Give us the Wonderland escrita por Krieger


Capítulo 4
Uma música abandonada.


Notas iniciais do capítulo

Agora estou aqui para falar que vou sim terminar essa fanfic nessas férias! Deve ser a segunda vez que digo isso mas direi de novo, me perdoem por ficar ausente por tanto tempo ;u; Mas, agora estou com total vontade de ir até o fim! Eu mudei algumas coisas no final da fanfic, mas não adianta falar agora pq né -q
Um capítulo bastante simples apenas para conhecer mais as personagens!



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"Alice, você está em um quarto escuro, vazio e fechado. Não há luz, não há saída, mas há escolhas.

O destino está te dominando por dentro.

Você pode ter o que é seu de volta. Saiba dominar, matar.

Estou te chamando por tanto tempo, Alice. Vou te guiar até você chegar a mim.

Quando chegar, prometa-me... Você irá me salvar. Domine-me com a insanidade que continua incolor. Clara, escura.

Milagre. Pecado.

Corra, caia no buraco. Em seus sonhos, Alice. Afunde nos seus sonhos e se renda assim que fechar seus olhos.

Mas eu não sei quem é você, Alice. Por que não me mostra logo?

Veja o que te espera. Se você encontrar a imagem da morte, o que você faria? Iria rir ou chorar?

Uma imagem está se formando em sua frente."

Seus olhos abriram no meio de um grande susto. Ambas levantaram a cabeça de seus travesseiros, permanecendo sentadas na cama. Lisbel suava e parecia tremer, ela colocou a mão em frente de sua boca enquanto lutava contra as lágrimas que ameaçam cair de seus olhos. Pelo contrário, Miller estava com o olhar praticamente paralisado, sem piscar e sem saber para que lado olhar. Os olhos, que também estavam arregalados, pareciam não querer chorar, mas sua expressão não era calma, era de total espanto. Talvez, também suara.

A mais nova não conseguiu mais conseguiu conter suas lágrimas, pondo-se a chorar.

– Lisbel... – a mais velha tentou se recuperar, virando a cabeça lentamente e olhando para sua irmã que estaria cabisbaixa.

– Irmã... Eu vi algo horrível em meus sonhos, acho que não vou esquecer... – soltava suas palavras todas confusas no meio de tantas lágrimas. Era difícil entender com sua voz tremula.

Miller voltou a entrar em estado de choque, também acabara de ver algo horrível em seus sonhos, mas não queria acreditar que fossem os mesmos sonhos. Para ela, impossível. Sua cabeça doía por conta de toda essa confusão que a invadia, não sabia como reagir a isso, talvez quisesse se render e chorar, ou também ignorar. Mas, era difícil, queria apenas gritar, era boa garota o suficiente para não merecer nada disso.

– O que você viu? Irmã... – a última palavra automaticamente saiu de sua boca, apenas queria dizer seu nome.

– Eu não sei! Não consigo te dizer o que era exatamente, só te digo que... Muito sangue... Violência... – ela aos poucos levantava a cabeça.

– Eu vi... – os pensamentos de Miller simplesmente saíram por sua boca. Conseguira concluir que havia acabado de ver a mesma situação, mas iria confundir a cabeça da menor se dissese.

– O que é isso, irmã? Não quero ver de novo. – Lisbel conseguiu parar suas lágrimas. Limpara o rosto com a blusa de seu pijama.

– Tivemos um pesadelo, apenas isso. Não se preocupe, tenho certeza que não aparecera de novo. – Miller sorriu para a irmã, tentando acalma-la. Ignorou o fato de o sonho ser exatamente igual, as possibilidades de o que aquilo significar eram ridículas para entrarem na cabeça da mais velha. Talvez algo de diferente tenha acontecido, não deviam se lembrar.

– Eu senti que aquilo foi real e consegui sentir-me desse jeito, tão desesperada. Sinto falta das canções de ninar da minha mãe, me acalmavam.

– Sonhos são apenas sonhos, Lisbel. Mesmo se forem pesadelos, continuam sendo sonhos. O que fica na mente, permanece... Até você esquecer. – Miller suspirou, tentando achar uma lógica.

– Entendi, irmã. Tudo bem, estou mais calma! Apenas um pesadelo, certo?

