O Gato E O Corvo escrita por Lara Green


Capítulo 7
Diana É Desligada do Caso


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, essa é a resolução do primeiro crime dessa história! Quero dar os meus sinceros agradecimentos a todas as pessoas que comentaram, vocês me animam muito com seus elogios tão gentis, muito obrigada. Quero agradecer ás pessoas que acompanham a fic, muito obrigada por ceder o seu tempo para ler a minha história. Agradeço também á todas às pessoas que favoritaram a minha história, vocês me dão forças para não desistir de escrever, por último quero agradecer á academia, porque isso aqui está parecendo mais cerimônia do Oscar.
Bom, chega de enrolar e vamos á história.



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Diana andava por um dos corredores da escola, estava esperando a hora em que voltaria para o dormitório que invadiu na noite passada, estava apreensiva com o que poderia acontecer se desse alguma coisa errada, não, ela precisava ter confiança, ela pensou naquilo por muito tempo, era óbvio, ela estava certa quanto ao roubo. Alguém colocou a mão no ombro dela.

– O que você está fazendo? – Zack perguntou.

– Passando o tempo – Diana deu de ombros.

– é, eu também – Zack respondeu andando ao lado dela.

– Eu não pretendo conversar, isso não te incomoda, não é?

– Não... – Zack respondeu com o rosto muito sério – Eu também não estou com muita vontade de falar.

Eles andaram um pouco quando Zack perguntou:

– Quando você tinha voltado no dormitório para buscar uma coisa que você tinha esquecido o que era?

– Não era nada – murmurou Diana colocando a mão rapidamente sobre as sobrancelhas.

– Vergonha – Zack disse – esse movimento é de vergonha, não é?

– Achei que você tinha dito que não queria falar – Disse Diana cruzando os braços.

– Agora é defesa, o que você estava fazendo?

Diana não respondeu, Zack teve uma ideia.

– Você viu alguém se aproximando. Você sabia que aquela mulher ia ver a gente, não é? Você deu meia volta para distraí-la.

– Cale a boca. Eu não fiz nada disso.

Zack riu.

– Você fez uma boa ação, Diana? Isso é inédito.

– Não se acostume – Diana andou mais a frente, deixando claro que queria ficar sozinha.

Depois ela se encontrou com Sara e viu que estava na hora de começar. Sara, Zack e Diana se prepararam para ir até o quarto, mas antes Diana foi falar com Lucas, ela queria que ele fizesse uma coisa importante, nada poderia dar errado naquele momento, Lucas concordou em ajudar, ele estava nervoso, se preocupava com o que estava fazendo, ele não deveria ajudar em um plano desses sem falar antes com a escola, porém Diana insistia que se a escola soubesse eles enfrentariam um assassinato.

– Essa é a nossa única chance, Lucas – Ela disse para ele – a escola não iria nos deixar interferir, com toda a burocracia na qual a escola deveria passar eles nunca resolveriam isso a tempo.

Lucas ainda não gostava da ideia, mas ele havia dito à Diana para fazer o que quisesse. Ele não duvidara de que ela estava com a razão quando dissera que a escola não resolveria aquilo a tempo.

Diana se encostou na parede ao lado daquela mesma porta que arrombara antes, ela colocou a mão no bolso de sua jaqueta fina preta. Sara olhou para ela, Diana sempre usava algo da cor preta, até na hora de dormir, Sara gostaria de saber o porquê daquilo, é claro que Diana não parece o tipo de pessoa que sai saltitando com roupas cor-de-rosa na rua, mas também não parecia tão metódica a ponto de sempre usar algo negro, não, Sara tinha certeza de que aquilo tinha um significado mais profundo, porém ela ainda não o descobrira.

Diana esperava a hora certa enquanto arrumava em sua mente a solução para aquele caso, de repente ela sorriu, tudo estava em ordem e ela começou a se divertir com aquilo, ela estava pronta . Abriu a porta do mesmo jeito de antes e chamou Sara e Zack para lhe acompanhar, eles andaram pelo corredor em um silêncio tão profundo que conseguiam ouvir suas respirações, Diana se aproximou da porta do quarto e com cuidado colocou a mão na maçaneta, hesitou por alguns instantes e por fim abriu a porta com cuidado, sem fazer barulho. A porta do quarto se abriu completamente, Zack e Sara se posicionaram atrás de Diana, os dois arregalaram os olhos, Diana disse com um tom perigoso na voz:

– Precisa de ajuda?

