O Gato E O Corvo escrita por Lara Green


Capítulo 9
O Livro Sobre Os Gêmeos


Notas iniciais do capítulo

"Eu fiquei insano com longos intervalos de horrível sanidade."
Edgar Allan Poe



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Diana tamborilava na carteira com um lápis, em tédio mortal. Era esse o enigma? Ver se ela conseguia ficar atenta e não dormir até a aula de história?

– Seria um jogo mais complicado do que eu pensei... – Diana murmurou, sua cabeça escorregava de suas mãos e ela quase pegou no sono até que a professora de história chegou à sala.

– Bom dia, alunos – a professora foi em direção à sua mesa e os alunos que estavam em pé se sentaram.

Diana olhou para a sala, nem Sara, nem Zack e nem Lucas tinham aula de história na mesma sala que ela, o que quer que acontecesse de tão importante só ela estaria lá para ver.

– Vou entregar as avaliações que vocês fizeram na última aula – a professora anunciou – John?

Um rapaz no fundo da sala levantou ligeiramente a cabeça, a professora franziu os lábios.

– Você sempre foi o meu melhor aluno, mas a sua nota na minha avaliação foi deplorável, o que aconteceu?

O garoto abaixou a cabeça novamente e deu de ombros. Diana chegou a conclusão de que a sua professora de história era honesta de mais, foi quando ela percebeu que havia uma semana ou mais que tinha aulas com ela e ainda não decorara seu nome...

“Bom, na verdade eu não sei o nome de nenhum professor...”.

Diana estava perdendo a concentração, olhou para a professora.

– Bom, nós vamos começar a estudar a mitologia – A professora abriu seu livro, por um momento ela olhou para uma das páginas de seu livro franzindo a testa, depois retomou sua aula.

Diana ficou se perguntando o que estaria de errado no livro dela, como o restante da aula foi um tédio Diana imaginou que o tal “enigma” estaria no livro da professora. Depois que a aula acabou Diana viu que a mulher estava impaciente, então fez como se procurasse alguma coisa em sua mochila.

– Vamos garota – a professora grunhia impaciente – não tenho o dia todo.

– Só estou procurando uma folha que... – Diana tirou incontáveis folhas de papel de sua mochila e as derrubou no chão propositalmente – Opa...

A professora bateu a mão contra a própria testa.

– Está bem... Olha, eu não posso ficar aqui por mais tempo então eu vou deixar a porta aberta e você tranca quando sair, okay?

– Hum... Tá bom...

A professora foi embora e Diana foi até a mesa dela, nem se importou com as folhas caídas no chão, para a sua sorte a professora não parecia com muita vontade de guardar suas coisas também, o livro estava na mesa, exatamente no lugar em que havia deixado.

Diana abriu o livro, mas antes que pudesse ler, ouviu um barulho de algo caindo, ela olhou para trás, ela viu Sara, Zack e Lucas caídos no chão, os três haviam corrido até a sala, mas acabaram trombando um no outro e Sara caiu em cima de Lucas, que caiu em cima de Zack, que caiu no chão e agora estava lá, esmagado pelo peso de duas pessoas.

– Sai de cima de mim! – Zack gritou, mas o som saiu abafado, pois seu rosto estava colado no chão. Sara se levantou rápido, Zack empurrou Lucas que bateu as costas contra a parede.

Lucas grunhiu.

– Você não tinha aula?

– Sim – Zack resmungou de volta.

– Não é agora sua aula?

– Bem... – Zack sorriu – Era.

– Você está matando aula?

– Sim – Zack resmungou com raiva – “Pai”...

– Dá para calarem a boca? – Diana os repreendeu e voltou sua atenção para o livro de Mitologia.

Uma das páginas estava toda rabiscada, a página que falava de Castor e Pólux. Na página havia escrito a lenda:

Tão semelhantes eram que os mortais

Um do outro jamais distinguiriam.

Tinham armaduras brancas como a neve

E brancos como a neve os seus corcéis.

