Por Você escrita por Andye


Capítulo 24
E é Assim que Tem que Ser


Notas iniciais do capítulo

Gente, em prantos aqui! Último capítulo da fic e eu estou em desespero porque não estou conseguindo me desprender dela. É muito amor pra uma pessoa só, pra uma fic só, e eu estou amando cada um de vocês, queridos, que têm acompanhado a luta constante e incessante desse casal tão batalhador, que têm como único desejo ficar juntos.
Espero que estejam gostando, e eu vou postar o epílogo, juro mesmo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/493988/chapter/24

Ela não cabia em si com tanta felicidade. Os arredores da Toca estavam repletos de conhecidos, amigos, familiares. Não havia muitas crianças, mas a comemoração jamais poderia passar em branco. Hugo completava seu primeiro ano.

De longe ela avistou Rony segurando o garoto em seus braços. O pequeno não parava de sorrir um só instante diante de todas as piruetas e coisas bobocas que o pai fazia. Os cabelos bagunçados de Ron no tom idêntico ao do pequeno. O sorriso dos dois era igual.

Hermione sorriu quando percebeu que Rony a observava e caminhou até ela fazendo o pequeno menino “voar” durante o trajeto. A risada gostosa e infantil superava o som da música que tocava naquela comemoração aos ouvidos da mãe que sorriu satisfeita ao receber o pequeno em seus braços.

– Mama!

– Oi meu amor – ela beijou a pontinha do nariz depois que recebeu o garoto nos braços com seu sorriso de quatro dentes incisivos – Seu pai estava te fazendo voar?

– Papa! - o pequeno exclamou eufórico levantando os braços para o pai que o pegou prontamente.

– Desse jeito fico com ciúmes – Hermione fez manha diante de um bico divertido.

– Façamos uma menina para você, que tal? - ele falou baixo contra seu ouvido, lhe dando um beijo no pescoço em seguida.

– Você é um louco, Ron – ela respondeu com um sorriso abafado.

– Por você... - murmurou num tom malicioso - Completamente!

– Ta bom, vai – ela falou alarmada o afastando com um leve empurrão das mãos sobre o seu peito – Vamos parar com a conversa porque estamos no meio de uma festa infantil que, por sinal, é do nosso filho e ele se encontra neste momento em seus braços ouvindo seu discurso galanteador sobre mim.

– Meu charme ruivesco funcionou e nós o fizemos. Não custa tentar novamente.

– Ok – ela sorriu – Conversamos sobre isto mais tarde.

– Tenho uma esperança? - os olhos dele brilharam.

– Não sei. Vamos. Meus pais chegaram.

E os três rumaram ao encontro dos pais de Hermione, durante o trajeto, Rony enumerou algumas das satisfações que poderiam ter enquanto tentavam uma menina. Hermione sentia o rosto quente, principalmente por perceber o quanto ele estava à vontade. Rony era um amante perfeito, nunca poderia negar.

– Mamãe! - Hermione saudou a senhora enquanto Ron abraçava o sogro e logo inverteram os cumprimentos.

– Mas este garoto é uma cópia fiel do pai – o Sr. Granger comentou enquanto bagunçava os cabelos do garoto que havia se jogado em seus braços.

– É verdade – a Sra. confirmou – Minha filha, você deve ter admirado muito o Rony enquanto estava grávida.

– Como assim? - Rony pareceu curioso.

– No meu país, o Brasil, existe uma crendice de que quando uma mulher está grávida, aquilo que ela mais admira ou detesta reflete em seu filho - o senhor explicou prontamente.

– Como assim? - ele ainda não entendera muito bem.

– Por exemplo – o senhor continuou enquanto Hugo bagunçava sua gola – o Hugo é sua cópia porque ela deve ter te admirado muito durante a gravidez, seus traços, essas coisas. Se ela detestasse muito algo, por exemplo, meu nariz, provavelmente o Huguinho também teria nascido com esta coisa horrenda.

– Não fale assim, papai.

– Claro que falo. É verdade. Tenho um nariz tenebroso, mas enfim, entendeu?

– Sim. Entendi sim – Ron sorriu passando o braço sobre o ombro de Hermione e a aproximando dele.

– Seus irmãos já chegaram, querida? - a senhora perguntou.

– Já sim, mamãe. Estão espalhados por ai tentando controlar as crianças.

– Vou procurá-los – ela avisou – Até depois.

– Vou com você – o homem completou e seguiu sua mulher com o pequeno ruivo em seus braços.

– Quem diria, não é? - Ron falou em tom saudoso enquanto observava os três se distanciarem.

– Pois é – ela concordou sabendo imediatamente sobre o que ele falava.