Continuou depois:

– Ezequiel.

Ezequiel que estava de costas se virou, começou a suar frio e seus olhos se arregalaram, deixou cair de suas mãos um pequeno frasco de vidro que se quebrou derramando algum líquido no chão e uma bomba para encher canetas, vazia. Desesperado o garoto agarrou a primeira coisa que viu – uma cadeira – e ameaçou bater com ela em Diana.

– Não! – Diana disse quando retirou uma arma que ela prendia em sua calça escondida pela jaqueta e a apontava para Ezequiel.

O garoto abaixou a cadeira, sentou-se na cama e cobriu o rosto com as mãos.

– Você pode, por favor, vir conosco? - perguntou Diana séria

– Eu não tenho escolha, tenho? – ele respondeu, sem erguer a cabeça.

– Nenhuma – Diana disse impassível.

**************************************************************

Ezequiel estava no dormitório de Diana e Sara, sentado na cama ainda com as mãos no rosto, Sara e Zack olhavam espantados para Diana, mas esta não falava, ela estava ocupada conversando com alguém importante no celular, até quando Lucas apareceu seguido por Clara, do clube de química e Charles, o jogador de basquete. Assim que viu Ezequiel Clara se pôs a chorar.

– O que é isso? – Charles perguntou confuso – O que está acontecendo?

– Fico feliz que vocês chegaram – Diana guardou o celular de volta no bolso – acomodem-se todos, eu vou explicar tudo.

Todos os jovens olharam para Diana com atenção, exceto Ezequiel, que continuou sentado sem se mexer, Clara sentou-se ao lado dele. Diana começou.