As irmãs lembravam-se de ter ouvido vozes em seus sonhos, na hora conseguiam entender tudo perfeitamente. Responderam as vozes com total tranquilidade, mas não recordavam de nenhuma palavra dita e ouvida. Não comentaram sobre este acontecimento, talvez fosse estúpido.

Olharam para o relógio, iriam se atrasar para o café da manhã. Levantaram-se e foram se trocar e fazer tudo o que era necessário. Deixaram o quarto como estava, sabiam que quando estivessem saindo as empregadas viriam e arrumariam tudo. Caminhavam uma ao lado da outra, mesmo que os passos de Miller fossem mais largos e rápidos para poder ficar em frente, Lisbel tentava tomar o mesmo ritmo.

Seus pais já estavam lá fazia um certo tempo. Elas se sentaram sem dizer nenhuma palavra, estava tudo muito quieto, apenas seus pais que conversavam sobre coisas aleatórias sobre a casa em algum momento, onde Lisbel se esforçava para entrar no assunto.

Não faziam nenhuma ideia de como seria a rotina de hoje. Miller ficava a maior parte do seu tempo em seu quarto, lendo. Às vezes ajudava seu pai em alguma coisa. Amava caminhar pelo jardim, fazia parte de sua rotina também. Agora com Lisbel, não sabia o que fazer. Já a mais nova ajudava a mãe o tempo todo em sua antiga casa, mas também passava metade do seu tempo naquele pequeno morro que dava uma bela vista para o céu. Talvez fosse substituir pelo jardim, que também a encantava. Não agradava Miller a ideia de ter alguém do seu lado enquanto fazia sua caminhada pelo jardim, provavelmente iria se irritar.

Hermin avisara na mesa que ele e Roselle estariam fora no almoço e só voltariam no final da tarde e almoçariam na cidade, pois teriam que resolver alguns problemas sobre a casa e a nova vida, talvez até fossem comprar objetos novos. É claro que Lisbel rapidamente se manifestou, ficando animada com a ideia das compras e pedindo algumas lembrancinhas. Os dois riram com o entusiasmo da criança e concordaram com a ideia. Miller não tinha se manifestado, apenas observava a conversa, mas ambos também prometeram trazer lembranças para a irmã mais velha. Lisbel não aceitava ter os mesmos pertences que Miller, queria se diferenciar da irmã. Seu lado mimado atrapalhava os membros da família.

Levaram mais algum tempo na mesa até os dois se despedirem e saírem de casa. As duas meninas estariam sendo cuidadas pelas empregadas, as quais fariam a comida e estariam ali para receber ordens. Lisbel se animou com esse novo costume, nunca tivera empregada, mas não dera nenhuma ordem, nada passava pela sua mente. Elas saíram da mesa e teriam que esperar um bom tempo até o almoço. Como o café da manhã não era nada pesado, a fome não demorava a voltar. Até lá, esperariam no quarto, que agora já estava arrumado. A primeira coisa que Miller fizera foi pegar um livro em sua prateleira e acomodar-se na cama, começando a ler. A mais nova estava emburrada, queria conversar mais com a nova irmã, mas não sabia o que falar e tudo se dificultava quando a outra também não puxava assunto. Apenas tentou ignorar esse fato e começou a explorar o quarto. A primeira coisa que veio em sua mente foi o guarda-roupa, abrindo-o e se divertindo vendo aquelas roupas lindas e novas para ela. Colocava perto do corpo e se via no espelho, fez isso com muitas roupas e sapatos. É claro que havia feito uma bagunça, mas nem se preocupou com isso, logo alguém viria aqui e limparia.

E assim as duas ficaram até serem chamadas para o almoço. Tudo continuou em silêncio enquanto as empregadas apenas faziam seus trabalhos de sempre. A comida servida não foi muito, um pouco menos da metade do que era servido normalmente. As duas meninas não eram de comer muito, então deviam evitar sobras. Apenas estavam comendo, talvez seus mentes estavam em outro lugar e seus pensamentos totalmente aleatórios. O silêncio foi quebrado por Lisbel.

– Ei irmã, o que você vai fazer depois?

– Como assim?

– Digo, você tem algum compromisso? Escola? Quero saber o que você faz!

– Escola? Não, tenho aulas particulares em casa. Logo você vai ter também, e faremos juntas, não sei o que exatamente o papai está esperando. E eu apenas faço o que eu tenho vontade de fazer.

– E o que você está com vontade de fazer? – Lisbel continuava insistindo, sendo um pouco irritante.

