Reaprendendo a Amar escrita por Dreamy


Capítulo 2
Mudanças Retrógradas


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!
Bem, como prometido, aqui está o primeiro capítulo. Espero que gostem...
E obrigada a Dominique Potter pela primeira review da fic!!! o/o/o/
Aproveitem!



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Capítulo I – Mudanças retrógradas

Scorpius estava jogado na cama, ainda com as roupas que usara na noite anterior, a cabeça parecia que iria explodir a qualquer segundo. A única coisa que ele queria era dormir, dormir e quem sabe comer alguma coisa mais tarde, bem mais tarde. O ar-condicionado estava ligado e mesmo com a calça jeans incomodando ele não queria se levantar, sua cama estava confortável demais para isso. A única coisa incomodando na verdade era o barulho insuportável que a droga do celular estava fazendo. “Por que não desligara mesmo essa porcaria?”, ele se perguntou, resmungando na cama. Ele, contudo, não conseguia nem mesmo saber onde estava seu braço, encontrar o celular era uma missão impossível.

Mas o barulho era insuportável.

–Alô. – ele disse assim que encontrou o aparelho, mas o barulho ainda continuava. “Será que era o despertador?”, ele se perguntou mais uma vez. Quando se forçou a abrir os olhos, percebeu que apenas esquecera de atender. Passou o dedo na tela, recolocando o celular no ouvido – Alô.

Sou eu. – respondeu a voz do outro lado. “É claro que é você!”, pensou ele ainda meio dormindo. Quem mais ligaria àquela hora para ele, senão seu querido pai. “Aliais, que horas são?”, ele tentou olhar no relógio, mas os números estavam embasados demais.

–Eu sei. – respondeu ele, tentando firmar a voz, para que seu pai não percebesse que estivera dormindo até um minuto atrás.

–Você estava dormindo Scorpius? – perguntou seu pai. O rapaz pigarreou e se sentou na cama.

–Não. – respondeu pouco convincente – Eu estava... lendo... é, uns papeis muito... importantes.

–Claro que estava. – a voz do seu pai era irônica. “Ah, quem liga para o que ele pensa!”

–O que você quer? – ele perguntou sem se importar se estava sendo grosso ou não.

–Espero que saiba que dia é hoje Scorpius. – disse Draco.

“Que dia era? Porra, que dia era mesmo?”

–Terça-feira? – pareceu mais uma pergunta aos seus próprios ouvidos. Mas era terça-feira, não era? Bem, no máximo quarta-feira, não podia estar mais do que na metade da semana.

–Hoje é primeiro de fevereiro Scorpius. – respondeu seu pai impaciente.

–E dai? – perguntou o jovem, pouco se importando com a data.

–Não fale assim comigo Hyperion. – rugiu a voz do outro lado e Scorpius se sentiu mais desperto. Sempre que seu pai usava seu segundo nome as coisas estavam feias para o seu lado – Hoje acabou o prazo que eu lhe dei. Chega de enrolação, chega de mordomias e de gastar o meu dinheiro com festas sem sentindo. Você teve o tempo que pediu, e agradeça a sua mãe por isso, por mim você não teria nem um dia. Quero você em casa em no máximo uma semana.

–Pai, eu não... – caralho – não posso ir embora assim do nada, não vou conseguir resolver tudo em uma semana. Se você me desse mais um ou dois meses para que eu me preparasse...

–Resolver o que Scorpius? – a voz de Draco ficou debochada – Você não faz nada da vida a não ser gastar o meu dinheiro. Se eu não te ver em casa em uma semana, todos os seus cartões serão cancelados, todas as suas contas serão bloqueadas e você não terá mais nem um centavo meu para gastar com jogatinas e mulheres. E nem pense em apelar para sua mãe, ela está tão de acordo com isso quanto eu.

Scorpius ficou calado. Como ele iria sobreviver sem dinheiro?

O avião estará a sua espera na sexta-feira às 10h00min da manhã. – completou Draco. Scorpius fechou os olhos querendo mandar o pai para o inferno – Estamos entendidos?

“O caralho que estamos entendidos!”

–Estamos. – a resposta tinha gosto amargo na sua boca.