– Bem, vou começar quando eu vi o laboratório, eu disse que a pessoa que o roubou tinha a chave e que estava com pressa para roubar o veneno, quanto a isso a minha opinião não mudou, a primeira pessoa que fomos ver foi Clara, esta claramente estava mentindo quando disse que não havia voltado ao laboratório, porém eu não consegui enxergar um motivo para ela ter roubado o veneno a primeira vista, por isso eu precisava descobrir um motivo, foi quando Zack veio me dizendo que Clara era próxima de um rapaz chamado Ezequiel, este sim muito interessante, a começar pelo quarto: Eu vi uma bola e um uniforme de basquete abandonados, porém eu também vi um pôster colado em uma parede, o dono de todas essas coisas obviamente gostava muito de basquete, porém não poderia jogar mais, por quê? Minha atenção imediatamente votou-se para Ezequiel, ele mancava, mas não se sentou na cadeira próxima dele, isso quer dizer que o seu ferimento foi traumático, suspeitei então que o fã incapacitado de basquete era Ezequiel, minhas suspeitas aumentaram quando eu o perguntei sobre o teste para o time de basquete, ele jogou o queixo para cima, mostrando raiva, isso se juntando ao fato de o uniforme de basquete não parecer ter sido descartado a muito tempo me convenceu de que Ezequiel participaria dos testes, porém houve um acidente e ele foi obrigado a parar de jogar.
Diana olhou para as pessoas presentes na sala, não podia reclamar de falta de atenção, seria possível ouvir o barulho de uma gota d'água, continuou.
– Quando eu disse que tinha outras pessoas investigando, isso inclui jogadores, eles foram claros: Ezequiel só estuda na escola graças ao basquete, sem isto ele não estudaria aqui. Quanto ao acidente eles também foram bem claros, este fora causado por Charles que derrubando Ezequiel, seu adversário, marcou o ponto e garantiu sua vaga no time, Ezequiel infelizmente distendeu o músculo e foi obrigado a parar de jogar, com raiva de Charles, Ezequiel planeja se vingar, é aí que entra Clara. Clara e Ezequiel são muito próximos, hoje acredito que Clara realmente gosta de Ezequiel. Os dois são bem distintos na escola, Ezequiel é bom nos esportes, mas não nas aulas, Clara é o contrário, é uma excelente aluna e faz parte do clube de química. E é justamente pelo fato de Ezequiel não ser o melhor aluno da escola acho que ele deve ter ouvido ou lido alguma coisa sobre como o botox paralisa os músculos e bolou um plano, usar aquela toxina contra Charles, se os seus músculos estiverem paralisados ele não poderá jogar, simples assim. Ezequiel não tinha conhecimento suficientemente para saber que o botox também poderia matar. A princípio pensei que Ezequiel era quem havia entrado no laboratório, mas o ladrão executou seu roubo rápido, e nas condições em que estava Ezequiel não poderia correr, quem havia entrado no laboratório? Ora, a pessoa que mentiu quando disse que tinha voltado ao quarto e não passara mais no laboratório, como Ezequiel conseguiu convencer Clara a roubar o veneno eu não sei, mas acho que Clara não sabia que Ezequiel pretendia usa-lo contra Charles, se ela soubesse ela não o roubaria, não combina com sua personalidade. Com o veneno em mãos só resta para Ezequiel conseguir um jeito de injeta-lo em Charles, como ele faria isso? Usando isto.
Diana mostrou um pequeno frasco de vidro cheio de um líquido, eram anabolizantes injetáveis.
– O que um jogador de basquete que sempre deve ser melhor do que os outros esconderia - disse Zack, compreendendo agora, a pergunta feita pela garota.
Charles arregalou os olhos e depois olhou furioso para a garota. Diana não se importou, continuou seu discurso:
– O plano de Ezequiel não era dos melhores, se Charles morresse a polícia rapidamente descobriria que ele fora impedido de jogar graças a Charles, mas quando nós queríamos evitar a morte eu devo admitir que foi mais difícil.
–Você...- Clara gaguejou - você vai contar tudo, não é?
Diana não respondeu, Charles se opôs:
– Você não pode contar! Eu preciso deste contrato para jogar profissionalmente! Se descobrirem que eu uso anabolizantes irão me expulsar do time! - sua voz vacilou - O motivo de eu usa-los é que eu preciso desesperadamente desse contrato, eu... Eu não tenho mais os meus pais e quem ficava comigo era a minha avó, mas agora ela está muito doente e eu iria usar o dinheiro do contrato para pagar a cirurgia que ela precisa.
Diana estava com uma expressão neutra.
– Sim, eu sei.
– Eu não sabia para que Ezequiel usaria o veneno! - Clara gritou chorando, depois, percebendo o quê acabara de dizer olhou culpada para Ezequiel - Meu Deus, me desculpe, Ezequiel.
– Tudo bem - respondeu Ezequiel de cabeça baixa - eu nunca imaginei que aquele veneno poderia matar. Eu estava cego pela raiva e desespero de ter que sair dessa escola, conseguir um bom emprego é a minha chance de ajudar a minha família. A gente não tem muito dinheiro.
Diana continuava com uma expressão neutra, Sara ficou zangada com ela, como Diana poderia ter nem um pouquinho de compaixão diante daquilo? Diana voltou-se para Lucas.
– Eu quero que você diga o seguinte para a diretora amanhã...
Charles fuzilou Diana com o olhar, Ezequiel abaixou novamente a cabeça, zangado e passou o braço envolta de Clara que não parava de chorar. Diana continuou:
– Diga que Ezequiel roubou o veneno por causa de uma aposta com seus amigos, não mencione Clara, ela não terá nada a ver com isso, também não diga nada sobre os anabolizantes de Charles, estou certa que depois que ele conseguir o contrato irá parar de usa-los, caso o contrário eu mesma informarei a diretora - voltou-se para Ezequiel - eu conversei no celular com um amigo meu que é dono de uma escola, eu salvei a vida dele uma vez, longa história... Ele está me devendo e por isso concordou em te aceitar de graça na escola dele, que, aliás, é excelente.
Todos na sala olharam surpresos para Diana, de repente Ezequiel lançou um olhar agradecido para ela, Clara sorriu e Charles assentiu com a cabeça, admirando a ação da garota.
– Bem, agora eu peço para desligar-me do caso - Disse Diana - saiam todos por favor, eu estou com sono e amanhã tem aula.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram da solução desse primeiro crime? Alguém aí é uma Diana da vida e já sabia disso tudo antes de ler a história?



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