– Não sei, Lisbel. – Miller suspirou, essas perguntas eram irritantes para ela. Em primeiro lugar, não queria a companhia da nova irmã em qualquer lugar que fosse. Mesmo que agora as coisas deveriam funcionar desse jeito não queria perder sua privacidade.

Quando terminaram o almoço voltaram para o quarto novamente. Praticamente só fizeram esses dois caminhos hoje. Era tudo tão parado quando Hermin não estava em casa, ele sempre dava tarefas para Miller e ela obedecia com total entusiasmo, adorava ajudar o pai em tudo o que fazia. Talvez Lisbel iria gostar também já que ajudava a mãe, porém ela sempre fazia tudo com muito desespero porque sabia que a mãe nunca ficava calma por causa de tanto trabalho. Miller pegou o livro que deixara na cama e retornou a ler, havia começado este livro hoje e queria terminar no máximo amanhã, quando lia algo muito rápido é porque havia gostado.

Lisbel ficou sentada na cama sem fazer nada. As roupas que deixara jogadas no chão já haviam sido guardadas e não sobrara nada para experimentar. Antes havia ficado animada para poder usar todas aquelas roupas, mas agora estava completamente entediada. Suspirou, olhando para a irmã tão concentrada que ignorava sua presença. Podiam brincar de alguma coisa, mas estava com medo de chamar a mais velha e ser rejeitada. Deixou de lado essa opção e decidiu sair do quarto e dar uma volta na grande casa, talvez não tivesse conhecido algum cômodo que antes poderia estar trancado. Isso poderia ser desrespeitoso em algum momento, mas Lisbel sentia que possuía o total direito de ir onde quiser, pois agora morava nessa casa.

Saiu do quarto e tirou a concentração de Miller quando fechara a porta. Ficou curiosa para saber aonde a mais nova iria, mas não perguntou nada e ignorou, voltando à leitura.

Lisbel andava pelos corredores da grande casa e tentava se lembrar de quais quartos já havia visitado e os outros que deixara de visitar. Ela se lembrava de ter ido ao escritório de Hermin, na pequena biblioteca, na sala de visitar e naquele cômodo onde havia uma grande lareira e uma cadeira de balanço bastante confortável. Também vira o quarto de Hermin e sua mãe que era gigante e bastante bonito. Percebeu que Hermin gostava de cores mais simples e nada vibrante, como o marrom, preto e branco. Mesmo gostando de tudo ao contrario se impressionou de como a casa era bem enfeitada e tudo combinava, até os lençóis rosa de sua cama conseguiram combinar com seu quarto.

Depois de andar mais um pouco parou em frente de uma porta, encarando-a. Tentava se lembrar de qual era esse quarto, mas nada passava pela sua cabeça. O resto dos cômodos estava um pouco separado deste aqui, talvez ainda não o visitasse. Pegou na maçaneta da porta e torceu para que o quarto não estivesse trancado. Por sua sorte, estava aberto e conseguiria entrar. Ficou bastante animada, teria mais um local para explorar, mas não queria deixar ninguém zangado por isso também.

Quando abriu a porta e por fim entrando, surpreendeu-se de como este daqui era diferente dos outros, mas ao mesmo tempo era tão fascinante aos olhos da pequena garota de cabelos curtos. Não era grande e nem pequeno, era um tamanho médio, as paredes também eram marrons de acordo com o gosto de seu novo pai, o chão era coberto com um grande tapete vermelho escuro, quase parecido com uma cor forte de vinho tinto. Havia dois sofás escuros e grandes, um virado para o outro, e entre eles uma pequena mesa de vidro na qual havia um simples vaso de flor. Lisbel ficou triste ao ver a rosa no vaso murcha e morta, parecia ser tão bela quando viva. O lustre de cristal que havia no cômodo não era grande, mas era bonito. Havia apenas uma janela, mas era bastante grande e ocupava grande parte da parede, o vidro era limpo e cintilava e as cortinas finas para o vento poder mexê-las com facilidade. E, o principal objeto, um grande piano preto no meio da sala, não tão longe dos sofás. Isto sim foi o que chamou a atenção da garotinha.