O celular ficou mudo e Scorpius jogou o aparelho contra a parede. O que seu pai estava pensando com aquilo? Ele não era mais um adolescente que precisava seguir ordens do pai, ele já era um homem. As coisas não podiam ficar assim. Ele se levantou da cama e pegou o celular no chão, felizmente ainda funcionava. Primeiro ligou para sua mãe, depois para sua avó. Uma hora depois não tinha resolvido nada, ainda teria que ir embora. Não, de jeito nenhum. Ligou para o banco. O dinheiro que tinha daria para viver por algum tempo, até que resolvesse o que fazer. Ele transferiria tudo o que tivesse para outra conta, faria um empréstimo no nome da empresa e depois veria o que fazer.

Desculpe Srº Malfoy, mas a sua conta foi bloqueada hoje às 09h00min da manhã. – disse o gerente do banco.

–Como? – perguntou Scorpius apertando o celular.

–Foi can...

–Eu entendi. – cortou Scorpius perdendo as últimas esperanças – Quero que você veja para mim se os meus cartões foram cancelados?

–Só um momento, por favor. – ele esperou. Olhou para a parede a sua frente, já sabendo o que iria escutar. – Srº Malfoy? – disse o gerente e Scorpius resmungou qualquer coisa – Todos os seus cartões foram cancelados, mas há um que ainda tem o limite senhor.

–Limite? – talvez ainda restasse uma luz no fim do túnel – Quanto?

–Hum... – ele escutou o homem digitando e esperou impaciente – o limite é de 1000,00 dólares senhor.

Scorpius passou a mão pelos cabelos, arrancando alguns fios. Seu pai só podia estar de brincadeira! Como ele iria sobreviver até o final da semana com essa quantia? Pior ainda, como ele iria conseguir viver sem dinheiro? Ele desligou o celular sem se incomodar com nada, jogou o aparelho em cima da cama e se afundou na poltrona. O celular quicou e caiu no chão com um baque forte, mas Scorpius não estava prestando atenção. Ele olhava a vista que tinha do seu quarto, o mar, a brisa, o calor, as mulheres passeando de biquíni pela praia. E as festas... merda, a festa da Alika! Era sábado. Sábado ele não estaria mais ali, sábado ele estaria do outro lado do mundo, um mundo coberto de neve. Scorpius suspirou voltando para cama, antes que pudesse pensar direito no que tinha acontecido, ele já estava dormindo novamente. Ele pensaria nisso quando acordasse.

.:Rose:.

Rose se levantou meio grogue e foi em direção ao banheiro. Ligou o chuveiro e deixou a água morna despertá-la. Quando saiu do banho, se vestiu mecanicamente e foi para a cozinha do seu apartamento, do seu grande e solitário apartamento. Ficou um tempo perdida, olhando em volta, então se lembrou do que tinha que fazer. “Comer, agora tenho que comer”, sem energia para preparar nada muito elaborado, ela se conformou com o cereal seco e o resto do suco que tinha na geladeira.

Depois de lavar meticulosamente a louça suja e passar o aspirador em todo o apartamento, Rose assumiu a si mesma que precisava fazer compras. Não tinha quase nada comestível em casa, na noite anterior ela comera o último congelado que tinha disponível, o suco acabara e o cereal não duraria muito. Com um suspiro ela se forçou a vestir uma roupa que a protegesse do frio, achou a bolsa em baixo da cama e abriu a carteira, não tinha quase nada em dinheiro vivo, mas esperava que ainda não tivesse atingindo o limite do cartão de crédito. Pegou as chaves do carro fazendo uma prece silenciosa para que tivesse gasolina suficiente para chegar ao supermercado.

A sorte talvez estivesse do seu lado, pensou Rose ao chegar ao estacionamento e entrar no carro, não vira ninguém até ali, agora era só aguentar mais alguns minutos e estaria de volta em casa. Ela pegou o básico, leite, suco, cereal, enlatados e congelados, o suficiente para mais uma semana. O cartão passou, disse Rose a si mesma aliviada. Mas o limite estava quase no fim, não teria dinheiro nem para se alimentar dali a uma ou duas semanas.

Quando entrou novamente no carro, seus olhos já estavam úmidos. Ela passou as mãos pelos cabelos, pensando em como a sua vida tinha ruído no último ano. Ao chegar em casa, Rose nem precisou de ajuda para levar as compras para casa, sua grande compra foi, sem esforço nenhum com uma só viajem. O que lhe poupou tempo e stress de ter que pedir ajuda, mas mal tinha colocado a sacola em cima da mesa da cozinha, a campainha tocou e Rose suspirou.