Jamais forjas terrenas fabricaram

Tão brilhante armadura, ou em terrena

Fonte a sede matou corcel tão belo.

Volta em triunfo o chefe, que nas provas

Incertas do combate sempre vira

O calor dos irmãos inseparáveis.

Volta o navio ao porto, em segurança,

Desafiando o mar e as tempestades

Que a bordo estavam os poderosos gêmeos.

– Diana?

Diana deixou o livro cair no chão, estava tão imersa em pensamentos que se assustou quando ouviu Sara a chamando. Sara olhou para ela com cautela.

– O que você achou aí?

– N-nada de mais – Diana pegou o livro do chão – apenas um poeminha, eu... Sei lá...

Lucas pegou o livro das mãos de Diana com cuidado.

– Isso tem que significar alguma coisa, você deve ter uma ideia, Diana.

– Bom... – Diana pensou por um instante – Sete. Sete ideias por enquanto.

– Sete? – repetiu Zack

Diana olhou para as folhas caídas no chão.

– Talvez cinco...

Ela sai da sala, Sara corre atrás dela e desaparece no corredor, Zack e Lucas ouviram a voz distante das garotas.

– Ei! Espera aí! Não vai sair correndo e me deixar confusa de novo!

– Então anda logo, Sara!

– Aí! Esperem-me também! – Zack gritou e correu até o corredor, Lucas foi atrás.

Diana andou até o pátio da escola, Sara não sabia até onde ela iria.

– Diana, nós ainda temos aula – Sara falou baixo.

Diana abriu a boca para responder, mas antes que conseguisse falar qualquer coisa o celular tocou. Diana o tirou do bolso e atendeu.

– Vai ficar me atrapalhando?

A voz riu.

– Eu só queria ver como você está indo, pelo que sei você já teve aula de história, não é? Descobriu algo interessante?

– Creio que sim...

– Você não parece muito confiante... Já sei, eu acho que tenho uma coisa que vai te incentivar um pouco mais, espere um momento...

Tudo fica em silêncio por um tempo, quando os quatro jovens começam a ouvir uma respiração pesada.

– Bom, o que está esperando? – a Voz disse em tom brincalhão – Não seja mau-educado, diga olá.

– O-olá... – disse uma voz quase inaudível, em tom desesperado.

A Voz riu novamente.

– Não seja tão tímido... Quem está do outro lado é a Diana, é ela quem quer salvar você, hahahaha.

As mãos de Diana pressionavam com força o celular, mas ela não disse nada.

– Espero que isso tenha te incentivado um pouco com esse jogo – a Voz disse – Até mais.

E desligou.

Ninguém falava nada, estavam todos em silêncio, olhando para Diana. Esta olhou o relógio:

17:17

Diana arregalou os olhos, tinha um prazo de até meia noite para resolver aquilo... Aquela pessoa poderia morrer.

– Diana... – Sara disse, preocupada – V-você sabe o que fazer?

– Então... Ele disse que esse enigma era simples...

– Não parece simples para mim... – Lucas resmungou.

– É por isso que a caixa não estava endereçada para você, não é geniozinho? – Zack começou a arrumar briga.

– MEU DEUS! – Diana gritou

Os três olharam para ela confusos.

– O corpo daquele homem! – Diana se lembrou – O-onde está, Lucas?

Lucas arregalou os olhos.

– Eu nem me lembrava... Não estava lá hoje de manhã!

– Alguém na escola deve ter tirado... – Diana murmurou – Provavelmente o próprio assassino, mas se quem o matou foi o cara do telefonema, então ele...

Diana olhou para Sara, Zack e Lucas, Diana odiava pensar na possibilidade que...

– Ele está na escola? – Ela disse.


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Notas finais do capítulo

Oooooooooh, eu acho que fiz um vilão psicopata...
Vocês ficaram curiosos? Hahahaha, espero que sim, essa é a intenção :-D



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