Os Jogos do Amanhã escrita por princessplisetskaya


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Clima meio tenso... demorei a postar mas finalmente arrumei um tempo. Espero que gostem :D



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O horror ainda me paralisa. Nas últimas, eu acho, cinco horas, vi mais sangue e carne dilacerada do que gostaria.

Ainda é difícil acreditar. Parece que eu estou vendo tudo sem processar, sem sentir, sem realmente ver.

‘’Isso é um jogo. Só uma raça pode sobreviver.’’

Não sei bem o que estou sentindo, vendo Alice, Dave e Rumlow sentados na minha frente e Iza encostada em mim. Rumlow tem um corte na perna, mas não consigo me mover para ajudá-lo. A vergonha me consome, mas oque eu posso fazer? Todos aqui estão tão atordoados quanto eu.

Fomos treinados a vida toda para isso? Lutar até a morte? Derrotar criaturas muito mais fortes do que nós, ou morrer tentando? E quanto eles? O assassinato está no seu sangue? Será que por trás daqueles rostos bonitos, olhares curiosos e sorrisos amigáveis, domina a escuridão?

Também é difícil entender. Qual é o objetivo disso? Alex Norman fez isso por pura crueldade? Não consigo nem imaginar uma coisa dessas.

Mas é melhor começar a imaginar. O Elsir’es farão de tudo para sobreviver, e os humanos também. Não quero imaginar oque isso vai causar, mas não tem como evitar.

Iza está encostada em mim, e sinto-a tremer. Ponho um braço ao seu redor, e ela se aperta contra mim. O terror nos seus olhos é bastante claro.

–Vai ficar tudo bem- sussurro. Provavelmente nada vai ficar bem, mas não posso deixar de consolá-la.

–Mais fatiados do que carne, mas bem- Rumlow dá um riso desvairado. Olho para ele com desaprovação.

–Se nós vamos ficar aqui até tudo isso acabar... vamos precisar de comida.- Declara Dave.

–Ah, é mesmo? E você descobriu isso sozinho?- Alice revira os olhos- estamos cercados por pedras. Onde é que nós vamos arrumar comida?

–Deve ter em algum lugar. Não acho que Alex Norman vai se recusar a nos entregar um pouco da sua farta comida.- Dave cospe.

–Onde será que estão os outros? – pergunto. Eles me olham como se eu tivesse falado outra língua.

–Onde você acha que eles estão?- Rumlow pergunta de volta, irritado. Iza se levanta:

–Vamos, Rumlow. Dê a ele um pouco de crédito. Você acha que é fácil pensar com clareza no meio disso tudo?- ela pede, e ele assente.

Os outros podem estar gritando, lutando, correndo, se escondendo, pedindo clemência, tentando estancar o sangramento de uma ferida, chorando, amaldiçoando a vida...

–Vamos continuar- eu me levanto. Rumlow franze a testa.

–Como assim? Não estamos em condições de prosseguir.

–Bem, você não está. Mas a gente dá um jeito.- Alice arranca um pedaço da jaqueta dele e o ajuda a amarrar em volta do corte.

Dave também se levanta, parecendo confuso.

–Mas para onde ir?

Eu o encaro.

–Você quer ganhar o jogo, não quer?

–Bem... sim, mas...

–Para ganhar o jogo- eu o interrompo- você tem que jogá-lo.

–Temos que ir atrás dos outros humanos...- começa Rumlow

–E matar os Elsir’es que aparecerem no caminho.- Completa Iza.

Seguimos em frente. O labirinto parece vazio e sombrio, sem nenhum som. Continuo andando em frente, só desviando quando o caminho termina em uma parede.

Ouço um grito. Nós paramos e escutamos. Vem do corredor á esquerda, e está se aproximando. Iza e Alice miram o corredor, eu pego os machados os mantenho prontos para agir. Dave apoia Rumlow com um braço, porque ele está com dificuldade de andar, e com o outro segura a lança, pronto para arremessar. Rumlow faz o possível para manter a espada longa erguida.

–Julian!- Alice exclama, arregalando os olhos. E é mesmo, a voz dele é meio que inconfundível. Corremos até ele, que está sendo quase derrubado por uma Elsir’ que parece tão assustada quanto ele.

Iza e Alice atiram sem hesitar, a criatura se desvia da flecha da minha irmã, mas uma bala se crava no seu ombro. Vejo as fendas dos seus olhos se estreitarem e ela vem para cima de nós. Vou ao seu encontro, só para entender que ela é bem mais rápida que eu. Desvio os dois primeiros golpes da sua espada, mas ela me atinge nas costelas, por pouco não as quebra. Iza atira mais uma vez, sem errar, e eu enterro a lâmina na sua barriga. Mal sai sangue do seu corte, mas ela cai de joelhos, e depois de cara no chão, morta.

Julian geme, sentado no chão, e apalpando as costelas.

–Você está ferido?- Pergunta Alice, preocupada. Ele apenas balança a cabeça, negando. Olho para Rumlow e Dave:

–É assim que se começa o jogo.

O medo está presente. Sinto sua presença o tempo todo; no meu coração, na minha mente, no ar que eu respiro, no chão que eu piso. Vejo-o nos olhos dos meus companheiros, e na forma como falam e se movem.

Isso é um fato. Ele tenta nos impedir de agir, mas também nos lembra que temos de combate-lo, temos que seguir em frente.

E é isso mesmo oque nós vamos fazer. Lutar até a última gota de sangue cair. Vamos ganhar o jogo.

Isso é uma promessa.


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