Por Você escrita por Andye


Capítulo 14
A Falta Que Você Me Faz


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, mais um capítulo cheio de amor para vocês, e esse veio antes para consolar a tragédia de ontem no jogo (sem maiores comentários :D ).

Quero agradecer a Ane Smolski que já acompanhava a fic, mas que agora resolveu comentar e se fazer presente. Seja muitíssimo bem-vinda e obrigada por estar por aqui!



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– Meu Deus, Rony. Entre de uma vez - Hermione falou alarmada para o garoto, saindo da frente da porta para ele entrar - Você está louco?

"Louco por você" ele ponderou responder, mas não seria apropriado, imaginou. Ela o mataria. Estava sentindo um misto de sensações estranhas e observar Hermione a sua frente vestida apenas com aquela camisola azul semitransparente em nada estava ajudando, mesmo que ela continuasse com aquelas perguntas.

– Quem te trouxe aqui? Como saiu do hospital? Você está cansado ou sente-se normal? Como está sua pressão? Onde estão seus remédios? O que fez com o cateter? - ela continuou o interrogatório e ele se viu sem respostas. Respirou fundo e se aproximou de uma vez, calando as perguntas infinitas da morena com um beijo carregado de saudades e amor.

– Sim, eu estou bem. - falou quando descolou seus lábios dos dela - Quem me trouxe foi a Gina e minha médica me deu autorização para sair – Hermione arqueou a sobrancelha desacreditada – E sim, eu estou louco. Louco de saudades de você – sorriu e Hermione se fez de dura. A situação era tensa.

– Rony, você sabe muito bem que não pode sair do hospital. Isto é arriscado tanto para a sua saúde como para minha permanência.

– Mas você não foi me ver. Eu vim até aqui. - fez drama.

– Como a Gina te trouxe aqui?

– Na verdade, quem me trouxe foi o Harry - Hermione fez uma cara de assustada.

– Eu imaginava isso da Gina, mas do Harry. Ele é muito sensato... Vocês o ameaçaram? - arqueou uma sobrancelha.

– Claro que não. Não somos assim, Hermione - ele pareceu ofendido - Ele se ofereceu.

– Isso é muito arriscado. Não consigo acreditar. E sua mãe?

– Saiu com meu pai.

– Ele também sabe disso?

– Não. Não sabe não. Só Gina, Harry e eu.

– E a Dra. Fals te liberou? A essa hora da noite? - o observou atentamente.

– Digamos que ela permitiu, mas não completamente.

– Rony...

– Está tudo bem, Hermione. Eu não vou demorar.

– Onde está a Gina?

– Rodando por aí com o Harry.

– Ainda não acredito que envolveram o pobre do Harry nisso tudo.

– Ele tem carro – falou simplesmente.

– Meu Deus, eu não acredito – ela falava caminhando um pouco nervosa. As mãos iam da cabeça a cintura – Já imaginou o que vai acontecer quando a sua mãe descobrir?

– Ela não vai.

– Isso foi muito imprudente de sua parte, Rony, eu não acredito que sendo tão sensato como é, tenha feito algo desse tipo.

– Pensei que quisesse me ver – fez bico parecendo triste.

– Claro que quero, mas não te colocando em risco.

– Não estou correndo risco. Fui autorizado por minha médica desde que estivesse na presença de um médico ou acompanhante responsável. Fui acompanhado por um médico até aqui e permaneço na presença de uma médica. Estou bem.

– O que faço com você? - perguntou retoricamente.

– Me aproveite. Estou aqui por você - sorriu maroto e lhe estendeu os braços.

Então Hermione se jogou nos riscos que aquilo tudo lhe trazia, mas jamais teria a coragem de falar que não havia gostado. Ele estava ali, pertinho dela, lhe fazendo uma surpresa porque sentiu saudades e depois de relaxar em um beijo apaixonado, observou o quanto ele estava bonito.

– Está lindo – ela falou timidamente.

– Digo o mesmo – os olhos dele percorreram o corpo dela e ela sentiu-se envergonhada.

– Céus – fez menção de ir ao quarto, mas ele a impediu segurando seu braço – Preciso pôr um roupão.

– Não precisa – falou simplesmente – Está linda assim – e a abraçou.

– Ora, ora... - uma terceira voz despontou na sala do apartamento – Pensei que estudaria outras coisas até mais tarde, Mione.

O tom maroto era reconhecido em qualquer lugar. Leonel usava um pijama de seda lilás e tinha os cabelos bagunçados de quem acabara de acordar. Observou a cena à sua frente atentamente e sorriu constatando o que acontecia.

– Não vai me apresentar o bonito, morena? - Hermione revirou os olhos para o amigo.

– Ronald, este é o Leonel. Já te falei dele. Leonel, este é o Ronald.

– Ela também já falou de você – ele sorriu apertando a mão do ruivo – E espero que tenha falado muito bem de mim.

– Falei verdades – ela sorriu debochada.

– Está tendo algum tipo de festa do pijama aqui e eu não sabia? - Vanessa acordara também e os olhos estavam ainda empapuçados.

– Não, Vanzinha. - Leonel respondeu daquele jeito ousado, abraçando a amiga pela cintura – A Mione que trouxe o namorado para dormir em casa.

– O Rony? - ela pareceu despertar – Pelas barbas do profeta, o que você faz aqui, garoto?

Rony não conseguiu controlar o impulso de sorrir da expressão da garota. Ela se aproximou um pouco mais dele e o observou em silêncio, até que ele se viu menos intimidado e explicou.

– Estava com saudades da Hermione e resolvi vim vê-la.