Caminhou pelo quarto e no gostoso tapete com animação, um sorriso surgiu no seu rosto quando tocou no piano. Estava bem limpo e cuidado, suas teclas eram brancas e um pouco estranhas com riscos pretos, nunca havia visto um piano de perto, apenas na televisão. A vontade de colocar um de seus dedos neles para ouvir o barulho era imensa, mas não queria que Miller descobrisse que estava lá. Algo na mente de Lisbel dizia que isto era um lugar um pouco particular... Há pouco tempo seu olhar se virou para um porta-retrato em cima do piano. Era de uma linda mulher com uma criança ao seu lado. As duas estavam sorridentes e pareciam rir, se abraçavam como se estivessem trocando carinho. Sem dúvida alguma era Miller e sua mãe. Seria essa uma sala particular de Miller? Sua irmã tocava piano? Queria muito a ouvir tocar, mas talvez fosse levar uma bronca da mais velha por ser enxerida. É claro que em certo ponto não se preocupava com isso, pois se sentia livre na casa, mas podia haver uma exceção. Apenas imaginava o quão lindo era a imagem de sua irmã tocando neste belo quarto, o vento entrando pela janela... Aquela foto que podia encarar enquanto tocava não a deixava triste? Pensando bem, Lisbel nunca havia perguntado o que exatamente ocorrera com sua mãe, assim como Miller nunca perguntou sobre seu pai. Tanto faz para Lisbel recordar do homem ou não, nunca fez diferença. Talvez isso fosse egoísmo.

Miller, a qual continuava em seu quarto, acabou por fechar o livro por conta do tédio. Isso não significava que a leitura não estava boa, havia gostado do livro, mas acabou-se por enjoar, estaria lendo já faz algum tempo. Pensou bem e resolveu fazer uma pausa no jardim, podia aproveitar essa oportunidade que Lisbel não estava no quarto e não a seguiria. Passou por sua cabeça onde a menor estaria, mas preferiu não tentar descobrir. Olhou para o relógio, não percebera que já havia passado tanto tempo. Faz exatamente quantas horas que sua irmã não voltara? Se tivesse sorte, ela não estaria no jardim. O seu jardim, com suas amadas flores.

Guardou de volta o livro na prateleira e calçou seu sapato, saindo do quarto. Era de costume os corredores estarem vazios e silenciosos, mesmo quando seu pai estava em casa isso não mudava por conta de tudo ser muito grande. Havia apenas um som que ecoava pelas casas às vezes, mas é melhor não mencionar no momento. Algumas empregadas saiam de alguns quartos com panos e vassouras na mão, mas não olhavam pra a garota. Pensando bem, não se comunicavam com ninguém. Miller começou a andar calmamente pelos corredores até que algo a fez parar. Um som ecoou pela casa... Era curto e agudo, tinha certeza de que era um som de piano. Isso fez Miller estremecer-se, alguém acabara de mexer em seu piano. Sem pensar duas vezes deu meia volta e caminhou com passos largos e rápidos para o cômodo onde se encontrara o piano.

Lisbel havia se distraído e por incidente tocado em uma das teclas. Com medo de ter chamado a atenção de alguém (sabia que sua irmã era bastante atenta) caminhou depressa para a porta. Antes que pudesse tocar na maçaneta viu a mesma se mexer. Assim, a porta se abriu e as duas meninas ficaram uma em frente da outra. Não havia dado tempo de Lisbel sair da sala e se safar dessa, a mais velha já estava na sua frente. As duas ficaram quietas, Lisbel tentava desviar o seu olhar com uma expressão nervosa, Miller estava séria e olhava apenas para a garota em sua frente.

– Eu não fiz nada aqui, juro por ti. Foi sem querer que toquei aquela tecla... Não era minha intenção... – Lisbel quebrou o silêncio, preferindo esclarecer um pouco as coisas.

– O que faz aqui, afinal? Pensei que essa sala estivesse trancada. – Miller olhou a sala que a deu um aperto no coração. Talvez isso fosse saudade.

– Eu explorei todos os cômodos da casa, você sabe, queria conhecer tudo. Como não tinha nada para fazer resolvi ver se sobrara alguma e então achei essa, não estava trancado, então juro também que não roubei nenhuma chave. – a garota já tinha tomado coragem para olhar nos olhos da irmã.

– Tudo bem, não estou brava com você, só ficaria se tivesse quebrado algo. Sabe, gente curiosa tende a fazer essas coisas por incidente também...

