.

– Sim! Sempre via a mamãe usando isso, mas nunca havia experimentado!

– Certo... – ela desligou o aparelho, terminando de secar o cabelo da irmã. Deixou-o ali mesmo na pia, iria usa-lo depois. – Vá pentear o seu cabelo e vestir o pijama, vou tomar banho agora.

– Aquele pijama rosa em cima da minha cama?

– Sim.

– São meus?! Tão lindos! Obrigada! – ela sorriu, saindo do banheiro e fechando a porta.

Miller apreciava a alegria da garota por perto, mas também estranhava muito. Para Miller, aquela garota parecia do tipo que superava as coisas fácies e via felicidade em tudo. Bem... Isso é bom. Também era de se apreciar.

A mais velha ligou a torneira para depois tirar sua roupa. Entrou dentro da água e também ficou um tempo lá aproveitando o banho, mas foi por pouco tempo. Começou a se ensaboar logo em seguida. Por algum motivo, hoje ela estava com muito sono para ficar ali, poderia até cochilar sem querer. Saiu da banheira e abriu o ralo, deixando a água vazar. Enxugou seu corpo e depois o enrolou com a toalha, dessa vez não iria fazer a mesma coisa com o cabelo. Deu uma leve passada com a toalha em seus longos cabelos e depois finalizou com o secador.

Quando saiu do banheiro Lisbel não estava no quarto. Aproveitou para colocar seu pijama lá mesmo, sem precisar ir ao banheiro novamente. Pegou sua escova e penteou o cabelo, sem pressa. Depois de ter terminado tudo, até tirar as roupas e toalhas do chão, foi em direção da porta e saiu do quarto, agora teria que ir atrás da irmã para dizer que já deveriam dormir. Quando foi para os corredores, começou a ouvir uma música bonita e lenta. Possivelmente estaria vindo do jardim. Sem pensar duas vezes, foi para lá. Quando chegou viu Lisbel em baixo da mesa branca que havia lá. Miller resolveu chegar mais perto, parecia que a garota estava observando algo no jardim. E estava mesmo. Hermin e Roselle estavam lá, no meio das flores, dançando juntos aquela bela e lenta música que parecia ser uma valsa. Era um lugar estranho para dançar, mas era bonito.

Miller agachou no chão e engatinhou até chegar perto de Lisbel, cutucando-a. A loira olhou para trás, sorrindo. A mais velha estava brava por sua irmã estar bisbilhotando. Apenas segurou sem seu pulso e a puxou, levantando calmamente e saindo depressa de lá garantindo que eles não as vissem. Afastou-se do local, mas a música ainda dava para ser escutada um pouco baixa.

– Miller, estava lindo! O cenário e eles dançando, são lindos!

– Eu sei, eu sei. Papai gosta de dançar, mas não é legal ficar espiando os dois deste jeito. Deixe-os, estavam felizes, não?

– Sim, estavam com enormes sorrisos no rosto. Dançar é tão bom assim? Ei, você já dançou? – Lisbel parecia animada.

– Eu nunca dancei, apenas via as pessoas dançando em festas e essas coisas. Não vou mentir, parece ser algo bem legal.

– Bastante, não? Ei, irmã, vamos dançar! – Lisbel esticou sua mão para sua irmã.

– D-Dançar? Valsa? – Miller ficou um pouco vermelha.

– Sim! Vamos aproveitar a música que ainda está tocando e iremos aprender juntas!

– Lisbel, está tarde, não vamos fazer isso.

– M-Mas... Você disse que parece ser legal...

– Não insista, ok? Já disse que está tarde, vamos dormir.

– Apenas prometa que vai dançar comigo algum dia!

– A-Ah... C-Certo... Dançaremos juntas algum dia e vamos nos divertir muito.

– Que legal! Obrigada, Miller! – Lisbel deu um pulo animado e abraçou a irmã em um ato inesperável.

– E-Ei... – Miller colocou as mãos no ombro de Lisbel, afastando-a de seu corpo. – Vamos dormir agora.

Lisbel não disse nada, apenas sorriu e foi em direção do quarto, sendo seguida por Miller. Aquela garotinha realmente havia abraçado-a... Isso era uma grande surpresa para ela, não imaginaria que Lisbel iria se sentir tão livre desse jeito. Quer até dançar com sua irmã agora. Estaria tentando se aproximar? Bem, era isso que parecia. Miller havia prometido para si mesma que daria uma chance para a nova irmã, afinal, talvez gostasse de conviver com ela. Se sentir um pouco... Especial.

A mais velha havia chegado um pouco antes no quarto, então Lisbel já estava deitada na cama. Fechou a porta e apagou as luzes, também se deitando.

– Boa noite, Miller. – a voz de Lisbel ecoou no quarto.

– ... Boa noite, Lisbel. – Miller respondeu em um tom um pouco baixo.

Estava sendo uma experiência nova para ambas, mas, que pena, talvez fosse melhor não ficarem tão intimas. Isso daria um ótimo drama no final. E pensar que, a partir de agora, iriam viver com algo desconhecido, talvez para os outros, mas, sabendo ou não, não para elas. A Alice deve realmente amar o seu País, deve escolher o seu destino. É algo ruim ou bom? Que maldita guerra.

As duas garotas já haviam dormido. Suas mentes agora, provavelmente, estariam perturbando-as.

“Alice....

Um quarto escuro, vazio e fechado. Não há luz, não há saída, mas há escolhas...


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