– Sabe de uma coisa? - ele a virou fitando seus olhos com profundidade – Eu faria tudo de novo, do mesmo jeito, só pra poder estar aqui com você, de novo.

– Eu também...

Um beijo doce foi trocado entre dois. Um abraço reconfortante envolvendo seus corpos e os deixando ainda mais aproximados.

– Hey! - era a voz de Gina – Vão para o quarto. Este é o aniversário do meu sobrinho e afilhado preferido. Não maculem a festa. - Hermione sorriu ainda beijando o ruivo.

– Como estão? - Harry os abraçou e era engraçado para Rony não ver o amigo vestido com seu jaleco branco ou usando seu tão famoso tom formal.

– Estamos ótimos – foi Rony quem respondeu.

– E vocês? - Hermione continuou – Como está sendo a vida de casados.

– Não estamos casados, Hermione – Gina girou seus olhos como sempre fazia quando se aborrecia – Estamos morando juntos, é diferente.

– Até hoje não entendo como a mamãe permitiu que você fosse morar com o Harry.

– Talvez seja a crise de consciência dela por ter impedido vocês dois.

– Talvez... - Harry concordou – Mas estamos bem na medida do possível – respondeu a pergunta desviando aquele assunto.

– E onde está meu afilhado?

– Por ai, Gina – Hermione respondeu sorrindo – De braço em braço completamente encantado em ver tanta gente reunida.

– Ele é um fofo.

– Meu garotão – Ron falou com orgulho.

– Sim... - Gina falou brincalhona – Quem te vê assim nem imagina a pilha que você estava na hora do parto.

– Não precisa comentar a respeito, Ginevra – e todos sorriram.

***

Rony não sabia mais o que fazer. Havia cerca de quarenta minutos que Hermione tinha sido levada de suas vistas e até agora não recebera notícias. Estava sentado na área pediátrica do Hospital Geral e não conseguiu conter a ansiedade enterrando a cabeça nas mãos, aflito.

– Você precisa ter calma, meu filho – ouviu a voz da mãe ao sentir a mão sobre suas costas curvadas.

– Ninguém fala nada, mãe – resmungou ainda com a cabeça enfiada nas mãos.

– É assim mesmo, querido. Precisamos esperar que na hora certa virão te chamar.

– Oi! - Gina chegou eufórica com o rosto vermelho – Já nasceu? É menino ou menina?

– Ainda não, Gina – a mãe respondeu no lugar de Rony.

– Faz séculos que a Mione foi pra sala de parto e ninguém vem aqui me dá notícia de nada – Rony resmungou olhando a irmã.

– Tudo bem – ela sentiu a tensão na voz do irmão e preferiu não alfinetar – Onde está a mãe da Mione? Não estava com ela em casa?

– Sim – Molly respondeu novamente – Foi ao telefone informar ao marido e aos filhos sobre o bebê.

– Ain... - Gina vibrou saltitando contida – Estou tão ansiosa. Mal vejo a hora! - ela parou assim que Rony a fitou – Ahm... Já avisaram ao Harry? A Dra. Fals?

– Não. Acho que não.

– Não – Rony confirmou em tom baixo – Só liguei pra mamãe.

– Ok. Vou ligar para o Harry e pedir que ele venha. Talvez ele consiga entrar e nos dar alguma notícia.

– Ótima ideia – Rony concordou, os olhos brilhando em expectativa.

– Oi – Harry chegou uns dez minutos depois da ligação – Há quanto tempo ela está lá dentro?

– Cerca de uma hora – Molly respondeu novamente.

– Certo, vou lá tentar descobrir alguma coisa – e o moreno seguiu pelas portas que separavam o ruivo de sua mulher e seu bebê.

Rony suspirou cansado enquanto recebia os afagos de sua mãe e sentiu Gina sentar ao seu lado. Logo em seguida a mãe de Hermione voltou com um semblante aflito, esperando notícias, mas mal teve tempo de perguntar nada porque tão logo Harry adentrou, o viram sair com uma enfermeira em seu encalço.

– Senhor Weasley – ela pronunciou docemente e Rony a olhou, sem levantar.

– Sou eu.

– Me acompanhe – ela sorriu para ele – O bebê começou a coroar e sua esposa pediu para chamá-lo.

– Certo – ele falou entre o ansioso e o temeroso – Vou... Vou agora mesmo.

Rony levantou e pegou a câmera dentro da bolsa a tiracolo. Hermione pediu que ele fosse buscar quando ela deu entrada no hospital lembrando que haviam deixado em casa. Ele não foi, mas pediu que a mãe passasse por lá e pegasse.