Tudo ficou em silêncio novamente, Miller encarava a sala e seu piano com tanta seriedade que parecia ignorar a presença da garota em sua frente. Por vez, Lisbel deu um sorriso para quebrar a tensão no ar.

– Ei irmã, esse piano é seu? Você costumava ficar aqui? É muito lindo, me agradou bastante!

– Sim... É bonito mesmo, ficava bastante feliz nesse lugar, parecia que me acalmava e me distraia bastante. Digo-te que esse era um lugar só meu, um presente de minha mãe. – um sorriso inocente e gentil surgiu no rosto de Miller, o que pegou Lisbel de surpresa. A menor sentia um aperto no coração por dó da irmã, mas também uma enorme felicidade de ver aquele sorriso.

– Então, você toca piano? Porque não vem mais aqui? Não vale dizer que a culpa é minha! Apenas estou te seguindo esses dias. – ela riu.

– Toco sim, mas apenas pra mim. Eu não sei por que parei de vir aqui, isso foi bem antes de você chegar. Depois da morte da minha mãe só vim uma vez, depois disso nunca mais. Isso é tudo que posso te dizer.

Lisbel se conteve antes de falar qualquer outra coisa. Sentira-se mal por tocar nesse assunto tão delicado, talvez esse lugar trouxesses lembranças um pouco tristes para a mais velha. Resolveu não perguntar mais nada, mas a curiosidade de ouvir a irmã tocar ainda continuava.

– Sabe irmã, você pode voltar aqui, apenas acho que seria ótimo para você. Tenho certeza que sua música apenas esvaziara teu coração de uma forma pacificamente boa.

Miller olhou para o rosto de Lisbel e soube que isso foi algo sério, a mais nova estava tentando conforta-la. Apenas balançou a cabeça positivamente, isso não seria algo que pudesse ignorar. Esperou Lisbel sair do quarto para fechar a porta, mas resolveu não trancar. Por algum motivo confiava na irmã, sabia que aquilo que disse foi algo que a menor entendeu perfeitamente.

Ambas foram para seus quartos para esperarem a volta de seus pais e assim poderiam jantar. Já havia passado bastante tempo, então logo estariam de volta. Miller resolveu não ficar pensando em nada, não queria dores de cabeça. Enquanto isso um sorriso permanecia no rosto de Lisbel, algo a fazia feliz, mas não dava para saber o que exatamente era. Por volta de meia hora seus pais chegaram e chamaram as duas crianças para entregarem o que haviam comprado, como prometido. Ambas haviam ganhado um par de sandálias lindas, porém eram diferentes. Isso agradou mais Lisbel, que não queria ganhar presentes iguais. Agradeceram e foram guardar seus presentes, agora poderiam jantar.

No jantar Hermin disse o que havia comprado para casa, foi uma conversa simples. Lisbel não disse que havia encontrado o piano em um dos cômodos, quando Miller olhava para a irmã e via o seu sorriso passava por sua cabeça que a mesma já havia esquecido. Quando todos terminaram de jantar e comeram uma simples e rápida sobremesa, foram para seus quartos. As garotas pareciam estar com sono então tomaram um banho e vestiram seus pijamas logo que chegaram. Miller deu uma rápida leitura em seu livro nesse intervalo de tempo. Quando já estavam deitadas e a mais velha prestes a desligar a luz, Lisbel interrompeu.

– Irmã, lembra que eu havia dito que minha mãe cantava para mim antes de dormir?

– Sim, lembro. E não, não cantarei para você. Não sei cantar bem. – Miller queria ser curta e rápida para dormir logo.

– Não, não era isso que iria dizer! – ela riu. – Eu gosto de cantar! Queria ter a oportunidade de cantar para você antes de dormir, assim não teremos pesadelos!

– Oh... Isso é bom, Lisbel. – por sua surpresa, sorriu. – Pode cantar, gostaria de ouvir sua voz. Mas... Vamos deixar para outro dia, tudo bem?

– Sim! Agradeço seu afeto! – a pequena sorriu um tanto animada, deitando e cobrindo-se com seu lençol rosa.

Miller deu um sorriso novamente e por fim desligou as luzes. Deitou-se também e se cobriu com seu lençol, dormindo rapidamente. Estava com medo do que a aguardava em seus sonhos.


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Notas finais do capítulo

Pois é, chega de enrolação e vamos logo ir entrando aos poucos no País das Maravilhas! Até mais~



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