– Você fugiu do hospital só pra ver a Hermione? - Leonel perguntou espantado e Rony assentiu.

– Está arriscando sua saúde e o pescoço dos dois só para se verem? - Vanessa completou.

– Isto mesmo – ele afirmou firmemente.

– Hermione, minha amiga, case-se com ele porque se não casar, eu caso.

Leonel falou convicto. Dizendo isto, ele desejou boa noite e se retirou, e após lhe apertar a mão e ser devidamente apresentada, Van rumou para a sua cama também. Se viram novamente a sós e se olharam em silêncio.

– Não consigo acreditar que esteja aqui – Hermione falou manhosa ao se ver a sós com ele.

– Pode acreditar. E eu faria muito mais só pra te ver alguns minutos que fossem.

– Não sei qual de vocês é o pior: Gina, Guilherme, Harry... você.

– O que importa é ficarmos juntos – ele disse e a beijou novamente, e como era bom beijá-la.

– Sente-se. Não se esforce e me conte como conseguiram fazer isto.

Rony aceitou e sentou ao lado de Hermione no sofá. Entre explicações e advertências, alguns beijos eram roubados ou trocados, abraços eram compartilhados e a sensação gostosa de estarem juntos os envolvia cada vez mais.

Um bom tempo depois, Rony se viu desesperado por ter de ir embora. Olhou aflito para ela querendo ficar o resto de sua vida ao seu lado, independente de quanto tempo esta duraria. Resolveu fazer uma loucura ainda maior.

– Hermione... - ele começou enquanto fazia cafuné na cabeça da garota, repousada relaxadamente sobre seu ombro, seu corpo perfeitamente ajustado ao dele.

– Hum...?

– Preciso de uma coisa? - ela levantou a cabeça e o encarou.

– O que houve?

– Preciso ir embora – falou simplesmente e viu o semblante dela entristecer.

– Eu sei.

– Quero te pedir uma coisa antes de ir...

– O que?

– Me leva pra passear de moto?

– Como é? - ela arregalou os olhos e abriu a boca – Está louco?

– Você já me prometeu isso.

– Rony, mas não pode ser assim e...

– Hermione, não faço ideia de quando nos veremos novamente. Não sei nem se estarei vivo amanhã, então, por favor, faça isso.

Hermione percebeu com quem Gina havia aprendido aquele jeito pedinte de ser. Bufou irritada porque internamente já havia aceitado a proposta desde o momento em que ele a lançara, mas sua consciência a obrigava a achar aquilo a pior das ideias. Ponderou olhando para ele. Estava bem, corado e disposto. Fechou os olhos e balançou a cabeça negativamente, antes de continuar.

– Espero não me arrepender pelo resto da vida, mas... - ele olhou apreensivo – Vou colocar uma calça e um casaco.

Aquele sorriso mais que perfeito apareceu, e o sorriso ainda estava ali quando ela despontou do quarto com uma calça jeans, botas e um casaco pesado. Sorriu para ele negando novamente com a cabeça, como quem desacreditava do que fazia e se direcionou a estante da sala, pegando um capacete e o entregando.

– Vou te levar de volta para o Hospital. Liga pra Gina e avisa pra ela ir te esperar na lateral. - ela falava enquanto pegava os documentos, as chaves e o capacete pendurado na parede. Uma bolsa lateral pequena cruzando seu peito guardou os pertences.

Os dois saíram silenciosamente e ao chegarem na moto, Hermione sentiu seu corpo vibrar em resposta ao toque das mãos do ruivo em sua cintura. Saiu pelas ruas de Londres naquela noite calma de terça-feira contemplando toda beleza que as luzes da cidade lhe revelavam.

Nunca Hermione havia presenciado a satisfação em seu mais puro grau de simplicidade. Sentia-se afortunada por ser ela ali com ele, e o levou pelos caminhos de volta ao seu destino enquanto contemplava o sorriso dele estampado no retrovisor em uma expressão de criança que toma sorvete pela primeira vez.

Mais tarde, quando entrou em seu apartamento, ela sorria realizada. Tivera a noite mais estranha e feliz da qual se lembrava. Sentou sobre o sofá tirando as tão famosas botas cor de caramelo, relaxando os ombros contra o encosto do móvel e sorrindo abertamente da loucura que acabara de fazer e de como se sentia viva.

Sentia o aroma dele tão próximo de si. Seu toque, sua pele, seus beijos tão desfrutados na noite que passaram juntos. Sorriu ainda mais ao lembrar-se das brincadeiras de Gina quando ela o levou ao hospital e quando a ruiva lhe chamou de cunhada. O peito estava cheio de amor. Um amor tão puro e intenso que seria impossível descrever com palavras.

Retirou o casaco e as calças ali mesmo, na sala. Guardou os livros que havia deixado espalhados sobre a mesa e enquanto avançava nas pontas dos pés para a sua cama, com o receio de acordar a amiga que ressonava, sentiu o celular vibrar de dentro do bolso da calça que carregava nos braços.

Acelerou os passos da forma mais silenciosa que pôde e colocou o amontoado de roupas sobre a cômoda, pegando o celular. Logo percebeu o ícone de nova mensagem recebida. Sorriu. Sabia que era de Rony. Deitou sobre a cama para ler, virando e mergulhando em seus travesseiros em seguida, feliz por concordar com cada uma das palavras escritas por ele.

"Você me proporcionou uma noite maravilhosa, a melhor da minha vida, e se ser feliz é se sentir assim, quero viver feliz para sempre ao te lado. Boa noite. Ron."


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