O trajeto até a sala de parto parecia infinito. Antes ele passou por uma saleta e colocou aquele tão conhecido avental verde e cafona e uma touca igualmente feia. Sentia o peito afundando de emoção a cada passo que dava, a ansiedade em reconhecer a sua família.

A primeira visão que ele teve foi a de Hermione de costas para ele. A cabeleira castanha contida em uma touca igual a dele, a bata similar, suas pernas apoiadas no separador. Percebeu que ela respirava com dificuldades e se aproximou lentamente até estar ao seu lado e ela o perceber.

– Oi.

Foi a única coisa que ele conseguiu falar e recebeu um grito exasperado em resposta. Hermione fechara os olhos com força e seu rosto assumiu um tom vermelho muito intenso, quase explosivo. Ele se assustou e nauseou se recostando na cama.

– Está bem, papai? - uma das enfermeiras se aproximou percebendo que ele estava um pouco mal – É normal que se sinta assim, é uma experiência forte – ela continuou compreensiva.

– Estou bem – ele respondeu e observou que eram quatro na sala além dos dois.

Uma estava falando com ele e ele não ouvia, um segundo vistoriava a frequência cardíaca e o soro, os outros dois, um homem e uma mulher, estavam concentrados no bebê. Ele respirou fundo diante de tudo aquilo e se voltou para ela que imediatamente segurou a sua mão.

– Obrigada... por... vir. - falou tensa.

– Claro que eu viria.

– Não escolhemos os nomes. - ela pontuou as palavras no súbito alívio da contração.

– Vamos deixar que o bebê nasça e lhe daremos o nome em seguida.

– Tudo bem.

A voz dela estava baixa e cansada e novamente ela fechou os olhos numa expressão que demonstrava uma dor descomunal. Rony não imaginou jamais ser capaz de sentir a intensidade daquela dor e a concentrou no aperto forte em seus dedos.

– Venha filmar, papai! - o médico falou animado – Seu bebê já está chegando.

Mas ele não foi. Primeiro porque Hermione lhe dirigiu um olhar de advertência, no mínimo, mortal, segundo porque ele achava muito mais relevante de sua parte permanecer onde estava e assim evitar a cena ridícula de desmaiar.

– Só mais uma vez, mamãe – o médico falou novamente, e uma das enfermeiras se posicionou com os braços sobre a sua barriga – Na próxima contração, toda a força que puder, seu bebê quer conhecer vocês.

Hermione parecia em ponto de chorar. Os olhos estavam vermelhos, o rosto estava vermelho, suado. Sua pele parecia efervescida. Ela fechou os olhos com força e Rony sentiu um soco no estômago. Era agora, seu bebê nasceria. Um novo ciclo começaria.

Viu quando a enfermeira pressionou o alto da barriga da esposa e sentiu a força sobre-humana que Hermione fez ser lançada, em seguida, de contra seus dedos. Acariciava sua cabeça com a mão livre e lhe dizia palavras de amor e incentivo próximo ao seu ouvido.

De repente, o silêncio. Um silêncio que perdurou aproximadamente cinco segundos. Hermione deitou a cabeça com força sobre a maca e ele sentiu a circulação dos dedos ser liberada. Em seguida, um choro alto e forte encheu o quarto onde estavam. Hermione chorava junto, um choro cheio de satisfação e alegria. Ele chorou também enquanto filmava a enfermeira dar ao bebê os primeiros procedimentos necessários. Ele conseguiu se concentrar em sua câmera.

O médico pegou o pequeno embrulho nos braços após a pesagem e a medição, e envolto em uma manta grossa e amarelada, Ron filmou o momento em que ele entregou aquele montinho nas mãos de uma emocionada Hermione.

– Parabéns! - ele falou – Vocês são pais de um lindo e grande menino.

Hermione chorava e sorria, não saberia definir bem o que ela sentia. Ele mesmo chorava e suas mãos tremiam com a emoção de ver o pequeno abrir os olhos azuis assim que ele focou o rosto dos dois. Hermione sorria abertamente agora, o bebê parecia não saber o que acontecia, mas o fitou.

– Diz oi pra o papai, meu amor - Hermione falou com a voz carregada de carinho, cansaço e satisfação.

– Oi, meu amor! - a voz de Rony saiu num sussurro embargado.

– Precisamos de um nome, Ron – Hermione falou cheia de carinho – Não podemos mais chamá-lo de bebê.

– Será Hugo.

– Como Victor Hugo? - ela perguntou encarando o bebê.

– Só Hugo. Ele não parece que vai gostar de escrever romances e poesias.

– É verdade – Hermione concordou transbordando amor – Hugo. Nosso Hugo.

***


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!