O Gato E O Corvo escrita por Lara Green


Capítulo 3
A Química da Mentira


Notas iniciais do capítulo

"Anima-te por teres de suportar as injustiças; a verdadeira desgraça consiste em cometê-las."
Pitágoras



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Alguns minutos depois e Diana estava sentada na mesa com Roberto na cafeteria da escola. Roberto era a pessoa que dormia mais perto do laboratório.
–Me fale sobre o barulho que acordou você- Disse Diana, que depois acrescentou: - E não seja entediante.
– Bem, ontem eu fui dormir às dez e meia- Começou o menino sem jeito- Porque eu fiquei a tarde inteira andando pela escola, ela é enorme!
–Uhum, pule direto para a parte em que um barulho o acordou-Disse Diana impaciente.
– Ah, tá bom- continuou Roberto sem graça- Eu acordei meia noite e meia com um barulho de vidro se quebrando.
– Tem certeza quanto ao horário?
– Tenho sim, é por causa que...- Tentou continuar Roberto, mas ele foi interrompido na hora por Diana:
– Ugh- Gemeu ela- "por causa que..." não existe garoto, use “por que”. De qualquer forma eu suponho que você tenha olhado a hora quando acordou, não é? Bem, então vamos embora logo, por favor, este garoto iletrado está acabando com meu bom humor.
Dizendo isto Diana se retirou, deixando o pobre "iletrado" Roberto sozinho na mesa, Sara e os rapazes hesitaram por um instante, mas depois a seguiram.
–Você não precisava ser tão cruel com o Roberto- Sussurrou Sara.
– Qualquer um que fale "por causa que" merece este tipo de tratamento- Disse Diana franzindo os lábios- De qualquer forma nós já descobrimos mais ou menos o horário do crime. Agora só precisamos descobrir as pessoas que tem a chave do laboratório e, dentre estas, quais delas tem motivos para roubar o veneno.
–As únicas pessoas que tem a chave do laboratório são os membros do clube de química- Respondeu Júlio. De repente o rosto do garoto assumiu uma expressão de quem se lembra de algo- eles devem estar se reunindo lá agora!
Então vamos lá, porque então podemos interrogar todos de uma vez, Túlio- Respondeu Diana cujo cérebro aparentemente se recusava a guardar o nome do rapaz.
–É Júlio! - Disse indignado o rapaz
– Não, estamos em fevereiro não julho- Respondeu Diana e Sara não conseguiu ter certeza se ela estava brincando com o garoto ou falando sério- Vamos logo para o laboratório.
Os quatro jovens voltaram para o laboratório, a porta estava fechada e saiam vozes da sala, Diana abriu espaço para que Lucas, já que era o representante, abrisse a porta, lá dentro as conversas se cessaram e um homem que devia ter os seus 40 anos de idade os recebeu.
–É sobre o roubo?
Os quatro jovens assentiram, Diana parou para observar a sala:
Sete jovens, idades entre 15 e 20 e vinte anos, ela não tinha provas concretas, mas apostaria que dois deles eram namorados. “A garota está usando um anel de ouro, fica difícil de ver daqui mais acredito que ele tenha pelo menos um ano, está gravado SUSAN & EDDIE nele, o garoto do lado dela deve ser o Eddie, não consigo ler o nome no caderno, mas consigo ver um “Dward.” Suponho que Eddie seja apelido de Edward. Eles poderiam ser só amigos e o namorado dela poderia ser outro, mas apesar deles estarem sentados juntos a Susan conversa com a garota da frente e “Dward” não conversa com ninguém, só de vez em guando ele olha para outro garoto do outro lado e fala alguma coisa baixo, ele foi obrigado a sentar com a garota com certeza” passa um segundo e Diana olha para os outros membros do clube:

–Como vocês já sabem, aconteceu um roubo- Enquanto ela falava ficava andando pela sala olhando nos olhos de cada um, ninguém ousava olhar nos seus olhos- Um veneno foi tirado da prateleira sem autorização e tudo indica que quem roubou o veneno tinha a chave do laboratório. Alguém sabe de alguma coisa?

