O Gato E O Corvo escrita por Lara Green


Capítulo 4
Diana Aprende Mais Coisas Do Que Gostaria


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, eu só queria que vocês soubessem que sempre que eu escrevo sobre expressões faciais ou coisas sobre mentiras é porque eu pesquisei antes de escrever, ok? Podem ficar tranquilos porque eu não tiro nada da minha cabeça :3 Boa leitura!
"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz."
Platão



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Era o primeiro dia com aulas na West School, esse era aquele dia em que todos os alunos quase choravam de frustração porque o ano realmente começava. Na West School os alunos tinham as aulas “normais” até uma hora da tarde, o resto do dia era dedicado às pessoas que faziam parte dos clubes ou qualquer atividade extracurricular.

Era a aula de matemática, a última do dia, e o professor estava começando uma matéria sobre triângulos; Diana estava odiando cada segundo daquela aula. Diana achava que as coisas deveriam ser mais simples: As pessoas deveriam aprender o que julgavam ser necessário. E ela definitivamente achava que triângulos é uma perda de tempo, para quê ela precisaria saber isso? Ela achava que para nada. Finalmente o sinal bate e Diana foi a primeira a sair de sala, ela andou até o quarto 42 e se jogou na cama, Sara vinha atrás tentando animar a sua amiga. Sara amava matemática.

– Triângulos é uma matéria tão fácil Diana!- Disse Sara positivamente- Tão fácil quanto a capital da Inglaterra!

Diana olhou para ela com uma sobrancelha arqueada

–Ah... Sim, claro.

– Diana - Disse Sara lentamente - Você sabe qual é a capital do país que você mora, não é?

– É... - Diana disse hesitando - Ah, que importância tem isso?!?

– Que importância?!?- Gritou Sara- É coisa de segunda série Diana, como você pode não saber que Londres é a capital da Inglaterra?

Diana se sentou e pressionou as têmporas.

–Se eu aprendi eu deletei- Disse com um pouco de raiva- Só faz sentido colocar coisas realmente úteis no meu cérebro. As outras pessoas só tem besteira na cabeça.

–Mas é o país que você nasceu!- Insistiu Sara
–Aaargh- Gritou Diana- E daí? A capital é Londres se fosse Washington, se fosse Tangamandápio não faria diferença!
Sara já estava se preparando para gritar outra coisa em resposta quando bateram na porta, ela se recompôs e foi atender. Do outro lado estava um garoto com cabelos castanhos semilongos e olhos cinzentos, Sara não o conhecia e ia perguntar seu nome, mas Diana se adiantou.
–Você poderia ter mandado uma mensagem- Disse ela se levantando e com o rosto sem expressão.
–Eu estava sem crédito- Disse o garoto que sem esperar convite entrou no quarto e puxou uma cadeira para se sentar.
Sara não entendia nada do que estava acontecendo, só observou enquanto o rapaz entregava o celular a Diana.
–Não é muito- Disse ela com um olhar crítico para o garoto.
–Espera aí -Disse Sara que estava começando a ligar os pontos- Esse aí é o garoto que trabalha para você investigando o caso da garota?
Diana pareceu ofendida.
–É claro que não!- Respondeu- Zack é só o mais rápido, eu tenho outras pessoas investigando, imagina se eu tivesse que depender dele? Não resolveria crime nenhum.
Essa foi a vez de Zack ficar ofendido.
–Ora - Disse- Você deveria ser mais gentil comigo, afinal eu cheguei na escola ontem a noite e já estou te ajudando.
Diana deu um risinho de deboche.
– Eu teria pena se o motivo do atraso não fosse você voar ao redor do mundo duas vezes em um mês.
Zack deu uma risadinha.
– Você está fazendo aquilo de novo, você sabe que você irritada todo mundo com esse seu truque não é? Então, voar ao redor do mundo duas vezes em um mês, como descobriu?- Diana abriu a boca para responder, mas o garoto a interrompeu- Tem uma mancha na minha camisa de um café que só pode ser comprado na Turquia? Ou será a lama no meu tênis? Ou...
–Eu só conversei com seu irmão na internet - Interrompeu Diana calmamente - Ele me disse.

Zack abriu a boca, mas não saiu som nenhum, Diana voltou sua atenção para o celular: “Clara Hanks, membro do clube de química a dois anos, não arruma encrenca na escola e é constantemente vista com Ezequiel”.

– Deveríamos conversar com esse Ezequiel – Diana voltou-se para Sara – Imagino que Lucas saiba quem é.