–Ail – disse Rose com a voz feliz e confiante ao atender a porta, após ver quem era.

–Como vai Rosie? – a preocupação na voz de Aileen estava muito mal disfarçada.

–Se você tivesse chegado cinco minutos atrás não teria me encontrado. – respondeu Rose, de repente querendo que tivesse demorado mais no supermercado – Estava fazendo compras.

–Que bom! – disse a amiga, como se Rose tivesse dito que acabara de achar mil dólares na rua.

Rose ficou calada, não tinha mais nada a dizer, não queria conversar, mas Aileen não estava disposta a ir embora tão cedo.

–Rose, querida, tem certeza que você está bem? – Ail já não se preocupava em esconder a preocupação.

–O que você quer que eu fale? – rebateu Rose agressiva – Que eu estou ótima, feliz, que eu vou recomeçar de novo? Que eu nem percebi que em dois dias faz um ano que o meu marido morreu?

–Rose...

–Eu não estou bem. – disse Rose exaltada – Não estou feliz, não quero recomeçar, não esqueci que vai fazer um ano que o Cade foi arrancado de mim. Eu só o quero de volta! Cada dia eu quero mais, cada dia a saudade é maior e não diminui com o tempo.

–Oh querida! – Rose se desviou do abraço da amiga, estava cansada de abraços e consolos. Será que ninguém entendia que nada, absolutamente nada no mundo iria consolá-la? – Rose, o Cade não iria querer que você ficasse assim!

–E como você sabe o que o Cade iria querer? – perguntou Rose, sua voz muito mais alta que o normal e completamente distorcida pelo choro – O Cade está morto! Ele está morto! Oh meu Deus... Cade...

Rose se sentou no sofá enquanto deixava a crise de choro tomar conta dela. Iria passar, ela sabia disso. Na verdade, já estava acostumada. Era só esperar e o choro acabaria, só alguns minutos. O que a incomodava de fato era a presença de Aileen, ela amava a amiga, mas odiava ter esse tipo de crise na frente de alguém, principalmente alguém que provavelmente contaria a seus pais.

–Desculpa. – sussurrou Rose com a voz rouca após alguns minutos.

–Não precisa se desculpar Rose, você está certa. – os olhos de Aileen também estavam úmidos, sua face molhada.

–Eu sei que ele não iria gostar de me ver assim – continuou – e eu quero recomeçar, mas é tão difícil. É difícil, extremamente difícil simplesmente conseguir levantar de manhã.

–Mas você vai conseguir. – disse Ail com convicção.

–Eu preciso – falou Rose tentando aliviar o clima – a menos que eu queira voltar para a casa dos meus pais e ser sustentada por eles.

–A situação está tão ruim assim? – perguntou a amiga entrando no jogo.

–Pior.

–Você poderia voltar para seu cargo anterior, tenho certeza que te aceitariam de volta. – disse Aileen animada – Ninguém é tão boa quanto você de qualquer forma.

–Obrigada Ail – respondeu Rose – mas eu não quero. Nós trabalhávamos juntos, nossas salas eram uma ao lado da outra, nós almoçávamos juntos a maioria dos dias e nós voltávamos para casa juntos.

–Vocês me davam diabetes. – disse Ail. Rose sorriu.

–Eu poderia voltar, mas não quero. – concluiu ela – Já basta aqui em casa, onde eu o vejo em cada detalhe. Lá eu não conseguiria.

–E o que você vai fazer? – perguntou Ail passando a mão pelos cabelos platinados.

–Eu vi uma vaga de emprego – contou Rose lentamente – em uma empresa muito conceituada. Não é exatamente o cargo que eu ocupava antes, mas é um começo.

–Claro que é um começo. – respondeu a amiga a incentivando – Que cargo é?

–Secretária. – respondeu Rose corando. A surpresa de Aileen foi evidente, mas ela não comentou nada do que Rose achava que iria escutar, a condenação, o deboche... nada disso veio.

–Tem certeza que é isso que você quer? – perguntou ela docemente, segurando a mão da amiga.

–Não, – respondeu Rose sinceramente – mas eu preciso começar a me reconstruir de alguma forma. Eu preciso me reconstruir, preciso achar um sentindo para a minha vida Aileen. Eu preciso recomeçar.


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Notas finais do capítulo

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