“Não”, murmuraram alguns estudante de cabeça baixa.

–Sei... Vejam, eu sei muito bem que alguém aqui desta sala ou roubou o veneno ou sabe de alguma coisa bem significante, e eu sei muito bem quem é- Continuou Diana enquanto andava pela sala, então ela para e olha para uma garota, que está olhando assustada para ela- A única pessoa que me olha nos olhos.

A garota engoliu em seco.

– Oi- Sorriu Diana.

Diana e seus amigos conseguiram a permissão do chefe do clube para falar com a garota em particular, Diana disse para irem todos ao seu dormitório e assim se fez, 5 minutos depois e Diana já estava afundada na poltrona da escrivaninha examinando a garota (que se chamava Clara) nervosa a sua frente.

– Olhe, eu não sei do que você vai me acusar, mas eu não sei de nada!- disse Clara desesperada.

– Sobre o que você pesquisou no laboratório ontem?- Perguntou Diana calmamente

Clara pareceu espantada com a pergunta, não esperava uma pergunta tão trivial.

– Hum... Eu não me lembro- Desviou o olhar para o chão um segundo antes de responder- Acho que foi alguma coisa sobre fungos e germes.

–Deu tudo certo? Nenhum imprevisto?- Perguntou Diana sem mudar o tom calmo de sua voz.

É... – ela desviou o olhar novamente- Não, nenhum imprevisto.

–Foi direto para o quarto depois?

Desta vez Clara não desviou o olhar.

– Eu não voltei mais para o laboratório- Disse ela com firmeza.

Diana analisou a garota com olhos semicerrados mais uma vez e depois disse:

– O.K, já pode ir.

A garota suspirou aliviada e foi embora do quarto.

– Então?- Perguntou Sara que estava ansiosa pelo veredito de sua companheira.

– Bem- Começou Diana se ajustando na poltrona- Quando a questionei sobre as suas pesquisas ela desviou o olhar duas vezes antes de responder, mas quando eu perguntei se ela havia voltado direto para o seu dormitório ela manteve os olhos fixos e disse: “Eu não voltei mais para o laboratório”. Isso quer dizer, claro, que ela estava falando a verdade quanto as suas pesquisas, mas mentiu quando disse que não havia voltado para o laboratório.

– Mas espera aí- Disse Lucas expressando a pergunta de todos- Eu achei que as pessoas desviavam o olhar quando mentiam!

–Não, isso é um mito- Sorriu Diana, que sempre ficava alegre com a oportunidade de mostrar que sabia mais- Ela desviou o olhar porque estava tentando se lembrar do que aconteceu, as pessoas fazem isso, mas quando ela disse que não voltou para o laboratório ela manteve o olhar fixo, os mentirosos fazem isso porque não tem nada para se lembrar, para tentar parecer mais verdadeiros e ver se as pessoas acreditam nas suas mentiras. Clara cometeu dois erros quando respondeu: O primeiro foi mudar o tom de voz, o que mostra que ela já estava preparada para negar qualquer coisa a respeito do roubo, a segunda foi dizer “Eu não voltei mais para o laboratório” quando a minha pergunta foi “Foi direto para o quarto depois?” Ela escolheu responder com “eu não”, isso foi uma traição inconsciente do cérebro dela, uma pessoa inocente diria “Eu voltei para o quarto depois”, mas ela escolheu o “eu não”.

Esta foi a hora de Lucas se impressionar:

–Incrível!

–É eu sei- Disse Diana que não era lá muito modesta.

–Mas se ela está mentindo, por que você a deixou ir embora?-Perguntou Sara.

–Precisamos do motivo e provas- Respondeu Diana enquanto tirava o seu celular do bolso- Mas não se preocupem, tenho gente trabalhando nisto.

Então Diana escreveu em seu celular:

Clara, clube de química, TUDO O POSSÍVEL.

“Enviar”


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Notas finais do capítulo

Oi gente, aqui é a Lara e eu passei para lembrar que se vocês gostaram do capítulo por favor comentem, se não gostaram comentem também para que eu possa saber aonde eu errei. Até a próxima