Por Você escrita por Andye


Capítulo 23
Seguindo o Curso


Notas iniciais do capítulo

Oi gente... Penúltimo capítulo entrando agora, mas não se preocupem, ainda vai ter um epílogo para vocês.
Espero, de coração, que vocês estejam gostando desses momentos finais, porque eu tenho os feito de todo o meu coração.
Já começo a agradecer, porque eu sou assim mesmo (:P) e vou agradecer a vocês sempre e sempre por terem me acompanhando semana a semana por aqui.
Um beijo enorme pra cada um de vocês, e vamos lá para mais um capítulo.



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Hermione já não se aguentava sobre as pernas. O peso da barriga de quase oito meses estava maior a cada segundo e ela se sentia constantemente cansada, redonda e assustada. Morria de medo da hora do parto, ainda não se decidira sobre a forma, se seria natural ou cesária, mas independente de como fosse, temia e tremia só de pensar de como seria a vida depois da chegada do bebê.

Tudo mudaria e ela se sentia insegura do quanto a vida dela e de Rony seria afetada com isto. E era exatamente sobre isto que ela pensava agora, a expressão conturbada e os olhos distantes.

Ela estava tão distante que não ouviu quando Rony chegou do trabalho, abriu a porta, a chamou e caminhou até a pequena biblioteca que haviam montado, parando por trás do sofá que ela estava sentada, as pernas suspensas em um pufe gigante no formato de Toad, a primeira aquisição do ruivo depois que começou a trabalhar.

Ele beijou o alto de sua cabeça carinhosamente, lhe trazendo de volta a Terra e afastando os pensamentos momentaneamente. A cabeça olhou para o alto e o encontrou sorrindo para ela de cima de seus 1,87 m. A cabeleira vermelha caia desordenadamente sobre sua testa e ele parecia saudável e satisfeito. E ela estava igualmente satisfeita.

Depois de seis longos meses de tratamento, Dra. Fals finalmente o liberara do tão exaustivo período pós-transplante. Infelizmente, dez dias depois ele teve uma recaída e ante a preocupação de todos, a Dra. afirmou categoricamente que não era necessária maior preocupação por se tratar de algo normal ao fim do tratamento, mas, mesmo assim, Hermione se preocupava, mesmo que agora ele parecesse bem e só tomasse imunossupressores e que a contagem plaquetária e de glóbulos brancos estivesse normal. A sensação de cuidado constante não a abandonava.

– Estava tão concentrada – ele falou tirando o blazer e o largando sobre a poltrona ao lado do sofá e sentando ao lado dela, pegando suas pernas e trocando o pufe por suas próprias pernas – Um beijo por seus pensamentos – continuou, massageando os pequenos e inchados pés da esposa.

– Não pensava em nada demais – ele arqueou a sobrancelha, duvidoso.

Hermione achava surpreendente como ele a conhecia. Parecia ler em seus olhos quando havia problemas, quando não se sentia bem ou quando algo a incomodava. Nunca conseguia esconder nada dele por muito tempo, e respirou longamente, vencida pelo olhar que ele lhe direcionava.

– Estou com medo – foi franca.

– De que? - ele perguntou atento, massageando os pés dela sobre seu colo.

– De não ser uma boa mãe. Do parto. De como vai ser nossa vida depois que o bebê chegar. Tenho medo de seu amor... talvez... acabar – baixou os olhos num misto de temor e vergonha.

– Meu amor – ele falou dócil e ela o encarou – Acha mesmo que depois de tudo o que enfrentamos para ficarmos juntos eu deixaria de te amar?

– Não sei... – baixou novamente os olhos com vergonha de encará-lo.

– Hermione – falou enquanto levantava seu rosto com uma das mãos – Eu te amo, e nada nem ninguém seria capaz de me fazer sentir o contrário – ela suspirou – Tenho certeza que será uma mãe maravilhosa e que nosso bebê será o mais amado do universo, tanto por nós como por nossos familiares, e eu vou te ajudar em tudo o que você precisar, e se eu não estiver...

– Não fale assim – ela o interrompeu.

– E se eu não estiver – continuou sério – ele terá o Harry, que eu acredito ser o melhor padrinho que poderíamos ter escolhido. E se você não estiver, ele sempre terá a Gina, nossos pais, nossos amigos... não tenha medo do futuro, não se preocupe com ele, Hermione. Viva o presente sem se lembrar do que passou porque isto não mudará o nosso futuro. Viva sempre o presente, o hoje, como se fosse o melhor e único dia da sua vida, e você viverá sempre bem. Não se martirize sobre o que virá, o amanhã é um mistério – ele sorria envolvido agora – E os mistérios só devem ser desvendados no momento certo.

– Desculpe – ela falou enquanto ele recolhia uma lágrima grossa que escorria no rosto de Hermione.

– Não se desculpe.

– Você é a melhor pessoa que existe.

– Não. Não sou não. Sou cheio de defeitos, de angústias, medos e manias, tanto quanto você e qualquer outra pessoa.

– Mas você sabe valorizar as pequenas coisas da vida. Você sabe amar intensamente, muito mais que qualquer outra pessoa.

– Não é assim, meu amor. Apenas aprendi com as dificuldades da minha vida que não vale a pena perder tempo pensando no que poderia ter sido quando eu tenho a oportunidade de fazer ser.

– Eu te amo! Eu te amo, Ronald Weasley. Eu te amo...

Um beijo discreto e cheio de carinho pontuou a declaração e um sorriso mútuo entre os lábios colados selou aquele momento. A mão livre do ruivo acariciou a coxa dela, levemente flexionada sobre o sofá e se encaminhou para dentro de seu vestido solto e florido.

– Ron... - a voz dela continha certa dúvida e um pouco de urgência.