Sara assentiu e Diana percebeu como ela teve sorte de Lucas ter aparecido naquele dia, ele era muito útil e sem ele ela provavelmente iria demorar muito mais do que demorava agora. Mas ela nunca admitiu isso alto.

Zack já estava saindo, quer dizer, estava sendo empurrado porta afora por Diana quando de repente lhe ocorre uma coisa,ele para no vão da porta e olha para a garota, os dois conversam baixinho:
– Um dia eu ainda vou conseguir conversar com você de verdade, Diana.
– Minha mãe diz isso a anos...
Zack sorriu.
– Você não é um robô, Di. Ainda vai querer conversar com uma pessoa.
– Quando isso acontecer eu vou estar desesperada.
– As pessoas ficam desesperadas.
Dizendo isso Zack se retirou.

“’As pessoas ficam desesperadas. ’ Por que isso ficou na minha cabeça?”.

Diana se voltou para o quarto e viu Sara a encarando com as mãos na cintura.

–Você não falou com o irmão dele - Disse Sara - Você disse aquilo só para irrita-lo.
Diana deu um sorrisinho e Sara perguntou:
–Duas viagens ao redor do mundo em um mês, como soube?
– Vi o relógio dele.
– O quê?
– O dia estava certo e a data estava errada, era de dois dias atrás. Atravessou o fuso duas vezes e não o consertou.
– Em um mês, como soube?
– Relógio novo, lançado em janeiro.
Sara sorriu, era legal quando Diana fazia isso com os outros, mas ela morria de raiva quando ela fazia aquilo com ela
– Ah, ok - Disse - Mas, se foi em janeiro porque ele só veio na aula ontem?
– Zack ama enrolar a diretora - Respondeu Diana simplesmente.
– Conhece ele tão bem assim? - Perguntou Sara.
Diana pareceu espantada.
– Você ainda não me conhece Sara? - Perguntou - Eu sei tudo sobre todo mundo.

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Sara e Diana conseguiram o número do quarto de Ezequiel com Lucas, que não foi com as meninas porque estava ocupado, quarto 56. Diana se preparou para bater na porta, mas parou por um segundo para analisar o cartaz colado na parede: “Jogo para decidir os participantes do time de basquete da escola, daqui a três dias.” Diana tinha visto esse cartaz por todo lado. A garota bateu na porta, um garoto alto, com pele meio morena atendeu, Diana explicou sobre o roubo e o garoto as chamou para entrar. Diana parou um momento para analisar o quarto: O beliche estava encostado no canto da parede ao lado de um guarda-roupa bem grande, uma bola de basquete ficava um pouco abandonada em cima do guarda-roupa e havia um pôster de basquete colado na parede da cama de baixo do beliche; qualquer que seja a pessoa que durma ali deve gostar muito de basquete. Mas, no entanto, havia um velho uniforme jogado, ou melhor, descartado no canto do quarto, mas não parecia que tinha sido há muito tempo.

Ezequiel levou as meninas até o meio do quarto, ele mancava, porém, mesmo estando perto de uma cadeira ele não se sentou. Sara começou falando, porque as meninas combinaram: Diana só queria observar.

– Você sabe de alguma coisa, algum motivo que Clara possa ter para roubar o veneno?

Ezequiel fez uma expressão de surpresa, durou em torno de uns 3 segundos.

–Clara? – repetiu ainda surpreso – Não, não sei de motivo nenhum, na verdade...

– O que você acha do teste para o time de basquete? – Interrompeu Diana, aparentemente se esquecendo de sua posição como observadora.

Ezequiel jogou o queixo para cima.

– Acho isso uma perda de tempo – Disse normalmente – o que isso tem a ver com o...

– Nada que você possa entender aparentemente – Disse Diana se preparando para sair – muito obrigada pela colaboração, eu e Sara vamos embora agora.

– Mas nós nem... – Começou Sara, mas Diana já tinha ido embora, então ela teve que segui-la.

– O que você tem na cabeça? – Sara perguntou.

Mas Diana não respondeu, estava andando de um lado para o outro murmurando: “Será possível? Não, não pode ser... Mas e se... Sim, aí sim”.

– O quê? – Perguntou Sara – O que você descobriu?

Diana de repente ficou imóvel.

– Eu preciso ir a um lugar.

– Posso ir com você?

– Não, vou sozinha.

E assim Diana foi embora deixando Sara no corredor sem entender nada.


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Notas finais do capítulo

E aí, vocês tem alguma ideia sobre o que Diana descobriu?
Ah, e claro: Por favor comentem se gostaram e se não gostaram digam porque.



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