– Se me ama tanto quanto diz, quero que me acompanhe durante o banho e me faça sentir realmente amado – a voz dele saiu como um sussurro rouco e provocador. Hermione gemeu baixo e sentiu a pele arrepiar.

– Quantas vezes você quiser, Ron.

Algumas semanas mais tarde, Luna, Vanessa e Leonel resolveram visitar a amiga. Hermione levantou com dificuldade da poltrona onde lia um livro gigantesco sobre hematologia. Sua mãe havia chegado há alguns dias e estava na cozinha preparando alguma coisa para ela que se queixava de indisposição desde o dia anterior e seu sorriso se alargou ao reconhecer os amigos.

Beijos, abraços, afagos e mimos fizeram parte do dia da garota que não mais temia o futuro por sabia que, independente de qualquer coisa, teria sempre os seus por ela e com ela.

– Cheguei!

Ron saudou tão logo colocou a cabeça para dentro de casa e se dirigiu sabiamente até a cozinha, de onde vinha um agradável aroma de comida caseira e, reconhecendo a sogra em frente ao fogão, aproximando-se da mulher de estatura baixa, beijando o topo de sua cabeça com carinho.

– Oi Rony.

– Olá sogrinha. Onde está a Hermione?

– No banheiro. Disse que não aguentava mais o calor e foi tomar banho.

– Tudo bem. Como a senhora está?

– Estou bem.

– Nossa... Está cheiroso.

– Risotto – a senhora respondeu simplesmente com um largo sorriso no rosto.

– Delícia – ele alegrou-se esfregando as mãos – Não que a Hermione não tenha um bom tempero, mas nada se compara ao tempero da mamãe e ao da senhora.

– Não adianta bajular, Rony. Só vai comer na hora do jantar.

– A senhora é tão má quanto a sua filha – falou falsamente entristecido, mas logo se encostou ao balcão e continuou – Alguma novidade?

– Os garotos vieram aqui e passaram a tarde com a Mione. Ela também tem se queixado de indisposição. A Vanessa achou tão estranho quanto eu, mas a Mione é cabeça-dura e não fala ao certo o que é, então, por favor, vá conversar com ela e descubra, ok?

– Sim senhora – ele se aprumou fazendo continência – Agora mesmo.

A mulher sorriu e ele beijou sua cabeça novamente, tirando o casaco e o levando nas mãos enquanto caminhava pelo corredor e se dirigia ao quarto. Hermione usava um vestido curtinho florido com alças enquanto penteava os cabelos e o viu entrar no quarto pelo reflexo no espelho.

– Oi, meu amor – ela saudou sorrindo pelo reflexo e o viu se aproximar.

– Oi, meu amor – beijou seus lábios ainda de pé – Como está?

– Bem.

– Não foi o que sua mãe falou. Está indisposta?

– Mamãe – ela girou os olhos – Não é nada demais, só muitas idas ao banheiro e falta de posição para caminhar, sentar, fazer xixi, deitar, dormir... Mas estou bem – sorriu.

– Vou acreditar momentaneamente porque preciso te contar uma coisa muito importante – sentou sobre a cama e ela tensionou levantar da cadeira, desistindo em seguida tamanha a dificuldade.

– Fala, Ron. Estou curiosa – ela falou diante do silêncio e do sorriso dele.

– Não vou te contar...

– Ronald! - ela o olhou irritada.

– Vou te mostrar.

Ronald fez um movimento e abriu a maleta que usava desde que começou a trabalhar com o pai e o irmão. Vasculhou um pouco e retirou um envelope amarelo, direcionando para ela. O sorriso que ele tinha nos lábios e o brilho nos olhos a deixavam confusa e totalmente curiosa.

Hermione pegou o envelope com calma, observando todos os movimentos que o ruivo fazia diante dos movimentos dela. Pegou o envelope com as duas mãos e o repousou sobre a barriga dilatada enquanto o abria. Os olhos logo reconheceram do que se tratava o papel dentro do envelope e se derramaram em lágrimas entusiasmadas quando ela o olhou novamente.

Ele também sorria. O sorriso que Hermione considerava ser o mais maravilhoso do universo. Seus olhos brilhavam junto aos dela e as palavras ficaram difíceis de serem ditas, mas ela se esforçou.

– Meu amor... Parabéns! Parabéns! Parabéns!

– Não teria conseguido sem você, meu amor.

– Não senhor. É seu mérito, resultado de seu esforço.

– Tudo bem – ele riu – Não vou discutir.

– E quando começa?

– Vou à faculdade segunda-feira fazer a matrícula.

– Engenharia... – ela sorriu ainda mais – Estou muito feliz, Ron.

– Eu sei que sim.

Ele se levantou e ela também levantou num impulso após repousar o papel sobre a penteadeira, sendo recebida pelos braços dele que a circundaram com alegria e carinho. Ela sorria contra seu peito, as lágrimas se enxugando em sua camisa enquanto ele afagava seus cabelos com o queixo apoiado sobre a sua cabeça.

Ele afrouxou o abraço para olhá-la em seus olhos. Ela o encarou e recebeu um beijo singelo e carinhoso, as mãos dele acariciando as costas e o rosto dela.

– Obrigada por estar comigo, Hermione.

– Não agradeça. Apenas seja feliz.

– Sempre serei se estiver ao seu lado - se abraçaram novamente, até que Hermione interrompeu o contato novamente.

– Ron... - ela chamou baixo.

– Oi? - ele beijou o topo da sua cabeça.

– Acho que deveríamos ligar para o Gui e pedir pra trazer o carro pra cá.

– Por que? - ele a olhou confuso.

– Porque acho que o bebê quer conhecer o mais novo estudante de Engenharia do país.


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